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CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM GERAL.

Quanto ao crime tipificado no Art. 328 do CP, julgue os itens abaixo.

Tem como objetividade jurídica a proteção a Administração Pública, no particular aspecto do exercício funcional por
pessoas não investidas em cargos ou funções públicas.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive funcionário público que exerça função que não lhe compete.
A conduta típica, usurpar, apoderar, tomar, arrebatar indevidamente.
Não é necessário que o agente realize ato próprio do ofício.
Pratica o crime em questão, a pessoa que se faz passar por policial civil para ter acesso gratuito em cinema.
Consuma-se o crime quando a agente atribui-se a si próprio a condição de servidor público.
Se o sujeito apenas alega ser titular de determinada função, estará incurso, em tese na contravenção do Art. 45 do DL
3.688/41.
A obtenção de vantagem não é forma qualificada.
Quanto ao crime de resistência, Art. 329 do CP, julgue os itens abaixo.

Tem como bem jurídico protegido a autoridade e prestígio da função pública.


Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, mesmo aquela a quem o ato da autoridade não se destine diretamente.
O funcionário público que sofre a resistência, ou quem o auxilia, é sujeito ativo secundário.
O ato de resistir, opor-se a execução do ato legal, deve ser praticado com violência ou ameaça, grave ou não, escrita ou oral.
Configura o crime, mesmo que o ato do funcionário seja ilegal.
Não haverá o crime se o agente procura desvencilhar-se de prisão ilegal.
Consuma-se o crime no momento em que o funcionário deixa de realizar o ato em razão da resistência.
Pratica o crime o infrator que aproveita-se da distração dos policiais militares para escapar da prisão.
Se da violência resulta lesão corporal grave o agente também responde por esse crime.
Se em razão da resistência o funcionário público deixa de praticar o ato, imputa-se a forma qualificada.
Apesar de difícil constatação, admite-se, em tese, a forma tentada.
Quanto ao crime de desobediência, julgue os itens a seguir.

Tem como objetividade jurídica o cumprimento das determinações legais emanadas do poder público.
Trata-se de crime comum.
O funcionário público destinatário de ordem judicial, ao descumpri-la pratica o crime de desobediência.
Desobedecer significa descumprir, não acatar, desatender.
O comerciante que vende bebida alcoólica em dia de eleição, descumprindo ordem legal de autoridade pública, comete o
crime em questão.
Haverá o crime mesmo que a ordem seja ilegal.
Motorista que não obedece ordem de parada emanada de agente de trânsito, poderá cometer o crime.
Consuma-se com a ação ou omissão desobediente, podendo a ordem revestir-se de características de obrigação de fazer ou
não fazer.
Se a ordem estabelece prazo para que se faça ou que se abstenha de algo, consuma-se com o fim deste prazo.
Não se admite, em hipótese alguma, a forma tentada.
Quanto ao crime de desacato, julgue os itens a seguir.

Objetividade jurídica é a dignidade e o decoro devido aos servidores públicos.


O funcionário público não comete o crime de desacato, pois trata-se de crime praticado por particular.
Conforme doutrina majoritária, funcionário público que desacata outro funcionário, mesmo sendo da mesma hierarquia,
comete o crime de desacato.
Desacatar significa desrespeitar, desprestigiar, ofender, humilhar o funcionário público no exercício da função.
Funcionário que esteja fora de sua função poderá ser desacatado.
Pode ser praticado por meio de gestos, palavras, gritos, vias de fato, ameaça, etc.
O agente deve ter nítida intenção de ofender o funcionário público.
O advogado que ao lhe ser solicitado a apresentação da carteira da OAB pelo juiz de direito revida pedindo ao juiz que
também lhe apresenta a carteira de magistrado pratica o crime de desacato.
Trata-se de crime material, em que a consumação depende do funcionário sentir-se realmente ofendido.
Funcionário público fora da função mas que é agredido verbalmente em razão dela, será vítima de desacato.
O agente deve conhecer a qualidade de funcionário público da pessoa que ofende.
O erro quanto a qualidade de funcionário público poderá excluir o dolo.
Conforme parte da jurisprudência, a agente embriagado não comete o crime, por ausência de dolo.
Quanto ao crime de tráfico de influência, julgue os itens a seguir.

Protege o prestígio da administração pública.


Trata-se de crime comum.
A pessoa que promete ou entrega a vantagem será agente passivo secundário.
Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado.
A ação típica, consistente em cobrar é equivalente ao ato de pedir pagamento.
A expressão a pretexto de influir... denota uma modalidade de fraude, com o fim de obter vantagem de outrem.
Não há crime se o funcionário é fictício.
É crime especial em relação ao estelionato (art. 171 do CP).
O crime do Art. 332 sempre exigirá, para sua consumação, a obtenção de vantagem.
É imprescindível que a vantagem seja indevida.
A tentativa é admissível.
Para efeitos penais, é indiferente se o agente insinua que a vantagem também se destina ao funcionário.
Quanto ao crime de corrupção ativa, julgue os itens a seguir.

Visa a proteção do prestígio e a normalidade do funcionamento da administração pública.


O funcionário público, mesmo que não esteja no exercício da função, não poderá ser agente ativo.
Os verbos nucleares são oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público.
O elemento subjetivo especial é a querer determinar o funcionário público a praticar ato de ofício.
Se o funcionário está obrigado a praticar o ato não haverá crime.
Preso em flagrante que oferece dinheiro aos policiais condutores para livrá-lo da prisão comete corrupção ativa.
Não comete o crime se a vantagem é oferecida ao funcionário público após a realização do ato funcional.
Oferecer vantagem a delegado de polícia para que ele retarde as investigações criminais configura corrupção ativa.
Advogado que oferece dinheiro a jurado membro do Conselho de Sentença para que vote a favor de seu cliente pratica
corrupção ativa.
Somente haverá crime se a vantagem é oferecida ao funcionário que tem o dever de ofício de realizar o ato.
Consuma-se no momento em que o funcionário tome conhecimento da oferta ou da promessa.
Pode haver tentativa se for feita por meio escrito.
No aspecto penal, não importa se o agente pratica ou deixa de praticar ato de ofício em razão da oferta ou promessa de
vantagem.
Quanto ao crime de contrabando ou descaminho, Art. 334 do CP, julgue os itens a seguir.

Protege o erário público, contra a entrada e saída de mercadoria proibida ou pela elisão no pagamento de tributos.
O funcionário público que facilita o contra bando ou o descaminho, incorre nas mesmas penas.
Pratica contrabando quem importa ou exporta mercadoria proibida; descaminho quem ilude (enganar, fraudar), ainda que
parcialmente, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada ou saída ou pelo consumo de mercadoria.
Navegação de cabotagem é o comércio realizado diretamente entre os portos do país, em águas marinhas ou fluviais.
Privativo dos navios nacionais.
O §1º, b, do art. 334 do CP, é norma penal em branco.
O agente que pratica o contrabando ou o descaminho e depois é surpreendido vendendo a mercadoria responde por um
único delito.
O agente que comercializa produtos contrabandeados, sabendo de sua procedência, pratica o crime de receptação, Art. 180
do CP.
Quem guarda em seu estabelecimento comercial mercadoria sem documentação pertinente, de procedência estrangeira, ou
sabe tratar-se de documentação falsa, pratica o crime de favorecimento real, art. 349 do CP.
O feirante sem licença para exercer o comércio não está sujeito às penas do crime do Art. 334, caso comercialize em sua
banca os produtos contrabandeados.
Do ponto de vista penal, é irrelevante se o contrabando ou o descaminho é feito por via aérea.
Acerca do crime previsto no Art. 336 do CP, julgue os itens seguintes.

Edital é comunicação escrita oficial, a fim de dar ciência todos de algum ato da administração pública, editado por ordem de
funcionário competente.
A conduta está expressa nos verbos rasgar (partir, cortar total ou parcialmente), inutilizar (tornar imprestável) e conspurcar
(sujar, macular).
Selo ou sinal tem a finalidade de identificar, lacrar qualquer coisa, móvel ou imóvel, determinada por lei e originária de
funcionário público competente, com seu carimbo e assinatura.
O selo ou sinal deve estar dentro do prazo de validade para que haja crime.
Deve haver o dolo, vontade livre e consciente de praticar os atos descritos no tipo.
Trata-se de crime material.
Quanto ao crime do art. 337 do CP, julgue os itens a seguir.

Livro oficial é aquele em que se apõe registros, termos, atos, notas, etc.
Processo é a reunião de autos, documentos e peças concernentes a procedimentos policiais, administrativos ou judiciários.
Documento é qualquer papel anotado que tenha valor jurídico.
É necessário que o objeto material do crime em questão esteja sob a custódia de funcionário público, em razão de ofício
cargo ou função, ou de particular no exercício de função pública.
Trata-se de norma incriminadora subsidiária, quando o fato não configurar crime mais grave.
Acerca do Art. 337-A do Código Penal, julgue os itens a seguir.

Tutela o patrimônio da Previdência Social.


O sujeito ativo é qualquer contribuinte, ou quem tenha a obrigação legal de praticar os atos descritos nas formas omissivas.
No crime em questão, todas as condutas são omissivas próprias.
Consuma-se o crime com a supressão ou redução das contribuições sociais, ou seja, com o efetivo dano à Previdência
Social.
Extingue a punibilidade se, antes do início da ação fiscal, o contribuinte confessa a dívida e presta informações devidas à
previdência social, na forma definida em Lei.
Caso a confissão e as informações sejam realizadas após o início da ação fiscal, mas antes do oferecimento da denúncia, a
punibilidade também será extinta.
No crime de sonegação de contribuição previdenciária, inexiste hipóteses de perdão judicial.
A condição econômica do agente e sua natureza jurídica não influem na aplicação da pena.

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