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Ontologia e Metafisica 1—O problema As palavras Ontologia e Metafisica suscitaram sempre na histéria da filosofia muitos problemas e hoje andam no vocabu- Iério filos6fieo envoitas em penumbra. Sio Ontologia e Metafisiea @ mesma ciéncia? Se sim, que significa a distingéo dos nomes? Se nao, qual a diferenca entre ambas? Podera fazer-se uma Onto- logia que nao seja Metafisica ou uma Metafisica que nio seja Ontologia? Que sentido tem falar duma Ontologia geral? Pode 4 Ontologia ser regional como Ontologia? Qual o objecto da Meta- fisica geral e em que sentido se fala de Metafisicas especiais? Quais os nexes que as prendem entre si? Em suma, que é Onto- logia e que é Metafisica? Todas estas interrogagées tocam pontos essenciais e atingem a esséneia mesma da filosofia, porque a filosofia se apresentou sempre, e sobretudo hoje, ou como Ontologia e Metafisiea, ou como Ontologia ou Metafisica. As paginas que se seguem nao querem responder ordenada- mente a todas as questées propostas, querem apenas situar 0 pro- blema tal como nos surge naiguns dos aspectos inais caracteris- ticos do pensamento contemporaneo e abrir, na linha da tradicio clissica em que toda a filosofia se inspira, um caminho que ofe- reca possibilidade de valorizar todas as perspectivas. Aristételes e Kant estéo na base dos movimentos ontoligices e metafisicos que na actualidade se debatem, ¢ na base da concepgio sobre a natureza das respectivas ciéncias: Ontologia e Metafisica, 2 — Historia e significagao das palavras 0 vordbulo Metafisica parece ter estado j4 em uso na Escola Peripatétiea para designar o conteiido da obra de Aristételes assim intitulada. Nao tem fundamento absolutamente seguro a tnadigiio, ti) 32 REVISTA PORTUGUESA DE FILOSOFIA comum nos manuais de histéria da filosafia, que atribui a origem do titulo Metafisica a impossibilidade em que se viu, no séc. I a. C., © editor das obras de Aristételes, Andrénico de Rodes, de situar estes livros no conjunto do Corpus Aristotelicum. Assim, Meta- fisica significaria apenas o mimera de ordem da edigdo: «depois dos fisicosa, «pera 74 zv7md >, Investigagées recentes contestam esta tradi¢io ¢ atribuem 20 vocébulo, desde o inicio, um contetdo real e problematico (*). ‘Uma primeira orientagio para descobritmos 0 que é a Meta- jen encontramo-la na estrutura da palavra. Metafisica com- pée-se de dois voedbulos gregos Meri @ za, de ric que signi- fica natureza, Os medievais quando lstinizavam a palavra diziam Transphysica, Metafisiea é 0 que esta para além da Phusis, da natureza, A Phusis grega designa o que nasce e morre, o que aparece e desaparece, 0 que est sujeito & mudanca. A ciéncia estudava os objectos mundanos da experiéncia sujeitos 4 matéria e ao movimento. A Metafisica estudaria o ser néo- -efisicor, isto é eterno, imével, necessirio, Por agora, baste-nos este sentido geral e ainda vago. © voeébulo Ontologia aparece no século XVII, fixa-se defini- tivamente e vulgariza-se com a obra de Wolff, Philosophia prima sive Ontologia. R. Goclenius no seu Lexicon Phitosophicum, Fran- coforti 1613, parece ter sido o primeiro a usar a palavra Ontologia mas sem consequéncias; os voeéibulos equivalentes de ontologia ® ontosophia aparecem em A. Calovius (1636) e om J. Caramuel de Lobkowitz (1642), em Clauberg (1647), Micraelius (1653), #. Chauvin (1692), ete. (7). Também o termo Ontologia se compée de dais vocébulos: & e 4370:; & pois, o tratado do ser. Os autores do século XVII buscavam nao 66 uma palavra nova, mas lutavam por fixar uma terminologia que correspondesse aos novos problemas filoséficos () Hans Reiner, Die Entslchung und wrspriingliche Bedeutung des Namens Metapkysik, em Zeitschrift {Ur philsophische Forschung», 8 (1954) 210-287; NL, Die Entstehung der Lehre vom bibliathekarischen Ursprung des Namens Metaphysik, ibid., 9 (1955) 77-99; Cfr. Coreth, E., Metaphysik, 2. Auf, 1964, p. 77 ©) Chr. José Ferrater Mora, On the early history of +Ontology» em «Philosophy and Phenomenological Research, 24 (1963) 36-475 J, Beale, Intrddugio a Christian Wolff, Gesammelte Werke, 1 Abt, Lateinische Schriften, Bank 3, Geog Olms, Hildesheim, 1962. @ OELESTINO PIRES — ONTOLOGIA E METAFISICA 33 e que, de algum modo, distinguisse a Ontologia da Metafisica, Ontologia equivalia, para eles, & filosofia primeira de Aristételes, embora a coincidéncia perfeita entre a Ontologia setecentista e a filosofia primeira aristotélica esteja longe da realidade historica. 56 um século dapois do aparecimento da palavra é que Wolff fixou a sistematizacgio das disciplinas filoséficas que # prépria Esco- listica, em parte inconsciente das prafundas transformagdes safri- das, aceitou, A Ontologia veio a coincidir com a Metafisica geral. A esta opunham-se as Metafisicas especiais com trés ramos: Cos- mologia, Psicologia, e Teologia Natural. Esta divisio da Meta- fisiea especial, originada pela Instauratio magna Seientiarem de Franciseo Bacon que dividia a filosofia em trés partes (Deus, Natureza, Homem), conserva-se em Kant nas trés ideias regula- doras da razio (Deus, Alma, Mundo) e correspondem ainda, eon- temporfmeamente, as trés partes de Philosophie de K. Jaspers: Weltorientierung, Existenzerhellung e Metaphysik, isto 6, orien- tagdo no mundo, elucidagio da existéncia e Metafisica que nos abre & transcendéncia, Deus. © ponto mais sensivel e de mais graves conseyuéncias na sis- tematizagio wolffiana consiste na rotura entre Ontologia ¢ Teo- Togia natural, que, como veremos, desde Aristételes constituiam uma Unica ciéncia: a Ontologia metafisica. 3— Kant: Metafisica ¢ Ontologia Kant nio se esforgou por destruir a Metafisica, mas por fun- damenté-la. 0 seu intuito era apenas dar-lhe a mesma solides ¢ universalidade que as outras ciéncias, como a Logica, a Matemé- tica, a Fisica tinham adquirido, Era a cientificidade da Metafisica que o precupava. A filosofia anterior tinha seguido duas direc- ges opostas que Kant néo aceitava integramente: a racionalista, de Descartes a Leibniz, Espinoza e Wolff, que construia a Meta- fisiea independentemente da experiéneia, por via dedutiva dos principios gerais da razio, ¢ a empirica inglesa, sobretudo de Hume, que submetera a critica cerrada os seus dogmas. O filésofo de Kénigsberg sujcité-la- & prova da critica e estabelecera as conidigdes de possibilidade para uma ciéncia metafisica, Wolff representa para Kant a Metafisica; e nio se poderé compreender a critica kantiana sem ter em conta a forma conereta de Metafisica que ele quer reformar. Toda a ciéucia exige como s 8 34. “REVISTA PORTUGUESA DE FILOSOFIA caracteres essenciais a universalidade e a necessidade; deve ser para todos de valor absoluto, E, tratando-se duma ciéneia de objectos, ter um contetido que se adquire numa intuigio. A uni- versalidade e a necessidade exigem da ciéneia que ela se constitua & priori porque a experiéneia ¢ singular e contingente, As cién- cias fisicas recebem da intuigao 0 conteiitlo; a universalidade € a necessidade das formas & priori da sensibilidade. Mas de objectos metempirices néo possuimos intuiglo. Dai que os conceitos puros, ou a priori, no possuam contetido objective quando se aplicam a eases objectos: Deus, Alma, Mundo. Por isso, 2 Metafisiea & ted- Ticamente impossivel. O resultado da Critic da Razdo pura afirma-se, A primeira vista, negativo para a Motafisica. Mas 56 na aparéncia é que tat resultado é desvantajoso, (*). sto é, os problemas metafisicos, enquanto metafisicos, fogem & razio; podem, porém, tratar-se ontolégicamente, Podemos des- erever 0 seu modo de ser, a sua lei estrutural, a sua forma cate- gorial, Em conelusio, para Hartmann, a Metafisica é 0 resto irra- cional que permanece em todos os ramos das ciéncias, inaceasivel A razdo, mas que a Ontologia vai cireunscrevendo e limitando a um cireulo cada vez mais estreito. A Metafisica nfo existe como ciéneia, e a Ontologia equivale & doutrina das categorias. Estas obtém-se pela andlise categorial. Hartmann procede fenomenold- C) Tb. p21. C) Ib, p. 80; Gtr. pp. 47-48. a) 40 REVISTA PORTUGUESA DE FILOSOFIA givamente e, no ponto de partida, A maneira de Husserl, antes de toda a hipétese reallista ou idealista (“). B. Fenomenologia: Ontologia e Metafisiea: O método des- critivo da fenomenologia adaptase perfeitamente & Ontologia. Com efeito, a Ontologia, como logos do ser, deve revelar-nos as estruturas, os princfpios e as leis do ser. Ora 4 fenomenologia exforga-se por fazer apaurecer e revelar o que é. Assim, para Hei- degger, ca fenomenologia é 0 modo de acesso para a Ontologia e a forma de determinar e mostrar o que deve ser tema da Onto- logia, Ontologia s6 possivel como fenomenologias (2). A Onto- logia exige a fenomenclogia cotno método. Huser] fala-nos de ontologias regionais, como ciéneias eidé- ticas, isto 6, como ciéncias de esséncias de uma eregidos. Estas ontologias regionais subministram os fundamentos teoréticos as ciéneias empirieas. De modo que «cada ciéncia de factos (ou empi- rica) tem fundamentos teoréticos essenciais nas ontologias regio- naisy (*?). Assim, & ciéncia empirica da natureza corresponde a ciéncia eidética da esséncia natureza, ou seja, a ontologia regional da natureza. Mais, o progresso das ciénvias empiricas depende da prévia elaboragéio de ontologias regionais. £ o que confirma a histria das iéncias experimentais. Por exemplo, a geometria como ciéneia eidética levou A descoberta da esséncia dos corpos como res extensa. Por isso, a geometria é uma ontologia regional que se refere A forma do espago. Para atém das ontologias regionais, que siio materiais, isto é, com contetidos de esséncias, exige Husserl uma Ontologia formal, que se obtém nfo por generalizagdo, mas por formalizacio, isto é, Por abstracgfio de todo e qualquer conteddo material de esséncias € estuda 0 objecto em geral ou o «alguma coisa» em geral (Gegen- stand iiberhaupt ou Etwas Uberhaupt). 0 cobjecto em geraly de que trata a Ontologia formal é uma «forma vaziax, que se adapta @ todas as esséncias possiveis. Husserl esforga-se por estabelecer as relagdes entre as ontolo- gias regionais e a Ontologia formal, e entre esta e a mathesis universalis leibniziana. Todas as «regidess se subordinam & «forma ©) 1b, p53. ©) M, Heidegger, Sein und Zcit, § 7 ©. @) E. Hussert, Ideen... 1; M. Nijhoff, Haag, 1950, p. 24. 110] CELESTINO PIRES — ONTOLOGIA E METAFfSICA 41 vazia do dbjecto om geral». Deste modo, a Ontologia formal contém em si as formas de todas as possiveis ontologias em geral, isto é, prescreve a todas a mesma constituigao formal (+). A nogdéo husserliana de Ontologia ¢ complexa e reflecte a nogo de realidade e de ser subjacente & fenomenologia, Mas, pelo menos, é claro que, para Husserl, a fenomenologia exige as ontolo- gias regionais como base de todas as ciéneias empiricas, e a Onto- logia formal como estrutura e lei de constituigdo de todas as ontologias. Isto é, a Ontologia fundamenta todo 0 edifficio da cién- cia. Que a Ontologia formal husserliana seja pedida pela exigéncia radical de logicizagho de toda a fundamentagio filosdfiea, e seja ela mesma Légice, explica-se pela tendéncia matematizante do seu espirito. Recordamos que ja Kant ao dividir a Metafisica, na parte metodolégica da Critica da Razéo pura, inclui, como parte, a filo- sofia transcendental a que chamou Ontologia, cujo objecto eram apenas as estruturas formais do entendimento e da razio, Condi- cionado pelo método, nfo pode Husserl admitir uma Metafisica no sentido etimolégico e historico da palavra; a exigéncia duma cién- cia primeira leva-o & Ontologia formal, ciéneia do ser enquanto ser ou do cobjecto em geral» no sentido fenomenolégico, que é para ele também Metafisica. Como subtitulo de L’Etre et le Néant poe Sartre Essai d’On- tologie phéiioménologique. E essa Ontologia é fenomenolégica em dois sentidos. Primeiro, quanto ao conteiido, porque o ser se iden- tifica logo desde o comeco com o aparecer, com o fenémeno. O que nao impede Sartre de se situar em pleno dominio do ser pela chamada cprova ontolégicar, Em segundo lugar, porque a Onto- logia sartriana oe constitui seguindo o método da fenomenologia: «A ontologia sera a descrigio do fenémeno de ser tal como se manifesta, isto é, sem intermedidrion (*). # esta Ontologia Metafisiea? & possivel a Metafisica dentro da fenomenologia? A resposta A pergunta é mais cemplexa do que a primeira vista pode parecer. Evidentemente que fenomenologia e Metafisica se opéem de algum modo. A fenomenologia, de inten- @) E. Husserl, Ideen... 1, pp. 23-29; Erste Philosophie, Y,.. M. Nijhof, Hoag, 1956, pp. 24-31; Erste Philosophie, I,... M. Nijhoff, Haag, 1959, PP, B1S- 228; Formate und Transsendentale Logik, M. Niemeyer Verlag, Halle, 1929, pp. 1, 10, 41, 66-78, 127-182, 239-240, ete. C) J.-P. Sartre, Liétre et le néant, Gallimard, Paris, 1948, po 14. a) 42 REVISTA PORTUGUESA DE FILOSOFIA go, nfo quer fugir ao dado imediato da consciéncia. A Metafisica, ‘na sta nogao, orienta para além de todo o dado; apoiada no dado, 44 o salto para o transcendente. O meta de Metafisica significa precisamente isto. Ora toda a fenomenologia contemporanea, de Husserl a Sartre e a Heidegger, nega o valor teorético de tal salto. Esta prisioneira da Critica kantiana. Por outro lado, é a propria fenomenologia que nos pée 4 beira do abismo metafisico. Talves nenhuma filosofia contemporainea nos faga sentir tanto a necessidade do salto metafisico como a Ontologia fenomendligica de Sartre e a Ontologia fundamental pré-metafisica de Heidegger. Em Sartre, a questi de como 0 Powr-soi se origina do En-soi 6 metafisica e s6 se pde quando a Ontologia Ihe oferece essa duali- dade como problema. & que a Ontologia estuda as estruturas do ser que a fenomenologia the rovela; a Metafisica estuda um azon- tecimento, a surgéncia do Powr-soi, Nilo é que a Metafisica nos dé mais do que 2 Ontologia; aquela apenas unifiea os dados que esta inventariou. A fenomenologia, descobrindo as estruturas do ser, chega ao dualismo ontoldgicamente insuperavel do En-soi e do Pour-soi. A Ontologia mostra ainda o primado do Ensoi. Neste momento surge a questfio metafisica: porque surge o Pour-soi do En-soi? «Chamamos metafisico, com efeito, o estado dos provessos individuais que deram origem a este mundo como totalidede conereta e singular, Neste sentido a Metafisica esté para a Ontologia como a histdria para a socidlogias (™). A Meta- fisica propée hipéteses de explicagiio deste acontecimento absolute, as quais nunea poderfo ser confirmadas ou infirmadas. A sua vali dade consiste na possibilidade que dio de unificar os dados da Ontologia. Ela decide da vantagem em falar duma dualidade irre- dutivel do En-soi e do Pour-soé ou duma totalidade e dum mundo, tal como a fisica moderta decidiu falar dos fenémenos fisicos em linguagem de espago-tempo (*"). ‘Nesta concepcio, a Metafisica reduz-se a um processo de siste- matizagéo da Ontologia, em que a hipstese dé ao filésofo a possibi- lidade duma visio unitdria e coerente. Em conclusio, para Sartre, a Metafisica comega onde acaba a Ontologia; mas a Metafisica é, por natureza, um sistema de hipdteses inverificdveis. Assim vemos que a fenomenologia favorece a Ontologia e nio a Metafisica. CY Létre et te néant, p. T18. C) Petre et le néant, pp. T15 ¢ 119. 3) CELESTINO PIRES — ONTOLOGIA E METAF{SICA 43 Profundas diferengas separam Husserl e Saztre no problema que nos ocupa. A Ontologia husseriana, a maneira da Transzen- dendalphilosophie de Kant, 6 formal e sem contetido. Husserl nfio se libertou do transcendentalismo idealista da Critica da Razdo pura. Sartre, ao contrario, faz uma Ontologia material de con- tetidos, mas fechada sobre si mesma na anéllise do finito, o que leva ao absurdo de ser e nada (as fronteiras do finito!), & néusea, & negacdo dum sentido inteligivel para o mundo e para o homem. A Metadisica coincide, em Husserl, com a Ontologia formal feno- menolégica, Em Sartre, a Metafisica comesa no fim da Ontologia, mas reduz-se a um sistema de hipéteses, talvez necessérias para a unificagio dos problemas e das solugdes propostas pela Ontologia, mas inverificdveis indemonstréveis. C. Heidegger: estrutura ontoteolégica da Metafisiea: Ainda no ambito da fenomenologia, que Sein. und Zeit aceita como o tnico meétodo da Ontologia, Heidegger é o filésofo contemporaneo que mais reflectiu sobre a esséncia da Metaffisica. S6 que a fenomeno- logia heideggeriana, de analitica existencial que era em 1927, se transformou profundamente ¢, embora em continuidade com 0 primeiro pensamento, passou a ser analitica da linguagem. Esta, como fendmeno humano ¢ expressio do ser do homem, situa-se na linha esbogada em Sein und Zeit. E que o ser s6 se manifesta no lugar-doser que é o Da-sein. Por outro lado, a palavra é a sue morada: (). Para a Ontologia s6 6 0 que & pensado; na filosofia, 0 Englicbante tudo penetra. Isto é, Jaspers substituiu a Ontologia, que declara impossivel, pela elucidagio da existéneia (Existenzorhellung) e pela leitura da cifra da trans- cendéncia (Chiffferiesen). Metafisica, portanto, sem Ontologia. ‘Contudo nem a aceitacio da Metafisica nos deve iludir a Ponto de simplificarmos 0 pensamento complexo de Jaspers, nem @ rejeigéo da Ontologia desorientar. A Metafisica de Jaspers nao € ciéncia, Evidentemente que no, no sentido das ciéneias empiri- cas da natureza. Com Jaspers almitimos que a filosofia nos leva para um plano completamente novo de dlucidagio do ser e da transeendéncia. Contudo Jaspers, demasiado sob o peso da eritica kantiana, caminha na esteira da Razao Pratica reduzindo a sabe- doria metafisiea A £6 filoséfica, conceito fundamental necessério para uma valoragdo da ideia jasperiana de Metafisica. Nem a rej ‘da Ontologia nos deve desorientar. Uma Onto- logia categorial de objectos, nfo reflexiva, e que nfo englobasse no conhecimento do ser o préprio sujeito, a prépria

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