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SELVAGEM:
OCUPAO DO SERTO INDMITO DE
MATO GROSSO
Taisir Mahmudo Karim1
Ana Maria Di Renzo2
DL/PPGL/UNEMAT
Com efeito, resta uma questo a ser pontuada: em que medida essa
ruptura, essa transio do sujeito-religioso para o sujeito-de-direito, se
d, enquanto prticas sociais, considerando o lugar do discurso
religioso como determinante na formao discursiva do estado-de
direito? Diramos que essa nova ordem social, fortemente marcada
pela ideia de um sujeito livre, conforme Haroche (1992, p.178),
exprime bem a fico de liberdade e de vontade do sujeito, que tem
a iluso de ser livre, at porque continua afetado pelo discurso
religioso. Dessa forma, ainda que o Estado reconhea e determine o
sujeito-de-direito, com seus direitos e deveres, esse indivduo ainda se
encontra assujeitado pelo discurso religioso, tendo em vista a
formao ideolgica com a qual eles se identificam e pela qual so
afetados. No estamos aqui pondo em questo a legitimidade do
sujeito-de-direito, nem temos essa pretenso; o que queremos
mostrar que esse sujeito moderno, determinado pelo Estado, continua
Referncias bibliogrficas
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Campinas: Pontes, 8 ed.
Notas
1 Professor Dr. em Lingustica do Departamento de Letras e do Programa de Ps-
Graduao em Lingustica /UNEMAT/Cceres Coordenador do CEPEL Centro de
Estudo e Pesquisa em Linguagem e do projeto de pesquisa Estudos da Significao:
Nomes Prprios/FAPEMAT/CNPq. taisirkarim@hotmail.com
2 Professora Dra. em Lingustica do Curso de Letras e do Programa de Ps-graduao
determinao histrica.
11 Para Orlandi (2009, p.43), uma formao discursiva se define como aquilo que em
uma formao ideolgica dada ou seja, a partir de uma posio dada em uma
conjuntura dada determina o que pode e deve ser dito.
12 Ver Orlandi (1993, p.18).
13
Ver Pcheux (1993, p.79). Por Uma Anlise Automtica do Discurso Uma
Introduo Obra de Michel Pcheux As condies de produo do discurso
14 Conforme Orlandi (1999) em Antecipao: Formaes Imaginrias em Anlise de