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Neste artigo, tão pernitente nos tempos conflituosos em que vive hoje o leitor passivo de

notícias, os autores fazem um levantamento extremamente actualizado de um problema que


veio associado à liberalização da informação. O das Fake News. Ou Notícias Falsas.

Mais grave ainda é este vírus dos media se ter já desdobrado e difundido a tal ponto que
somos obrigados a catalogar e categorizar as diferentes vertentes desta mesma situação. São
elas, segundo os autores: news satire (sátira noticiosa), news parody (paródia noticiosa),
fabrication (fabricação), manipulation (manipulação), advertising (publicidade) e propaganda.
Ficamos igualmente esclarecidos, inclusivamente, do carácter interdependente e interligado
destes elementos já que coexistem no habitat dos media de informação e se podem reforçar,
fundamentar e legitimizar uns aos outros quando agrupados numa só notícia.

Os autores esboçam ainda uma esquemetização das várias tipologias em termos de nível de
veracidade (factualização) que vão por ordem descrescente da publicidade, à propaganda,
manipulação e fabricação. Discriminam igualmente a intenção dos autores de tais Fake News
em enganar estando a sátira e paródia num nível mais baixo dado o tom de sarcasmo e ironia
que roça por vezes a hipérbole visando clarificar que se trata apenas de uma versão em tom
jocoso de algum facto polémico existindo, deste modo, um pacto cúmplice entre o leitor e o
autor da notícia deformada.

Os autores destacam o objectivo maior deste inventário de casos exemplificativos de Fake


News. Não só é preocupante a quantidade de estudos que referem para se basearem, o que
significa que o tema em questão se tem consolidado como, inclusivamente, se tem ramificado
ao ponto de ser necessário esta espécie de guia para os anos vindouros. Que pode ficar,
perigosamente, desactualizado de uma forma célere. Assistimos a uma escalada deste
fenómeno. E ainda procuramos clarificações para casos que se vão amontoando numa massa
disforme que tem vindo a transformar a forma como as pessoas lêem as notícias. O
cepticismo, apesar de tudo, ainda é uma minoria comparada com a propagação pirómanaca
com que o fogo das Fake News se propaga pela massa homogénea e é aceite sem questões
relativamente a fontes factuais.

Mas façamos primeiro uma pequena reflexão histórica para compreendermos como chegámos
a este ponto no fim da escala ética jornalística. A meu ver houve certos passos fulcrais na
elaboração de notícias que na sua génese tinham o propósito de legitimar a notícia e servem
hoje para mascarar uma mentira perante qualquer análise céptica do mesmo. Refiro-me a
utilização de testemunhas ou recurso a várias fontes que hoje servem para disfarçar e são
mesmo obtidas por vias remuneratórias; pelo facto da primeira página se ter começado a
transformar na “montra” do jornal, hoje sabemos o poder das manchetes e como para um
núcleo não pouco numeroso de leitores a implantação de uma ideia pode ser feita logo no
título para ser depois alojada e enraizada pelo desenvolvimento demagogo no interior do
artigo; a entrevista, que pode ser encenada ou descontextualizada e que, em meios populistas
como o das Fake News, é o indicado para ser invasivo e agressivo: se tivermos um político em
campanha eleitoral todas as entrevistas são um campo minado para jornais da oposição
ideológica. Podem ser usadas como propaganda mas também pelo desmascarar de algum
defeito que possa ser contorcido e utilizado como citação fora de contexto para servir de
feitiço contra o feiticeiro e arruinar uma eleição.
Pode-se afirmar que o berço das Fake News é o do yellow jornalism ou imprensa tablóide,
sinónima de um formato e modo específico de apresentar informação, isto é, através de um
conteúdo emotivo e sensacionalista. Porém, antigamente esta metodologia servia para
angariar leitores, para cativar e atrair a fofoquice. Hoje serve para reforçar e sublinhar, no
campo das Fake News, uma mensagem que necessite porventura de carga emocional ou de
apelar a emoções para ser aceite. Podemos caracterizar isto do seguinte modo, antigamente
os paparazzi eram pagos para ficar a seguir as celebridades noites a fio a procura de uma
oportunidade ou de um segredo a desvendar. Hoje, no labiríntico meio do jornalismo, o
paparazzi já não é um lobo solitário, trabalha numa equipa vasta que inclui freelancers e que
podem delinear todo um esquema que coloque a vítima no local e hora definida, numa
situação específica pré-definida para servir de catalisador a uma reacção já planeada que
servirá o propósito do jornal. Tudo encenado. Em termos exemplificativos, seria colocar um
espectador numa marcha de campanha que embaraçasse um político com distúrbios de
agitação, lhe fizesse perguntas incómodas pessoais ou o humilhasse fisicamente.

Os criadores de Fake News têm hoje à sua disposição as ferramentas de design apelativo e
formatos manejáveis, fotógrafos que procurem certos ângulos que aumentem
exponencialmente o interesse numa determinada suposição, os autênticos fanáticos que
podem esgravatar no lixo, no passado de uma figura pública em busca da polémica para o
destruir. E se não encontrarem só precisam de exacerbar por uma lógica argumentativa a ideia
de que ela existe. Ultrapassámos completamente a fronteira entre publicidade e informação e
aceitamos como normal a existência e coexistência de reportagens literárias como publi-
reportagens que é um género híbrido que se alimenta apenas da lógica da rentabilidade e
serve ocasionalmente de fundo para uma Fake News, como por exemplo, a manipulação de
estatísticas apresentando estudos desconhecidos.

As normas e valores profissionais que um jornalista com carteira defendia como pilares éticos
tais como o da liberdade, autonomia, independência, credibilidade, verdade tornaram-se
numa versão pós-moderna de objectividade, ou seja que este valor não pode ser reduzido a
uma dicotomia contra a subjectividade, que este conceito não é uma negação da mesma mas
sim da aceitação da inevitabilidade de ser por vezes mais pessoal na apresentação de uma
notícia. O problema é quando o jornalista decide reconhecer certos tons e interpretações na
sua notícia que podem ser assumidos como a verdade jornalística pelo comum leitor.

Há muito tempo que a objectividade não é uma prática comum no jornalismo, já todos
aceitamos a carga moral presente nalguns jornais mas daí a elaborar notícias falsas vai um
longo passo e penso que é seguro afirmar que a criação de jornais partidários veio acelerar
esse processo. O jornalismo interpretativo que vem da ideia do jornalista ser uma profissão
que reconhece os seus limites e persegue o objectivo como ideal mas sem a utopia de não cair
por vezes em falhas de desinformação ou manipulação da mesma vem com o pacto de
cumplicidade que se desenvolveu entre o leitor de jornais e o jornalista, isto é, o da perda de
fé na perfeição da verdade mas sim a idolatração do jornalismo cívico que opta mesmo pela
rebelião contra a objectividade em prol de uma cobertura mais íntima e pessoal. Com todos os
riscos que isso acarreta.
A objectividade passou então a ser um pretexto para uma apresentação dos factos preguiçosa,
não crítica, desresponsabilizada e com tendência para a utilização de fontes institucionais
aborrecidas e restringidas. Quando o jornalismo se apercebeu que os leitores não compravam
os jornais para ficarem a par do que se passava mas sim pela polémica e pela opinião dos
outros gerou-se o ritual da colocação do jornal num pedestal juntamente com um romance. Os
jornalistas podiam emocionar-se, mas sempre vigiados e disciplinados pela fonte de
rendimentos que suportava as máquinas das gráficas, fosse um partido ou um mecenas
particular.

Mas voltemos ao artigo. Penso que é desde já fundamental nos perguntarmos a razão de ele
existir. Ficamos com a ideia, após a leitura do mesmo, que este serve de manual. Que no
futuro, tão próximo e perigoso, será parte do trabalho do jornalista distinguir as notícias
verdadeiras das falsas, de compreender os timings, ou seja, de como estas surgem com mais
frequência perante distúrbios sociais. Na actualidade sabemos que a leitura de jornais é
secundária à partilha de informação nas redes sociais, de que o poder passou dos criadores
das notícias para a audiência. “Social spheres are strengthened by information exchange, and it
may well be that the quality of information becomes secondary. Future studies should focus on
the role of the audience in not only sharing and believing in fake news, but in legitimizing it to
qualify as fake news. Another dimension of this is that fake news needs the nourishment of
troubled times in order to take root. Social tumult and divisions facilitate our willingness to
believe news that confirms our enmity toward another group. It is in this context that fake
news finds its audience. A clear definition of fake news, one that matches its empirical
manifestation, can help in testing and building theories in news production and consumption.
However, the typology we mapped out here is based only on how previous academic studies
operationalized the term. For example, we disagree that news satires are fake news, at least
with how we are currently defining it. But our goal is to map out how previous scholarship has
defined the term.” São eles, os receptores, que vão definir se uma notícia é verdadeira ou
falsa. Ela até pode ser factual, fundamentada e real e ser deformada e rejeitada na esfera da
sua recepção, isto é, em leitores cépticos que querem outra verdade mais coincidente com
aquilo em que acreditam ser a sua realidade, suportada na sua ideologia, crença ou apenas
opinião. Tudo o que vá contra isso é tido como suspeito e tomado como falso. Isto porque
sabem deter o poder da informação e podem dar-se ao luxo de acreditar ou não no que um
jornal com mais de um século de existência possa difundir. Andamos todos a ler notícias como
se fosse o dia 1 de Abril. Dia das mentiras. Andamos a ser todos enganados? Essa teoria da
conspiração serve também para o outro lado. Quando uma notícia é falsa e chega finalmente à
audiência, esta pode acabar por ser certificada como a verdade e mesmo concretizada na
verdade. Pode ser que o mundo se adapte a isso porque é algo que deseja como a sua
realidade. E mais uma vez, a audiência pode fazer isso acontecer.

Tal como já referi, este artigo académico faz também as distinções de tipologias de Fake News,
pois efectivamente algumas são mais inocentes e jocosas do que sérias e transformadoras,
podemos sintetizar as suas categorias pelo objectivo a que se propõem e o método utilizado:
“This review of fake news definitions from academic publications allows us to identify two
domains, each of which constitute a continuum, from high to low. This model allows us to map
out the various types of fake news discussed in the literature. The first dimension, facticity,
refers to the degree to which fake news relies on facts. For example, satire relies on facts but
presents it in a diverting format, while parodies and fabricated news take a broad social
context upon which it fashions fictitious accounts. Native advertising uses one-sided facts,
while fabrications are without factual basis. The second dimension, which is the author’s
immediate intention, refers to the degree to which the creator of fake news intends to mislead.
News satires and parodies use some level of mutually understood suspension of reality to
work—the immediate intention is to humor readers through some level of bending facts. These
types of fake news assume an open disclaimer that they are not real news, a key for the
intended humor to work.“ Temos então a ideia sucinta de que diferem principalmente de, à
partida, se apresentarem imediatamente como falsas ou de subtilmente se fazerem passar por
factuais. Mas irei analisar em particular uma a uma mais adiante.

Esta camuflagem não é recente pois já há muitos séculos que o jornalismo efectua publicidade
ou propaganda, sátira ou paródia. O que aconteceu foi quase semiótico. Foi alterado o
significado deste fenómeno. “(…) fake news, and even political institutions around the world
have discussed ways to curb the phenomenon (Scott and Eddy 2017). Yet fake news is not a
new term. It has a long legacy reaching back centuries, but even in the past decade it has
shifted meaning. A review of previous studies that have used the term fake news reveals six
types of definition: (1) news satire, (2) news parody, (3) fabrication, (4) manipulation, (5)
advertising, and (6) propaganda. What is common across these definitions is how fake news
appropriates the look and feel of real news; from how websites look; to how articles are
written; to how photos include attributions. Fake news hides under a veneer of legitimacy (…)”E
os eufemismos e hipérboles desvaneceram-se. Basta pensarmos no caso mais flagrante e
recente que foi o de Trump e da sua corrida presidencial contra Clinton. A CNN perdeu a sua
reputação ao tornar-se porta-voz de Fake News engendradas em gabinetes de campanha.
Houve de tudo, acusações de manipulações russas nas máquinas de votos, impedimentos e
avarias nas máquinas em certos pontos de voto para alterar contagens, suspeitas de doenças e
falta de estabilidade de saúde da candidata, lobbys de um lado e do outro, o caso dos emails.
Os autores deste artigo usam a história do Pizzagate para introduzir o tema e eu penso
adequado utilizar neste contexto o seguinte caso exemplificativo.
A CNN afirmou e directo que era ilegal possuir os emails Podesta (em Março de 2016, a conta
pessoal Gmail de John Podesta, ex-chief of staff da Casa Branca e secretário de Hillary Clinton
na sua campanha presidencial, foi comprometida e assaltada. Alguns dos seus emails, muitos
dos quais relacionados com o seu trabalho, foram roubados. Foi atribuída responsabilidade a
um grupo de hacking relacionado com os serviços de espionagem russos) apesar de alguns
espectadores terem interpretado que era ilegal ler os emails. Mas como ler sem os possuir? A
CNN disse em directo pelo seu pivot as seguintes palavras “Also, it’s illegal to possess this
stolen documents, it’s different for the media, so everything you learn about this, you’re
learning from us and in full disclosure”. Aqui temos o apelo de um meio de informação a que
só se aceda à notícia e ao seu conteúdo através do seu filtro. É necessária uma relação de
confiança para isto suceder com sucesso. Mas um leitor mais jovem e informado sabe que
também é possível ler os emails pela wikileaks (ou outro website) pois não se estaria na posse
dos mesmos, tecnicamente. No entanto, caso a wikileaks enviasse os ficheiros com os emails
ao leitor ou este fizesse o download para um dispositivo ele estaria na posse de documentos
roubados. É interessante ler o artigo de Joshua Gillin que relaciona estas duas histórias “How
Pizzagate went from fake news to a real problem for a D.C. business” no Politifact.com que é
um website que avalia a factualidade de declarações de políticos através de uma escala que
avalia a sua veracidade, um Truth-o-Meter. O Tampa Bay Times, o jornal que gere o website,
tem também o PundiFact que avalia a factualidade de algumas declarações de comentadores
políticos. E porquê o foco nesta vertente específica dos noticiários? Porque os comentadores
políticos convidados de uma cadeia televisiva são hoje, possivelmente, a problemática dos
Fake News encarnada ou concretizada. São pessoas, oriundas de vários meios, sejam
académicos ou políticos, que analisam a situação social pelo seu prisma pessoal mas que
contém um selo de qualidade e confiança que induz os espectadores na crença de estarem a
assistir à exposição imparcial de conclusões e não, como é lógico, de um ponto de vista
carregado de suposições intrínsecas ao seu percurso pessoal ou ideologia.
É igualmente fundamental distinguir entre Fake News e qualquer noticia que se oponha a algo
socialmente ético ou aceite como norma junto do leitor. Por exemplo em Abril de 2017, o New
York Times contratou Bret Stephens, um jornalista que nega o aquecimento global e as
mudanças climáticas. O que significa isso? Que um dos maiores jornais do mundo tornou-se
mais justo e equilibrado ao representar opiniões mais ou menos populares em vez de factos?
Será positivo para questionar a ciência ou poderá ser um novo colaborador proibido de fazer
cobertura de assuntos sobre o clima? Caso este jornalista escreva artigos de fundo ou crónicas
de opinião e apresente notícias que reforcem e apoiem os cépticos sobre os efeitos de estufa
estará a elaborar Fake News ou simplesmente a constituir peças falaciosas e equivocadas de
jornalismo?
Mas como referi anteriormente, este termo das Fake News tem já um historial de estudos
exaustivos que sobre ele se debruçaram e que o artigo também agrupou” (…)This procedure
found 34 articles, published between 2003 and 2017. While the majority of the articles studied
fake news in the context of the United States, a few were conducted in Australia, China, and
Italy. Most articles studied it from a journalistic perspective, while other disciplines include
psychology, computer science, and political science. While fake news is an instance of
misinformation (Wardle 2017), we focused on academic articles that used the actual term
“fake news” in order to identify the different ways the term has been used and defined. A
careful reading of each article identified six ways that previous studies have operationalized
fake news (…)”. Quando os autores categorizam cada tipologia de Fake News ficamos com uma
ideia mais clara de como este emaranhado jornalístico se organizou e estabeleceu
metodologias próprias. A sátira noticiosa, por exemplo, com a sua transparente motivação
humorística que visa providenciar crítica politica ou económica na sua essência “(…) They are
injected with humor to maintain the interest of the typically younger audience using wry,
sarcastic, or over-the-top graphics or comments. Unlike traditional broadcast news, these
programs are done before an audience who is heard to laugh as the punch lines are read.
Despite the exclusion of satire from mainstream media outlets, several studies argued that
these satirical programs are an increasingly important part of the media ecosystem. (…)”; a
paródia noticiosa, que na sua aplicação bem sucedida pisca o olho ao espectador e se equilibra
sofisticadamente cima de uma corda bamba entre o possível e o absurdo e que partilha com a
sátira o facto de evidenciar a cumplicidade entre os autores e os leitores que se trata de uma
piada “(…)Berkowitz and Schwartz (2016) argued that news parodies play a role similar to that
of satire, namely that they form part of the “Fifth Estate,” along with non-mainstream media
sources such as columnists and bloggers. The Fifth Estate creates a unique boundary vis-a`-vis
mainstream news media by enabling critiques of both people in power and also of the news
media. By serving as watchdogs of the press, satirical and parody sites help ensure that
professional journalistic conduct is maintained, helping to improve the credibility of news
media. (…)”; a fabricação de notícias que se apoia na sua fonte legitimada para garantir que o
individuo que lê as notícias as está a receber com confiança de uma instituição ou pessoa que
estaria longe de congeminar histórias com sentido crítico implícito mas que requer uma
relação prévia de uma ligação já enraizada de confiança mesmo que tensa “(…)As Flanagin and
Metzger (2007) demonstrated, visitors who are unfamiliar with a website’s brand uses the
sophistication of the website as a mental heuristic to judge its credibility. In this way, fake news
outlets draw in readers (and eventually advertising revenue) by creating websites which closely
mimic those of legacy news organizations. Once the reader suspends credulity and accepts the
legitimacy of the source, they are more likely to trust the item and not seek verification. (…)”; a
manipulação de fotos é uma narrativa falsa sem ética que pode ir de ferramentas que mudam
o tom e cor de imagens a subtracções estratégicas de elementos que disfarçam uma
mensagem subtilmente e enganam o observador e que se distingue por ser criminalizada em
jornais mas perdoável e expectável em redes sociais “(…)Angeles Times journalist was
dismissed for merging two actual photos into one, as he had sufficiently changed the narrative
of the images (Campbell 2003). However, on social media, there are currently no similar codes
on sharing manipulated images, much less a way to enforce any code of ethics (…)”; a
publicidade em notícias consiste na incorporação da mesma no relato e mesmo que o
conteúdo seja determinado por agências de notícias ele é escondido na sua origem para
despitar os leitores e fazê-los acreditar que é completamente imparcial. Só com uma
aprofundada análise poderemos distinguir uma notícia genuína de fonte oficial e
fundamentada com estatísticas e estudos da promoção de um novo filme ou série que versa
exactamente do mesmo tema social em questão, “(…) A clear distinction with regards to public
relations or advertising-related fake news vis-a`-vis the other types of fake news examined here
is the emphasis on financial gain. This dimension may be a part of other forms of fabrication
that often primarily focus on political manipulation, but in this case, it is central. DEFINING
FAKE NEWS 9 Downloaded by [Australian Catholic University] at 03:17 31 August 2017 In some
instances, news may function as fulfilling both advertising and news goals through an
advertising format termed native advertising. (…)”; e finalmente a Propaganda que é aplicada
na audiência a níveis, por vezes, nacionais para influenciar percepções publicas e acções
tomadas pelo governo mesmo que aconteça ser por vezes explicitamente elaborada “(…)It is
also worth noting that there is a gray zone between advertising and propaganda as
overlapping motives may be present. For instance, one study investigated people who were
paid to post comments on social media platforms and forums (Chen et al. 2013). The posters
were recruited by an online game and an anti-virus company to promote positive news about
their respective products and negative news about competitors. (…)”.

Devemos igualmente salientar as duas plataformas chave que disseminam este fenómeno,
Twitter, uma plataforma que veio a substituir (e isto podia ser uma hipotética consideração
distópica mas é a realidade) o gabinete de porta-voz do Presidente e o facebook, que veio
igualmente assumir o papel de debate televisivo que neste caso peca pela ausência de um
moderador formado em jornalismo ou estudos políticos. “(…)Twitter, for example, became a
perfect platform to quickly disseminate details about a breaking event (Hermida 2010). Not
only did social media change news distribution, it has also challenged traditional beliefs of how
news should look. Now, a tweet, which at most is 140 characters long, is considered a piece of
news, particularly if it comes from a person in authority. Facebook, the most popular social
media platform, claims to have more than 1.23 billion daily active users as of December 2016
(Facebook 2017). While it started as a site through which we can share personal ideas and
updates with friends, it has morphed into a portal where users produce, consume, and
exchange different types of information, including news. A survey carried out in the United
States found that 44 percent of the population get their news from Facebook (Gottfried and
Shearer 2016). Social media sites are not only marked by having a mass audience, they also
facilitate speedy exchange and spread of information. Unfortunately, they have also facilitated
the spread of wrong information, such as fake news. An important facilitator of such
distribution is how social media blur the conceptualization of information source. A news
organization might publish a news-based article, but that article can reach an individual
through a dedicated news site, via the news organization’s Facebook site, or through a
“shared” posting of their social network. Social media users, therefore, have to navigate
through a multitude of information shared by multiple sources, which can be perceived “as a
set of layers with various levels of proximity to the reader” (Kang et al. 2011, 721 (…)”. Neste
artigo é igualmente destacada outra situação que não foi planeada aquando da génese destas
redes sociais e do seu papel na partilha de informação. Como se pode ler no artigo a
plataforma faz desvanecer a fonte da noticia, um jornal diário pode publicar um artigo mas
esse artigo pode chegar ao leitor após a trigésima partilha e que pode fazer com que o
receptor da informação seja influenciado pela proximidade social do emissor da noticia (um
amigo ou familiar) para avaliar o nível de veracidade da fonte e verificar a legitimidade da
mesma.

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