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Brainstorm 12.08.

2010
Valentin

1. O que é “oficina” para os alunos?


Pensamos em como é a visão dos próprios alunos da oficina. No caso
específico dos alunos da EPSJV e seu diferencial em relação a outras escolas de
ensino médio, a cooperação na formulação da oficina seria algo muito útil. Régis
relatou sua experiência de oficinas em escolas de ensino médio e como alunos
tinham se candidatado para serem oficineiros. A dimensão da multiplicação é
importante no sentido de que os efeitos da intervenção não se restrinjam ao
público que freqüentou as intervenções, mas que se espalhe através do mesmo.
1.1- Multiplicadores: maneira estruturada (Como?)

2. O objetivo da intervenção: redução do estigma ao usuário de álcool e outras


drogas
Ao delimitarmos o objetivo da intervenção, algumas coisas ficaram mais
claras. Tratar do estigma é algo muito difícil, seja por sua inerente força ou por
ser compreendido como algo que não pode ou deve ser modificado, mas
delimitamos que a intervenção não é prevenção. Não é prevenção posto que:
- Não se trata do que poderá ser, mas do que já é;
- As drogas fazem parte da nossa vida cultural. Seu consumo por si
próprio não é necessariamente prejudicial. A abstinência não é uma
bandeira nossa;
- Informação não é prevenção. A questão não é saber;
- Entendemos que o discurso moral esvazia o debate;
Por fim, a formulação da intervenção requer que princípios básicos sejam
estabelecidos. O objetivo da intervenção, ou seja, a redução do estigma ao
usuário de álcool e outras drogas possui como intenção possibilitar o acesso à
saúde. Por essa razão, o termo acesso adquire importância capital. A prevenção
antecede o risco e a periculosidade, propondo uma distância segura. A fim de
promover o acesso, precisamos primeiramente acessar o tema.

3. Material de Apoio
Em nossa intervenção contaremos com um material de apoio. O formato
é de uma revista de linguagem leve, interessante e “jovem”. Essa caracterização
é no sentido de capturar a atenção do adolescente, incentivando sua leitura,
debate e posterior transmissão. A participação dos adolescentes na oficina é
voluntária, mas isto não significa sua eficácia. Pensamos em entrevistas e
matérias. A influência da mídia é muito forte, então avaliamos o uso de 2
matérias sobre uso de drogas, mas que tenham enfoques antagônicos. Usaríamos
essa diferença como material de discussão. A formatação da revista deve atender
aos requisitos acima mencionados. A criação de um LOGO para a revista e para
a intervenção também se faz necessária.

4. Discussão sobre criminalização da pobreza=estigma


Durante o percurso de seminários e pesquisas, avaliou-se que não existe
estigma isolado, mas que este compõem todo um conjunto de fatores e condições
implicadores de outros estigmas. Aglutinando essa percepção com a realidade
social da cidade do Rio de Janeiro, o fator de criminalização da pobreza anda ao
lado da discussão de drogas, segurança social e saúde. Essa “tríade temática”
abarca tanto a juventude, uma vez que é a faixa etária mais afetada, quanto a
mídia, que identifica como a fonte do problema os bolsões de pobreza
dominados pelo tráfico, tão marcantes na geopolítica da cidade. A possibilidade
de trazer esta discussão para realidades sócio-econômicas diferentes (escolas
públicas e privadas) muito nos interessa. Aliás, o que essa diferença radical pode
revelar semelhanças? (Documentário: “Pro dia nascer feliz...”)

5. Possíveis fontes bibliográficas e recursos audiovisuais


1. Livro “Nem soldados, nem inocentes” (Lido por Clarisse, Valentin lendo)
2. Matéria do Marco Aurélio na POLI-DROGAS (Revista)
3. Campanhas (vídeo) da UNODOC (Presentes no blog)
4. Documentário: “Pro dia nascer feliz...” (Gisele está com o DVD, assistido)

POSSIVEIS TEMAS PARA DISCUSSÃO

 Violência estrutural – exclusão dos processos econômicos e ausência do estado


em fornecer infra-estrutura necessária para o desenvolvimento dos jovens pobres
cria um vácuo que os deixa suscetíveis à ação de agentes oportunistas
(ex.tráfico)
 A exclusão dos processos produtivo-consumidores não significa que optarão por
“soluções marginais” para obter essa inserção (número de pessoas que se
envolvem com o crime em relação à população total das comunidades
empobrecidas é pequena)
 Saber que a decisão de entrar para o tráfico não é uma solução vista por eles
como fácil, nem significa a solução imediata de seus problemas. Permanecem as
questões pertinentes a essa fase da vida e somam-se as decorrentes da sua
inserção na criminalidade
 Influência da mídia: principal veículo disseminador do retrato do jovem
criminoso (não branco, morador de comunidade carente, que não estuda nem
trabalha)
 Diferença no tratamento dado aos jovens envolvidos com drogas. Jovens pobres
(medidas repressivas/sanções judicial), jovens de classe média (tratamento
médico e psicológico)
 A sua inclusão na estrutura do tráfico acarreta problemas na saúde desses jovens,
decorrente do consumo das drogas e da extrema violência que caracteriza essa
atividade. Número muito elevado de homicídios
 Os problemas perpassam a vida dos diretamente envolvidos, acarretam
dificuldades para a sociedade de forma geral. Os moradores das comunidades
carentes são estigmatizados, são obrigados ao convívio com o crime organizado,
os moradores do “asfalto” tem de desenvolver estratégia de convívio com a
violência, medo, estresse, raiva, são ponto que influenciam na saúde dessas
pessoas.

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