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Bere Rodríguez – 12-XI-07

http://pt.wikipedia.org/wiki/Clarice_Lispector

CLARICE LISPECTOR

Nascimento 10-12-20 Tchetchelnik, Ucrânia


Falecimento 9-12-77 Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade Ucraniana, naturalizada brasileira
Ocupação Romancista, contista
Escola/tradição Modernismo (Terceira Geração Modernista)

Clarice Lispector (ucraniano: Кларісе Ліспектор) (Tchetchelnik, 10 de dezembro de 1920


— Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora brasileira nascida na Ucrânia.
De família judaica, emigrou com a família para o Brasil quando tinha um pouco mais de um
ano de idade. Começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife. Clarice falava
vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma
materno familiar, o iídiche.

Obra literária:
Em 1944 publicou seu primeiro romance, Perto do coração selvagem.
A literatura brasileira era nesta altura dominada por uma tendência essencialmente regionalista,
com personagens contando a difícil realidade social do país na época. Clarice Lispector surpreendeu
a crítica com seu romance, quer pela problemática de caráter existencial, completamente inovadora,
quer pelo estilo solto elíptico, e fragmentário, que críticos reputaram reminiscente de James Joyce e
Virginia Woolf, se bem que ainda mais revolucionário.
Em verdade, a obra de Clarice ultrapassou qualquer tentativa de classificação. A escritora e
filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes
da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).
Seu romance mais famoso talvez seja A hora da estrela, o último publicado antes de sua morte.
Este livro narra a vida de Macabéa, uma nordestina criada no estado de Alagoas que migra para o
Rio de Janeiro, e vai morar em uma pensão, tendo sua vida descrita por um escritor fictício
chamado Rodrigo S.M.
Faleceu de câncer (cancro) em 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57º aniversário. Foi
inumada no Cemitério Israelita do Cajú, no Rio de Janeiro.

Livros de sua autoria


 Perto do coração selvagem  O mistério do coelho  A vida íntima de Laura
(1944) pensante (1967) (1974)
 O lustre (1946)  A mulher que matou os  A via crucis do corpo (1974)
 A cidade sitiada (1949) peixes (1968)  Onde estivestes de noite
 Alguns contos (1952)  Uma aprendizagem ou o (1974)
 Laços de família (1960) livro dos prazeres (1969)  Visão do esplendor (1975)
 A maçã no escuro (1961)  Felicidade clandestina  A hora da estrela (1977)
 A legião estrangeira (1964) (1971)  Póstumos
 A paixão segundo G.H.  A imitação da rosa (1973)
(1964)  Água viva (1973)
 Para não esquecer  Quase de verdade  Um sopro de vida
(1978) (1978) (pulsações) (1978)
 A bela e a fera (1979)
 A descoberta do mundo  Cartas perto do  Correspondências
(1984) coração (2001) (cartas (2002)
 Como nasceram as trocadas com Fernando  Correio Feminino
estrelas (1987) Sabino) (2006)
 Entrevistas (2007)

Curiosidades
Clarice traduziu para o português, em 1976, o livro Entrevista com o Vampiro, da autora
estadounidense Anne Rice[1].
A primeira edição de Onde estivestes de noite foi recolhida porque foi colocado, erroneamente,
um ponto de interrogação no título.
Em artigo publicado no jornal The New York Times, no dia 11/03/2005, a escritora foi descrita
como o equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory
Rabassa, tradutor para o inglês de Jorge Amado, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e de
Clarice.

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Hora_da_Estrela
A Hora da Estrela
A hora da estrela é o último livro da escritora ucraniana naturalizada brasileira Clarice
Lispector.
Publicado em 1977, ano de sua morte, o romance conta as desventuras da alagoana Macabéa
que migra para o Rio de Janeiro onde enfrenta diversas dificuldades.
Entretanto, antes de ser uma obra sobre a vida de uma retirante na cidade grande, A hora da
estrela é uma reflexão sobre o papel do escritor na sociedade moderna.
Um romance, três histórias - Além da história de Macabéa encontramos no romance a história
de Rodrigo, o narrador, e a descrição do processo criativo (discurso metalingüístico). Rodrigo e
Macabéa não fazem parte do mesmo espaço periférico, esta por sua condição de retirante e aquele
por ser visto com maus olhos pela classe média e não conseguir alcançar pessoas como Macabéa.
Toda a expressão do texto é para se explicar. Rodrigo acaba priorizando o relato dos recursos
textuais a falar de Macabéa, que ironicamente só ganha papel de destaque perto da hora de sua
morte. É nesse ponto que compreendemos o significado do título, A hora da estrela é a hora da
nossa morte, pois nesse momento, o ser humano deixa de ser invisível e as pessoas percebem que
ele existe quando já não existe mais.
O romance também faz a retomada do discurso regionalista através da personagem Macabéa,
nordestina que tenta escapar da miséria e do subdesenvolvimento, abandonando Alagoas pela
possibilidade de melhores condições de vida no Rio de Janeiro. Em A hora da estrela, Clarice alia
sua linguagem à vertente regionalista da segunda geração do modernismo brasileiro, porém, sua
preocupação não é regionalista, mas com a linguagem, característica da terceira geração.
A hora da estrela é uma obra-prima da literatura brasileira , principalmente, pelas reflexões de
Rodrigo sobre o ato de escrever, sua própria vida e a anti-heroína Macabéa.

O romance narra as desventuras de Macabéa, uma moça sonhadora e ingênua, recém-chegada


do Nordeste ao Rio de Janeiro, às voltas com valores e cultura diferentes.
Macabéa leva uma vida simples e sem grandes emoções. Começa a namorar Olímpico de Jesus,
que não vê nela chances de ascensão social de qualquer tipo. Assim sendo, abandona-a para ficar
com Glória (colega de trabalho), cujo pai era açougueiro, o que sugeria ao ambicioso nordestino a
possibilidade de melhora financeira. Sentindo dores constantes, Macabéa vai ao médico e descobre
que tem tuberculose, mas não conta a ninguém. Glória percebe a tristeza da colega e a aconselha a
buscar consolo numa cartomante. Madame Carlota prevê um futuro feliz, que viria de um
estrangeiro assim que a nordestina saísse daquela casa. De certa forma, é o que acontece: ao sair da
casa da cartomante, Macabéa é atropelada por um homem que dirigia um luxuoso Mercedes-Benz e
acaba morrendo. Esta é a sua "hora da estrela", momento de libertação para alguém que, afinal,
"vivia numa cidade toda feita contra ela".

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