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ACÓRDÃO
Documento: 1710485 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2018 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 93.425 - DF (2017/0332913-0)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
RECORRENTE : JOEL FERREIRA DE ARAÚJO GOMES
ADVOGADOS : MARCELO ALMEIDA ALVES E OUTRO(S) - DF034265
DIEGO RODRIGO SERAFIM PEREIRA - DF042579
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS
RELATÓRIO
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natureza militar, ela, de nenhuma maneira, pode ser enquadrada como crime militar, mas, sim,
como um crime comum” (e-STJ fl. 138). E, no caso dos autos, “o Recorrente estava de folga
(ainda que estivesse de serviço), em nenhum momento invocou sua condição de policial militar,
bem como os autos de notificação por ele preenchidos são de natureza civil, ou seja, não há
nada nos autos que ligue sua pessoa e/ou conduta para os valores tutelados pela Justiça
Militar” (e-STJ fl. 141).
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RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 93.425 - DF (2017/0332913-0)
VOTO
Falsidade ideológica
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, desde
que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
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e “d”, do Código Penal Militar (Decreto-Lei n. 1001/1969), que assim dispõem:
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d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra
militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
(negritei)
Com efeito, a nova lei ampliou a competência da Justiça Militar, na medida
em que doravante não são apenas os crimes que sejam concomitantemente previstos no
Código Penal Militar e na legislação penal comum que, em virtude do princípio da prevalência
da lei especial sobre a lei geral, atrairão a competência da Justiça Militar. A Lei 13.491/2017
nitidamente desloca para a Justiça Castrense qualquer crime previsto na Legislação Penal
Comum (Código Penal e Leis Esparsas) desde que praticado por militar em serviço, ou no
exercício da função.
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Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de
Trânsito poderão celebrar convênio delegando as atividades
previstas neste Código, com vistas à maior eficiência e à segurança
para os usuários da via.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão
prestar serviços de capacitação técnica, assessoria e
monitoramento das atividades relativas ao trânsito durante prazo a
ser estabelecido entre as partes, com ressarcimento dos custos
apropriados.
Por esse motivo, quando examinei o caso concreto, em sede de liminar,
entendi que, ao lavrar os autos de infração de trânsito contendo informações inverídicas, o
Policial Militar – que, estando ou não de folga, indubitavelmente atuou em razão da função –
não gerou prejuízo algum à administração militar ou ao serviço militar, mas, sim, à
administração pública do GDF, diretamente associada ao controle, fiscalização e cobrança de
multas impostas em decorrência de infração de trânsito.
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Ante o exposto, dou provimento ao recurso para reconhecer a competência
da Justiça Comum para processar e julgar o presente feito.
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MÔNICA NICIDA GARCIA
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : JOEL FERREIRA DE ARAÚJO GOMES
ADVOGADOS : MARCELO ALMEIDA ALVES E OUTRO(S) - DF034265
DIEGO RODRIGO SERAFIM PEREIRA - DF042579
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator."
Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer e Jorge Mussi
votaram com o Sr. Ministro Relator.
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