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Dados Pessoais
- Reprodução da demarcação etária adotada pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (12 aos 18 anos)
- 90% dos jovens são do gênero masculino
- Número de mulheres cresceu nos últimos 05 anos, porém ainda são menos freqüente
e geralmente suas participação é mediada pela influência masculina (namorados,
irmãos)
- Forte influência paternalista e machista, o que pode ser entendida com uma forma de
barrar a participação das mulheres no tráfico pela visão de serem mais fracas, mas
também há uma grande preocupação com suas mulheres (mães, irmãs)
-Relação étnica = grande maioria de não brancos, oriunda das populações mais
pauperizadas (não se deve reduzir esse dado à relação etnia = pobreza= criminalidade)
Condições de Moradia
- Todos residem em áreas urbanas
- Contradição = a maioria diz residir em casa própria (sua ou de familiares) não
significa que possuem condições materiais favoráveis nesse campo e sim que a posse
física não corresponde à posse jurídica
- Habitações precárias em bairros periféricos
- Resignação com a situação de moradia, falta de perspectiva
- Falta de atuação do poder público sobressai no discurso quando falam do que não
gostam nas suas comunidades
Educação e Trabalho
- Nenhum dos 88 jovens entrevistados se enquadra nos parâmetros estabelecidos
pelo Ministério da Educação. Enorme defasagem na relação idade-série, com
intervalos de estudo que variam de 03 a 12 anos
- Relação idade-série serve de indicador de repetência e evasão escolar (fracasso
escolar)
- 5º série é um dos principais pontos estranguladores da rede pública
- 25 dos jovens começaram a trabalhar entre os 7 e 12 anos (ilegalidade trabalho
infantil)
- Problemas em arrumar emprego agravado por terem passado pelo sistema
socioeducativo
- 04 jovens declararam que “trabalhavam” no tráfico
- Vulnerabilidade social e pessoal: pouco estudo, múltiplas reprovações, defasagem
educacional, cursos profissionalizantes que não surtiram efeito, histórico de trabalho
infantil, baixa remuneração, exclusão dos direitos trabalhistas, seqüência de
negativa afetando a auto-estima desses jovens e mostrando o descaso do poder
público
Convivência familiar
- Extrapola a relação “mãe-pai-filho” para abranger todas as pessoas que convivam
no domicílio
- Residem com um número consideravelmente alto de pessoas (apenas 21
vivenciam o tripé “mãe-pai-irmãos”)
- Elevado número de separações evidenciadas pelas composições familiares
freqüentes: mãe/irmã, mãe/padrasto/irmão, mãe/avô/tio
- Maioria das pessoas do convívio tem grau de consangüinidade
- No primeiro momento da entrevista a maior parte das respostas foram positivas
quanto à relação que tem com as pessoas com quem moram. Quando se aprofundam
as perguntas revelam os conflitos existentes, críticas acirradas aos pais
- Não fazem muitas atividades de lazer junto as familiares. Mais citadas foram:
assistir tv, fazer compras e ir a igreja. Não fazem muitos programas devido aos
problemas financeiros e o distanciamento dos familiares
- Mãe e irmãos são os familiares com quem esses jovens mais gostam de conversar
(questões afetivo-sexuais, preocupação com o futuro e formas de lazer)
- Citam o resgate do relacionamento familiar como um dos fatores mais importante
para retirar o jovem do tráfico ou impedir seu ingresso
Lazer e Cultura
- Formas de divertimento mais freqüente: ir ao baile, pagode, futebol, soltar pipa,
praia, namorar e ficar (atividades pouco dispendiosas)
- Revelam a vontade de ir a shopping, bares, fazer compras e acusam a falta de
recursos financeiros como obstáculo a esses divertimentos
3. A vida no tráfico
Cotidianos de uma sociedade que não se reconhece
Dentre os aspectos que caracterizam a vida dos jovens atendidos pelo SAP, os que
dizem respeito à saúde são provavelmente os que despertam menos debates e polemicas,
são negligenciadas pelos jovens e por segmentos da sociedade.
Morbi-mortalidades
-Nos anos 90 mortes por causas externas assume o segundo lugar entre a
população de 10 a 19 anos (crescimento no número de homicídios)
-Tem um estilo de vida estressante
-Sofrem devido a um isolamento social (são temidos dentro de suas comunidades
e não podem se relacionar com determinadas pessoas devido à divisão em facções
criminosas)
Morbi-mortalidade na sociedade
- Mudança na rotina dos cidadãos que ocasionam estresse e frustrações, medo,
estratégia para fugir da violência
- Por em casos o consumidor pertencer a mesma classe social (classe media) os
vendedores são culpabilizados
Necessário fugir dos determinismos sociais para explicas escolhas que dizer respeito
à subjetividade humana, mesmo tendo maior visibilidade os fatores socioestruturais
em eu os jovens estão inseridos.