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ỌRẸLÚÉRÉ – O Caçador Primordial

Um dos dezesseis integrantes entre aqueles que formavam a comitiva de Odùdúwà,


quando esse partiu de seu lar original e fundou a cidade de Ilé Ifẹ – O Berço da Civilização
dos Iorubá.
Detentor absoluto do conhecimento da caça, ensinou os primeiros iorubás a Arte da Caça
com arco e flecha. Guerreiro destemido, médico habilidoso e guardião da moral, tradição e
bons costumes dentro do berço familiar dos iorubás. Aqueles que cometiam qualquer
tipo de “tabu” deveriam se apresentar a sua frente, confessar o ocorrido e cumprir a
penitencia determinada por Ọrẹlúéré.
Ọrẹlúéré é lembrado e reconhecido apenas nas canções de Ògún, Ọṣọọsì e Ẹrinlẹ, pois
não existe registros de cânticos específicos a esse ancestral. Alguns “pesquisadores” o
denominaram de Ọdẹ Ọrẹ, talvez baseando-se equivocadamente nos cânticos afro
cubanos que mencionam o termo Ọdẹ ọ̀rẹ́, que tem a interpretação de “Amigo Caçador” e
não o nome abreviado de Ọrẹlúéré.
Os chifres ou corno oco por dentro, remota a lembrança desse Caçador Primordial, pois foi
ele quem ensinou como utilizá-lo para chamar um caçador que estava dentro da mata.
Quando o soar das batidas dos chifres que ecoavam pela floresta, os caçadores atendiam
prontamente ao seu chamado. Essa “técnica” era utilizada para reunir todos os caçadores
que estavam próximo as redondezas.
Em meu conhecimento, Ọrẹlúéré não pertence a categoria dos Òrìṣà e sim aos Ancestrais
não divinizados ou deificados. Não há registro comprobatório na literatura Iorubá, muito
menos na Tradição Oral que após a sua morte, a Casta dos Caçadores prestavam
qualquer culto à Ọrẹlúéré, embora o reconheciam como O Caçador Primordial.

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