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Sanaa EE | 1A MARIQLOGIA % APOLOGETICA %& BIBLIA % TEOLOGIA # RGPIRITUALIDADR “® Pil sa Se nn SRN JOAO DE OLIVEIRA, 0. p. ‘A VIRGEM MARIA ~ “*-. NO | TRIBUNAL PROTESTANTE © 4 q AOS Cita verdade e wl Os Protestantes teceberam a Biblia da mio da Igreja ca- tolica; mas 86 a Bi- blia; portanto, 86 uma parte da Reve- lacéo, rejeitando a outra parte que a Igreja recebera dos Apéstolos por prega- so nao escrita. Ficaram coma he- tanga reduzida a me- tade; meia casa desa- bada. A esta metade suprimiram sete li- vros e parte de mais dois ¢ 14 se foi tam- bém ao vento a dou- trina neles contidi O edificio vai-se des- moronando, Depois, passaram ao crivo do juizo pri- vado cada um desses livros e a joeira re- jeitou mais dogma para o monte da moi- nha inatil. O sew belo palécio esta j& reduzido ao esqueleto das paredes. Até aqui a obra dos pri- meitos «Reformado- res>. Uma reforma que foi de crivo, ma- chado e alviao. De- pois, com o mesmo zelo ancestral, conti- nuou cada seita para seu Jado a sua obra iconoclasta. Para al- gumas 0 edificio esc& reduzido a uma pare- de isolada e nua. Mas, o grande ca- taclismo foi quando meteram picereta im- piedosa aos alicerces © soleparam a autori- dade divina da Igreja. ~) 7 fi APOLOGETICA # BIBLIA & TEOLOGIA % ESPIRITUALIDADE * FILO JOAO DE OLIVEIRA, o. p. VIRGEM MARIA NO IBUNAL PROTESTANTE j Lleotee? & elt fadernos Catturais 4 verdade e vida | O porqué destas paginas Em vésperas de 13 de Maio deste ano de 1961, bro- tou de certa pena protestante uma torrente de folhetos ‘num total declarado de 8.000, sob titulo: «REFLEXOES SOBRE A VIRGEM MARIA» PUBLICADO EM DEFESA DA SA DOUTRINA por José Rodrigues Couto Rossio ao Sul do Tejo CD i burbio de Abrantes saiu essa mee unertniooa de exemplares oferecidos, i dalo: n¢ cnet ares }) a semelhanca das inundagGes que, a i ali transbordam do Tejo arrastando de- is pela lesiria a folhagem caida e fertilizando ainda pois mais os humos marginais. Logo no Prefacio previne o autor os eventuais es. pantos, dizendo: — «Pareceré estranho que um leigo se dirija a U. Ex! em assuntos religiosos». Foi bom prevenir porque, realmente, o caso é muito de estranhar! Nao tanto pela coragem de meter om- bros & empresa de refutar a Igreja e catequizar o Clero, mas principalmente pelo contetdo que ali serve aos leitores ! * Diz o autor que «espera a redencao do seu corpo no dia da vinda do Senhor, (*) se no entanto tiver que pas sar pela morte». 5 Mas qué? Acalenta a esperanca de escapar-lhe? Se até Jesus, que era «a Vida», lhe pagou o Seu ea porqué esta sibilina incerteza se tera de passer pela morte? Depois , como promete o Mestre. Vos tendes queixas amargas contra certos Catélicos (nisso maus Catdlicos)?que se encarnicam contra vés, vos perturbam e apupam, «julgando prestar servico a Deus». Porém, ainda nisso nao sereis vés auto-vitimas a colher tempestades dos ventos semeados por alguns do vosso lado? Porque se empenham esses em dimi- nuir a Mae celeste dos Catdlicos — a Virgem Maria, e a mae terrestre —a Igreja? A‘Deus gragas, jA véo rareando os que ousam cus- pir a face da Igreja catdlica as feias alcunhas de «Mere- triz escarlate e Besta do Apocalipse». No entanto, a Virgem-Mée ainda vai sofrendo por ai 0 epiteto de «rai- nha dos iddlatras de além-céus» e outras delicadezas. Agora, mais uma catadupa de «Reflexdes»! Menos agres- sivas, é certo, mas ainda acervo de congeminacoes es- coradas no desconhecimento da auténtica doutrina ca- télica A mistura com afirmacdes deprimentes da mais alta dignidade concedida por Deus a uma simples cria- tura—a altissima dignidade da Maée do Homem-Deus. E isto, numa altura em que desaguavam po Seu San- tudrio nacional caudais de peregrinos em romagem do- rida de peniténcia e oracéo pela paz da Patria ensan- guentada! Ads irmaos Protestantes de coragéo e bom senso, pergunto: Achais bem? * Fazer das vossas ediges veiculo para espalhar @ profusdéo ideias falsas da doutrina catdlica, sera leal? O livro «Noites com os Romanistas» do protestante Hobart Seymour, esse arsenal de municées anti-catdli- cas, vai de m&éo em méo semeando falsificagdes a esmo. Ora, se a boa semente, segundo a parabola, s6 encon- tra um terreno bom entre trés maus, para o grao ne fasto todo o terreno é propicio. E a Babel de doutrinas contraditérias, nesta hora de Ansia, vossa e nossa, d¢ uniao ecuménica, nem sempre logra adesdes mas sem pre confuses, cepticismo e indiferenca. 10 Jornal, revista, caricatura, romance, panfleto, pros- pecto, pulpito, cdtedra, tudo serve a alguns para desfi- gurarem a doutrina e a prépria face da Igreja. Gosta- tiam esses que assim fizessem & sua mae? Tantos sé- culos deviam ja ter-nos calejado a alma e tornado insensiveis; mas o amor filial ndo nos sofre o siléncio. «Aquela Jerusalém que é 1d de cima é nossa mée (...) € nds, irmaos, somos filhos da promessa>, (3) diz a Es- critura. Os enxovalhos que alguns Protestantes sofrem de certos Catélicos mal formados séo fruto de paixdes ex- citadas pelos enxovalhos de alguns dos vossos as nos- sas mées estremecidas: a Virgem-Mée e a Igreja-Mae. Nao so soprados nem aprovados pela Igreja ofen- dida; pelo contrério: Pio IX, por exemplo, recomen- dava:— «Que os filhos da Igreja se abstenham de hos- tilizar os que ndo estao unidos pelos lagos da mesma fé e caridade. Esforcem-se antes por socorré-los com toda a solicitude da caridade cristé e por tiré-los das trevas do erro e conduzi-los a Igreja, Mae amantissima, que 11 nunca cessa de [hes estender afectuosamente os bracos maternais para que obtenham a salvacdo eterna» (4), Porque néo procurais penetrar na alma da Igreja catélica, na sua lidima doutrina, no seu espirito autén- tico, através de testemunhas imparciais? Porque néo tentais conhecé-la por dentro? Velhos templos ha por ai, por fora encardidos, vitrais bacos, paredes calcina- das e umbrais poidos pela eroséo do tempo; mas, por dentro, que deslumbramento! Aquelas linhas misticas, aquela policromia iluminada, aquela sinfonia do todo num hino de fé antiga! Lembra aquilo do Cntico dos CA&nticos : (5) — «Nao repareis de eu ser trigueira porque © Sol me tisnou. Sou morena mas formosa ; os filhos da minha mae é que se levantaram contra mim». Assim é a Igreja catdlica: encardida, mas s6 quando vista de fora. 12 Muitos, a pretexto de reforma, continuam a pé-la Por ponto de mira da sua artilharia. Porém, ja vistes alguém reformar uma sociedade saindo fora dela? A verdadeira reforma consiste em realizar o ideal do divino Fundador : —«Que todos sejam um». Ah! Se vos unisseis ao menos entre vés! Quantos nado léem pela rama a doutrina catdlica sem descerem & raiz nem entrarem no cerne! Quantos sé a conhecem por extractos através de livros que a detur- pam e denigrem! Depois, tal como a entendem a pri- meira vista, assim a transmitem aos leitores e ouvintes inoculando nas suas mentes o seu proprio engano. Mas- caram-na e depois atacam a mascara; inventam erros catélicos que 0 séo apenas na sua mente; depois con- citam a repulsa dos mais contra a caricatura por eles forjada. Seré cristéo e evangélico tudo isto? Aquele feixe de «Reflexées sobre a Virgem Maria», embora mais comedido que tantas outras producdes do género, enferma desse mal. 13 Para servico dos leitores e da verdade, vamos pro- curar apontar os enganos ali contidos e varios outros que a activa imprensa protestante vem divulgando, sem deixar de apontar lealmente as dificuldades dos proble- mas. Eis o porqué destas paginas. 14 / Maria Imaculada — Se a bem-aventurada Virgem Maria fosse imacu- lada e sem pecado, diz o optisculo «Reflexdes sobre a Vir- gem Maria» (+), . Resposta : Seguindo esta légica, também podiamos dizer : —Se Cristo fosse imaculado e sem pecado, tio pouco Lhe seria necessrio o baptismo e a circunciséo. Ora, seré que Ele se sujeitou a estas prescrigdes da Lei por necessitar de purificagao ? Nao seria apenas para dar exemplo de submissio a Lei ? © texto citado de S. Lucas comega assim : — «Quando chegou o dia em que, segundo a Lei de Moisés, eles deviam ser purificados», etc. (#*). Eles, no plural: n&o sé a Mae mas também o Filho. Por conseguinte, se pretende que a purifi- cagao é prova de que Ela precisava de purificar-se e portanto no era imaculada, o mesmo se teria que dizer de Jesus; o que seria monstruoso absurdo. Também os sacrificios oferecidos por Jesus seriam «pelo pecado» ? 22 O sacrificio, na Antiga como na Nova Lei, nao tinha sé por fim a expiagéo do pecado mas também a simples adoragio, impetracio e acgio de gracas. Maria, José e o Menino subiram a Jerusalém «para ofere- cerem em sacrificio, segundo o que é dito na Lei do Senhor, um par de rolas ou duas pombas novas». «Segundo o que & dito na Lei do Senhor». Uma vez que a Lei mandava, Maria cumpria, como Jesus sempre cumpriu todos os preceitos da Lei embora nfo precisasse de purificagées nem baptismo nem circunciséo, ete. 2. Maria Imaculada (Bases biblicas) Seymour (+) diz que «O pretendido dogma da Imacu- lada Conceigao nao tem nenhum fundamento nas Sagradas Escrituras; antes, € por demais evidente que elas sio contré- rias a esta inovagao do Romanismo». Vejamos se é verdade. Se meditarmos no que é a santis- sima dignidade de ser Mae do Redentor, reflectindo ao mesmo tempo naquela negra realidade revelada que é o pecado original, somos atirados para a conclusio de que sio duas coisas incon- cilidveis. Perscrutemos & luz da Biblia 0 que é essa mancha da natureza humana. Na sua esséncia é impenetravel; mas as suas terriveis consequéncias sio ai apontadas : ; Privagéo da graga e amizade divinas; donde flyi todo este lagubre cortejo : Maldigao de Deus: «Raga maldita», «filhos da ira», (?) chama a Escritura & descendéncia irredenta de Adao. 25 Separagdo de Deus; feitos para sermos Scus tem ficamos morada deserta e rejeitada. Morte sobrenatural e falta da «justigan. Inimizade para com Deus: «Cristo veio matar em Si mesmo as inimizadess (°). Médcula espiritual que desfeia a propria alma. Estado de concupiscéncia e consequente desordem pelo conflito das duas leis antagénicas : a came em luta contra o espirito. Perda da integridade natural com todas as debilidades naturais e morais consequentes. Estado de réu de pena e condenagéo eterna. Sujeigéo ao dominio de Satands. Pelo pecado original somos concebidos como pertenga dele; somos do seu lado, a engrossar 0 niimero das suas vitimas até que a graga do Baptis- mo nos transfira para as fileiras de Cristo. Pois bem; agora vejamos se é natural que Deus deixasse inquinar e embaciar a alma da Virgem-Mie com todas estas sombras e misérias naturais e sobrenaturais. Biblia aberta diante dos olhos, cotovelos na mesa e punhos nos temporais, vamos reflectir a fundo : Plos vivos, Primeiro nisto de S. Paulo: (*) — «Agora que estamos justificados pelo Seu sangue, sere- mos salvos da ira por Ele mesmo; sendo nés inimigos, fomos reconciliados». Ora, se a Mae de Deus chegou a estar infectada pelo pecado original; teremos de dizer que Ela foi objecto les divina; que a futura Mie de Cristo foi, antes, inimiga ol; pois o mesmo S. Paulo diz: — «Vés que pecais, de novo crucificais». 26 A Mie de Jesus a contribuir Sera possivel ? Se foi o pecado da cruz. 0 pecado da Sua- Mie teria culada. S. Paulo continua : Para crucificar 0 Filho 21 Humanidade que O levou a ontribuido se Ela fosse ma- — «Nao sou eu que fago isto mas si em mim; porque eu sei que em mim nao habita o bem» (3). im © pecado que habita » isto é, na minha carne Ora, quem tera corager para dizer, sem relutncia, que, na Mae do Filho de Deus, naquela came donde Ele tirou a Sua came, habitou o pecado e nao habitou o bem ? Ainda S. Paulo : — «Se Cristo esté em vés, ainda que o corpo ja esteja morto em razéo do pecado, o espirito é vida em razio da justiga» (*). Ora, se o corpo j4 est4 morto em razio do pecado, apesar de Cristo estar em nés, como daqui se conclui, de duas, uma : ou Maria ficou imune daquele pecado de que fala aqui o Apéstolo, em razdo do qual j& esté morto 0 corpo, ou entéo, mesmo enquanto trazia no ventre o Seu filho Jesus, o Seu corpo estava morto neste sentido em que fala S. Paulo, Mas, em algum sentido se poderd conceber que estivesse morto 0 corpo: donde brotou a Vida que é Cristo ? Continuemos a ouvir o Apéstolo : — «Vejo nos meus membros outra lei que so opde a lei do meu espirito e que me faz escravo da lei do pecado que 6st nos meus membros» ("). : Ora, sera que a Mae de Jesus chegou a albergar = : «te conflito vivendo como escrava da lei do pecado, Ela qui 27 Proclamou escrava do Senhor e que o Senhor preparou e, desde toda a eternidade. predestinou para Sua Mie ? — «Agora». continua S. Paulo, «estamos livres da lei da morte na qual estavamos presos» (*). Ent&éo Aquela que havia de ser Mae do Redentor esteve presa € sujeita 4 lei da morte ? Quem livrou das cadeias dessa lei tantos pecadores nao convinha que livrasse de cair nelas a Sua Mae ? — «Sirvo lei de Deus com o espirito e sirvo & do pecado com a canes (*). Isto dizia-o S. Paulo sendo ja santo e limpo do pecado original. Ora, nas mesmas condigées estaria a Virgem de servir com a carne @ lei do pecado, mesmo depois de santificada e jé livre do pecado original se o chegou a contrair. Mesmo santi- ficada ¢ purificada desse pecado de natureza, toda a pessoa humana conserva na sua came uma série de consequéncias ou rastos dele nao compativeis com a geragdo e a gestagao do corpo santissimo do Homem-Deus. Atencio a esta confissio : (1°) — «Se eu fago o que nao quero, j4 nfo sou eu que 0 fago mas sim 0 pecado que habita em mim(...) Quando quero fazer o bem, lé esté © mal junto de mim». Ora, se a Virgem contraiu o pecado original, também Ela podia dizer isto mesmo, embora santa, como santo era Paulo ao dizé-lo de si mesmo; pois isto é uma consequéncia do pecado original que pesa sobre todos os que lhe estiveram sujeitos. Pergunto : Poderia este mal coexistir na mesma came de Maria com a Fonte do bem que é Cristo? Ele, que é a Vids sobrenatural, podia ser rebento dum tronco onde antes reinava a morte ? Mae do Homem-Deus Pensemos agora no que é ser Mae do Homem-Deus. Pretende 0 autor das . Mas a que vem esta reflexdo ? O facto de nao lhe cha- marem filho de Maria fara com que Ele o nao seja? E se Ele, de facto, o era, que importa se no Iho chamassem? Além disso, chamavam a Maria Mae de Jesus, 0 que vale o mesmo. $6 no principio do capitulo II do Evangelho de S. Joao é Ela assim nomeada por trés vezes. ° Mais uma observagio do autor das «Reflexdes» : — «Em nenhum dos escritos apostilicos se faz men- ¢ao do seu nome nem alusdo a ela como mae de Nosso Senhor. S. Pedro, ao querer apresentar as mulheres um thodelo dos dotes em que a Virgem era preeminente, fala doutra pessoa» (14). 29 Pergunto de novo: Mas Ela é ou nio é Vi Com certeza, nio é verdade? Entio ere oar Faller argumento tirado do facto de Ela nio ser nomeada aa nos escritos apostélicos ? Nada prova o facto de S. as nao A apresentar como modelo se ele quis citar um exemple biblico do Antigo Testamento nati que 08 seus destinatarios ex-judens melhor entendiam. “eyoRes Recordemos 0 passo da Anunciagio : (15) — «Eis que conceberés no Teu ventre e daras a loz um filho (...) O Santo que hé-de nascer de Ti sera chamado Filho de Deus». Eis o grande mistério de Maria; eis a chave de todas as prerrogativas que Lhe atribui a Igreja; a chave, sobretudo, da crenga catélica na Sua imaculada Conceigio. Pretendeis que Maria nao é Mae de Deus ? Mas a vossa Biblia afirma que sim, que Ela é Mae do Filho de Deus :— «O Santo que ha-de nascer de Ti sera chamado Filho de Deus». De facto, «o Apéstolo S. Joao, quando na sua velhice Ihe foi dada a revelagao do mundo invisivel, ndo A distinguiu como «Mie de Deus», como se 1é no folheto; (3*) mas Ela nao deixa de o ser por causa disso e basta que o Anjo da Anuncia- gio A tenha reconhecido e proclamado como tal. O proprio Deus falou pelo Anjo e pelo Evangelista dizendo : — 0 Sasto (e no @ divindade do Santo) que nascer de Ti seri chamado Filho de Deus». Foi sobre o Filho de Maria que Deus fez ouvir no Tabor estas palavras ;— «Este é 0 Meu Filho bem amado». Devs no disse :— «A divindade deste», mas ceste é 0 Mea Filho». 30 & mie do nosso corpo, Se a Tradigéo, dest rineo dos Apéstolos, 6 Deus, porqu © Santo Inacio de Antioquia, contempo- © unanime em proclamar Maria Mée de © vos negais a reconhecé-La hoje como tal ? * Ora pensai agora : Parece-vos que a predestinada para Mae do Homem-Deus ia contrair a infecgio hereditiria que desfeou toda a natureza humana? Deus, que tanto se esmerou em exomd-La de graca e virtudes e se empenhou em manté-La virgem mesmo na Qenceigéo do Filho, realizando para isso o prodigioso milagre da Sua fecundagéo virginal por obra do Espirito Santo, ia deixi-La por um tempo manchada na pré- pria alma, privada da graga e amizade divina, maldita por Deus, separada d’Ele, sobrenaturalmente morta, em estado de concupiscéncia e desordem natural, com a prépria natureza deformada, em situagio de ré de perdigo, sujeita a Satanas ? Achais normal ? Eva, Jeremias e Joao Baptista Ao profeta Jeremias disse o Senhor : — «Antes de for- mar-te no ventre da tua mie, Eu te conheci; e antes Ge sales da clausura do seio materno te santifiquei e te estabeleci p feta entre as gentes» (?**). aes De Joao Baptista disse 0 Anjo— «J4 desde o ven sua me ele serA cheio do Espirito Santo» ("*)- 34 Jeremias, destinado a profeta e Jodo destinado a pre. cursor do Mesias, sio repletos do Espirito Santo j4 no seio materno. Muito estranho seria, pois, se Aquela que fora desti- nada a ser a Sua propria Mie ficasse em condi¢&o inferior; pois, na Biblia n&o consta que Ela fosse santificada no seio materno. Dos planetas que giram em volta do Sol, diz Gibbons, os mais préximos recebem dele mais luz, calor e brilho. Ora, de todos os Santos, Maria é a mais préxima do «Sol de Justigan, como Lhe chama S. Mateus. Sé d’Ela foi dito : —

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