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Saudade (Patativa do Assar)

Saudade dentro do peito


qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.

H dor que mata a pessoa


Sem d e sem piedade,
Porm no h dor que doa
Como a dor de uma saudade.

Saudade um aperreio
Pra quem na vida gozou,
um grande saco cheio
Daquilo que j passou.

Saudade canto magoado


No corao de quem sente
como a voz do passado
Ecoando no presente.

A saudade jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No corao da mulher,
Fica tal qual a frieira
Quanto mais coa mais quer.

Eu e o Serto (Patativa do Assar)


Serto, argem te cant,
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando t,

Pruqu, meu torro amado,


Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistro
Ningum sabe decifr.

A tua beleza tanta,


Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cant.
TRAIO MINEIRA

U amigu chega pro Carzeduardo i fala:


- Carzeduardo, sua mui t te traino co Arcide.
- Magina!! Ela num trai eu no. C t inganado, s.
- Carzed uardo! Toda veiz qui oc sai pra trabai, u Arcide vai pra sua casa e
prega ferro nela.
- Duvido! Ele no teria corage...
- Mais teve! Podi confiri.
Indignado com uque u amigo diz, u Carzeduardo fingi qui sai di casa, sesconde
dendu guarda roupa i fica oiandu pela fresta da porta.
Logo v sua mui levano u Arcide pra dendu quarto pra comea a sacanage.
Mais tarde, ele incontra co amigo, que pergunta u qui hove.
I into, u Carzeduardo relata cabisbaixo:
- Foi terrivi di v!!!... ele jogo ela na cama, tir a brusa... e us peito caiu... tir a
carcinha... e a barriga e a bunda dispencaro... tir as meia... i apariceu aquelas
varizaiada toda, as perna tudo cabiluda.
I eu dendu guarda roupa, cas mo no rosto, pensava:
'Ai...qui vergonha qui t du Arcide!!!'

IBGE e o Mineiro
Uma pesquisadora do IBGE bate porta de um sitiozim perdido nu interio di
Minas.
- Essa terra d mandioca?
- No, sinhora. - responde u roceiro.
- D batata?
- Tamm no, sinhora!
- D feijo?
- Nunca deu!
- Arroz?
- Di jeito nenhum!
- Milho?
- Nem brincano!
- Qu dize qui pur aqui no adianta prant nada?
- Ah... si prant diferente.

DIPROMA

O velho fazendeiro do interior de Minas est em sua sala, proseando com um


amigo, quando um menino passa correndo por ali.
Ele chama:
- Diproma, vai falar para sua av trazer um cafzinho aqui pra visita!
E o amigo estranha:
- Mas que nome engraado tem esse menino!! seu parente?
- meu neto! Eu chamo ele assim porque mandei a minha filha estudar em
Belzone e ela voltou com ele!

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