Indicadores

de
Qualidade
de
Projeto - IQP

P RO
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- CS U-RAVREALÇOUA
| ÍM |G MG
- 2-0 2
0090 9
 Patrocínio:
Entidades Envolvidas:

P RO J E T O CA MI N HO DA S Á G UA S - A R A Ç UA Í | MG - 2 0 0 9
PROJETO SEMENTINHA - CURVELO| MG - 2009
 IQP - INDICADORES DE QUALIDADE DE PROJETO

A equipe de educadores do CPCD sempre trabalhou seus programas de educação popular e de desenvolvimento comunitário,
assim como seus projetos específicos – “Sementinha”, “Ser Criança”, “Bornal de Jogos”, “Fabriquetas Comunitárias”, “Agentes
Comunitários de Educação”, De UTI Educacional a Cidade Educativa, etc. – como processos de permanente apreensão,
compreensão e devolução.

Uma das maiores dificuldades que enfrentávamos era em relação ao quesito “indicadores de avaliação” dos nossos projetos.

Esse problema (que não era só nosso, mas ainda aflige e compromete o trabalho das ONGs e da grande maioria dos projetos
sociais e de intervenção comunitária) passou a ser um desafio permanentemente enfrentado pela equipe. Entre as muitas
questões que formulávamos, destacamos algumas:
- Se entre os objetivos específicos de nossos projetos apareciam “desenvolvimento de auto-estima”, “socialização”, “aprendizagem
lúdica”, “alegria”, “prazer”, etc. como podíamos medir (mensurar ou aferir) concretamente o alcance (ou não) desses objetivos?
se houve aumento ou diminuição da auto-estima? o grau e a qualidade de socialização alcançada? os indicadores de felicidade?
etc.

Não havia indicadores elaborados e concretos para medir os chamados “objetivos intangíveis.”

Por outro lado, havia (e ainda há) por parte das agências financiadoras de projetos uma crítica à falta de critérios palpáveis e
tangíveis nos projetos sociais.

E para se defender, a maioria das ONGs se escondia atrás do discurso dos “objetivos intangíveis” dos projetos sociais.
Resolvemos encarar de frente esse desafio. Foi por isso que começamos a construir os nossos próprios indicadores.

Num primeiro momento, e lá se vão alguns anos, buscamos, junto com os educadores, na observação diária e sistemática
de nossas crianças e jovens, os pequenos avanços e respostas (sorriso x choro, envolvimento x desinteresse, limpeza x sujeira,
delicadeza x agressividade, etc.). Essas questões surgiam em nossas memórias de campo e relatórios técnicos e avaliações. Aos
poucos, fomos formando uma massa crítica, constituída de elementos que apontavam (indicavam) se os objetivos propostos
estavam ou não sendo alcançados e como.

Surgiu assim o que denominamos de “micro-indicadores.” À guisa de exemplo, são indicadores de auto-estima, o cuidado
com o corpo (cabelos penteados, constância dos banhos, uso de batom, etc), o cuidado com as roupas e os objetos pessoais,
as pequenas vaidades, a busca de uma melhor estética, a expressão de opinião e de gostos, o protagonismo na roda, a
disponibilidade para ajudar e participar de ações coletivas, a relação sorriso x choro, etc.

Todos esses elementos palpáveis e perceptíveis no dia a dia formavam um indicador mensurável. Assim fizemos com todos os
objetivos específicos: a aprendizagem, a socialização, a cidadania, a participação.

Esse acúmulo de experiências e reflexões nos mostraram que podíamos, dessa base, construir “macro-indicadores” que
pudessem balizar nossos projetos. Depois de muito trabalho, conseguimos, por consenso (e isso é o mais importante) chegar a
12 (doze) índices. Nós os chamamos de Indicadores de Qualidade de Projeto. Segundo nossa perspectiva, se pudéssemos medir
(e aferir concretamente) esses índices em nossos projetos, poderíamos afirmar se tínhamos ou não um projeto de “qualidade.”

Dessa forma, o conceito de qualidade, praticado pelo CPCD, passou a ser formado pela somatória e interação de doze índices,
que se completam, mas podem ser observados e mensurados individualmente:

Apropriação: Equilíbrio entre o desejado e o alcançado.

Esse indicador nos convida a dar tempo ao tempo, a não fazer do estresse um instrumento de ensino forçado, a respeitar o
tempo de aprendizagem e o ritmo de metabolização do conhecimento de cada um.

Coerência: Equilíbrio entre teoria e prática.

Esse indicador nos aponta a importância da relação equilibrada entre o conhecimento formal e acadêmico e o conhecimento
não formal e empírico. Mostra-nos que ambos são importantes porque são relativos, nenhum superior ao outro, mas
complementares.
Cooperação: Espírito de equipe e solidariedade.
Esse indicador nos instiga a “operar com” o outro, nosso parceiro e sócio na mesma empreitada, que é o ato educativo,
incluindo a dimensão da solidariedade como base humana dos processos de ensino-aprendizagem, tomando o outro, crianças
ou adolescentes, como fundamental para a Educação ser algo plural.

Criatividade: Inovação, animação, recriação.

Esse indicador nos provoca a criar o novo, a descobrir os caminhos obsoletos, a ousar andar na contramão do academicismo
pedagógico “bolorento”, a buscar soluções criativas e inovadoras, para resolver velhos problemas.

Dinamismo: Capacidade de auto-transformação segundo as nossas necessidades.

Esse indicador propõe que nos vejamos sempre como seres repletos de necessidades e em permanente busca de
complementaridade. Viemos ao mundo para ser completos e não para ser perfeitos, que é atribuição do Divino.

Eficiência: Identidade entre o fim e a necessidade.

Esse indicador nos convida a equilibrar as nossas energias, adequando os meios e recursos aos fins propostos. “Aprender a ser,
aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a conviver”, são os quatro pilares da aprendizagem.

Estética: Referência de beleza e gosto apurado.

Esse indicador fala-nos do bom gosto e da busca do lado luminoso da vida. Se “a estética é a ética do futuro”, segundo
Domenico di Masi, precisamos reconstruir o conceito de estética, de modo que incorpore a luminosidade de todos os seres
humanos, fontes e geradores de luz e de beleza.

Felicidade: Sentir-se bem com o que temos e somos.

Esse indicador aponta-nos para a intransigente busca do ser feliz (e não do ter feliz), como razão principal do existir do ser
humano.

Harmonia: Respeito mútuo.

Esse indicador nos conclama à compreensão e à aceitação generosa do outro (meu igual, mas diferente) como contraparte do
nosso processo de aprendizagem permanente e a incorporar os tempos passados e futuros ao nosso presente.
Oportunidade: Geração de oportunidade e possibilidade de opção.
Esse indicador nos apresenta o conceito contemporâneo de desenvolvimento (=geração de oportunidades) como meio e
alternativa de construção de capital social. Quanto mais formos capazes de gerar oportunidades para as crianças e adolescentes
como participantes de nossos projetos, mais opções, eles (e elas) terão para realizar suas potencialidades e suas utopias.

Protagonismo: Participação nas decisões fundamentais.

Esse indicador nos fala de nossa possibilidade sempre presente para assumir os desafios, romper barreiras, ampliar os limites
do possível, disponibilizar nossos saberes-fazeres-e-quereres, estar à frente do nosso tempo e participar integralmente da
construção dos destinos humanos. O que cada um pode fazer? Queremos ser protagonistas de que peça, de que escola, de
que país, de que sociedade?

Transformação: Passagem de um estado para outro melhor.

Esse indicador traduz a nossa missão de passageiros pelo mundo, de inquilinos do “Paraíso”, de propiciadores de mudanças,
cuja responsabilidade é deixar para as gerações presentes e futuras um mundo melhor do que este que encontramos e o que
recebemos de nossos antecessores.

A partir dessa matriz, elaboramos uma série de perguntas. A ideia era (e é) formular tantas perguntas quantas fossem necessárias
para levar o participante (educador, criança, jovem e pais) a perceber nas atividades do projeto a presença (qualitativa) e o grau
da presença (quantitativa) do índice.

Após responder a essa bateria de questões sobre cada índice, o participante dá uma nota (de zero a dez) para esse quesito.

Foi assim que construímos o IQP. Ele é aplicado em cada um de nossos projetos, tomando uma amostragem equitativa e
representativa dos participantes – educadores, pais, crianças e jovens, considerando inclusive a questão de gênero.

O IQP, já no seu nono ano de aplicação sistemática, transformou-se em eficiente tecnologia educacional, pois nos possibilita,
a partir da leitura e análise dos indicadores de avaliação, contextualizá-los e percebê-los como estão sendo introjetados e
metabolizados no fazer e saber-fazer dos nossos educadores, possibilitando-lhes um novo olhar sobre a própria prática.

Tião Rocha
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Crianças -
1. Apropriação 2. Coerência
Nota: 9,2 Nota: 8,9

“As crianças que participam do projeto têm liberdade para expressar e expor suas Percebe-se que tudo aquilo que as crianças aprendem com o projeto, contribui

ideias. para a transformação da comunidade.

As rodas de conversa, jogos, brincadeiras, folias da água, plantio de mudas

Através das atividades realizadas, elas aprendem a cuidar do meio ambiente.
A participação nos jogos, contação de histórias, preparo de mudas está mudando
as atitudes dessas crianças.
Aquilo que aprendem, praticam em casa. Elas cuidam melhor do lixo produzido,
reduzindo os impactos negativos ao meio ambiente. Acho que me adaptei bem à
forma de cuidar da natureza. Procuro não jogar lixo em qualquer lugar, pois assim
sei que estou ajudando a preservar o meio ambiente com minhas atitudes.”
Claudenilson Coelho dos Santos - 13 anos
Núcleo Alfredo Graça
fazem com que elas aprendam a cuidar melhor dos recursos naturais do lugar
onde vivem.
O aprendizado adquirido é levado às famílias, que passam a se dedicar ao seu
quintal e a desenvolver hábitos mais saudáveis.
“A roda é ótima para refletir o que já se fez e ainda o que se poderá fazer. Nem
todos cumprem o que é ensinado e, mesmo sabendo que é errado, prejudicam o
meio ambiente. Tudo que aprendo, sempre ponho em prática, levo para minha
casa e para minha família. Eu considero tanto o projeto, que na minha casa tem
um Quintal Maravilha.”
Franciele Borges do Santos - 11 anos

“Quando participo do projeto, sinto-me bem porque ajudo à natureza. Dentre Núcleo Olinto Ramalho

todas as atividades de que participei, gostei mais das mandalas. Acho o jeito de
fazer bonito, e deixa o quintal legal.” “Vejo que as famílias estão mais preocupadas em ter uma vida melhor pois estão
praticando em casa as atividades que o projeto ensina.”
Alisson Moreira de Matos - 11 anos
Tarcisia Ramos Lopes - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
Comunidade Pequi

“O projeto está sempre contribuindo, preocupando-se em transformar a nossa

“Tudo que aprendo no projeto ensino em casa, para a minha mãe. Aprendi a
comunidade, ensinando as crianças a não poluir. Ensinando a conservar.”
cuidar melhor do meio ambiente.”
Ely Rodrigues Santos - 09 anos
Juliane Pinheiro de Souza - 06 anos
Núcleo Alfredo Graça
Núcleo Alfredo Graça

8
3. Cooperação
Nota: 9,5
Participando das atividades do projeto, as crianças aprendem a ser mais
solidárias, compreendem que o trabalho em grupo é importante, compartilham
ideias e aprendizados.
Os jogos e brincadeiras possibilitam o trabalho em equipe, estimulando a
participação de todos. Todos colaboram cuidando da comunidade, do lixo,
plantando árvores, cuidando dos recursos naturais.
As crianças brincam com união. Juntas, brincam sem competição, e não pensam
somente na vitória. Desejam ensinar e adquirir novos conhecimentos.
“Todas as vezes que participo do projeto, vejo que as Mães Cuidadoras se
preocupam com os outros. Eu dou minha contribuição, respeitando e ensinando o
que eu aprendi. Gosto muito dos jogos e brincadeiras que são feitos com a gente.
Além de divertir, só aprendo coisas boas que levo para minha vida.”
Anthonny Gonçalves Silvas - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“A gente coopera sempre. Através dos jogos, conseguimos melhorar isso. Sempre
compartilhamos uns com os outros.”
Daiane Roque da Silva - 15 anos
Núcleo Cruzinhas
“Cada pessoa colabora de acordo com o seu conhecimento. A minha convivência
no projeto é harmoniosa. Sou curiosa e gosto de aprender. Assim, ajudo as
pessoas.”
Juliane Pinheiro de Souza - 06 anos
Núcleo Alfredo Graça
4. Criatividade
Nota: 9,5
As crianças que participam do projeto relatam que ele desenvolve atividades
criativas e inovadoras.
As pinturas com a tinta de terra e as práticas de permacultura demonstram que a
criatividade está sempre presente.
Todas as crianças gostam do jeito diferente que o projeto tem de ensinar as
pessoas a cuidar da Terra, da água e do lixo.
Elas adoram as músicas, todas voltadas para os cuidados com o meio ambiente.
Gostam também dos teatros, que além de divertir, estimulam as pessoas a cuidar
melhor da natureza e do lugar onde vivem.
“Todas as práticas do projeto são muito bonitas. O espiral de ervas chamou
muito a minha atenção, porque é um modelo novo de construir e plantar ervas
medicinais. Gosto muito da inovação que o projeto traz e a maneira de aproveitar
as coisas.”
Franciele Borges do Santos - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“Acho o projeto interessante. Tudo aquilo que é desenvolvido é criativo, desperta
o interesse das pessoas em participar. Com materiais que jogávamos fora, hoje,
as pessoas usam a criatividade e embelezam as nossas casas.”
Franz Marley Lopes - 11 anos
Núcleo Cruzinhas
“Tudo o que o projeto faz é criativo, mas tenho uma grande admiração pela
pintura com a tinta de terra. O que mais me chama a atenção são as cores de
terra lilás e rosa. Fiquei impressionado em saber como a natureza oferece tanta
beleza!”
Peterson Henrique - 11 anos
Núcleo Alfredo Graça
9
5. Dinamismo
Nota: 8,9
Nota-se que a comunidade tem uma grande participação nas atividades do
projeto.
Ela participa das rodas de viola, cinema, teatros, folia, grupos de produção.
Todas as pessoas participam de alguma forma. Elas valorizam o trabalho que é
desenvolvido, porque percebem a transformação e, por isso mesmo, colaboram
com todas as práticas realizadas.
A escola participa do projeto; os professores, juntamente com o grupo de mães,
interagem na construção de saberes construtivos e no aprendizado das crianças.
Depois do projeto, as crianças aprendem a conviver melhor em grupo e expressam
suas ideias com mais facilidade para os demais colegas.
“A comunidade acredita no trabalho desenvolvido. As pessoas já perceberam o
quanto o projeto é importante, pois está nos ajudando a ter uma vida melhor.”
Daiane Roque da Silva - 15 anos
Núcleo Cruzinhas
“O bom é porque todos podem participar e dar sugestões que ajudam o projeto
a ficar cada vez melhor. O projeto está aberto para as trocas, e isso ajuda para
que um aprenda sempre com o outro.”
Peterson Henrique - 11 anos
Núcleo Alfredo Graça
“Minha família participa de todos os acontecimentos na comunidade onde o
projeto está: roda de viola, grupo de produção, folia da água e as brincadeiras.
Quando recebemos visitas, elas trazem alegria, novidades, amizade, sugestões.
As pessoas levam com elas tudo o que aprenderam”
Franciele Borges do Santos - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
6. Eficiência
Nota: 9,3
As crianças relatam que o projeto utiliza bem os recursos que têm na comunidade
para realizar as atividades.
Utiliza materiais como litros descartáveis, saquinhos de leite, pneus e restos de
construção. Com isso, a comunidade está mais limpa e cuidada.
Os saquinhos de leite são utilizados para produção de mudas, que são usadas
no reflorestamento.
O projeto incentiva as pessoas a reciclar e a usar os recursos que a comunidade
oferece, transformando os quintais.
“O projeto aproveita tudo! Recicla o que é jogado fora, como os litros descartáveis,
as latas de óleo e os pedaços de madeira. Aqui em casa, a água da pia não
é desperdiçada. Ela é aproveitada no círculo de bananeira. Tudo tem muita
utilização.”
Anthonny Gonçalves Silvas - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“Nas nossas atividades usamos os materiais da própria natureza ou os materiais
recicláveis como sementes, cipó, garrafas pet, litros de conhaque vazios e jornal.
Com eles fazemos algo bonito e valorizamos o que temos.”
Franz Marley Lopes - 11 anos
Núcleo Alfredo Cruzinhas
“Com certeza, aproveitamos bem os materiais disponíveis para não degradar o
meio ambiente. Aproveitamos as garrafas pet, latas de óleo, pneus. Com isso, a
comunidade está mais limpa. O projeto contribui para uma vida mais saudável,
nos ensinando a ser um grande educador ambiental.”
Peterson Henrique - 11 anos
Núcleo Alfredo Graça
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7. Estética
Nota: 9,6
As práticas desenvolvidas pelo projeto deixam a comunidade mais bonita e
transformada. As pinturas com a tinta de terra embelezam as casas, muros, caixas
e banheiros.
A partir das atividades, a comunidade está mais verde e florida. Os litros
descartáveis coloridos são usados para criar mandalas com rosas e flores.
As hortas, os Quintais Maravilhas, o plantio de árvores, tudo isso deixa o projeto
mais bonito porque está preservando o meio ambiente.
O projeto valoriza a comunidade, utiliza as pequenas coisas que existem,
procurando sempre o modo alternativo para desenvolver as atividades. Todas as
práticas feitas despertam encantamento nas crianças.
“Para mim, a coisa mais bela do projeto é ver a natureza florida e bem cuidada.
Todas as práticas feitas são bonitas e encantadoras. O que nos desperta a
curiosidade é a vontade de aprender cada vez mais.”
Franciele Borges do Santos - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“Acho interessante a facilidade que o projeto tem em pegar o que para muitos
de nós é lixo e fazer enfeites, mandalas e outras coisas tão bonitas. Por causa
disso, temos uma comunidade mais harmoniosa. Tudo melhorou. Temos quintais
embelezados, casas pintadas e pessoas preocupadas com nosso bem-estar.”
Daiane Roque da Silva - 15 anos
Núcleo Cruzinhas
“O projeto é bonito porque motiva as pessoas a reciclar. As mandalas são lindas.
Através do projeto, as pessoas aprendem a diminuir o lixo do quintal, utilizando
os litros como uma forma de embelezar o ambiente.”
Peterson Henrique - 11 anos
Núcleo Alfredo Graça
8. Felicidade
Nota: 8,2
Percebe-se que as crianças são felizes, gostam de participar dos jogos,
brincadeiras, gincana, plantio de mudas.
Participam de tudo que é realizado, pois acreditam que cuidando do meio-
ambiente podem ser mais felizes, melhorando a sua qualidade de vida e saúde.
“Sinto-me cada vez melhor participando da roda. Acredito que cada vez que
participamos, todos nós nos sentimos bem. Juntos, colaboramos para que o
trabalho fique melhor. Já tivemos muitas atividades aqui muito boas, que eu
adoro como o cinema. Pra mim, podia ter todo dia.”
Anthonny Gonçalves Silvas - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“O que me causa mais alegria é apresentar os teatros na roda de viola. Fico feliz
quando levo o meu talento para a praça. Gosto de criar as peças que incentivam
as pessoas a cuidar ainda mais da nossa comunidade.”
Daiane Roque da Silva - 15 anos
Núcleo Cruzinhas
“Estou feliz no projeto. Sinto-me tranquilo e satisfeito. O que me deixa mais feliz é
participar dos eventos, da roda de viola, folia e cinema. Essas atividades envolvem
crianças, adolescentes e idosos. Enfim, toda a comunidade participa.”
Ely Rodrigues Santos - 09 anos
Núcleo Alfredo Graça
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9. Harmonia
Nota: 9,1
As crianças relatam que a partir do trabalho realizado na comunidade,
a convivência das pessoas vem melhorando a cada dia. Elas estão mais
companheiras e comunicativas. Têm uma relação mais afetuosa.
Falam que depois de participarem do projeto, o relacionamento com irmãos,
colegas, melhorou muito. Há mais diálogo e companheirismo.
“A convivência com as pessoas está melhorando. Muita coisa já mudou a partir do
momento em que o trabalho passou a acontecer aqui. As pessoas estão cuidando
mais do rio, mudaram a maneira de pensar e agir uns com os outros e desta
forma a comunidade só tem a ganhar. O respeito é muito importante porque nos
torna mais unidos.”
Franciele Borges do Santos - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“Nossa convivência melhorou depois que usamos os jogos, brincadeiras e rodas
para avaliar o dia. Agora, todos cuidam do “outro”. Falamos o que pensamos,
mas de um jeito que não fere as pessoas.“
Franz Marley Lopes - 11 anos
Núcleo Cruzinhas
“Através do projeto, melhorei a minha comunicação, que antes era tímida. Hoje,
as pessoas adoram o meu jeito extrovertido.”
Juliane Pinheiro de Souza - 06 anos
Núcleo Alfredo Graça
10. Oportunidade
Nota: 9,5
As crianças relatam que através das atividades do projeto, aprenderam a cuidar
do meio ambiente. Além disso, tudo o que aprendem elas repassam para as
famílias como o cuidado com a água e com o lixo.
Elas também aprenderam a utilizar a tinta de terra para fazer pinturas, cartões e
reciclagem de materiais.
Através do projeto, as crianças têm oportunidade de aprender diferentes formas
de cuidar do meio ambiente e do lugar onde vivem.
“Quando crescer, quero ser uma Guardiã das Águas para ajudar ainda mais
minha comunidade. Minha casa está linda! A pintura de tinta de terra foi uma
coisa nova que mudou o quintal de minha casa. Agora, ele está mais bonito.“
Franciele Borges do Santos - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“Eu gostaria de ter a oportunidade de participar do projeto. Não pensando na
bolsa que ele paga, mas desejando sempre aprender as coisas boas que ele
oferece, passando-as adiante para outras pessoas.”
Daiane Roque da Silva - 15 anos
Núcleo Cruzinhas
“O projeto ensinou-me a ser mais comunicativo, a cuidar do meio ambiente e
não jogar lixo no rio. Espero que o projeto continue semeando alegria e que as
pessoas se conscientizem de que cuidar do meio ambiente é um dever de todos
nós.”
Peterson Henrique - 11 anos
Núcleo Alfredo Graça
12
11. Protagonismo
Nota: 8,6
Quando as crianças estão na roda, elas participam de tudo, pois a roda soluciona
os problemas dos mesmos. É nela que tudo se resolve.
As crianças, dia após dia, contribuem com as mudanças feitas na comunidade
depois do projeto. Elas plantam árvores nos quintais, e evitam jogar lixo no rio.
Elas participam das pinturas das caixas, banheiros, valorizam as cores de terra
que são encontradas na comunidade e fazem pinturas diversas.
“Eu ajudo na roda dando opiniões e ouvindo as opiniões dos colegas. Quando
falo, todos escutam. O bom do projeto é que aprendemos a respeitar e preservar
a natureza, que é de nossa responsabilidade cuidar.”
Anthonny Gonçalves Silvas - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
“Se eu cuidar hoje da natureza da comunidade, no futuro, ela ficará melhor ainda
para sobreviver.”
Franz Marley Lopes - 11 anos
Núcleo Cruzinhas
“Sempre participo das atividades do projeto. Gosto de contar histórias. Contei
uma história de Chapeuzinho Vermelho e todos gostaram, aplaudiram-me. Eu
me senti muito confiante!”
Juliane Pinheiro de Souza - 06 anos
Núcleo Alfredo Graça
12. Transformação
Nota: 9,7
Nota-se que a partir das atividades realizadas, as crianças estão mais
comprometidas com os cuidados com o meio ambiente.
O lixo da comunidade foi reduzido e o cuidado com a terra trouxe para os
quintais beleza e aumento da produtividade.
Toda a família cuida do lugar onde vive, preservando rios, nascentes, plantando
árvores, conseguindo, assim, melhor qualidade de vida para as pessoas.
“Meu comportamento em casa é muito cativante e na escola também. Aprendi
a cuidar do meio-ambiente, a fazer mudas que antes eu não sabia. Hoje, eu sei
fazer até plantio de cebolas, pois com a minha participação no projeto tenho
adquirido este conhecimento. A minha mãe elogia essa minha mudança.”
Juliane Pinheiro de Souza - 06 anos
Núcleo Alfredo Graça
“Aqui, houve muitas mudanças depois do projeto. Aprendemos a cuidar do meio
ambiente, reduzimos o lixo da comunidade e voltamos a nos interessar pelos
plantios, que estão dando vida nova para os quintais das nossas casas.”
Claudenilson Coelho dos Santos - 13 anos
Núcleo Cruzinhas
“Depois de participar das atividades do projeto, estou melhor. Aprendi muito com
as brincadeiras. Fiz novas amizades e tudo que conquistei vou levar para minha
vida. Minha casa também mudou bastante. Agora, temos caixa d’água e banheiro
diferente dos normais.”
Franciele Borges do Santos - 11 anos
Núcleo Olinto Ramalho
13
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Comunidade -
1. Apropriação das famílias. Na minha casa não é diferente. Apropriei-me do projeto como
Nota: 8,8 se fizesse parte do grupo e interesso-me por todas as práticas que vêm sendo
desenvolvidas na comunidade.”
As pessoas apropriam bem das atividades do projeto. Elas falam que ele tem Warcizo Jorge dos Santos

provocado melhorias significativas na comunidade. Núcleo Olinto Ramalho

As crianças sentem prazer em participar e levam para casa esse cuidado com o 2. Coerência
meio-ambiente. Incentivam os pais a praticar as ações que promovem melhor Nota: 8,5
qualidade de vida.
Os pais acreditam que o trabalho desenvolvido com as crianças é de fundamental
importância para que elas percebam que podem ajudar a construir um ambiente
Juntos, somam conhecimento, disseminam as práticas e conseguem entender
saudável.
melhor a metodologia que visa cuidar da vida como um todo.

Usam ferramentas que ajudam a incorporar bem a metodologia. E isso está sendo
“As pessoas da comunidade já adotaram um jeito diferente de viver. Elas põem
levado para suas vidas.
em prática os cuidados que contribuem para melhorar o nosso lugar. Estão mais
comprometidas com as ações que resgatam o meio ambiente.”
Cuidam bem da comunidade e estão ajudando a construir um futuro melhor para
Maria Aparecida Lopes Pereira
a sociedade.
Núcleo Cruzinhas

“Não só as crianças incorporam as práticas do projeto, mas toda a comunidade

“Em casa, temos várias mandalas que aprendemos no projeto. Antes não
já aprendeu a ter atitudes simples que ajudam a melhorar nossas vidas.”
produzíamos nada. Agora, temos uma pequena horta que cuidamos sempre
Vanda Maria de Jesus
com biofertilizantes. Hoje, tenho certeza de que cumpro com a troca da moeda
Núcleo Cruzinhas
ambiental e sei da importância de cuidar do meio ambiente todos os dias.”
Luzia Silva “Sempre que as crianças participam de alguma atividade, chegam em casa e
Núcleo Alfredo Graça repassam o que aprenderam. Falam dos plantios, das histórias, das brincadeiras
e das rodas. Acho tudo muito importante porque sei que estão contribuindo para
“Com a presença do projeto na comunidade, a mesma apresentou um o crescimento da comunidade.”
desenvolvimento muito grande. Todos abraçaram a causa com o objetivo de João das Graças Santos
melhoria da mesma, pois todas as práticas estão sendo desenvolvidas nas casas Núcleo Alfredo Graça

15
“O que mais percebo é a união que minhas crianças têm umas com as outras, o
jeito que cada uma expressa o sentimento. Depois do projeto, percebi que cada
criança estava respeitando ainda mais seus colegas e tinha enorme paciência
com eles.”
Verônica Lopes Pereira
Núcleo Olinto Ramalho
3. Cooperação
Nota: 8,7
As pessoas cooperam com o trabalho. Envolvem-se assiduamente e isso traz para
as rodas de conversa a importância de estarem sempre unidos por uma causa.
Cuidam da comunidade com prazer e a troca de experiência acontece em cada
encontro, melhorando o conhecimento e possibilitando crescimento mútuo.
“A maioria da comunidade procura participar das atividades do projeto, usa o
biofertilizante em suas plantas e sempre está envolvida nas oficinas.”
Celso Rodrigues Leite
Núcleo Alfredo Graça
“Damos continuidade às práticas feitas em nossa casa e, quando fazemos
isso, estamos cooperando com nós mesmos, podendo melhorar nosso quintal,
reduzindo o lixo e tendo uma alimentação adequada.”
Marília Guedes Souza
Núcleo Olinto Ramalho
“Eu procuro envolver-me em tudo o que acontece. Gosto das rodas de batuque,
cinema, folias e das atividades cotidianas. Tenho aprendido muito com as pessoas
e sei que ensino um pouco do que sei. Na verdade, para uma comunidade crescer
é preciso que cada um possa doar um pouco de sua sabedoria.”
Valdete Soares Ramos
Núcleo Cruzinhas
4. Criatividade
Nota: 8,7
As famílias afirmam que não sabiam da existência, na própria comunidade, de
tantas alternativas para deixar tudo mais criativo.
Entusiasmam com as pinturas naturais feitas com a terra, os canteiros mandalas,
rodas de viola, jogos ambientais e outras atividades que acontecem no dia a
dia.
“Tudo que o projeto faz é lindo! Acho muito bonito as mandalas que tenho no
meu quintal. Todos que me visitam ficam encantados com o meu quintal, com a
beleza das pinturas com a tinta de terra, o plantio de flores e todas as atividades
feitas com litros descartáveis coloridos.”
Celso Rodrigues Leite
Núcleo Alfredo Graça
“Eu acho criativo o que o projeto faz. Usando o ‘alternativo’, ele consegue
embelezar os espaços. Eu adoro as pinturas com tinta de terra e as práticas
de permacultura. Depois que as utilizei em casa, parece que tudo está mais
aconchegante.”
Evangelista da Silva Santos
Núcleo Cruzinhas
“O projeto trouxe um enorme conhecimento, ensinando como plantar as mudas,
como cuidar da terra sem agredi-la. Além de tudo, outras técnicas estão surgindo
para nós agricultores. Entre elas, destaca-se como fazer um plantio sem causar
tantos danos ao meio ambiente.”
Warcizo Jorge dos Santos
Núcleo Olinto Ramalho
16
5. Dinamismo
Nota: 8,4
Nota-se que a comunidade esta envolvida nas atividades. Os encontros nas casas
das famílias se fortalecem, para que projeto e a comunidade andem juntos,
direcionando as metas propostas.
As famílias ajudam na tomada de decisões. Elas estão mais reflexivas e críticas.
Elas praticam atitudes que geram o crescimento da comunidade.
“A comunidade está sempre presente no que acontece. Há uma parceria positiva
que permite melhores resultados. Nós contribuímos e apoiamos o trabalho e isso
ajuda no crescimento do mesmo.”
Maria Aparecida Lopes Pereira
Núcleo Cruzinhas
“Antes do projeto, tínhamos uma grande quantidade de lixo na comunidade. Mas,
com a ajuda do projeto, conseguimos ter um bom avanço, pois as pessoas estão
mais conscientes. Elas retiram lixo do rio e ajudam a manter a comunidade mais
limpa.”
Luzia Silva
Núcleo Alfredo Graça
“O projeto é de grande importância para nossa comunidade. Ele é tido como
um grande acontecimento. Chegou para trazer o melhor e incentivar as famílias
a resgatar a cultura que estava sendo esquecida, bem como o reaproveitamento
das pequenas coisas que para nós não tinham valor algum.”
Marília Guedes Souza Moreira
Núcleo Olinto Ramalho
6. Eficiência
Nota: 8,8
Percebe- se que as Mães Cuidadoras e os Guardiões das Águas buscam resgatar
os valores existentes para transformá-los em algo palpável. As pessoas reutilizam
os materiais disponíveis nas atividades.
Com isso, não há gastos desnecessários, pois tudo serve para ser usado nas
atividades realizadas.
“As pessoas usam só o que têm na comunidade. Até para as pinturas com tinta
de terra, a cola não é mais usada e sim o grude de goma. Acho interessante a
forma como trabalham, porque quando se pensa em sustentabilidade é preciso
explorar o que se tem no lugar.”
Vanda Maria de Jesus
Comunidade Cruzinhas
“As caixas de captação de água que ganhamos são muito importantes. Elas são
bem utilizadas. Antes não tínhamos nenhum reservatório em casa e precisávamos
descer e subir um morro muito alto para pegar água. Com a caixa, temos água
de qualidade em casa, pois a do rio é muito poluída.”
João das Graças Santos
Núcleo Alfredo Graça
“Tudo que é relacionado ao projeto é muito bem utilizado. As hortas melhoraram
muito depois que usamos os compostos orgânicos. Antes, procurávamos o veneno
para combater as pragas; agora, usamos inseticida caseiro e biofertilizantes. Além
de evitar gastos, estamos melhorando o solo e as plantas.
Verônica Lopes Pereira
Núcleo Olinto Ramalho
17
7. Estética
Nota: 9,3
Tudo que fazem na comunidade é bonito. As pessoas olham e sempre elogiam
a perfeição das práticas desenvolvidas com tinta de terra, litros descartáveis,
mandalas, espirais, rodas de cantoria e outros.
Falam da importância de cuidar da natureza e dizem que isso deixa o trabalho
ainda mais bonito.
Sentem-se bem com as mudanças em casa e nos quintais, pois elas elevam a
auto-estima.
“Tudo que temos desperta curiosidade. As pessoas que vêm nos visitar falam da
beleza das lindas mandalas, com litros coloridos. Sinto-me lisonjeado com as
práticas. Há fotos do meu quintal, espalhadas em vários estados.”
Luzia Silva
Núcleo Alfredo Graça
“Fico encantado com tudo que é feito. O entulho dos quintais vira canteiros para
plantio de ervas e hortaliças. Na verdade, aproveitam tudo e conseguem deixar
bonito.”
Valdete Soares Ramos
Núcleo Cruzinhas
“De todas as práticas que vêm acontecendo, as mais bonitas foram as pinturas
feitas com tinta de terra. Quando chega visita em casa, ela faz questão de frisar
como a mandala é bonita. Logo os visitantes perguntam de que é feita e como
é feita. Quando falo que é pintado com terra, todos admiram. Nunca podia-se
imaginar que, com a terra, se poderia pintar.”
Warcizo Jorge dos Santos
Núcleo Olinto Ramalho
8. Felicidade
Nota: 9,3
Tanto as crianças, quanto os adultos ficam felizes quando participam das
atividades. As pessoas são alegres e gostam do que fazem. Ensinam com prazer
as práticas e têm a felicidade como motivador no seu cotidiano.
Participam dos momentos de descontração e sentem-se felizes em ter o projeto
na comunidade.
Acham divertido participar, entram na roda, contam histórias e sabem que as
pessoas preocupam e levam animação para toda a comunidade.
“Sinto que meu filho está muito satisfeito com o projeto. Ele tem um cuidado
especial com a natureza. Creio que futuramente será um educador ambiental.”
Celso Rodrigues Leite
Núcleo Alfredo Graças
“É divertido participar do trabalho. Perdemos a vergonha, entramos na roda para
dançar, contamos histórias e as pessoas sempre se preocupam em contagiar a
comunidade, levando animação e descontração aos encontros.”
Evangelista da Silva Santos
Comunidade Aferidor
“É sempre uma felicidade para mim, ver o meu filho participando das atividades do
projeto. Ele está aprendendo e procurando entender os cuidados com a natureza.
Futuramente ele e outras crianças irão cuidar do nosso lugar. A participação das
outras famílias é um incentivo para que outras crianças participem também.“
Marília Guedes Souza
Núcleo Olinto Ramalho
18
9. Harmonia valorizam tanto. Vejo muita resistência nas pessoas na hora da aceitação, mas
Nota: 8,5 com uma boa conversa tudo se resolve.”
Warcizo Jorge dos Santos
Através do projeto as crianças ficam mais comunicativas, curiosas e interessadas, Núcleo Olinto Ramalho
elogiam os jogos, as gincanas, rodas de viola. O cinema traz filmes construtivos 10. Oportunidade
e ajuda no aprendizado de cada um. Nota: 9,0

Sempre há mudanças quando estão juntos, as tarefas ficam mais fáceis de serem As Mães Cuidadoras e os Guardiões das Águas desenvolvem um trabalho que
realizadas e os resultados chegam mais rápido. oportuniza melhor conhecimento na vida das crianças.

O projeto está sempre dialogando e isso ajuda as crianças a se relacionarem O trabalho que realizam, no trato com o meio ambiente, é de suma importância
melhor. A convivência fica harmoniosa, e elas ficam mais questionadoras e para a continuidade e trouxe para ela maneiras diferentes de conviver bem com
companheiras. a natureza.

“Quando recebemos as práticas em nossas casas e vemos a roda acontecer, “Com a chegada do projeto na comunidade, tivemos várias oportunidades para
as pessoas avaliando e planejando as atividades, a gente começa a aprender melhoramos nosso conhecimento em relação ao cuidado com a terra. Adquirimos
a organizar nossa vida. Então, o projeto contribui, sim, para melhorar nossa caixa para captar água da chuva, recebemos banheiro seco, que é uma alternativa
convivência no dia a dia.” para se cuidar das fezes, mas que a gente não conhecia. Tudo isso, com o intuito
Maria Aparecida Lopes Pereira de contribuir para uma vida mais saudável.”
Núcleo Cruzinhas Vanda Maria de Jesus
Comunidade Cruzinhas
“Através do projeto, passei a ouvir mais o meu filho e a valorizar as opiniões dele.
Ele sempre me orienta com alguns conhecimentos em relação aos cuidados com “Quem participa das atividades nunca mais é o mesmo. Você sempre fica com
as plantas e com o solo.” algo de bom do projeto.”
João das Graças Santos Luzia Silva
Núcleo Alfredo Graça Núcleo Alfredo Graça

“Quando o trabalho é feito em grupo, surge mais efeito na comunidade. Isso “Ter uma caixa d’ água no meu quintal foi uma oportunidade boa demais. Nós
porque quando é feito individual não se vê muito o resultado e as pessoas não aprendemos como cuidar da água que abastece a casa. Trouxe para nós uma

19
qualidade melhor de vida. Estamos todos contentes.”
Verônica Lopes Pereira
Núcleo Olinto Ramalho
11. Protagonismo
Nota: 8,9
A comunidade contribui com suas experiências, participa das ações e os saberes
das pessoas são usados para ampliar a qualidade do trabalho.
Contudo, juntos conseguem ser críticos, mobilizam grupos e participam dos
desafios que permitem a construção de uma comunidade melhor para se viver.
“Este ano, tivemos boa participação devido aos mutirões para construção dos
banheiros. Os encontros nos fizeram perceber o quanto é importante a ajuda
mútua. O trabalho rende muito mais e um sempre aprende com o outro.”
Valdete Soares Ramos
Núcleo Cruzinhas
“Gosto de dar minha opinião para resolução do que acontece. O grupo me
escuta e sei que estou ajudando a melhorar o trabalho a cada dia.”
João das Graças Santos
Núcleo Alfredo Graça
“Os pais participam de várias maneiras das atividades e dão opiniões. Nós temos
que participar porque tudo de bom está em nossa comunidade; quem tem que
cuidar dela somos nós e o projeto nos dá esta liberdade.”
Marília Guedes Souza
Núcleo Olinto Ramalho
12. Transformação
Nota: 9,9
Houve mudanças na comunidade. As pessoas estão mais conscientes de como
usar a terra, água, banheiro seco, entre outros.
As pessoas chegam e falam das grandes mudanças ocorridas nos últimos tempos.
Sempre há uma prática diferente e correta para se aprender.
Falam que a saúde melhorou, praticam hábitos saudáveis, plantam, aproveitam
a água. Dessa forma, conseguem mudar sua visão de mundo.
“Eu estou vendo muitas mudanças no morro, depois que ele foi restaurado com
as curvas de nível. Antes, as águas da enxurrada desciam, arrastando tudo. Hoje,
as plantas que estão na parte de baixo são de grande utilidade, porque a água
permanece nas valas.”
Celso Rodrigues Leite
Núcleo Alfredo Graças
“Nossa comunidade está transformada. Há muitas plantas nos jardins, as pessoas
produzem mais e estão preocupadas em cuidar do meio ambiente. O que
fazemos agora, talvez não vejamos, mas sabemos que, daqui a alguns anos, a
comunidade estará melhor para se viver.”
Evangelista da Silva Santos
Comunidade Aferidor
“O projeto tem uma influência positiva nas nossas vidas e na dos nossos filhos. Até
a nossa saúde melhorou porque estamos comendo os produtos naturais. Antes se
comprava tudo. Hoje aprendemos a valorizar o que produzimos aqui.”
Verônica Lopes Pereira
Núcleo Olinto Ramalho
20
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Mães Cuidadoras e Guardiões das Águas -
1. Apropriação
Nota: 9,0
Na comunidade, o projeto teve uma boa aceitação por parte das pessoas. As
tecnologias usadas foram sendo incorporadas nos quintais e isso fez com que
mais pessoas se apropriassem do trabalho. A comunidade, ao ver o quanto
é importante ter ações que ajudam no seu desenvolvimento, procura apoiar e
cuidar do lugar onde vive.
“Eu me aproprio das coisas do projeto como se fossem da minha casa. Eu
tenho em casa a mandala, a caixa de captação de água de chuva, o banheiro
compostável e mudas que vêm do Sitio Maravilha. Aprendi a fazer o biofertilizante
e o inseticida. Usei-os na minha plantação de feijão e hortaliças e tive um bom
resultado. Com eles, minha produção aumentou uns 10% (dez por cento). Estou
cuidando da saúde de meus filhos e das pessoas da comunidade, porque não
uso agrotóxico.”
Maria Emilia Alves Matos - Mãe Cuidadora
Núcleo Alfredo Graça
“Sinto-me parte do projeto. Ele me ensinou a cuidar do objetivo da minha
comunidade. Esse projeto tornou-se parte da minha vida, da minha casa e é uma
fonte de renda para minha família. Tive oportunidade de cuidar da água, do lixo,
da natureza em geral, por isso me sinto a dona dele. Quero fazer com que o
projeto cresça, para fazer a diferença.”
Vanessa Souza Ramos - Mãe Cuidadora
Núcleo Olinto Ramalho
“Sinto-me dona do projeto. Ele está em minha comunidade e todos nós somos
beneficiados com ele, independente se ganhamos uma “bolsa” ou não. Com as
práticas em nossos quintais, obtemos renda e adquirimos experiências que nos
ajudam a resgatar o ambiente. Então, o projeto fica em nossas vidas, porque tudo
o que se aprende serve para alguma coisa. Hoje em dia, conseguimos adotar
uma vida mais saudável. Estamos preocupados em ter uma boa alimentação,
porque apropriamos da metodologia.”
Amanda Alves dos Santos - Guardiã das Águas
Núcleo Cruzinhas
2. Coerência
Nota: 9,0
O cuidado com o solo, com as pessoas, todo o contexto só acontece quando o
grupo está afinado, ou seja, o quintal está cuidado, as árvores são plantadas. E
a todo tempo mobilizamos as pessoas neste sentido. Aquilo que é aprendido está
presente em todos os quintais, nas casas, e também no modo como as pessoas
se relacionam e procuram se relacionar.
“Tudo que aprendi em relação ao projeto é de fundamental importância. O
envolvimento com as pessoas da comunidade, as práticas que são trabalhadas e
também a observação da natureza. Os intercâmbios foram muito enriquecedores
no nosso trabalho e foi muito valioso para mim.”
Edna Ramalho Pinheiro - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Olinto Ramalho
“Percebo que as pessoas colocam em prática aquilo que aprendem. Houve
mudança de hábitos entre as famílias que se preocupam, agora, em ter uma
qualidade de vida melhor. Elas cuidam mais dos seus quintais e ensinam os filhos
a cuidar também. Cada vez se interessam mais pelas atividades realizadas.”
João Nenos Ferreira - Guardião das Águas
Núcleo Cruzinhas
“A comunidade coloca em prática tudo que o aprende. As crianças e os
adolescentes são como uma ponte; através deles é que conseguimos conscientizar
os adultos sobre os cuidados com o meio ambiente.”
Sirlene Aparecida Soares - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
22
3. Cooperação
Nota: 9,0
Ao longo do trabalho, as pessoas foram criando uma relação de amizade,
que aumentou no dia a dia do trabalho. Cada grupo é diferente e cada um
tem o seu jeito. O respeito, neste momento, é importante porque ninguém é
igual e as diferenças é que fortalecem os grupos. A união consegue mobilizar a
comunidade.
“Adoro o trabalho em grupo. Ele é de muita importância, pois as pessoas aprendem
a conviver melhor umas com as outras. Quando há trabalho em grupo, logo se
vê pessoas buscando o mesmo objetivo, colaborando no que for possível, dando
opiniões. Procuro sempre estar participando de tudo o que acontece, respeitando
e sendo solidário, reconhecendo os meus erros e tentando, a cada dia, melhorar,
para o trabalho tornar-se ser sempre harmonioso.”
Vanessa Souza Ramos - Mãe Cuidadora
Núcleo Olinto Ramalho
“Não temos por que competir. Trabalhamos sempre pelos mesmos objetivos
dentro da comunidade. Na verdade, um precisa do outro incentivando e
valorizando sempre o potencial que cada um tem. Temos opiniões diferentes, mas
as adequamos para que tudo possa ser usado no nosso trabalho como ponto
positivo, contribuindo sempre para nosso avanço.”
Maria José Lopes - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Na nossa equipe não existe competição. Há muita amizade, respeito e
companheirismo. Entre nós não há necessidade de competir e sim de ensinar, pois
trabalhando em grupo, sempre vencemos os desafios.”
Maria Emilia Alves Matos - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
4. Criatividade
Nota: 9,0
Buscar novas maneiras de trabalho e criar novos jeitos de pintar usando a terra
foi sempre a preocupação das Mães Cuidadoras e dos Guardiões das Águas.
Cada pintura sempre tinha um detalhe novo que enchia os olhos dos moradores.
As mandalas foram um jeito de mostrar para as pessoas que é possível ter
um canteiro diferente, onde se pode produzir alimentos de qualidade, usando
materiais que estão no seu próprio quintal.
“Em cada atividade realizada temos a oportunidade de criar algo novo. Nas
pinturas com tinta de terra há sempre um detalhe diferente. As hortas estão todas
modificadas, mais bonitas com as mandalas. Garrafas pet e litros de conhaque
vazios ganharam espaço para embelezar os jardins. Somos criativos e a cada dia
procuramos criar, usando o que temos disponível no nosso ambiente.“
Maria José Lopes - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Para mim, todas as ações que envolvem o projeto são criativas. O mais
importante é que conseguimos atrair o público com estas ações, principalmente
as crianças, com as estórias, jogos ambientais e todas as questões voltadas para
o meio ambiente.”
Edna Ramalho Pinheiro - Mãe Cuidadora das Água
Núcleo Olinto Ramalho
“Tudo que é produzido é criativo e importante para a transformação da
comunidade. As pinturas com a tinta de terra e as mandalas com os litros
descartáveis ajudam a embelezar.”
Sirlene Aparecida Soares - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
23
5. Dinamismo
Nota: 8,5
A formação das Mães Cuidadoras e dos Guardiões das Águas aconteceu no dia
a dia e nas oficinas que ocorreram no Sítio Maravilha. As experiências vividas
sempre foram de fundamental importância e, a partir das vivências, novas
experiências iam sendo acumuladas e colocadas em prática no trabalho. As mães
sempre procuram resolver, juntas, as dificuldades na roda.
“Como integrante do grupo, tento a cada dia aprender como sair de uma situação
inesperada. Quando recebemos visitas, que são de suma importância para o
nosso crescimento, as recebemos com muito carinho. Trocamos experiências e
isso nos ajuda porque é conhecimento. Aprendi também como são resolvidos os
problemas no grupo. Procuro ser flexível e ficar a par de todos os acontecimentos
dentro do projeto.”
Vanessa Souza Ramos - Mãe Cuidadora
Núcleo Olinto Ramalho
“Ir ao Sitio Maravilha participar do Curso de Agrofloresta ajudou a ampliar minha
formação como Mãe Cuidadora. Aprendi várias formas de cuidar das plantas e
do solo. O curso me fez perceber que eu podia fazer do meu quintal um espaço
sustentável. Hoje, tenho variedade de árvores frutíferas e nativas e sei que em um
espaço pequeno é possível produzir muito.”
Maria José Lopes da Silva - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Os intercâmbios enriquecem nosso trabalho. Através da troca de experiência
entre o que os visitantes trazem para o grupo de Mães e o que aprendem – como
as receitas de biofertilizante e inseticidas - nota-se muito aprendizado.”
Sirlene Aparecida Soares - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
6. Eficiência
Nota: 9,0
As comunidades têm muitos recursos que as pessoas não sabem usar. Mobilizar
as pessoas nesse sentido foi sempre uma preocupação das Mães Cuidadoras.
Então, conseguimos reduzir o lixo construindo de mandalas, jardins, espirais de
ervas, aproveitando todo o material descartável. O conceito de reutilização ficou
incorporado aos grupos e tudo pôde ser aproveitado.
“Usamos os materiais que temos da melhor maneira. Tudo que se encontra
na comunidade serve para usar nas atividades: litros descartáveis, sacolas de
plástico, litros de conhaque, terras coloridas e outros. Evitamos comprar as coisas
e somos eficientes em trabalhar com o que temos.”
João Nenos Ferreira - Guardião das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Sou uma pessoa que procura ser eficiente na medida do possível. Tento ajudar
ao próximo com o meu aprendizado. Passo as informações que me foram
concedidas, aconselhando as pessoas a desperdiçar menos e a aproveitar mais.
Nesse projeto, aprendi a evitar o desperdício. Dificilmente deixamos de realizar
qualquer atividade por falta de material, pois se isso acontecer saberemos resolver
usando os alternativos.”
Vanessa Souza Ramos - Mãe Cuidadora
Núcleo Olinto Ramalho
“No projeto, utilizamos materiais que podem ser reciclados, como garrafas pet,
latas de óleo, telhas, tijolos. Com eles, fazemos mandalas e espirais. O destino
desses materiais, que antes seria o lixo, é transformado em reciclagem para
embelezar os quintais.”
Maria Nilma Esteves - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
24
7. Estética
Nota: 9,0
A partir das ações do projeto, os quintais estão mais bonitos e organizados. As
famílias começaram a planejar melhor o plantio e a dar alimentos para suas
plantas, usando receitas simples de biofertilizantes. As caixas de captação de
água da chuva e os sanitários compostáveis são o cartão postal das casas. Todos
estão pintados com tinta de terra, que dá um visual novo e deixa o quintal mais
bonito.
“Depois do projeto a nossa comunidade está mais bonita, tudo melhorou: as
nossas casas, quintais, a vida das plantas e das pessoas. Hoje as famílias cuidam
do seu lixo e aos poucos melhoram a qualidade de vida. As pinturas com a terra
vêm embelezando ainda mais os espaços e as pessoas gostam tanto, que se
apropriaram bem dessa prática.”
Angélica Alves dos Santos - Guardiã das Águas
Núcleo Cruzinhas
“O que o projeto tem de mais bonito é o cuidado com o meio ambiente. Com
o uso do biofertilizante, estamos produzindo verduras sem agrotóxico e assim
estamos melhorando a nossa qualidade de vida. Aprendemos a cuidar melhor da
terra e dela tiramos o nosso sustento.”
Maria Nilma Esteves - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
“O mais belo é saber que conseguimos diminuir o lixo. A comunidade está muito
mais bonita. Arborizamos os nossos quintais com o plantio de mudas. Com as
pinturas de tinta de terra, nas caixas de captação de água e banheiros, tornamos
os quintais visíveis e diferenciados.”
Edna Ramalho Pinheiro - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Olinto Ramalho
8. Felicidade
Nota: 9,0
A felicidade está nos olhos das pessoas. Isso estimula o grupo a trabalhar cada
vez melhor e a estar sempre com as pessoas. O resgate da cultura ajudou na
mobilização das pessoas, pois elas passaram a apoiar e a participar dos eventos
com muita animação. A maior alegria das famílias é ver a comunidade junta.
Todos unidos, com seus quintais cuidadosos e sempre pensando uns nos outros,
ajudando da melhor maneira possível.
“Temos muitos sonhos a serem realizados e estamos em busca de novas conquistas
para a comunidade. Conquistas que possibilitem a todos viver de maneira que
não agrida a terra, buscando novas alternativas para se viver uma vida saudável
e feliz.”
Edna Ramalho Pinheiro - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Olinto Ramalho
“Sinto-me feliz participando do projeto. Sou uma pessoa realizada com as
experiências que adquiri. Sou capaz de buscar os meus sonhos e percebo o
quanto as pessoas estão mais felizes também. Isso é visível pela forma como elas
se expressam. Estão sempre com sorriso sempre aberto”
Amanda Alves dos Santos
Guardiã das Águas - Núcleo Cruzinhas
“O grupo de Mães Cuidadoras procura realizar atividades que proporcionem
felicidade às pessoas. A cultura local estava adormecida e, através das folias da
água, rodas de viola e cinema itinerante, a comunidade está mais participativa
e alegre.”
Suzana Magalhães - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
25
9. Harmonia
Nota: 8,5
Cada grupo é diferente e são as diferenças que movem e motivam cada Mãe
Cuidadora e Guardião das Águas. Ter uma equipe trabalhando junta contagia as
outras pessoas da comunidade, que sempre estão presentes nas ações e levam
esses conceitos para suas vidas.
“Somos uma equipe unida e isso ajuda a fortalecer o nosso trabalho. Tudo é
resolvido através da roda e, se não houvesse o diálogo e o respeito, não existiriam
tantos avanços na comunidade.”
Angélica Alves dos Santos - Guardiã das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Posso dizer que trabalhar em grupo é bastante harmonioso. Somos unidas e
aprendemos a gostar do jeito de cada um. Não mudaremos ninguém. Convivemos
com as diferenças e com a tolerância. Agimos com muita determinação. Esse jeito
de trabalhar contagia as outras pessoas. Conseguimos nos aproximar delas e
chegar até suas casas para desenvolver o trabalho.”
Vanessa Souza Ramos - Mãe Cuidadora
Núcleo Olinto Ramalho
“O projeto trabalha respeitando as pessoas, suas diferenças e a cultura local. A
participação de cada um é de suma importância. Temos liberdade de expressar
nossos sentimentos e há sempre uma convivência harmoniosa entre a equipe.”
Suzana Magalhães - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Olinto Ramalho
10. Oportunidade
Nota: 9,0
Todas as ações que acontecem nas comunidades são feitas pensando no futuro.
As pessoas têm a oportunidade de conhecer práticas diferentes e pensam em um
ambiente melhor, cuidando da saúde. Os saberes das pessoas foram valorizados
e colocados em prática. Cada um pode mostrar o seu saber e aprender com os
outros.
“Ser uma Mãe Cuidadora foi uma das grandes oportunidades em minha vida.
A ‘bolsa’ que ganho mensalmente ajuda bastante nas despesas de casa. Tenho
um quintal com o kit completo. Dentre todas as práticas, a que mais gostei foi o
banheiro seco, porque a qualidade de vida da minha família melhorou bastante
depois que ele foi implantado. Antes, as fezes ficavam espalhadas em todo o
quintal. Hoje, não vejo mais isso.”
Maria José Lopes da Silva - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Com o projeto aprendi a pensar mais no futuro, nas gerações futuras, nos
nossos netos. Tudo que aprendemos de novo contribui para que, adiante, nossa
comunidade se transforme. As reciclagens, o plantio de mudas, tudo isso fará
uma grande diferença.”
Maria Nilma Esteves - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
“Com o projeto tive a oportunidade de adquirir muitos saberes. Descobri como
reaproveitar, construir mandalas, trabalhar em grupo. Aprendi a controlar o meu
nervosismo, pois hoje tenho muito mais calma com o meu filho. Além disso,
depois que comecei a trabalha r no projeto, dou uma alimentação melhor para
ele.”
Lina Lucia Santos - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Olinto Ramalho
26
11. Protagonismo
Nota: 9,0
As mães conhecem muito a comunidade. Na roda, todos dão as sugestões,
procurando da melhor maneira possível, conseguir atender às necessidades
mútuas. Sempre tem uma pessoa na frente que combina e chama o grupo para
refletir sobre sua prática. Esta discussão fortalece e gera aprendizado nas rodas,
tanto das Mães Cuidadoras e Guardiões das Águas, como também junto às
famílias.
“Quando participamos do que acontece, aprendemos e ensinamos ao mesmo
tempo. O bom do projeto é isso, nos dá espaço para expor nossas ideias,
construindo, juntos, um lugar melhor para se viver. Mas, sempre pensando em
melhorias para todos, é claro!”
Angélica Alves dos Santos - Guardiã das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Na roda, todo o grupo participa das decisões. Isso é importante porque a
equipe está sempre junta e todas as ideias são valorizadas. Com isso, as pessoas
conseguem se expressar melhor, pois sabem que a sua opinião é importante para
a realização do trabalho.”
Sirlene Aparecida Soares - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
“A roda é fundamental para o nosso aprendizado, pois através dela conseguimos
resolver os problemas e realizamos com sucesso nosso trabalho. Estou sempre
opinando, dando sugestões no trabalho e planejando melhor as ações do
grupo. Quando os grupos pensam diferente, surgem bons resultados, novas
atividades.”
Lina Lucia Santos - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Olinto Ramalho
12. Transformação
Nota: 9,5
Os quintais estão se transformando a partir das práticas de permacultura. As
famílias mudaram o jeito de plantar; viram a maneira mais eficiente. Podem
também aproveitar melhor o espaço que têm, economizando água. Dão mais
opiniões e isso acontece dentro de suas casas onde, com diálogo, resolvem
os seus conflitos. As Mães Cuidadoras e os Guardiões das Águas estão mais
valorizados e sentem que o seu papel na comunidade é importante.
“Aprendi a dar valor às coisas simples, a encontrar a felicidade morando aqui, um
lugar distante, mas com enorme potencial para nossa sobrevivência. Tenho um
Quintal Maravilha que me ajuda a ter uma vida bem melhor.”
Maria José Lopes da Silva - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Cruzinhas
“Hoje sou capaz de continuar lutando para que não aconteça tanta agressão
à natureza. Antes, eu não tinha conhecimento disso e hoje tenho. Foi uma total
transformação. Passei a viver com entusiasmo, encontrando palavras de conforto
nas pessoas do grupo, pessoas que de alguma forma conhecem a nossa região
e história do nosso lugar.”
Edna Ramalho Pinheiro - Mãe Cuidadora das Águas
Olinto Ramalho
“Com as práticas de permacultura nos quintais, a comunidade está melhor.
Agora, toda a família aproveita o seu espaço para fazer um canteiro, para plantar
cebola e ervas medicinais. Com o projeto, as pessoas estão plantando mais e
aproveitamento melhor o espaço que têm.”
Maria Emilia Alves - Mãe Cuidadora das Águas
Núcleo Alfredo Graça
27
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Educadores -
1. Apropriação “Todo aprendizado que adquirimos no projeto traz mudanças significativas a
Nota: 9,0 nossa vida. A partir das práticas de permacultura, aprendemos novas formas
de cultivar a terra, cuidando dos recursos hídricos.”
Os educadores atuam no projeto e procuram trazê-lo para o seu cotidiano. Assim, Viviane Neiva
aprendem a praticar ações que contribuem para melhorar a visão de mundo e se Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
tornam mais flexíveis e aptos a fazer mudanças junto da comunidade. O trabalho
em equipe é de suma importância para que esse movimento aconteça. As trocas 2. Coerência
de experiência melhoram o aprendizado e a postura de cada um, possibilitando Nota: 9,0
que, a cada dia, as pessoas possam fazer o diferente.

As reflexões sobre a prática das rodas de conversa e a formação continuada, que

“As mães sempre trabalham visando o melhor do projeto. Cada aprendizado foi acontecem no projeto, permitem grandes descobertas na vida dos educadores.
colocado em prática, para o bem da comunidade e para a melhoria da qualidade O conhecimento adquirido é colocado em prática. A roda é um espaço onde a
de vida de todos. Todas as tecnologias aprendidas são úteis para as pessoas.
equipe busca alternativas para melhorar a conduta no trabalho. Dessa forma,
Como são produtores rurais, tudo é de fundamental importância para suas
as pessoas estão mais comprometidas com as ações realizadas, tornando-se
vidas; o cuidado com o solo, o plantio, isso já faz parte da vida das pessoas que
grandes multiplicadores, juntamente com a comunidade.
aprenderam a valorizar e respeitar o que a comunidade tem.”
Jorge Luiz P. Pinto
“Quando se chega às casas das Mães Cuidadoras, sempre há alguma prática
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
no seu quintal. Caso não tenha, o grupo logo se prontifica a fazer alguma
coisa. Muitos quintais estão mudados, e o grupo discute as melhores formas de
“Atuamos no projeto e procuramos trazê-lo para nosso cotidiano. Tudo o que
aproveitar o lixo, consumir a água, plantar, entre outras coisas. Tudo isso acontece
se aprende enriquece o nosso saber e nos permite aprender a praticar ações
na casa delas, servindo de exemplo para a comunidade. Até o jeito de conversar
que nos tornam pessoas mais flexíveis. O trabalho em equipe ajuda para que
mudou. Quando fazemos as rodas, as mães começam a perceber o quanto é
esse movimento aconteça. As trocas de experiência melhoram nossa visão de
importante planejar e resolver tudo com diálogo e organização. Elas procuram
mundo, nos tornam pessoas mais críticas. A nossa conduta de vida mudou. Isso
levar essas experiências em seu dia a dia, melhorando a convivência com as
nos permitiu a disseminar o que acreditamos e a convencer outras pessoas a se
outras pessoas.”
apropriarem dessa metodologia, que consegue mudar a vida de muita gente.”
Jorge Luiz P. Pinto
Luciana Jardim Prates
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas

29
“Temos uma equipe que busca alternativas para pôr em prática aquilo que está
em nossas metas. Essa pontualidade e compromisso permitiram que as pessoas
absorvessem a aprendizagem, passando-a adiante. As pessoas adotaram uma
nova filosofia de vida, o que permitiu o crescimento de toda a comunidade.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinha
“Uma das maiores conquistas do projeto são os Quintais Maravilha, onde as
famílias praticam o conhecimento adquirido cultivando a terra, utilizando toda a
matéria orgânica, o biofertilizante, o composto e outros. Com essa atitude, elas
conseguem aumentar a produção e ao mesmo tempo melhoram a qualidade de
vida.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
3. Cooperação
Nota: 9,0
No projeto há uma troca constante de saberes. Através de rodas e avaliações,
forma-se um grupo mais unido, valorizando as potencialidades de cada um. As
pessoas se respeitam e se ajudam mutuamente.
“O tempo que as mães ficaram juntas foi um período de aprendizado mútuo.
Nenhuma é igual à outra. São cabeças diferentes que se juntaram e deram certo.
Isso refletiu de maneira muito positiva no trabalho, pois a partir das conversas,
as mães conseguiram envolver outras pessoas no trabalho, tanto nos encontros,
como no trabalho direto nos quintais das casas. Foi importantíssima a ajuda de
todos para garantir o andamento do projeto. O trabalho em grupo fortaleceu as
ações e as mães conseguiram grandes avanços dentro da comunidade.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“As conquistas alcançadas durante todo o ano se evidenciam no trabalho em
equipe. Juntos, conseguimos proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas.
O trabalho criou base e fortaleceu o grupo, dando autonomia às pessoas para
mostrar à comunidade a importância da parceria. Com isso, percebe-se o quanto
as pessoas desejam ajudar. Tudo aquilo que concretizaram juntos permitiu esse
espírito de coletividade. Um sempre coopera com o outro.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“O trabalho realizado é sempre feito pensando no grupo, que compartilha ideias
e aprendizado. Tudo isso fortalece nossa equipe ainda mais.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
4. Criatividade
Nota: 9,0
A utilização de materiais alternativos ajuda a reduzir o lixo e deixa o projeto mais
interessante. Os jogos voltados para o cuidado com o meio ambiente demonstram
a capacidade que o grupo tem de criar. Esses jogos também evidenciam como os
grupos usam a criatividade para incentivar a participação das pessoas, visando a
formação de novas possibilidades de aprendizado, com alternativas existentes na
própria comunidade.
“O trabalho com permacultura é desafiador e, ao mesmo tempo, exige muito
da criatividade das pessoas. As Mães Cuidadoras sempre se preocuparam em
fazer um planejamento dos quintais. A intenção era chamar a atenção para a
sua construção, evidenciando a organização e maneira como os canteiros eram
feitos. Outra preocupação é em relação às pinturas. Nenhuma pintura é igual a
30
outra. A busca de inovação acontece constantemente e motiva o grupo a sempre
buscar novas alternativas.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“Procuramos usar o que temos na comunidade para tornar o projeto mais
interessante. Buscando alternativas, conseguimos inová-lo. As pessoas falam
que o projeto é diferente, pois temos facilidade em usar nossa criatividade na
realização das ações. Cada um tem sua potencialidade para inventar algo novo
e ela é multiplicada nas casas das famílias e na comunidade.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“A pintura com a tinta de terra foi algo que chamou a atenção das pessoas. A
cada dia surge uma nova ideia, que deixa as casas, banheiros e caixas mais
bonitos.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
5. Dinamismo
Nota: 8,5
Para os educadores, as visitas e os intercâmbios são muito importantes, pois são
frequentes e trazem novos conhecimentos que enriquecem o trabalho. Há um
grande envolvimento do projeto com a comunidade. As rodas de viola, folias,
teatros, cinema e grupos de produção contam com a participação das famílias,
que estão sempre envolvidas nas atividades do momento. As parcerias com
entidades locais foram muito importantes para a troca de experiências. Elas
contribuíram de forma significativa com o trabalho realizado.
“No núcleo Olinto Ramalho, procuramos envolver as famílias nos encontros
comunitários. Ao longo do projeto, nós conseguimos ter uma média de 25 (vinte
e cinco) pessoas. Cada encontro foi um aprendizado. Fizemos muitas receitas e a
preferida da maioria foi a de sabão caseiro, devido à sua utilidade. O encontro
é só um pretexto para trabalhar outras questões importantes como saúde, bem-
estar, envolvimento dos grupos. A maneira como o trabalho acontece facilita o
envolvimento das famílias e as trocas de experiências.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“O envolvimento com outras entidades e parcerias é de fundamental importância
para a expansão do trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Associar
e a comunidade foram assíduos no decorrer do ano. Isso fortaleceu o trabalho
de campo, pois juntos criamos estratégias para consolidar as ações propostas.
Estamos sempre abertos a essas trocas, porque isso permite continuidade no
trabalho desenvolvido.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“Os intercâmbios enriquecem o trabalho porque há uma troca de saberes. A cada
visita aprendemos algo novo.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
6. Eficiência
Nota: 9,0
Todas as atividades são realizadas com recursos da própria comunidade. O
alternativo é usado nas práticas de permacultura, sempre se valorizando as ações
31
sustentáveis. Através desse processo de reaproveitamento, as pessoas passaram 7. Estética
a perceber a potencialidade do lugar e assim ajudam no desenvolvimento do Nota: 9,0
projeto e da comunidade.
Percebe-se que a beleza está sempre presente no dia a dia do projeto. Isso
“O trabalho do projeto consegue envolver muitas pessoas, tanto no dia a dia contribui constantemente para melhorar a auto-estima das pessoas envolvidas, e
como também nas rodas de viola e folia da água. Todas essas ações procuraram principalmente, incentiva participação e o bem-estar da comunidade. As pinturas
discutir o cuidado com o solo e com a água, a importância de se fazer o plantio de com a tinta de terra, os jardins e o plantio nos quintais deixam a comunidade
árvores e a participação comunitária nas ações sustentáveis. Para cada demanda mais bonita, porque todas as ações desenvolvidas estimulam o cuidado com o
que aparece, discutimos, na roda, a melhor maneira de atendê-la. Isso agiliza meio ambiente.
o projeto e todo mundo fica sabendo o que vamos fazer. Juntos, procuramos as
soluções.”
“Nós procuramos fazer o trabalho de tal maneira, que as pessoas chegam e
Jorge Luiz P. Pinto
ficam impressionadas. Exemplo disso foram as mandalas que fizemos no Quintal
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
Maravilha de Seu Duca. Todas as pessoas que chegam às casas ficam encantadas
com a beleza das hortaliças nos canteiros. Esta beleza é acompanhada de muito
“Todas as atividades realizadas são com recursos da própria comunidade. Através
sabor e aromas deliciosos.”
do processo de reaproveitamento do que a comunidade possui, as pessoas
Jorge Luiz P. Pinto
passaram a perceber quanta potencialidade tem o lugar onde vivem. A partir
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
de então, passam a ajudar no desenvolvimento do projeto e da comunidade.
Procuramos não comprar materiais. Incentivamos a sustentabilidade e a qualidade
“A beleza de tudo o que a gente faz contribui constantemente para melhorar o
de vida. Fazer uso do que se tem em cada lugar favorece isso.”
bem-estar a auto-estima das pessoas participantes. As Mães Cuidadoras e os
Luciana Jardim Prates
Guardiões das Águas ficam entusiasmados quando realizam as práticas e a
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
comunidade sempre elogia o trabalho diferente e bem feito. As pinturas com

“Através das práticas de permacultura, as famílias passaram a reaproveitar melhor a tinta de terra têm causado impactos positivos. As cores vivas são tiradas da

tudo o que se tem na comunidade, como as frutas e folhas. Conseguiu-se produzir natureza e embelezam as casas, banheiros e outros espaços na comunidade.

de forma correta, utilizando o biofertilizante e a adubação orgânica.” Com isso, a cada dia, ela fica mais bonita, usando somente o alternativo.”

Viviane Neiva Luciana Jardim Prates

Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça Coordenadora do Núcleo Cruzinhas

32
“As mandalas feitas nos quintais das famílias deixam os espaços mais bonitos.
Todas as pessoas que chegam às casas ficam encantadas com a beleza das
hortaliças, plantadas nos canteiros.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
8. Felicidade
Nota: 9,0
A felicidade é evidenciada no nosso dia a dia. Somos felizes porque fazemos o
que gostamos. O projeto faz parte da nossa vida e isso faz com que nos sintamos
bem ao atuar nele.
“Não há nada que pague o quanto nos sentimos bem ao chegarmos numa casa
cujo quintal está verde e as mandalas estão produzindo comida. Vemos nos olhos
das mães, a alegria de um trabalho bem realizado. Todas as ações trazem muita
alegria. Não existe tristeza. Quando se fala em cuidar da terra, da água, todos
mostram um sorriso no rosto, pois sabem da importância desses elementos para
nossa sobrevivência.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“Preocupamos em dividir esses momentos felizes com toda a comunidade. Os
eventos realizados acontecem também com esse intuito. Estamos sempre em
busca de melhorias, para que a nossa felicidade possa nos motivar a alcançar
nossos objetivos.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“Sou feliz com o trabalho que realizo. Acredito nas transformações que o projeto
traz para a vida das pessoas, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de
vida.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
9. Harmonia
Nota: 9,0
A cada dia, o grupo de Mães Cuidadoras e Guardiões das Águas fortalecem a
união existente entre eles. O reflexo desta aproximação é o pilar que sustenta
o trabalho na comunidade. Essa relação harmoniosa contribui diretamente nas
ações e contagia as outras pessoas da comunidade; uma está sempre próxima
da outra.
“Discutir o significado do ‘respeito’ com as crianças é muito importante, ainda
mais quando se trata de respeito para com a natureza. Durante o nosso período
de atuação na comunidade, o trabalho com elas sempre esteve voltado para
a proteção ao meio ambiente. O melhor cenário para isso foram os próprios
quintais. Neles aprendemos muito e ensinamos também.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“A convivência entre as pessoas é harmoniosa. O respeito pelo outro e o diálogo
sempre contribuem para nos tornar mais reflexivos. Aos poucos, fomos aprendendo
que é preciso saber lidar com as diferenças de cada um. E, através das formações
continuadas, as pessoas foram se conhecendo melhor. Isso contribuiu para a
formação de uma equipe mais dinâmica. É evidente que essa relação sólida está
conseguindo elevar o desenvolvimento do projeto e o crescimento interno de
quem participa.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
33
“A convivência é harmoniosa. As reuniões e os encontros realizados fazem
com que o grupo reflita sobre a prática. As rodas de conversa, dinâmicas e
brincadeiras aproximam mais os integrantes da equipe, o que é muito importante.
Essa aproximação é fundamental, pois a relação entre as pessoas contribui de
forma significativa para alcançarmos bons resultados no trabalho. A equipe está
comprometida com o trabalho e todos procuram contribuir uns com os grupos,
superando as dificuldades.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
10. Oportunidade
Nota: 9,0
Cada pessoa envolvida no projeto carrega consigo experiências de vida que
ajudam no dia a dia do nosso trabalho. A partir do projeto, muitas tecnologias
foram aprendidas.
“Ao longo do projeto, as mães aprenderam várias tecnologias de manejo com
a terra, cuidado com a água e maneiras para aproveitar melhor os recursos
disponíveis que existem na comunidade. O esforço em aprender e levar mais
conhecimento para suas comunidades também demonstra que os participantes
não perdem a oportunidade de aprendizado que têm.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“O bom de fazer parte do projeto é que sempre existem oportunidades que nos
ajudam a crescer como pessoa. Acho que ele nos incentiva a buscar os nossos
sonhos, a acreditar na nossa capacidade e conseguir mudar nossa vida. As
pessoas sempre procuram aproveitar o que aprendem, pois é uma forma de
adquirir experiência e absorver saberes.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“O projeto sempre oferece oportunidades para as pessoas. Dá-nos a chance de
estar sempre aprendendo. Os cursos e formações que são oferecidas contribuem
de forma significativa com o trabalho. Através dos intercâmbios que acontecem
adquirirmos novos conhecimentos, que contribuem para a formação profissional
e para a vida. A partir das experiências vivenciadas no trabalho temos um novo
olhar sobre a realidade. Durante esse ano, tivemos cursos como Agrofloresta e
‘Casa Saudável’. Todo o aprendizado adquirido foi levado para as famílias que
incorporaram o que aprenderam, adquirindo hábitos mais saudáveis, melhorando
a qualidade de vida.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
11. Protagonismo
Nota: 9,0
Avaliar e planejar os cuidados com a comunidade é preocupação dos educadores.
A partir das dificuldades, as pessoas tiveram o seu poder de liderança despertado,
diante da comunidade. Cada um contribui do seu jeito, procurando soluções
criativas e inovadoras a partir de suas experiências.
“Quando o trabalho acontece em grupo, as decisões são tomadas coletivamente.
Isso fortalece a equipe, que se tornou liderança na comunidade e sempre está
à frente de ações voltadas para a coletividade. As discussões e o processo de
avaliação dos trabalhos contribuem para a formação de lideranças que mudam
a realidade de onde moram.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
34
“Temos a roda que nos ajuda a tomar nossas decisões com flexibilidade e
participação das ideias coletivas. As sugestões são valorizadas e isso ajuda a
resolver as situações com toda a equipe. Quando isso acontece, temos pessoas
comprometidas e com autonomia para definir e pôr em prática as prioridades.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“O projeto estimula a participação das pessoas. A roda é um momento para
refletir e dialogar. A opinião de todos é valorizada e com isso o grupo busca a
melhor forma para alcançar os objetivos. A roda é sempre um instrumento para
trabalharmos o protagonismo das pessoas e é o local para decidirmos assuntos
relacionados ao trabalho. Nela, todos podem dar a sua contribuição para que
decisões sejam tomadas conjuntamente.”
Viviane Neiva
Coordenadora Núcleo Alfredo Graça
12. Transformação
Nota: 10,0
A partir das discussões, nas rodas, com as famílias, conseguimos pensar em
melhorias e em ações transformadoras do cotidiano. Cada equipe procura fazer de
seu lugar um novo espaço, onde cada um se preocupa com o outro e com o meio
ambiente. Percebemos o resultado disso nos quintais cuidadosos, na produção de
alimentos, na água de boa qualidade e no envolvimento comunitário.
“O projeto tem contribuído de maneira significativa na vida das pessoas. Uma das
grandes transformações foi no jeito de se falar, no jeito de ser mais carinhoso,
atencioso, calmo, enfim, no jeito de se trabalhar em grupo. Tudo aprendido
transforma o convívio, deixando-o melhor. As Mães têm um momento do seu dia
para fazer a diferença, para mudar a comunidade para melhor. As mudanças
acontecidas na comunidade, os quintais bonitos, a discussão sobre cuidado com
o rio, toda essa consciência ambiental, foi fruto de um trabalho de mudanças
internas, provocadas no dia a dia dessas mulheres.”
Jorge Luiz P. Pinto
Coordenador do Núcleo Olinto Ramalho
“As mudanças são notáveis. O projeto faz com que as transformações aconteçam
constantemente. Tanto a comunidade, quanto as pessoas mudaram para
melhor. Isso foi observado nas atitudes do dia a dia. As pessoas buscam formas
diferenciadas para viver, conseguem traçar metas que se concretizam.”
Luciana Jardim Prates
Coordenadora do Núcleo Cruzinhas
“Todo o trabalho desenvolvido tem como objetivo a transformação. Participando
do projeto, percebemos mudanças significativas na vida das pessoas. A partir do
que aprenderam, transformaram suas casas, seus quintais e a comunidade como
um todo. Com o trabalho realizado, a comunidade está transformada. Através das
práticas de permacultura, aprendemos a cuidar da terra e dos recursos hídricos.
Os quintais estão mais bonitos, com uma grande diversidade de produção.
Com o aumento da produtividade, as famílias começam a ter maior satisfação
econômica, pois começam a vender a sua produção. Todos aprenderam a
valorizar mais o lugar onde vivem, enxergando suas potencialidades.”
Viviane Neiva
Coordenadora do Núcleo Alfredo Graça
35
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Resultados -
 Crianças

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

37
 Comunidade

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

38
 Mães Cuidadoras e Guardiões das Águas

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

39
 Educadores

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

40
 Média Total

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O IQP é constituído pela avaliação de 12 índices. Para cada índice específico foram utilizadas, em média, 5 questões. A pontuação está apresentada na escala de 0 a 10

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