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Noticias da Manutenção

Baseada em Fiabilidade
Divulgação de noticias sobre Controlo de Condição, Manutenção
e o MIIT Nº6 - Julho de 2003

Plano de Formação 22000033


ÍNDICE

1- Nota Prévia PPrróóxxiim


mooss C
Cuurrssooss
2 - Notícias do MIIT
- Nova morada no Norte Controlo de Condição
- Plano de Formação 2003 – Próximos Cursos - Curso de Introdução às Técnicas de Controlo de
- Seminário sobre “Redução de Custos de Condição - 23 de Setembro
Manutenção” - Curso Básico de Equilibragem e Diagnóstico- 30
de setembro/ 1 de Outubro
3 - Artigos Técnicos - Curso de Diagnóstico de Avarias em Motores
Eléctricos –27/28 de Outubro
ARTIGO 1 – O Pré-RCM - a Optimização da - Diagnóstico de Avarias em Rolamentos – 6 de
Preventiva Novembro
- Diagnóstico de Avarias em Engrenagens – 4 de
ARTIGO 2 - Controlo de Condição de Motores Dezembro
Eléctricos de Indução – Uma perspectiva - Curso Avançado de Diagnóstico – 10 a 12 de
Novembro
ARTIGO 3 - Implicações dos resultados das Engenharia de Ruído, Vibração e
inspecções de rotina na definição dos planos de Tribologia
manutenção ( Parte 2) - Curso de Introdução à Análise Modal
Experimental – 16 de Setembro
4 – PRÓXIMO NÚMEROS – ESPECIAL M.P.M. Higiene, Segurança e Ambiente
- Curso Básico de Ruído e Regulamentação
5 - NOTA FINAL Portuguesa –11/12 de Junho
Técnicas de Manutenção
- Curso Básico de Lubrificação –13 de Novembro
- Curso de Alinhamento de Acoplamentos – 16 e
1- Nota Prévia 17 de Dezembro
Podem-se encontrar detalhes completos sobre estas
Mais um número do nosso periódico, a atestar acções no site do MIIT.
que o interesse nestas matérias se mantém vivo.
Numa época marcada pela crise incluímos um
artigo direccionado para a redução de custos e
SSeem
miinnáárriioo ssoobbrree R
Reedduuççããoo ddee
cujo tema é a Optimização da Preventiva. C
Cuussttooss ddee MMaannuutteennççããoo
Esperamos que seja do interesse (assim como as Decorreram nos passados dia 1 e 2, com a
restantes matérias) dos nossos leitores! presença de numerosas e interessadas plateias
seminários sobre este tema. O programa foi:
BOAS FÉRIAS PARA TODOS
• Para quem não tem a certeza do
caminho a seguir.
2 - Notícias do MIIT • Optimização da Preventiva
Nova morada no Norte • O Outsourcing
Zona Industrial da Varziela Rua 8 Lote 1 • Redução de Custos de Manutenção na
4480 Vila do Conde Fase de Projecto (sobresselentes,
Telef.: 252 637090 Fax: 252 637 094
planos de manutenção, custo de ciclo
de vida)
• A métrica da Manutenção
PPllaannoo ddee F
Foorrm
maaççããoo 22000033 • O RCM
w
ww www..m
miiiitt..pptt Quem estiver interessado em receber uma cópia
das apresentações por favor solicite-o para:
carlos.aroeira@miit.pt
Manutenção Baseada em Fiabilidade 1/11
2 – ARTIGOS TÉCNICOS

ARTIGO 1 – O Pré-RCM - a Optimização da Preventiva

O RCM é uma ferramenta poderosa, nas mãos dos profissionais de manutenção, para se atingirem novos
níveis de produtividade, podendo-se apontar como pontos fortes, entre outros, o facto de ser metódico e
exaustivo. Esta sua força torna-o, por vezes, pesado, o que faz com que não seja encarado como solução
para a revisão dos planos de manutenção num grande número de máquinas, que não sendo grandes e
criticas, não deixam por isso de ser as que existem em maior número, e acabando portanto por pesar
bastante no orçamento da manutenção de muitas organizações.

Efectivamente encontram-se muitos profissionais que perguntam:


• E as que não são grandes e criticas?
• Sabendo eu que existem coisas que estão mal feitas, que são de conhecimento geral dentro da
minha organização, qual o sentido de enveredar por caminho tão exaustivo como o RCM?
• Não existe nada mais fácil e acessível? Que exija menos recursos?

Para todos estes o MIIT disponibiliza agora uma metodologia que visa responder, entre outras, a estas
questões.

Basicamente consiste, em primeiro Inspecções


lugar, em cruzar as tarefas de Gestão pelos operadores
manutenção existentes com as avarias informatizada
reportadas e conhecidas. Seguidamente, Controlo de
juntam-se à lista de avarias que se Condição
querem evitar, mais algumas que se
Recomendações
considerem relevantes e por alguma Experiência
diversas
razão estavam esquecidas, e elabora-se
um novo plano em que deverão ser
eliminadas tarefas que não se Inspecções pelos
considerem necessárias por alguma Manuais lubrificadores
razão.
Procedimentos
operacionais

A informação utilizada é, basicamente, a existente, evitando-se assim a pesada carga associada à


elaboração dos FMECA (Failure Mode Effects and Critically Analysis)

Idealmente esta metodologia deverá ser implementada pelo pessoal da casa, com alguma ajuda do
exterior. A importância do pessoal da casa é extrema, ao nível dos conhecimentos e experiência. A
colaboração do MIIT visa assegurar a implementação das melhores práticas (a não reprodução do que se
fazia anteriormente), a dinamização do grupo e o desfazer de quintinhas, que de uma forma ou outra é
frequente existirem.

Quem quiser uma cópia de uma apresentação sobre este tema, por peça-o por e-mail para
carlos.aroeira@miit.pt.

Manutenção Baseada em Fiabilidade 2


ARTIGO 2
Controlo de Condição de Motores Eléctricos de Indução – Uma perspectiva
(Carlos Aroeira, MIIT)
1 - INTRODUÇÃO

O Motor Eléctrico de Indução Trifásico é o accionamento mais comum e uma avaria imprevista neste tipo
de máquinas pode ter consequências económicas muito gravosas. Este facto leva a que hoje seja frequente
a utilização da manutenção preventiva com base no tempo como aproximação á conservação destas
máquinas. Sendo o MTBF deste tipo de máquina de oito anos (para um funcionamento de 8760 horas/por
ano) é comum utilizarem-se intervalos bastante mais curtos. Todavia também já são comuns as
instalações onde a manutenção preventiva só é efectuada com base no conhecimento da condição de
funcionamento da máquina. Esta última aproximação, decorrente de necessidades económicas e inserida
também nas modernas filosofias de manutenção, resulta também do facto dos gestores de manutenção das
instalações onde esta abordagem se pratica, se sentirem à vontade com as técnicas de controlo de
condição mais comuns.

Neste artigo pretende-se efectuar uma revisão das técnicas de controlo de condição de motores eléctricos
de indução, suas virtudes e limitações.

2 – ANOMALIAS, AVARIAS E SINTOMA

De um ponto de vista de controlo de condição as anomalias podem-se organizar da seguinte forma:

Mecânicas Eléctricas
Veio / Rotor Desequilíbrio, correntes parasitas
desalinhamento
Chumaceiras folgas , degradação,
deficiente lubrificação

Rotor ( em gaiola de Pontos de alta resistência (barras e


esquilo) anéis de topo fendidos ou partidos)

Estator Degradação do isolamento,


deficiente alimentação
Posição relativa Estator - excentricidade estática ou
Rotor dinâmica

Os sintomas originados por estas anomalias podem surgir de múltiplas formas:

Anomalias na Corrente de alimentação Ruído Vector de Park


Assimetrias do Campo Electromagnético Vibrações Descargas Parciais
Passagem de corrente nas chumaceiras Temperatura

Manutenção Baseada em Fiabilidade 3


3- DISTRIBUIÇÃO ESTATÍSTICA

Existem inúmeros estudos sobre a distribuição estatística de anomalias em motores eléctricos de indução.
A seguir apresentam-se os resultados de um efectuado pela General Electric em 1985.

- Anomalias no rotor – 10%


- Anomalias no estator – 35%
- Chumaceiras – 42%
- Outros problemas - 13 %

É experiência geral que a maioria dos problemas que ocorrem nestas máquinas são de índole mecânica.

4 – TÉCNICAS DE CONTROLO DE CONDIÇÃO

4.1 RUÍDO

É comum ocorrer uma variação perceptível no ruído produzido por um motor quando a sua condição de
funcionamento muda. Isto pode ocorrer quer em virtude do surgimento de uma assimetria
electromagnética em batimento com a frequência de rotação da máquina quer, por exemplo, devido a um
rolamento degradado. Sendo um indicador qualitativo do estado do motor não é normalmente utilizado
como parâmetro quantitativo pela susceptibilidade a interferências a ruídos produzidos por outras fontes.
Para além disso, existe uma relação estrita entre o nível de ruído e o de vibração, tornado-se portanto mais
simples seguir este último parâmetro.

4.2 VIBRAÇÕES

Uma máquina rotativa ideal não teria vibrações. Como as máquinas são concebidas e fabricadas para
trabalharem dentro de tolerâncias existem sempre vibrações. Quando ocorre uma anomalia que gera uma
força cíclica esta normalmente manifesta-se sobre a forma de uma vibração.

Num motor eléctrico de indução é comum encontrarem-se no espectro de frequência as seguintes


componentes vibratórias:

a) RPM – Velocidade de rotação e harmónicas

b) 50 Hz – frequência da rede

c) 100 Hz – duas vezes a frequência da rede

d) Velocidade de rotação do campo electromagnético

e) Frequência de escorregamento ( FE = Velocidade de Rotação do Campo Electromagnético do Estator


– Velocidade de rotação do Rotor)

f) Frequência de passagem de pólos ( FPP= FE x Nº Pares de pólos)

g) Frequência de passagem de Barras (FPB) = numero de barras do Rotor x Velocidade de rotação do


Rotor

h) Frequência de passagem de Cavas (FPC) = numero de ranhuras do estator x Velocidade de rotação do


Rotor

i) Frequências de rolamentos - FR
Manutenção Baseada em Fiabilidade 4
No quadro a seguir apresentado apresentam-se os sintomas vibratórios de diversas anomalias:

Frequência Direcção Observações


Desequilíbrio 1 x RPM Radial Amplitudes elevadas
Desalinhamento 1,2,3 x RPM Radial e axial Amplitudes elevadas
Folgas e desapertos N x RPM Radial Amplitudes elevadas
Rolamentos Frequências de Amplitudes reduzidas no
Rolamentos inicio a aparecer primeiro
nas altas frequências
Excentricidade 100 Hz
estática
Excentricidade RPM com bandas
dinâmica laterais a FPP

Com base nestes sintomas podem-se definir diversos procedimentos de medida.

Os sintomas referentes a desequilíbrio, desalinhamento e folgas detectam-se facilmente com a medição do


Nível Global de Vibrações.

Os sintomas relativos aos rolamentos podem-se detectar de duas formas distintas. Uma primeira, mais
básica e utilizada á muito tempo, consiste na medição de vibrações numa banda de altas frequências. A
segunda, mais recente, consiste na utilização de uma técnica de análise de sinal mais sofisticada, a
Análise do Envelope. A primeira abordagem tem a limitação de ser susceptível de sofrer interferências
tendendo-se portanto cada vez mais a utilizar a ultima, por ser bastante mais clara nos resultados
fornecidos.

Para se detectarem os sintomas relativos a excentricidade tem de se observar bandas especificas do


Espectro de Frequência , necessitando assim de Análise por Bandas.

Constata-se portanto que para detectar os diversos sintomas vibratórios é necessário utilizar mais de uma
técnica de medida, tendo-se tornado prática corrente a utilização de Análise por Bandas e Análise do
Envelope em simultâneo para se cobrir de uma forma eficaz a detecção de todos os sintomas vibratórios
de anomalias em motores eléctricos de indução.

A seguir apresenta-se um exemplo de procedimento de medição de vibrações por Análise por Bandas
num motor eléctrico, tendo só em conta os problemas mecânicos.

Designação Parâmetro Banda de


Ref. da Banda de Medida Frequência
1 Sub & 1 x RPM Velocidade 0,2 a 1,5 RPM
2 2 a 4 x RPM Velocidade 1,5 a 4,5 RPM
3 5 a 20 x RPM Velocidade 4,5 a 20,5 RPM
4 21 a 40 x RPM Aceleração 20,5 a 40,5 x RPM
5 41 a 70 x RPM Aceleração 40,5 a 70,5 x RPM
6 1 a 20 KHz Aceleração 1 a 20 KHz

As diversas bandas de aceleração destinam-se a quantificar a grau de evolução da degradação de um


rolamento; quanto mais baixa for a frequência a que se manifesta a anomalia , maior é a sua gravidade.

Para detecção precoce de anomalias em rolamentos e seu diagnóstico utiliza-se a Análise de Envelope. A
medição da amplitude pico da forma de onda do sinal do envelope serve para elaborar uma tendência e o
respectivo espectro para efectuar diagnóstico.

Manutenção Baseada em Fiabilidade 5


Desta forma consegue-se determinar se existem anomalias nos rolamentos, se estas já são visíveis a olho
nu, e do grau de necessidade de proceder à substituição do rolamento.

Dezenas de anos depois de se ter começado a utilizar a vibrometria para controlo de condição de
rolamentos, o grau de fiabilidade desta técnica, adequadamente utilizada, é tal que, já não existe
justificação racional para a manutenção preventiva com base no tempo de motores eléctricos, se o fim for
somente o de mudar rolamentos.

Caso se pretenda acompanhar os sintomas vibratórios de origem eléctrica pode-se adicionalmente criar
uma banda específica para medir os 100 Hz.

È de notar que os sintomas vibratórios de excentricidade também vão surgir nalgumas bandas de
aceleração. Quando isso ocorrer, consegue-se diferenciar as duas anomalias através da Análise do
Espectro de Frequência.

4.3 TEMPERATURA

A temperatura de funcionamento de um motor é um parâmetro muito importante de seguir não só para


acompanhar a sua condição de funcionamento mas também porque a duração da vida do isolamento
depende directamente da temperatura de serviço.

Esta depende de muitos parâmetros como sejam a carga, temperatura ambiente, arrefecimento, etc.

A temperatura pode ser seguida pelo seu valor directo ou então por valores normalizados que entrem em
conta com a carga do motor, temperatura ambiente, etc.

Uma técnica, devido ao seu custo, pouco utilizada para medir a temperatura deste tipo de máquinas é a
termografia. É, sem dúvida, a forma ideal de acompanhar este fenómeno físico.
81,8°C

80

70

60

50,1°C

Figura 1 – Termografia de um motor eléctrico, podendo-se ver a vermelho a zona mais quente

4.4 ANÁLISE DO ESPECTRO DE CORRENTE DE ALIMENTAÇÃO

A análise do Espectro de Frequência da corrente de alimentação de um motor de indução surgiu à cerca


de vinte anos e tem como principal aplicação a detecção de pontos de elevada resistência no rotor como
sejam barras partidas ou fracturadas, anéis de fecho fracturados, etc.

O parâmetro a seguir com este fim é a razão de amplitudes entre a frequência de alimentação (50 Hz) e a
banda lateral inferior á frequência de passagem de pólos ( frequência de escorregamento vezes numero
pares de pólos ). Normalmente considera-se que se esta diferença for superior a 55 dB o rotor se encontra
em bom estado.
Manutenção Baseada em Fiabilidade 6
Figura 2 – Espectro de Corrente de Alimentação de Motor Eléctrico de Indução

4.5 ANÁLISE DO CAMPO ELECTROMAGNÉTICO

O Motor Eléctrico ideal teria um campo electromagnético perfeitamente simétrico e equilibrado; todavia
tal motor não existe. Estas assimetrias podem ter a ver com aspectos construtivos quer com avarias. O
seguimento da tendência da evolução espectro de frequência do fluxo electromagnético permite detectar o
surgimento de novas componentes no seu espectro. São assim detectadas avarias no rotor , no estator e na
alimentação.

4.6 VECTOR DE PARK

O Vector de Park resulta de um tratamento matemático do resultado das medições de corrente de


alimentação do motor efectuadas com pinças amperimétricas.

A visualização do Vector de Park em condições ideais corresponderia a um círculo perfeito; as diversas


anomalias manifestam-se sobre a forma de desvios da simetria perfeita.

4.7 PASSAGEM DE CORRENTE NAS CHUMACEIRAS

Existem diversas causas possíveis para a criação de correntes no veio de um motor eléctrico como sejam
electromagnéticas, electroestáticas, etc. Estas correntes, ao passarem nas chumaceiras, provocam danos
nas superfícies por efeito de Maquinagem por Descarga Eléctrica.

Um tipo de motores muito susceptível à ocorrência deste tipo de anomalia é o constituído pelos
alimentados a partir de um variador de velocidade.

Este parâmetro pode ser medido colocando uma escova metálica no veio e ligando-a á terra e medindo a
tensão existente. Deve ser medida a tensão RMS, AC e DC o que pode ser efectuado com um voltímetro
normal, e também a tensão pico o que já exige outro tipo de equipamento. Deve ser também efectuada
análise de tendência da corrente.

Manutenção Baseada em Fiabilidade 7


4.8 DESCARGAS PARCIAS

O fenómeno físico com esta designação consiste em impulsos eléctricos de alta frequência originados
num sistema de isolamento eléctrico. É uma técnica utilizada para detectar degradação de isolamento do
estator sobretudo em motores de alta tensão podendo-se também aplicar aos de média.

A amplitude e taxa de repetição das Descargas Parciais são os parâmetros a acompanhar para avaliar a
degradação de um isolamento.

5 CONCLUSÃO

Para se atingir o objectivo de detectar as múltiplas anomalias possíveis num motor eléctrico tem de se
utilizar diversas técnicas de controlo de condição.

O controlo de condição por vibrometria responde ás necessidades de detecção de anomalias mecânicas.

Os sistemas de manutenção preventiva, com base no tempo ou horas de funcionamento, com vista a
prevenir problemas mecânicos tecnicamente podem ser substituídos, de uma forma fiável, por sistemas de
manutenção preventiva com base na condição de funcionamento.

A análise de corrente de alimentação detecta as anomalias eléctricas no rotor.

Não existe ainda nenhuma técnica que reuna o consenso dos especialistas da área para a detecção, em
funcionamento, de avarias no estator.

Referências

1) Use equipment failure statistics properly , H. P. Bloch & F. K. Geitner


Hydrocarbon Processing, Jan. 1999, Vol.78, Nº1
2)Diagnóstico de Avarias em Motores de Indução Trifásicos, Cardoso, A. J.M., Coimbra, Coimbra
Editora( ISBN 972-32-0452-5)
3) Proactive Motor Monitoring Through Temperature, Shaft Current And Magnetic Flux Measurements
S.V. Bowers, and K.R. Piety - Computational Systems, Incorporated
4) Partial Discharge Theory and Applications to Electrical Equipment
Cal Patterson – Cutler-Hammer Gabe Paoletti, P.E., Alex Golubev, PhD, Cutler-Hammer Engineering
Services

Termografia de motor
eléctrico vendo-se as zonas
mais quentes nas cores
mais claras. Identifica-se
claramente uma chumaceira
quente.

Manutenção Baseada em Fiabilidade 8


ARTIGO 3

Implicações dos resultados das inspecções de rotina na definição dos planos de manutenção (Parte 2)
Eng. João Craveiro, MIIT, Prof. Caldeira Duarte, Escola Superior de Tecnologia de Setúbal

UM NOVO OLHAR SOBRE O CONCEITO DE FIABILIDADE; IMPLICAÇÕES NA POLÍTICA


DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Nesta secção, tendo por base a abordagem inovadora ao conceito de fiabilidade apresentada por Duarte,
2001, proporemos uma metodologia para, em função dos resultados das inspecções de rotina, validar a
política de manutenção e alterá-la, caso seja conveniente. O objectivo desta análise é, garantindo um nível
de fiabilidade predeterminado, minimizar os custos relativos às operações de manutenção e aumentar a
sua eficiência.
Admitamos por hipótese que o desempenho de um equipamento é reposto nas suas especificações
originais no final de cada intervalo de tempo de amplitude t unidades, isto é, que no final de cada um
desses períodos existe um conjunto de intervenções que repõe o equipamento no estado “good as new” 1.
A Figura 1 ilustra o efeito das acções de manutenção preventiva sobre o valor da fiabilidade simples de
um equipamento.

0.8

0.6

0.4

0.2

0 2000 4000 6000 8000


Figura 1 O efeito das acções tde manutenção preventiva sobre o valor da
fiabilidade simples de um equipamento.

Tenha-se em atenção que esta definição pode ser facilmente adaptada ao caso em que, por haver somente
uma intervenção sobre alguns dos componentes, a fiabilidade do equipamento nunca seja reposta no valor
máximo igual a 1, mas apenas numa sua fracção.
As inspecções periódicas, tal como o controlo de condição, pretendem caracterizar o estado operacional
do equipamento. Naturalmente que, quando um equipamento é inspeccionado, duas situações podem
ocorrer: ou é assinalada uma falha ou degradação, o que deverá conduzir, mais cedo ou mais tarde, a uma
intervenção, ou nada é detectado. No primeiro caso haverá uma reposição do nível de fiabilidade do
equipamento de acordo com a metodologia apresentada anteriormente; se nenhuma degradação for
detectada é importante que essa informação tenha também reflexo sobre o valor da fiabilidade do
equipamento. Neste sentido, e admitindo que entre duas acções consecutivas de manutenção preventiva
existem n inspecções de rotina, propomos que em cada instante em que é feita uma inspecção com
resultados positivos, a função de fiabilidade do equipamento seja dada por
  jτ  
R j +1 (t ) = β j × 1 − R j   + R j (t ), j = 1,..., n.
  n + 1 
onde β é o factor que traduz um eventual acréscimo de fiabilidade decorrente de uma constatação de que
a situação verificada é melhor que a condição pressuposta para o equipamento no instante da inspecção.

1
Podemos tornar esta hipótese mais fraca se considerarmos que o equipamento é reposto num estado que corresponde apenas a
uma percentagem das especificações originais, o que não afectará o que se apresenta a seguir.
Manutenção Baseada em Fiabilidade 9
A Figura 2 ilustra esta perspectiva: supondo, por exemplo, que as inspecções de rotina são feitas de 1000
em 1000 unidades de tempo, no caso de estas não revelarem qualquer anomalia no equipamento, é lícito
ponderar um ligeiro aumento da fiabilidade do equipamento que dependerá do rigor da inspecção e dos
conhecimentos do inspector.

Integrando as duas perspectivas apresentadas, podemos concluir que o valor da fiabilidade de um


equipamento é, em cada instante, função das acções de manutenção a que tenha sido submetido e da
avaliação do seu estado, feita em cada inspecção de rotina.
As inspecções de rotina, que correspondem à verificação do estado operacional do equipamento, e que
podem incluir a leitura dos valores de alguns parâmetros do controlo de condição, devem ter um reflexo
directo na política de manutenção, muito para além do simples reporte “nada a assinalar” ou “requer-se
intervenção”.
Uma inspecção de rotina deve dar sempre origem a um relatório, por mais simples que seja, mas
suficientemente explícito sobre as conclusões do inspector e a sua justificação, e as medidas

0.95

0.9

0.85

0.8

0.75

0.7 0 500 1000 1500 2000 2500 3000


t

Figura 2 O efeito das inspecções de rotina sobre a fiabilidade de um equipamento.

preconizadas, que poderão ser do tipo


• Intervenção curativa requerida/aconselhada;
• Intervenção correctiva requerida/aconselhada;
• Intervenção correctiva a priori requerida/aconselhada;
• Equipamento em condições de funcionamento normais.
Se as primeiras três situações darão origem a um Pedido de Trabalho, no último caso tem que ser
especificado o grau de fiabilidade2 (GF) associado à informação fornecida e para isso sugere-se a criação
de três níveis: 100%, 75% e 50%. Designando por TBPM o tempo entre intervenções de manutenção
preventiva, aquela informação terá como consequência que a próxima intervenção de manutenção
preventiva e a próxima inspecção de rotina deverão ocorrer de acordo com um dos seguintes algoritmos.

(continua no próximo número)

2
O grau de fiabilidade aqui referido é, naturalmente, uma medida empírica, intrínseca ao inspector, e que reflectirá a sua
experiência e conhecimento sobre o equipamento.
Manutenção Baseada em Fiabilidade 10
3 – PRÓXIMO NÚMERO – ESPECIAL M.P.M

Face à esmagadora resposta e inúmeras questões colocadas sobre esta temática vai ser elaborado um número
especial, em Agosto, sobre este tema. Este número, que consideramos corresponder a uma divida que temos
para com todos (e foram muitos) que nos contactaram, conterá as respostas às numerosas questões que nos
foram colocadas e incluirá também as contribuições que nos foram enviadas pelos mais interessados.
Lamentamos ter que fazer esperar todos os que, ansiosamente, aguardam este número mas podemos sossegá-
los no que respeita a este tema; só a esmagadora carga de trabalho que nos pressiona neste momento nos
impede de editar este número “Especial Férias 2003” agora mesmo.

Asseguramos portanto que quando vierem de férias o terão na vossa caixa de e-mail.

Para os que quiserem contribuir, porque ainda estão a tempo, por favor façam-no para o seguinte e-mail:
carlos.aroeira@miit.pt

4 - NOTA FINAL

Se deseja receber este periódico e não o recebe, por favor solicite-o para o e-mail: miit@miit.pt

Se recebe este periódico e não o deseja receber, por favor comunique-o para o e-mail: miit@miit.pt

Qualquer comentário, sugestão ou pergunta são bem vindos. Para o efectuar, por favor, utilize o mesmo e-mail,
miit@miit.pt.

LISBOA
Perímetro Bombardier – Rua Vice Almirante
Azevedo Coutinho, Nº 1, Edifício Curvo
. Venda Nova - 2700 Amadora
Telef.: 21 4996490 Fax: 21 4996491
VILA DO CONDE
Zona Industrial da Varziela Rua 8 Lote 1
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e-mail:miit@miit.pt
www.miit.pt Manutenção Baseada em Fiabilidade 11

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