Pedro Lenza ▪Visiting Scholar | Boston College (2018-2022) ▪Doutor em Direito USP (2006) ▪Mestre em Direito USP (2002) ▪Graduação em Direito PUC/SP (1996)
ORDEM SOCIAL (cont.) Ordem Social: comunicação social – princípios orientadores § PRINCÍPIOS A ORIENTAR A PRODUÇÃO E A PROGRAMAÇÃO DAS EMISSORAS DE RÁDIO E TV A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios (art. 221): § preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; § promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; § regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; § respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. Ordem Social: comunicação social – princípios orientadores § RCL 38.782, ajuizada em 09.01.2020 por Netflix (plataforma de streaming), contra a decisão do TJRJ que determinou a proibição de difusão do conteúdo audiovisual do especial de Natal da produtora “Porta dos Fundos” Ordem Social: comunicação social – princípios orientadores § ADPF 130, DJe de 06.11.2009: “declarou a inconstitucionalidade da antiga lei de imprensa, por possuir preceitos tendentes a restringir a liberdade de expressão de diversas formas; § ADPF 187, DJe de 29.05.2014: afirmou a constitucionalidade das manifestações em prol da legalização da maconha, tendo em vista o direito de reunião e o direito à livre expressão de pensamento; § RE 511.961, DJe de 13.11.2009: dispensou diploma para o exercício da profissão de jornalismo, por força da estreita vinculação entre essa atividade e o pleno exercício das liberdades de expressão e de informação; § ADI 2.404, DJe de 1.º.08.2017: determinou, em ação de minha relatoria, que a classificação indicativa das diversões públicas e dos programas de rádio e TV, de competência da União, tenha natureza meramente indicativa, não podendo ser confundida com licença prévia” § Em seu voto, o Ministro Dias Toffoli resgatou a argumentação desenvolvida na SL 1.248 (j. 08.09.2019, pela qual se suspendeu decisão da Presidência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que permitia a apreensão de livros que tratavam do tema da homotransexualidade na Bienal do Livro – no mesmo sentido, RCL 36.742, tendo orientado a decisão tomada na STP 165 MC, j. 30.12.2019, pela qual se assegurou a apresentação de cantores e grupos religiosos no Réveillon organizado pela Prefeitura do Município do Rio de Janeiro) § Voto Min. Dias Toffoli na RCL 38.782 Ordem Social: comunicação social – princípios orientadores § ADI 4.451, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 21.06.2018, Pleno, DJE de 06.03.2019 - unanimidade § “4. Tanto a liberdade de expressão quanto a participação política em uma Democracia representativa somente se fortalecem em um ambiente de total visibilidade e possibilidade de exposição crítica das mais variadas opiniões sobre os governantes. § 5. O direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. Ressalte-se que, mesmo as declarações errôneas, estão sob a guarda dessa garantia constitucional.” Ordem Social: comunicação social – princípios orientadores § Resolução n. 23.714, de 20.10.2022/TSE: “dispõe sobre o enfrentamento à desinformação que atinja a integridade do processo eleitoral” § Art. 2.º: “É vedada, nos termos do Código Eleitoral, a divulgação ou compartilhamento de fatos sabidamente inverídicos ou gravemente descontextualizados que atinjam a integridade do processo eleitoral, inclusive os processos de votação, apuração e totalização de votos.” ADI 7261, j. 26.10.2022 O Tribunal, por maioria, referendou a decisão que indeferiu a medida cautelar postulada nesta ação direta, nos termos do voto do Relator Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens REDAÇÃO ORIGINAL (1988) REDAÇÃO DADA PELA EC N. 36/2002 Art. 222. A propriedade de empresa Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, mais de dez anos,
aos quais caberá a responsabilidade ou de pessoas jurídicas
por sua administração e orientação constituídas sob as leis brasileiras intelectual. e que tenham sede no País. Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens REDAÇÃO ORIGINAL (1988) REDAÇÃO DADA PELA EC N. 36/2002 Art. 222. § 1.º: É vedada a Art. 222. § 1º Em qualquer caso, pelo participação de pessoa jurídica no menos 70% do capital total e do capital social de empresa jornalística capital votante das empresas ou de radiodifusão, exceto a de jornalísticas e de radiodifusão sonora partido político e de sociedades cujo e de sons e imagens deverá capital pertença exclusiva e pertencer, direta ou indiretamente, a nominalmente a brasileiros. brasileiros natos ou naturalizados § 2º - A participação referida no há mais de dez anos, que parágrafo anterior só se efetuará exercerão obrigatoriamente a através de capital sem direito a voto gestão das atividades e e não poderá exceder a trinta por estabelecerão o conteúdo da cento do capital social. programação. Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 222) § § 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) § § 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) § § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) – Lei n. 10.610/2002 § § 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 222) § ADI 5.613: “A Associação Nacional de Jornais (ANJ) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5613) com pedido para que o Supremo Tribunal Federal dê interpretação conforme a Constituição a dispositivos da Lei 10.610/2002, no sentido de que a expressão “empresas jornalísticas” englobe também os portais de notícias.” – pendente! § 01.08.2022 – parecer da PGR pela improcedência