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Associação Sócio- TerapDutica de Almeida

t,

A rnclusão como conceito diário


cidadão deverá ter um tra-
balho. A presidente da
Direcção explica que "nem
toda a gente pode trabalhar
da mesma maneira nem de
forma competitiva. Estes jo-
vens, pelas suas fragilidades
e incapacidades, não podem
entrar no mercado de traba-
lho, mas, em contextos dife-
rentes, podem ser rentáveis
socialmente, desde que seja
encontrada para eles a res-
posta que é necessária e lhes
convém em função do seu
ser social e não apenas por-
que precisam de trabalho".
Quanto ao terceiro nível,
o da pertença a um grupo
social, Maria José Fonseca
considera que "um cidadão
precisa de se inserir num
grupo social para criar
raízes e hábitos", como, por
exemplo, o da solidariedade
- e não apenas caridade,
como bem faz notar a presi-
dente da Direcção, uma vez
I formar uma sociedade dita avançada não pode excluir talvez as pessoas precisas- ausência total da retaguarda que a caridade "é uma atitu-
sem de se abrir mais para familiar". Desta forma, é na de que parece de bom-tom,
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- e não apenas caridade,
como bem faz notar a presi-
dente da Direcção, uma vez
Formar uma sociedade dita avançada não pode excluir talvez as pessoas precisas- ausência total da retaguarda que a caridade "é uma atitu-
sem de se abrir mais para familiar", Desta forma, é na de que parece de bom-tom, .
as pessoas que são diferentes de um padrão esta realidade, porque eles ASTAque estes jovens e adul- mas é a solidariedade que
têm potenciais susceptíveis tos acabam por encontrar tem componentes sócio-
estereotipado do ser humano. É este o entender de de mudar a sociedade", co- respostas e um espaço onde económicas" -,
Maria José Fonseca, presidente da Direcção da menta Maria José Fonseca, é recriada a família. Nesta vertente SOCIO-
que diz ainda que "a ASTA Porém, a inclusão não se económica, Maria José Fon-
Associação Sócio-Ierapêetca de Almeida. (ASTA) no nasceu para poder incluir resume também exclusiva- seca apela ao papel que as
que toca ao Ano para a Inclusão. sem, no entanto, deixar de mente à família. Para Maria empresas têm na inclusão e
sentir a realidade". José Fonseca, o trabalho e o na solidariedade. "Hoje, as
grupo social são os outros empresas têm de virar-se
Família é espaço primordial dois vértices de um triângu- para o lado social para gera- .
2007 é o Ano para a In- da maioria ou daquilo que Mais do que um espaço lo biopsicossocial de que rem mais riqueza social e
clusão. Comemorado em se pretende que seja o ser de inclusão, a ASTAfuncio- qualquer pessoa necessita humana. Se uma empresa,
muitos países, Portugal não humano como padrão". na, em muitos casos, como para se sentir um cidadão no final de cada ano, desse
fica à margem e incumbiu É neste sentido que Ma- uma família para os seus pleno e integrado. Assim, uma percentagem mínima
até os Governos Civis de pro- ria José Fonseca adianta que, 'companheiros', Maria José depois de a pessoa com defi- a uma IPSS, a uma causa so-
moverem um ano "com um na Associação, a Inclusão é Fonseca comenta, a este res- ciência - ou pertencente a cial, para a criação de novos
tema que é oportuno e poli- um conceito do dia-a-dia: "os peito, que "a maíoria destes um grupo marginalizado da equipamentos e de novas
ticamente correcto", no en- sete anos de existência da jovens tem famílias degrada- sociedade - encontrar um dinâmicas, estaria a criar
tender de Maria José Fonse- ASTA foram anos de inclu- das, com grandes problemas espaço que seja mais do que riqueza", remata a presi-
ca. são natural, não porque al- e alguns têm mesmo uma um simples dormitório, o dente da Direcção da ASTA.
No entender da presi- guém nos ditasse isso ou por-
dente da Direcção da ASTA, que era politicamente
que trabalha com jovens e correcto. A ASTA foi funda-
adultos .pertencentes aos da exactamente para poder
grupos de risco de exclusão incluir naturalmente um
social - os cidadãos com de- grupo social que, de alguma A Associação Sócio-Terapêutica de Almeida é uma instituição
ficiências mentaís - "o mun- forma, especialmente tendo
do inteiro precisa de repen- em conta o Interior, estava a
privada de solidariedade social (IPSS) que trabalha há mais
sar o ser humano de outra ser menosprezado". A isto; a de sete anos com cidadãos portadores de deficiências.
forma; não podermos excluir criadora da Associação
ninguém da sociedade por- acrescenta que a inclusão Entre os últimos projectos contam-se a construção de uma
que é diferente do padrão sempre foi, para ela própria, piscina para terapia no terreno da própria instituição, a inscrição
estereotipado. Esses padrões algo muito natural. "Vejo as
não contemplam as pessoas pessoas com deficiência, tal- de jovens atletas na Federação Portuguesa de Desporto, mas
com deficiência e outras, vez porque tenho um filho direccionada para estes cidadãos, a ANDDEM, uma vez que,
sendo consideradas franjas com deficiência, talvez por-
sociais. Eram excluídas e que lidei com elas de muito para a presidente da Direcção, e também mentora da ASTA, o
aínda são, mas se se preten- perto, como possuidoras de desporto é muito benéfico para os 'companheiros', o nome
de pensar numa sociedade grande riqueza interior. Fui
avançada, não se pode com uma privilegiada, e não es- com que aqueles que estão ligados à Associação são,
certeza excluir um ser hu- tou com isto a criticar os que
mano por ele ser diferente não se sentem assim, mas
carinhosamente tratados.

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