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APLICADA À
COMUNICAÇÃO
SOCIAL - ÊNFASE
EM JORNALISMO
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar os artigos da Constituição Federal brasi-
leira de 1988 que versam sobre a liberdade de comunicação no Brasil. Para
isso, é importante que você compreenda como ocorria a comunicação
antes dessa Constituição, no período em que a imprensa do País era
censurada em função da ditadura militar. Além disso, você vai conferir
quais são, hoje, os princípios e os limites da liberdade de comunicação,
que devem atender, sobretudo, o interesse público.
Com este estudo, você vai conhecer as normativas referentes à co-
municação no Brasil e o papel da comunicação e dos profissionais que
informam diariamente as notícias, além de acompanhar casos publicados
nos mais diversos segmentos midiáticos.
O art. 223 se refere ao tema das concessões para rádio e televisão, prevendo
que:
O art. 224 apenas indica que “[…] para os efeitos do disposto neste Ca-
pítulo, o Congresso Nacional instituirá, como órgão auxiliar, o Conselho de
Comunicação Social, na forma da lei” (BRASIL, 1988, documento on-line),
indicando a existência de um Conselho de Comunicação que, por muito tempo,
não existia no Brasil.
O Texto Constitucional, sendo de 1988, não contempla as mais diferentes
mídias existentes hoje. O que dispõe no capítulo V, a esse respeito, é uma
emenda, acrescentada em 2002, indicando apenas que “[…] os meios de co-
municação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para
a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art.
221” (BRASIL, 1988, documento on-line). No entanto, ainda não existem
normativas específicas para esse tipo de mídia.
A grande quantidade de produção e divulgação do conteúdo pela internet
vale-se de regras gerais da Constituição e do próprio Código de Ética dos
Jornalistas Brasileiros, que também não apresenta artigos específicos voltados
ao jornalismo digital, mas normatiza diversas questões de contexto deonto-
lógico. O que existe é a Lei Geral de Proteção de Dados, Lei nº. 13.709, de
14 de agosto de 2018, que visa proteger os dados pessoais a fim de respeitar
a vida privada dos indivíduos.
Uma vez reconhecidas quais são as premissas deste capítulo constitucional
voltado à comunicação, observaremos, no próximo item, de maneira mais
específica, quais são as questões relativas à liberdade da comunicação.
6 Constituição Federal e comunicação
mente a partir do Ato Institucional nº. 5 (AI5), em 1968, muitos jornais foram
fechados e impedidos de circular, além de seus diretores serem presos, assim
como outras pessoas que expressavam a situação da época por meio das artes.
Tendo conhecimento desse passado de restrições à divulgação e, consequen-
temente, ao livre acesso a qualquer informação, podemos notar a importância
da Constituição de 1988. Lattman-Weltman (2008), discorre acerca desse
assunto, destacando alguns princípios que são base da liberdade de expressão:
3 Limites da liberdade
Como já vimos, a conquista da liberdade de informação foi fundamental, já
que, para cumprir sua função, os veículos de comunicação precisam ser livres
de censura. Todavia, isso não significa que os profissionais da área estejam
isentos de responsabilidade com aquilo que noticiam. Pelo contrário, a obtenção
da liberdade também deve levar ao senso máximo de responsabilidade. Caldas
(1997) apresenta ideias a esse respeito:
[…] ninguém estará sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família,
no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação.
Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou
ataques (NAÇÕES UNIDAS, 1948, documento on-line).
Ainda de acordo com o estudo de Mello (2010, p. 109): “[…] essa desneces-
sidade de exame ou vedação da censura, no entanto, não deve ser entendida de
Constituição Federal e comunicação 13
Leituras recomendadas
BRASIL. Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968. São mantidas a Constituição de
24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá
decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Cons-
tituição [...]. Brasília, DF, 1968. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/
atoins/1960-1969/atoinstitucional-5-13-dezembro-1968-363600-publicacaooriginal-1-
-pe.html. Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Cons-
tituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências. Brasília, DF, 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD). Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/lei/L13709.htm. Acesso em: 23 abr. 2020.
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