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IMPACTO DO CARREGAMENTO DO SISTEMA NOS ERROS

DE TCs E TPs PARA ESTUDO DE ESTIMAÇÃO DE ESTADO

ANTONIO ADRIAN MARTINEZ GAVILAN

Trabalho de Graduação Apresentado à Disciplina Projeto de


Graduação como Requisito Parcial à Conclusão do Curso de
Graduação de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CURITIBA – 2011
TERMO DE APROVAÇÃO

ANTONIO ADRIAN MARTINEZ GAVILAN

IMPACTO DO CARREGAMENTO DO SISTEMA NOS ERROS DE TCs E TPs


PARA ESTUDO DE ESTIMAÇÃO DE ESTADO

Trabalho de graduação apresentado á disciplina de Projeto de Graduação


como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Paraná.

------------------------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Elizete Maria Lourenço, Dr.a.

------------------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Ivan Colling Eigth, Dr.

------------------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Clodomiro Unsihuay Vila, Dr
AGRADECIMENTOS

A minha orientadora, professora Doutora Elizete Maria Lourenço pela


paciência, compreensão, dedicação, incentivo e disponibilidade demonstrada
ao longo do período de todo o trabalho.

Aos meus pais, aos meus irmãos e todos os familiares, pela


compreensão e apoio nos momentos difíceis no decorrer de todo o curso.

A todos os que direta ou indiretamente estiveram ao meu lado durante


toda esta etapa da minha vida.
RESUMO

O trabalho desenvolvido visou à caracterização do problema da


influência exercida pelos transformadores para instrumentos na exatidão de
medições oriundas de sistemas elétricos de potência, analisando seus
impactos nas estimativas das tensões complexas realizadas pelos atuais
estimadores de estados.

Neste contexto, o objetivo dos transformadores para instrumento é


adequar as elevadas tensões e correntes a níveis mensuráveis, padronizadas
conforme normas especificas, para alimentação de bobinas de potencial de
instrumentos elétricos de medição, controle e proteção. Entretanto, tal processo
está sujeito a erros de medição de módulo e ângulo, sendo estes definidos a
partir de sua classe de exatidão, as quais estão relacionadas à qualidade das
medidas e à faixa de operação dos instrumentos. Os elementos mais
importantes para caracterização dos erros de medição dentro dos
transformadores para instrumentos são os transformadores de corrente e
transformadores de potêncial. Normalmente tais dispositivos são instalados em
subestações que apresentam variações de carga. Dessa forma, a classe de
exatidão nominal dos mesmos pode ver-se afetada. O fato mencionado é
característico para o caso de medições efetuadas através de transformadores
de corrente, sendo de interesse o estudo detalhado do nível de carregamento
dos mesmos para análise dos erros inseridos nas medidas.

A metodologia proposta foi implementada em um programa computacional


desenvolvido no software MATLAB, obtendo-se dessa forma um conjunto de
medidas com diferentes valores de erros conforme condição de operação da
rede elétrica. O conjunto de medida foi utilizado na seqüência nas rotinas de
estimação de estado pertencente ao programa computacional Power Education
Toolbox visando avaliar o impacto das mesmas nos valores estimados de
magnitude de tensão e ângulo de fase nos barramentos. O sistema teste de 5
barramentos foi utilizado de forma a contemplar e ilustrar a metodologia
adotada.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1 - CADEIA DE MEDIÇÃO ENVOLVENDO USO DE TI...............................................................11

FIGURA 2.1 – LIGAÇÃO DE UM TC EM UM SISTEMA AC PARA EFEITOS DE MEDIÇÃO DE CORRENTE. ........ 15

FIGURA 3.1 - CIRCUITO EQUIVALENTE DO “TC” .................................................................................. 21

FIGURA 3.2 - DIAGRAMA FASORIAL DOS TC. ...................................................................................... 23

FIGURA 3.3 – VARIAÇÃO DA CORRENTE PRIMÁRIA EM FUNÇÃO DA CORRENTE DE EXCITAÇÃO .............. 23

FIGURA 3.4 - CURVA TÍPICA DE MAGNETIZAÇÃO DO TC. ..................................................................... 24

FIGURA 3.5 – ERRO DE RELAÇÃO DO TC PARA A CLASSE DE EXATIDÃO 1. ........................................... 25

FIGURA 3.6 – ERRO DE FASE DO TC PARA A CLASSE DE EXATIDÃO 1. ................................................. 25

FIGURA 3.7 – ERRO DE RELAÇÃO DO TP PARA CLASSE DE EXATIDÃO 1 ............................................... 28

FIGURA 3.8 – ERRO DE FASE DO TP PARA CLASSE DE EXATIDÃO 1. .................................................... 29

FIGURA 3.9 – DIAGRAMA ENVOLVENDO O PROCESSO DE INSERÇÃO DE ERROS NAS MEDIDAS. ............. 31

FIGURA 4.1- OBJETIVO DE UM ESTIMADOR DE ESTADO. ................................................................... 34

FIGURA 4.2 – JANELA PRINCIPAL DO SOFTWARE PET. ....................................................................... 35


FIGURA 4.3 – MEDIDOR DE FLUXO DE POTÊNCIA. .............................................................................. 35

FIGURA 5.1 – CONFIGURAÇÃO DE MEDIDA UTILIZADA NO SISTEMA DE 5 BARRAMENTOS....................... 37

FIGURA 5.2 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE FASE DO TC NA EE ............................................................... 40


FIGURA 5.3 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE RELAÇÃO DO TC NA EE .......................................................... 41

FIGURA 5.4 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE FASE DO TP NA EE ................................................................ 42

FIGURA 5.5 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE RELAÇÃO DO TP NA EE .......................................................... 43

FIGURA 5.6 – INFLUÊNCIA DO ERRO EM CONJUNTO NA EE ................................................................. 44

FIGURA 5.7 – INFLUÊNCIA DO ERRO EM CONJUNTO NA EE PARA CONDIÇÃO DE 20% ........................... 45


LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE FASE DO TC NA EE – CASO 100%.............................................49

TABELA 2 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE RELAÇÃO DO TC NA EE– CASO 100%........................................49

TABELA 3 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE FASE DO TP NA EE– CASO 100%..............................................50

TABELA 4 – INFLUÊNCIA DO ERRO DE RELAÇÃO DO TP NA EE– CASO 100%........................................50

TABELA 5 – INFLUÊNCIA DO ERRO EM CONJUNTO NA EE– CASO 100%...............................................51

TABELA 6 – ERRO COMBINADO DE TC E TP NA ESTIMAÇÃO DE ESTADO – CASO 20%........................... 51

TABELA 7 – DADOS DA MATRIZ BARRA PARA SISTEMA DE 5 BARRAMENTOS........................................ 52

TABELA 8 – DADOS DE LINHA PARA SISTEMA DE 5 BARRAMENTOS......................................................53

TABELA 9 – CLASSE DE EXATIDÃO PARA TRANSFORMADOR DE CORRENTE CONFORME IEC 60044-1.....54

TABELA 10 – CLASSE DE EXATIDÃO PARA TRANSFORMADOR DE POTÊNCIAL CONFORME IEC 60044-2.. 54


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SEE Sistema de Energia Elétrica


EMS Energy Management System – Sistema de Gestão de Energia
SCADA Supervisory Control and Data Adquisition System – Sistema de
Supervisão, Controle e Aquisição de Dados
EE Estimador de Estado
TI Transformador para Instrumentos
PMU Unidade de Medida Fasorial
AC Corrente alternada
PET Power Education Toolbox
TC Transformador de Corrente ou Transformadores de Corrente
TP Transformador de Potêncial ou Transformadores de Potêncial
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ------------------------------------------------------------------------------------------------3

RESUMO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------4

LISTA DE FIGURAS -------------------------------------------------------------------------------------------------5

LISTA DE TABELAS -------------------------------------------------------------------------------------------------6

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS -------------------------------------------------------------------------7

INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 10
1.1 MOTIVAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------------------- 10
1.2 OBJETIVOS ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO -------------------------------------------------------------------------------- 12

TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS --------------------------------------------------------- 13


2.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS --------------------------------------------------------------------------------- 13
2.2 OS TRANSFORMADORES DE CORRENTE ------------------------------------------------------------ 14
2.2.1 Relação Nominal e Real de Transformadores de Corrente -------------------------------- 15
2.3 OS TRANSFORMADORES DE POTÊNCIAL------------------------------------------------------------- 16
2.3.1 Relação Nominal e Real de Transformadores de Potêncial ------------------------------- 17

MODELAGEM DOS ERROS ORIUNDOS DOS TRANSFORMADORES PARA


INSTRUMENTOS -------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
3.1 SIMULADOR DE MEDIDAS VERDADEIRAS ---------------------------------------------------------------- 19
3.2 MODELAGEM DOS ERROS EM TC ------------------------------------------------------------------------- 20
3.2.1 Efeito da Corrente Primária nos Erros de Relação e Ângulo de Fase do TC---------- 21
3.3 MODELAGEM DOS ERROS EM TP ------------------------------------------------------------------------- 27

ESTIMAÇÃO DE ESTADO EM SISTEMA ELÉTRICOS DE POTÊNCIA ----------------------------- 32


4.1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------- 32
4.2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS --------------------------------------------------------------------------------- 33
4.3 POWER EDUCATION TOOLBOX ---------------------------------------------------------------------------- 34

TESTES COMPUTACIONAIS E RESULTADOS ----------------------------------------------------------- 36


5.1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------- 36
5.2 CARACTERÍSTICAS DA SIMULAÇÃO ------------------------------------------------------------------------ 36
5.3 CONDIÇÃO DE 100% DE CARREGAMENTO--------------------------------------------------------------- 37
5.3.1 Influência do Erro de Fase do TC na Estimação de Estado ------------------------------- 38
5.3.2 Influência do Erro de Relação do TC na Estimação de Estado --------------------------- 40
5.3.3 Influência do Erro de Fase do TP na Estimação de Estado ------------------------------- 41
5.3.4 Influência do Erro de Relação do TP na Estimação de Estado --------------------------- 42
5.3.5 Erro em Conjunto de TC e TP na Estimação de Estado ------------------------------------ 43
5.4 CONDIÇÃO DE 20% DE CARREGAMENTO ----------------------------------------------------------------- 44

CONCLUSÕES ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --------------------------------------------------------------------------- 48

ANEXO A – RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO DE ESTADO -------------------------------------------- 49

ANEXO C – CLASSE DE EXATIDAÕ PARA TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS


-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 53
Capítulo

1
INTRODUÇÃO

1.1 Motivação

Os Sistemas de Energia Elétrica (SEE) vêm evolucionando ao longo


dos anos, observando-se subestações cada vez maiores, geradores com
maiores potências e interconexões entre diferentes áreas e inclusive países,
tornando o sistema cada vez mais complexo e de maior dimensão. Estes
sistemas devem ser continuamente monitorados de maneira a contemplar o
fornecimento continuo da energia elétrica. Atualmente as aplicações referentes
à monitoração formam parte dos modernos Sistemas de Gestão de Energia,
conhecidos por suas siglas em inglês como “EMS” (Energy Management
System). Por sua vez, estes sistemas são conformados por subsistemas como
o “SCADA” (Supervisory Control and Data Adquisition), caracterizando-se por
possuir funções de supervisão, controle e aquisição de dados em tempo real.
Isto beneficia enormemente aos operadores de sistemas, possibilitando o
conhecimento do estado de operação da rede elétrica mediante acesso a
informações coletadas continuamente da rede elétrica e agrupadas de forma
centralizada.

Outras funcionalidades encontradas nos sistemas “EMS” são as


aplicações referentes à análise de rede, tendo como ferramenta principal os
modernos Estimadores de Estado (EE). Os “EE” precisam de um conjunto
redundante de medidas para posterior estimativa das tensões complexas nos

10
barramentos. Tais medidas são coletadas periodicamente de subestações e
centrais geradoras pelo sistema “SCADA”. No entanto, este processo requer a
instalação de medidores e meios para a transmissão das medidas, estando o
sistema “SCADA” sujeito a erros nas medidas processadas. Estes erros são
introduzidos individualmente pelo conjunto de instrumentos e meios de
transmissão encontrados ao longo do “SEE”. No entanto, são os
Transformadores para Instrumentos (TI) os principais elementos que
caracterizam os erros nas medidas e que serão motivo de estudo no presente
trabalho. A Figura 1.1 mostra a modo de ilustração a ligação típica de “TI",
tendo como carga no seu circuito secundário as Unidades de Medidas
Fasoriais (PMU).

Figura 1.1 - Cadeia de medição envolvendo uso de TI

1.2 Objetivos

Este trabalho de conclusão de curso tem por objetivo estudar a


influência dos erros inseridos pelos transformadores para instrumentos no
processo de estimação de estado. Um estimador de estado precisa de um
conjunto de medidas coletadas periodicamente do sistema de energia elétrica
para assim estimar as tensões complexas em barramento, possibilitando assim

11
o conhecimento de outras grandezas como as distribuições de fluxos de
potência. Entretanto, a confiabilidade dessas grandezas depende dos erros
inseridos nas medidas no decorrer do processo de medição, tendo aos “TI”
como principais responsáveis de fontes de erros nas medidas.

1.3 Estrutura do Trabalho

Os próximos capítulos deste trabalho estão organizados da seguinte


forma:

• O Capítulo 2 fornece uma visão geral do trabalho elaborado, sendo


introduzidas as primeiras idéias referentes aos transformadores para
instrumentos. Serão definidos os dois tipos de transformadores para
instrumentos encontrados na prática e suas finalidades no sistema
elétrico de potência.

• O Capítulo 3 trata do uso do gerador de medidas verdadeiras, sendo


necessária para estabelecimento de um conjunto de medida que serão
denominadas medidas reais ou sem erros. Nas mesmas serão
adicionados os erros de relação e fase provenientes dos
transformadores para instrumentos. Na seqüência será abordado o
problema referente aos erros introduzidos pelos “TI” nas medidas
conforme a condição de operação do sistema.

• O Capítulo 4 é dedicado aos conceitos introdutórios da estimação de


estado em sistemas de energia elétrica. Neste ponto a ferramenta Power
Education Toolbox será referida. A função de estimação de estado
disponível na mesma será utilizada para fins de simulações.

• O Capítulo 6 mostra os resultados da aplicação do método proposto


para duas condições de operação, nomeadamente as condições de
100% e 20% de carregamento do sistema. O sistema de 5 barramentos
será simulado, validando-se assim a metodologia proposta.

• Finalmente, o Capítulo 7 apresenta as conclusões finais do trabalho.

12
Capítulo

2
TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS

2.1 Fundamentos Teóricos

Os transformadores são utilizados em sistemas de corrente alternada


(AC) para efeitos de medição de grandezas básicas como corrente, tensão e
potência, e para a ligação de instrumentos que indicam outras grandezas ou
condições, tais como fator de potência, freqüência e sincronismo. São
utilizados também para ligar os relés de sobrecorrente, sobtensão e vários
outros a uma rede de energia elétrica. Em todas essas aplicações, o
transformador presta uma função de medida e, portanto, requer apreciação de
suas características de exatidão. Os transformadores usados em associação
com instrumentos em função de medida são denominados “Transformadores
para Instrumentos”, ou abreviadamente “TI”. O tipo empregado para medição
de corrente é denominado transformador de corrente para instrumentos ou,
abreviadamente, “Transformador de Corrente”, ou simplesmente “TC”. Já os
transformadores para efeitos de medição de tensão são, analogamente,
denominados “Transformadores de Potêncial” ou “TP”.

Existem duas razões principais no uso de transformadores, ao se fazer


medidas em correntes AC, tendo como finalidades:

1. Multiplicar o campo de medição de um instrumento de medida;


2. Isolar um instrumento de medida de uma linha de alta tensão,
protegendo dessa forma ao pessoal de operação.

13
O fato de os instrumentos de medida no circuito secundário de um
transformador estarem eletricamente isolados do enrolamento primário é de
grande importância nos sistemas de tensões elevadas. Os grandes
alternadores (geradores) operam, normalmente, a tensão de 12.000 a 20.000 V
e, algumas vezes, mais alta. As tensões das linhas de transmissão vão desde
esta ordem até os valores atuais de 750.000 V. Em conseqüência, é necessário
ter-se medidas das correntes e tensões desses geradores e linhas, seja para
fins de medição ou proteção (operação de relés) e operação de outros
equipamentos. Esta fora de cogitação trazer-se diretamente as linhas de alta
tensão aos instrumentos de quadro. Para sistemas de tensões elevadas;
mesmo para um potêncial de alguns milhares de volts seria difícil isolar-se os
equipamentos a fim de dar segurança para o pessoal de operação. Com o
emprego de transformadores para instrumentos a situação muda
completamente, por que apenas os fios do secundário dos “TI” são trazidos
para o painel de controle e somente baixas tensões existem entre fios, e dos
fios para a terra. Os “TI” são tão importantes para fins de isolação e de
mudança de campo de medição, que se torna difícil imaginar a operação de um
sistema de energia elétrica em AC sem eles.

2.2 Os Transformadores de Corrente

Os transformadores de corrente são instrumentos de medidas cujos


enrolamentos primários são ligados em série em um circuito elétrico e cujos
enrolamentos secundários se destinam a alimentar bobinas de corrente de
instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção. Na prática é
considerado um redutor de corrente, pois a corrente que percorre o seu circuito
secundário é normalmente menor que a corrente presente no enrolamento
primário. A Figura 2.1 esquematiza a ligação de um “TC” para efeitos de
medição de corrente.

14
Figura 2.1 – Ligação de um TC em um sistema AC para efeitos de medição de corrente

2.2.1 Relação Nominal e Real de Transformadores de Corrente

Os transformadores de corrente caracterizam-se por apresentarem


relações entre suas correntes. Existem três tipos de relações relacionando os
valores verdadeiros e reais de correntes. As mesmas são encontradas na
literatura da seguinte forma:

1. A Relação Nominal - 𝐊 𝐜 : representa a relação entre os valores


nominais 𝐈𝟏𝐧 e 𝐈𝟐𝐧 das correntes primária e secundária, correntes estas
para as quais o “TC” foi projetado e construído. A relação nominal é a
indicada pelo fabricante na placa de identificação do “TC”. É também
conhecida como - relação de transformação nominal ou simplesmente -
relação de transformação, sendo nas aplicações prática considerada
uma constante para cada “TC”. A relação nominal dos “TC” é definida
através da Eq. (1).

U1n
= Kp [1]
U2n

2. A Relação Real - 𝐊 𝐫 : representa a relação entre o valor exato 𝐈𝟏 de uma


corrente qualquer que percorre o primário do “TC” e o correspondente
valor exato 𝐈𝟐 verificado no secundário. Em virtude do “TP” ser um

15
equipamento eletromagnético, a cada 𝐈𝟏 correspondera um 𝐈𝟐 , e como
conseqüência um 𝐊 𝐫 . A relação real dos “TC” é definida através da Eq.
(2).

I1
= Kr `[2]
I2

3. O fator de Correção de Relação - 𝐅𝐂𝐑 𝐜 : representa o fator pelo qual


deve ser multiplicada a relação de transformação 𝐊 𝐜 do “TC” para se
obter a sua relaçao real 𝐊 𝐫 . A mesma pode ser definida através da Eq.
(3).

Kr
= FCR c [3]
Kc

A cada 𝐊 𝐫 de um “TC” corresponderá um 𝐅𝐂𝐑 𝐜 . Em virtude destas


variações, determinam-se os valores limites inferior e superior do 𝐅𝐂𝐑 𝐜
para cada “TC”, sob condições especiais, partindo-se para
estabelecimento de sua classe de exatidão.

Como não é possível medir 𝐈𝟏 diretamente com um amperímetro, (𝐈𝟏 tem


normalmente valor elevado), na prática lemos o valor da corrente 𝐈𝟐 com um
amperímetro ligado ao secundário do “TC” e multiplicamos este valor lido por
K c para obtermos o valor da corrente primária, valor este que representa o
valor medido desta corrente primaria, e não seu valor exato 𝐈𝟏 conforme Eq.
(4). A corrente secundaria do “TC” é padronizada normalmente para 5 A, tendo-
se para algumas aplicações correntes de 1 A.

Corrente medida = K c . Leitura do amperímetro [4]

2.3 Os Transformadores de Potêncial

Os transformadores de potêncial representam instrumentos de medidas


cujos enrolamentos primários são ligados em derivação com um circuito

16
elétrico e cujos enrolamentos secundários se destinam a alimentar bobinas de
potêncial de instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção. Na
prática é considerado um redutor de tensão, pois a tensão no seu circuito
secundário é normalmente menor que a tensão no seu enrolamento primário.

2.3.1 Relação Nominal e Real de Transformadores de Potêncial

Como mencionado no caso de “TC”, os transformadores de potêncial


caracterizam-se por apresentar relações entre suas tensões de entrada e
saída. As três relações encontradas na literatura podem ser descritas a seguir:

1. A relação Nominal - 𝐊 𝐩 : representa a relação entre os valores nominais


𝐔𝟏𝐧 e 𝐔𝟐𝐧 das tensões primária e secundária, tensões estas para as
quais o “TP” foi projetado e construído. A relação nominal é a indicada
pelo fabricante na placa de identificação do “TP”. Conhecida também
como relação de transformação nominal ou simplesmente relação de
transformação, sendo nas aplicações prática considerada uma constante
para cada “TP”. A relação nominal dos “TP” é definida através da Eq.
(5).

U1n
= Kp [5]
U2n

2. A Relação Real - 𝐊 𝐫 : representa a relação entre o valor exato U1 de uma


tensão qualquer aplicada ao primário do “TP” e o correspondente valor
exato 𝐔𝟐 verificado no secundário. Em virtude do “TP” ser um
equipamento eletromagnético, a cada 𝐔𝟏 correspondera um 𝐔𝟐 , e como
conseqüência, um 𝐊 𝐫 . A relação real dos “TP” é definida na Eq. (6).

U1
= Kr [6]
U2

3. O fator de Correção de Relação - 𝐅𝐂𝐑 𝐩 : representa o fator pelo qual


deve ser multiplicada a relação de transformação 𝐊 𝐩 do “TP” para se

17
obter a sua relaçao real 𝐊 𝐫 . A mesma pode ser representada conforme
Eq. (7).

Kr
= FCR p [7]
Kp

A cada 𝐊 𝐫 de um “TP” corresponderá um 𝐅𝐂𝐑 𝐩 . Em virtude destas


variações, determinam-se os valores limites inferior e superior do 𝐅𝐂𝐑 𝐩 para
cada “TP”, sob condições especiais, partindo-se para estabelecimento de sua
classe de exatidão.

Como não é possível medir 𝐔𝟏 diretamente com um voltímetro, (𝐔𝟏 tem


normalmente valor elevado), na prática lemos o valor de tensão 𝐔𝟐 com um
voltímetro ligado ao secundário do “TP” e multiplicamos este valor lido por 𝐊 𝐩
para obtermos o valor de tensão primária, valor este que representa o valor
medido desta tensão primaria, e não seu valor exato 𝐔𝟏 conforme Eq. (8).

Tensão medida = K p . Leitura do voltímetro [8]

18
Capítulo

3
MODELAGEM DOS ERROS ORIUNDOS DOS
TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS

3.1 Simulador de Medidas Verdadeiras

Para simular os erros provenientes de “TC” e “TP” são necessários de


conjuntos de medidas que não apresentem erros nas mesmas. É normal em
“SEE” realizar simulações em computadores de maneira que os resultados
obtidos são considerados exatos e livres de erros. No entanto, “TI” instalados
em subestações e centrais geradoras inserem um grau de erro nas medidas.
Tais erros ficam definidos a partir de sua classe de exatidão, podendo alterar
em maior ou menor medida os resultados obtidos. Visando atender tais
conceitos, a modelagem adotada faz uso na etapa inicial dos algoritmos de
fluxo de potência via método Newton-Raphson de forma a simular um estado
de operação envolvendo conjuntos de medidas exatas. Ditas condições, serão
referenciadas ao longo do trabalho como - estado de operação real ou
verdadeira. Portanto, ao conjunto de medidas verdadeiras obtidas dos
algoritmos de fluxo de potência são adicionados os erros provenientes dos “TI”
conforme a condição de operação do sistema.

Sendo definida a rede teste e os valores das potências, são


estabelecidos os verdadeiros valores das tensões nos barramentos (em
módulo e fase) recorrendo à resolução dos algoritmos de fluxo de potência. O
algoritmo mencionado foi implementado no programa MATLAB. A rotina

19
principal foi denominada como ALGORITMO_FP, contendo as seguintes sub-
rotinas:

▪ DADOS_LINHA_BARRA: contêm as informações referentes aos dados


da rede em estudo. Dados de barramentos e linhas de transmissão são
armazenados em variáveis matriciais denominados barra e linha. Na
matriz barra cada linha corresponde a um barramento e as diversas
colunas da matriz possuem as indicações relativas aos tipos de
barramento (Ref. , PV ou PQ), à amplitude e fase das tensões nos
barramentos, à carga e à potência gerada (ativa e reativa) nos
barramentos e ao valor de reativa injetada devido aos “shunts”
capacitivos nos barramentos. Na matriz linha cada linha corresponde ao
par de nós que caracteriza um ramo de rede e as diversas colunas da
matriz contêm os respectivos valores de resistência, reatância, e metade
da susceptância que caracterizam cada ramo.
▪ YBARRA: contêm à rotina que gera a matriz de admitâncias nodais a
partir dos dados da rede.
▪ FPNR: contêm à rotina que determina a solução do fluxo de potência
pelo método via Newton-Raphson.
▪ SOLUÇAO_FPNR: contêm à rotina que caracteriza os fluxos de
potência ativa e reativa, as perdas de potências nas linhas bem como as
injeções de potência em barramentos.

Sendo assim, escolhe-se a condição de carregamento de interesse e


roda-se a rotina principal, obtendo-se dessa forma o estado de operação real
do sistema. Tal condição envolve o conjunto de medidas reais necessárias
para adição dos erros oriundos dos “TI”.

3.2 Modelagem dos Erros em TC

Os “TC” caracterizam-se por serem instalados em “SEE” projetados


sob planejamento de longo prazo. Com isto, o sistema visa atender uma
demanda maior que o consumo de energia presente. Desta maneira,

20
observam-se “TC” que apresentam valores nominais muito acima dos ideais,
operando muitas vezes de forma não ótima. Esta situação reflete o
desempenho do “TC” enquanto a medições feitas, sendo observadas
subestações de transmissão de energia com fluxos de corrente na ordem de ¼
da corrente nominal. Conseqüentemente, a exatidão das mesmas vê-se
reduzida, sendo adicionados maiores erros nas medidas.

3.2.1 Efeito da Corrente Primária nos Erros de Relação e Ângulo de fase


do TC

As grandezas de influência nos erros de relação e ângulo de fase de


“TC” podem ser identificadas e seus efeitos analisados de acordo com o
modelo de seu circuito equivalente aproximado, apresentado na Figura 3.1.

Figura 3.1 - Circuito equivalente do TC

Na Figura 3.1 podem ser definidas:

R1: resistência do enrolamento primário


R2: resistência do enrolamento secundário
X1: reatância do enrolamento primário
X2: reatância do enrolamento secundário
Rc: resistência de perdas do ferro
Xm: reatância de magnetização (indutor de magnetização)
Zb: impedância da carga ligada ao secundário do TC

21
Rb: resistência da carga ligada ao secundário
Xb: reatância da carga ligada ao secundário
Ip: corrente no enrolamento primário
Is: corrente no enrolamento secundário
N1: número de espiras do enrolamento primário
N2: número de espiras do enrolamento secundário
V2: queda de tensão na carga secundária Zb
Ic: corrente que provoca as perdas no núcleo
Im: corrente de magnetização
Ie: corrente de excitação

Análise da Condição de Operação

Os transformadores de corrente operam numa larga faixa de corrente


primária, uma vez que a mesma depende das condições de carregamento da
linha a qual os mesmos estão conectados. Essa faixa pode variar teoricamente,
desde zero até a corrente máxima permitida, que em regime permanente é
dada pelo fator térmico do “TC”. A partir do diagrama fasorial da Figura 3.2,
pode ser observada que a corrente de excitação é a causa principal dos erros
de relação e ângulo de fase. Uma vez que o fluxo magnético varia de acordo
com a intensidade da corrente primária, que pode ir desde zero até a corrente
de carga máxima do circuito no qual os “TC” estão inseridos, nessa situação, a
corrente de excitação que produz este fluxo também varia numa ampla faixa.

Considerando as não linearidades do circuito magnético, as variações


da corrente de excitação não são proporcionais as variações na corrente
primária, conforme ilustrado no gráfico da Figura 3.3. Em função deste fato os
erros de relação e de angulo de fase variam à medida que a corrente primaria
varia sendo, em geral, de valores mais elevados em intensidades de corrente
de menor valor, uma vez que nessa faixa a corrente de excitação necessária
para produzir o fluxo tem uma ponderação maior.

22
Figura 3.2 - Diagrama fasorial dos TC

.
A Figura 3.4 deixa explicita graficamente a variação causada pelo fluxo
magnético. Em diferentes pontos da curva, o indutor de magnetização
equivalente varia. A linha pontilhada se refere ao caso linear, onde não haveria
variações no erro devido às diferenças condições de carregamento. O ponto 1
representa a região nominal de operação. No ponto 3, tem-se o limite de
operação sem ultrapassagem do limite de erro garantido por sua classe de
exatidão. Já no ponto 2 e 4, representam-se regiões fora da classe de exatidão
do “TC”, respectivamente regiões de baixa (sub-excitação) e de alta
magnetização (saturação).

Figura 3.3 – Variação da corrente primária em função da corrente de excitação

23
Figura 3.4 - Curva típica de magnetização do TC.

Modelo adotado

O modelo utilizado no presente trabalho pressupõe o uso de “TC” de


classe de exatidão 1. A mesma foi escolhida seguindo a norma IEC 60044-1,
sendo os mesmos aplicados na monitoração de “SEE”. Nas Figuras 3.5 e 3.6
são visualizadas as curvas referentes aos erros de relação e fase utilizadas na
simulação, sendo os erros definidos de valor positivo e máximo. No caso, foram
simuladas duas condições de operação referentes à condição nominal
equivalente a 100% e 20% de carregamento.

24
Figura 3.5 – Erro de relação do TC para a classe de exatidão 1

Figura 3.6 – Erro de fase do TC para a classe de exatidão 1

Com o simulador de medidas em mãos, é possível obter o conjunto de


medida necessário para adição dos erros provenientes de “TC” e “TP”. As
distribuições de fluxo de potência reais na rede teste em estudo são definidas a
partir da Eq. (9) e (10). Estas medidas representam os fluxos de potência reais
que circulam pelo circuito principal e, representam as grandezas que se deseja
medir.

25
0 𝑃12 𝑃13 …. 𝑃1𝑛
𝑃21 0 𝑃23 …. 𝑃2𝑛
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑃31 𝑃32 0 …. …. [9]
…. …. ….. …. 𝑃3𝑛
[𝑃𝑛1 𝑃𝑛3 𝑃𝑛3 …. 0 ]

0 𝑄12 𝑄13 …. 𝑄1𝑛


𝑄21 0 𝑄23 …. 𝑄2𝑛
𝑄𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑄31 𝑄32 0 …. …. [10]
…. …. ….. …. 𝑄3𝑛
[𝑄𝑛1 𝑄𝑛3 𝑄𝑛3 …. 0 ]

Nas Eqs. (9) e (10) podem ser definidas:

▪ n: número de barramento da rede elétrica.


▪ Preal : fluxo de potência ativa de valor verdadeiro obtida do simulador de
medidas.
▪ Q real : fluxo de potência reativa de valor verdadeiro obtida do simulador
de medidas.

Uma vez definidos os valores verdadeiros, são adicionados os erros


provenientes dos “TI”, obtendo-se dessa forma o valor medido da potência
conforme Eq. (11).

Pmedido = Preal ± ℰ [11]

Na Eq. (11) são definidas:

• ℰ: erro inserido na medição de potência ativa, tais erros são provocados pelo
erro de relação e fase de “TC” e “TP”.

A potência medida pode ser calculada através da Eq. (12)

Preal FCR c . FCR p . cos Ɵ1


= [12]
Pmedido cos Ɵ2

26
Na Eq. (12) são definidas:

• cos Ɵ1 : fator de potência do circuito principal.


• cos Ɵ2 : fator de potência do wattímetro.
• FCR c : fator de correção de relação do TC.
• FCR p : fator de correção de relação do TP

Na situação referida, o fator de potência no circuito principal é


calculado via triângulo de potência, fazendo-se uso dos valores de potência
definidos nas Eqs. (9) e (10). O FCR c foi estabelecido através da Figura 3.5,
sendo dependente da condição de operação da rede elétrica. O fator de
potência do wattímetro é obtido conforme Eq. (13). Na mesma, é observada
uma alteração do fator de potência do circuito principal devido aos erros de
ângulo de fase inseridos pelos “TI”.

Ɵ2 = Ɵ1 − (ƟTP + ƟTC ) [13]

Na Eq. (13) são definidas:

• ƟTP : erro de ângulo de fase inserido pelo TP


• ƟTC : erro de ângulo de fase inserido pelo TC
• Ɵ1 : ângulo de fase no circuito principal
• Ɵ2 : ângulo de fase no medidor de potência

Nas simulações efetuadas não foram contempladas medidas de


potência reativa afetadas de erros. Isto devido a problemas numéricos
encontrados na modelagem dos mesmos.

3.3 Modelagem dos Erros em TP

As questões mencionadas anteriormente referentes aos erros para


“TC” não são mais aplicáveis no caso de “TP”, visto que as mesmas operam

27
numa faixa estreita equivalente a +/- 10% da condição nominal de sua tensão
em barramento. Estes limites são observados para diferentes condições de
operação. Portanto, os erros de relação e fase inseridos pelos “TP”
permanecem constantes conforme diferentes condições de operação. Somente
nas condições de defeito (condutor de fase a terra) os erros introduzidos pelos
“TP” aumentam consideravelmente. Nas Figuras 3.7 e 3.8 podem ser
visualizados os erros de relação e ângulo de fase introduzidos pelos “TP” para
diferentes condições de carregamento.

Modelo Adotado

Os “TP” instalados em barramentos foram de classe de exatidão 1,


sendo os mesmos aplicados na monitoração de “SEE”. Nas duas condições de
operação simuladas, os erros de relação e ângulo de fase inseridos nas
medidas foram iguais, devido aos “TP” apresentarem mesma classe de
exatidão.

Figura 3.7 – Erro de relação do TP para classe de exatidão 1

28
Figura 3.8 – Erro de fase do TP para classe de exatidão 1

O erro máximo positivo introduzido nas medidas de tensão para efeito


de simulação é estabelecido na classe de exatidão 1.0 conforme a norma IEC
60044-2 apresentados na Figura 3.7 e 3.8. Como mencionado, as tensões nos
barramento de um “SEE” oscilam entre 90% e 110% de seu valor nominal em
regime permanente e para diferentes condições de carregamento. Portanto, a
corrente de excitação, responsável pela presença dos erros nos “TC”, no caso
de “TP” não apresenta variação, traduzindo-se na inserção dos mesmos
valores de erros nas medidas de tensão.

Os valores verdadeiros das magnitudes das tensões nos barramentos


são obtidos através do simulador de medidas e definidos na Eq. (14).

Ureal = [U1 , U2 , U3 , … , Un ] [14]

Na Eq. (14) são definidas:

• Ureal : magnitude das tensões nos barramento da rede elétrica, considerados


de valores reais e obtidos do simulador de medidas.
• n: número de barramentos do sistema.

29
Ao conjunto de medidas Eq. (14) são adicionados os erros de relação
dos “TP” conforme Eq. (15)

Umedido = Ureal ± ℇ [15]

Na Eq. (15) são definidos:

• Umedido : magnitude das tensões nos barramento da rede elétrica,


considerados “valores medidos” e, portanto afetadas de erros.
• ℇ: erro introduzido na medida de tensão, tendo como fonte o erro de relação
dos TP.

O valor medido das tensões primárias em barramentos é calculado


através da Eq. (16).

Ureal
Umedido = [16]
FCR p
Na Eq. (16) é definido:

• FCR p : o fator de correção de relação do TP, definida para classe de exatidão


1.
Estes valores de tensões afetados de erros são utilizados na Eq. (12),
para cálculo da potência medida.

30
A modelagem adotada neste capítulo pode ser resumida através da
Figura 3.9.

Figura 3.9 – Diagrama envolvendo o processo de inserção de erros nas medidas

31
Capítulo

4
ESTIMAÇÃO DE ESTADO EM SISTEMA ELÉTRICOS DE
POTÊNCIA

4.1 Introdução

Na comunidade acadêmica é comum encontrar aplicações e programas


que permitem obter o ponto de operação de um sistema de energia elétrica a
partir de uma base de dados pré-estabelecidas. No entanto, na operação em
tempo real de sistemas de potência, a obtenção desses dados é muito mais
complexa do que parece devido ao deterioramento ou perda de informação no
processo de leitura, transmissão e recepção de dados. Antes de avaliar a
segurança do sistema elétrico ou de tomar decisões enquanto ao controle do
mesmo, deve-se determinar um estado confiável do estado existente da
informação.

O estimador de estado é, basicamente, uma ferramenta utilizada nos


centros de controle de energia elétrica para elaboração, em tempo real, do
modelo elétrico do sistema. Este modelo elaborado em tempo real deve ser o
mais confiável possível, sobre todo na operação de mercados de energia, onde
questões econômicas entram em conflito, como os limites de operação do
sistema.

Sendo assim, a estimação de estado realiza uma análise matemática do


sistema baseando-se em dados coletados dos medidores e informações

32
referentes aos parâmetros do modelo dos componentes da rede elétrica. As
informações fornecidas para o EE devem conter o mínimo de erro possível,
possibilitando assim uma estimação de estado fiável do ponto de operação do
sistema.

4.2 Fundamentos Teóricos

Duas das tarefas mais importantes dos centros de controle de um


moderno “SEE” são a medição de grandezas em tempo real e a estimação de
uma base de dados fiável feita a partir dessas medidas. É neste último ponto
onde o estimador de estado é aplicado tendo por objetivo estimar um vetor de
estado do sistema, isto é, um vetor contendo as amplitudes e fases das
tensões em barramentos.

A abordagem mais comum para o problema da estimação de estado é


referente ao problema não linear de mínimos quadrados ponderados. Este
problema não linear é resolvido por procedimentos iterativos baseado em
sucessivas linearizações, onde em cada iteração é resolvido um problema
linear de mínimos quadrados. A resolução destes subproblemas linearizados é
a tarefa mais trabalhosa em todo o processo computacional.

Neste trabalho será utilizada a função de estimação de estado


disponível no software “PET” de forma inserir o conjunto de medida necessário
(afetadas de erros provenientes dos “TI”) e efetuar o processo de estimação de
estado.

Modelo Básico de Um Estimador de Estado

No processo de estimação de estado a rede elétrica é considerado


operando em regime estático, o objetivo do estimador de estado pode ser
esquematizado na Figura 4.1.

33
Figura 4.1- Objetivo de um estimador de estado.

Na Figura 4.1 podem ser definidas:

▪ Z: medidas verdadeiras obtidas da rede elétrica, correspondentes aos


fluxos de potências nas linhas, injeções de potência nos barramentos e
tensões em barramentos
▪ E: os erros inseridos nas medidas, sendo erros provenientes de TCs e
TPs.
▪ Z’: medidas disponíveis no centro de controle e afetadas de erro.
▪ V: estado estimado da rede elétrica, correspondente as tensões
complexas nos barramentos

4.3 Power Education Toolbox

O software Power Education Toolbox (PET) representa uma ferramenta


de estudo orientado à área de sistema de potência, sendo desenvolvido na
Texas A & M University. Através de uma interface gráfica permite ao usuário
construir um diagrama unifilar de uma rede teste em estudo, sendo possível
selecionar as funções desejadas para ser executado no sistema criado. A
Figura 4.2 mostra a interface de apresentação do programa em questão. O
software disponibiliza a função de estimação de estado via método dos
mínimos quadrados ponderados (WLS). Para rodar a função de estimação de
estado é necessário primeiramente desenhar o diagrama unifilar da rede
elétrica em estudo, definindo-se os parâmetros da linha de transmissão. Uma
vez concluída essa etapa, é definida a configuração de medidas que será
utilizada como dados de entrada do estimador. Na configuração de medida
estão definidos todos os medidores, localização e quantidade dos mesmos. Na

34
barra de menu do “PET” podem ser arrastados os medidores e inseridos
dentro do diagrama unifilar da rede em estudo. Os medidores utilizados na
simulação corresponderam aos medidores de fluxo de potência nas linhas (1),
medidores de injeção de potência (2) e medidores de magnitude de tensão (3).

Figura 4.2 – Janela principal do software PET

Na Figura 4.3 pode ser observado o medidor de fluxo potência


localizado no inicio da linha de transmissão 2-5. Neste medidor será introduzida
a medida de fluxo de potência obtida dos algoritmos desenvolvidos no
MATLAB, contemplando os erros oriundos dos “TI”.

Figura 4.3 – Medidor de fluxo de potência

35
Capítulo

5
TESTES COMPUTACIONAIS E RESULTADOS

5.1 Introdução

Neste capitulo serão apresentados e analisados os resultados da


estimação de estado na rede teste de 5 barramentos fazendo-se uso de
conjuntos de medidas afetadas de erros provenientes da condição de operação
de “TI”.

O objetivo principal deste capítulo é consolidar o conhecimento relativo


aos erros de relação e fase provenientes de “TI” e analisar como as mesmas
afetam o processo de estimação de estado. Os erros inseridos pelos “TI” serão
tratados individualmente para as condições de operação de 100% de
carregamento e em forma conjunta para a condição de 20% de carregamento
respectivamente.

5.2 Características da Simulação

O estudo relacionado à utilização do estimador de estado pertencente


ao software “PET” numa rede de 5 barramentos foi efetuada com recurso de
uma configuração de medida definida na Figura 5.1. A configuração de medida
define a localização, quantidade e tipo medidores que serão instalados na rede
elétrica de tal forma que as medições feitas pelos mesmos sejam
encaminhadas ao sistema “SCADA” e esta, por sua vez, represente os dados
de entrada que o estimador de estado precisa.

36
Figura 5.1 – Configuração de medida utilizada no sistema de 5 Barramentos

A configuração de medida que caracteriza a simulação esta


constituída pela amplitude de tensão no barramento 1, os valores
correspondentes a medições de potência ativa e reativa injetada nos
barramentos 1, 4, e 5, e pelos valores relativos aos fluxos de potência ativa e
reativa nas linhas 2-5, e 5-4, garantindo-se dessa forma a observabilidade da
rede elétrica em estudo. Cabe ressaltar neste ponto, que as medidas de
potência reativas foram inseridas no software “PET” diretamente da saída do
simulador de medidas verdadeiras. Em conseqüência, erros nas medidas de
potência reativa não foram contemplados nas simulações, devido a questões
de modelagem encontradas no decorrer do trabalho.

5.3 Condição de 100% de Carregamento

A primeira simulação do sistema teste de 5 barramentos representara a


condição de 100% de carregamento ou condição nominal do sistema. Neste
estado de operação a classe de exatidão característico de “TC” e “TP” será de
1, seguindo assim a norma IEC 60044-1 para “TI” utilizados para fins de
medição.

A seguir são detalhados os valores dos erros de relação e fase


inseridos pelos “TI” na medição de magnitude de tensão e potência ativa.

Característica do TC:
• FCRc: 0.99 (Erro de Relação 1.0)
• Erro de Fase: - 60 minutos

37
Característica do TP:
• FCRp: 0.99 (Erro de Relação 1.0)
• Erro de Fase: - 40 minutos

Estes valores representam os erros máximos que os “TI” podem inserir


numa medida, representando em outros termos o pior caso de medição.

Nesta condição em particular, foram analisados os erros de relação e


fase separadamente pata “TC” e “TP”. Primeiramente é analisada a influência
do erro de fase dos “TC” na estimação de estado. Na seqüência, o erro de fase
dos “TP”, assim como o erro de relação tanto para “TC” e “TP”. Por último,
será visto a influência dos erros em forma conjunta.

5.3.1 Influência do Erro de Fase do TC na Estimação de Estado

Nesta situação, o erro atribuído na medição de potência tem como


origem o erro de fase do “TC”. A inserção de erro referente à relação de
transformação do “TC” não é contemplado. A classe de exatidão do “TC” como
já mencionado será de 1. Por outra parte, a bobina de potêncial do medidor de
potência ativa será alimentada diretamente pela tensão da rede, não existindo
no caso “TP” que, por sua vez, insira erros nas medidas. O erro de fase para
classe de exatidão 1 pode ser definida a seguir:

Característica do TC:
• Erro de Fase: -60 minutos

Na Figura 5.2 é apresentado o resultado da simulação. O eixo da


ordenada representa o erro relativo de valor absoluto. Este erro é calculado a
partir das estimações obtidas do software “PET” e os valores verdadeiros
obtidos do simulador de medidas verdadeiras. Relembrando que o simulador
de medidas fornece um conjunto de medidas reais. Neste conjunto de medidas
estão contidos os valores verdadeiros das magnitudes das tensões em

38
barramentos assim como os ângulos de fase respectivamente. As tensões
complexas obtidas via simulador são comparadas com os resultados obtidos
via software “PET”, visando contemplar os erros inseridos nas estimações. O
eixo da abscissa contém os barramentos do sistema.

Da análise da Figura 5.2, observa-se que em todos os barramentos os


erros na estimação da magnitude da tensão apresentam valores nulos. Isto
significa que os valores estimados de magnitude de tensão são todos muito
próximos dos valores reais obtidos do simulador. Conclui-se que os erros
inseridos na estimativa da magnitude de tensão não dependem do erro de fase
inserido pelo “TC”. Por outro lado, os valores estimados referentes aos ângulos
de fase em barramentos merecem maior atenção. Pode ser observado que,
exceto os barramentos 2 e 5, os valores estimados são todos muito próximo de
zero. Este fato tem como origem o fator de potência associado a esses
barramentos. Um baixo fator de potência equivale a um fluxo de potência
reativa na linha de valor superior em referencia ao fluxo de potência ativa.
Dado que “TI” são projetados e construídos para fatores acima de 0.6 conforme
visto na literatura, fatores de potência abaixo desses valores afetam a exatidão
de “TI”, precisando-se “TI” muito mais precisos que para fatores de potência
acima de 0.6. Nos barramentos 2 e 5 foram constados fatores de potência
próximos de 0.2, sendo inseridos erros na medida de potência próximos a 8%,
o que reflete os elevados valores de erros presentes na estimação para esses
barramentos.

39
Figura 5.2 – Influência do erro de fase do TC na EE

5.3.2 Influência do Erro de Relação do TC na Estimação de Estado

Nesta situação, o erro atribuído na medição de potência tem como


origem o erro de relação do “TC”. A inserção de erro de fase do “TC” não é
contemplado. O erro de relação para classe de exatidão 1 pode ser expresso a
partir do fator de correção de relação do “TC” conforme Eq. (3):

Característica do TC:
• FCRc: 0.99

Da análise da Figura 5.3, observa-se que o erro de relação do “TC”


afeta em maior medida os valores estimados de ângulo de fase e em pequena
proporção as estimativas das magnitudes de tensão em barramentos. Neste
ponto é interessante ressaltar que erro inserido na potência não depende do
fator de potência na linha, constatando-se erros na medida de potência
próximos 1% para todos os casos.

40
Figura 5.3 – Influência do erro de relação do TC na EE

5.3.3 Influência do Erro de Fase do TP na Estimação de Estado

Nesta situação, o erro atribuído na medição de potência tem como


origem o erro de fase do “TP”. A inserção de erro referente à relação de
transformação do “TP” não é contemplado. O erro de fase para classe de
exatidão 1 pode ser definida a seguir:

Característica do TP:
• Erro de Relação: -40 minutos

Da análise da Figura 5.4, observa-se que o erro de fase do “TP” afeta


em maior medida os valores estimados de ângulo de fase em barramentos que
possuem baixos fatores de potência. O erro máximo inserido na medida de
potência para o caso mencionado foi próximo de 5.5%. Associados aos
barramentos 3 e 4 encontram-se fatores de potência próximos de 1 portanto, a
estimativa de ângulo de fase em tais barramentos é muito exata. Por outro
lado, o erro cometido na estimativa da magnitude de tensão é próximo de zero,

41
mostrando dessa forma a não dependência do mesmo em relação ao erro de
fase inserido pelo “TP”.

Figura 5.4 – Influência do erro de fase do TP na EE

5.3.4 Influência do Erro de Relação do TP na Estimação de Estado

Nesta situação, o erro atribuído na medição de potência tem como


origem o erro de relação do “TP”. A inserção de erro de fase do “TP” não é
contemplado. O erro de relação para classe de exatidão 1 pode ser expressa
a partir do fator de correção de relação do “TP” conforme Eq. (7):

Característica do TP:
• FCRp: 0.99

Da análise da Figura 5.5, observa-se que o erro de relação do “TC”


afeta em maior medida os valores estimados de ângulo de fase e em pequena
proporção as estimativas das magnitudes de tensão em barramentos. Neste
ponto é interessante ressaltar que erro inserido na potência não depende do

42
fator de potência na linha, constatando-se erros na medida de potência de 1%
para todos os casos.

Figura 5.5 – Influência do erro de relação do TP na EE

5.3.5 Erro em Conjunto de TC e TP na Estimação de Estado

Nesta situação, o erro atribuído na medição de potência tem como


origem os erros de “TC” e “TP” em forma conjunta.

Característica do TC:
• FCRc:: 0.99
• Erro de Fase: -60 minutos

Característica do TP:
• FCRp:: 0.99
• Erro de Fase: -40 minutos

Da análise da Figura 5.6, observa-se que o erro produzido na


estimativa da magnitude de tensão em todos os barramentos fica todos
próximos de 1%. Este erro é atribuído ao erro de relação do “TP” como visto
anteriormente. Por outro lado, devido aos baixos fatores de potência

43
associados aos barramentos 2 e 5, a estimativa de ângulo de fase vê-se
deteriorada nestes barramentos. O erro máximo na medida de potência
constatado na simulação fiou próximo aos 15%.

Figura 5.6 – Influência do erro em conjunto na EE

5.4 Condição de 20% de Carregamento

A condição de 20% de carregamento representa a condição de


operação no qual o sistema apresenta uma redução de 80% de sua carga em
relação à condição de operação nominal. Neste ponto de operação a classe de
exatidão utilizada na simulação para efeitos de medição é definida a seguir:

Característica do TC:
• FCRc: 0.985 (Erro de Relação: 1.5)
• Erro de Fase: -90 minutos

Característica do TP:
• FCRp: 0.99
• Erro de Fase: -40 minutos

44
Da análise da Figura 5.7,

Figura 5.7 – Influência do erro em conjunto na EE para condição de 20%

Da análise da Figura 5.7, observa-se um erro muito elevado na


estimativa do ângulo de fase no barramento 2 e 5. Nesses casos os fatores de
potência ficaram muito próximos de zero com um erro na medida de potência
bastante elevada. Na prática, estes valores não são normalmente encontrados,
somente em casos de falhas o fator de potência fica muito próximo de zero, em
conseqüência, os erros nas estimativas são bastante elevadas. Os erros nas
estimativas de magnitude de tensão ficam todos próximos de 1%,
demonstrando que estes erros são muito dependentes do erro de relação do
“TP”. Para os barramentos 3 e 4, as estimativas de ângulo de fase apresentam
valores aceitais, sendo o pior caso constatado próximo de 4%.

A modo de comparação de condições de operação, as estimativas de


magnitude de tensão obtidas nos dois casos são as mesmas. Portanto, os
erros inseridos pelos “TP” não apresentam variação nos seus valores como
visto na teoria. Já nas estimativas de ângulo de fase, a condição de 20% insere
maiores erros, devido a variação da classe de exatidão nominal do “TC”.

45
Capítulo

6
CONCLUSÕES

No presente trabalho foi analisada a influência dos erros de relação e


ângulo de fase presentes em “TC” e “TP” nos valores medidos de grandezas
elétricas. Para efeitos de medição de magnitude de corrente e tensão, os erros
advindos do desfaçamento angular carecem de importância. Nessas medições,
os valores verdadeiros são afetados pelos erros de relação dos “TI”. No
entanto, no caso de medições de potência, erros de fase devem ser levados
em consideração, podendo alterar o fator de potência e com ela a exatidão da
medida.

Os “TI” são projetados e construídos para operarem em condição


nominal, sendo os erros máximos, definidos para sua classe de exatidão
nominal. Porém, no caso de condições de baixo carregamento, a classe de
exatidão pode apresentar variações. Este fato foi constatado em “TC”,
observando-se “TC” com maiores erros de relação e ângulo de fase para
condições inferiores as condições nominais. Outro aspecto relevante a
mencionar, refere-se ao fator de potência do circuito principal. É aconselhável,
para efeitos de precisão, fatores de potência compreendidos entre 0.6 e 1,
tendo-se constatado medidas de potência não ótimas em relação as reais para
fatores inferiores a 0,6.

Com relação à análise das simulações, foram constatados setores da


rede teste de 5 barramentos com fatores de potência acima de 0.6,
observando-se nos casos medidas de potência muito exatas. Por outro lado,

46
para certos barramentos, foram apreciados baixos fatores de potência, tendo-
se medidas de potência com valores de erros elevados. Na prática, não é
normal observar redes elétricas com baixos fatores de potência. Somente nos
casos especiais de defeito no sistema (caso de curto-circuito) os fatores de
potência tendem a ser muito indutivos.

. Os fatores mencionados anteriormente afetam de forma direta o


processo de estimação de estado, conduzindo dessa forma a informações
erradas do estado de operação do “SEE”. Sendo assim, as informações obtidas
do “EE” podem conduzir a uma toma de decisão errada por parte do operador
de sistema e, conseqüentemente, em um colapso do sistema.

47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] P. J. Zarco and A. G. Expósito. “Estimación de Estado y de Parámetros em


Redes Eléctricas”. Universidad de Sevilla, 1999.

[2] P. S. Pita and C. Vide. “A Estimação de Estado em Sistemas Elétricos de


Potência”. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Dissertação de
Mestrado, 2005.

[3] R. F. Mesquita. “A Estimação de Estado em Redes de Transporte de


Energia com Detecção e Identificação de Anomalias”. Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto. Dissertação de Mestrado, Janeiro-2005

[4] R. Lira. “Influência dos Canais de Instrumentação na Medição Fasorial


Sincronizada”. Universidade Federal de Santa Catarina. Dissertação de
Mestrado, Florianópolis-2010.

[5] Luiz C. Grillo de Brito. “Avaliação dos Erros dos Transformadores de


Corrente em Medições de Sincrofasores e em suas Aplicações”. Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro-2011.

[6] M. Filho. “Fundamentos de Medidas Elétricas”. 2. ed., Rio de Janeiro, RJ:


Guanabara Dois S/A, 1981.

[7] J. A. Suárez. “Medidas Eléctricas”. 2. Ed, marzo 2006.

[8] E. Ras.”Transformadores de Potencial de Medida y Protección”. 7. Ed.

[9] A. Abur, F. Magnago and P. Krizan. “Power Education Toolbox”, version 3.0.
Texas A$M University.

48
ANEXO A – RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO DE ESTADO

A.1 CARREGAMENTO DE 100%

A.1.1 Influência do erro de fase de TC na estimação de estado

Barramento Tensão real [pu] Tensão Estimada [pu] Erro Relativo Absoluto [%]
1 1.0000 1.0000 0.0000
2 0.9914 0.9920 0.0605
3 1.0000 1.0000 0.0000
4 0.9990 0.9990 0.0000
5 0.9772 0.9770 0.0204

Barramento Ângulo Real [rad] Ângulo Estimado [rad] Erro Relativo Absoluto [%]
1 0.0000 0.0000 0.0000
2 -0.1067 -0.1000 6.2792
3 11.926 11.910 0.1341
4 8.9001 8.9000 0.0011
5 -0.1330 -0.1100 17.293

Medidas de Fator de Potência Erro Relativo Absoluto


Potência na Potência Ativa [%]
M25 0.2126 8.0350
M54 0.9863 0.0291

Tabela 1 – Influência do erro de fase do TC na EE – caso 100%

A.1.2 Influência do erro de relação de TC na estimação de estado

Barramento Tensão real [pu] Tensão Estimada [pu] Erro Relativo Absoluto [%]
1 1.0000 1.0000 0.0000
2 0.9914 0.9920 0.0605
3 1.0000 0.9990 0.1000
4 0.9990 0.9980 0.1001
5 0.9772 0.9770 0.0204

Barramento Ângulo Real [rad] Ângulo Estimado [rad] Erro Relativo Absoluto [%]
1 0.0000 0.0000 0.0000
2 -0.1067 -0.1100 3.0927
3 11.926 11.820 0.8636
4 8.9001 8.8200 0.8999
5 -0.1330 -0.13 2.2556

Medidas de Fator de Potência Erro Relativo Absoluto


Potência na Potência Ativa [%]
M25 0.2126 1.0000
M54 0.9863 1.0000

Tabela 2 – Influência do erro de relação do TC na EE – caso 100%

49
A.1.3 Influência do erro de fase de TP na estimação de estado

Barramento Tensão real [pu] Tensão Estimada [pu] Erro Relativo Absoluto [%]
1 1.0000 1.0000 0.0000
2 0.9914 0.9920 0.0605
3 1.0000 1.0000 0.0000
4 0.9990 0.9990 0.0000
5 0.9772 0.9770 0.0204

Barramento Ângulo Real [rad] Ângulo Estimado [rad] Erro Relativo Absoluto [%]
1 0.0000 0.0000 0.0000
2 -0.1067 -0.1000 6.2792
3 11.926 11.920 0.0503
4 8.9001 8.9000 0.0011
5 -0.1330 -0.1200 9.7744

Medidas de Fator de Potência Erro Relativo Absoluto


Potência na Potência Ativa [%]
M25 0.2126 5.3534
M54 0.9863 0.2012

Tabela 3 – Influência do erro de fase do TP na EE – caso 100%

A.1.4 Influência do erro de relação de TP na estimação de estado

Barramento Tensão real [pu] Tensão Estimada [pu] Erro Relativo Absoluto [%]
1 1.0000 1.0100 1.0000
2 0.9914 1.0020 1.0691
3 1.0000 1.0090 0.9000
4 0.9990 1.0080 0.9009
5 0.9772 0.9880 1.1051

Barramento Ângulo Real [rad] Ângulo Estimado [rad] Erro Relativo Absoluto [%]
1 0.0000 0.0000 0.0000
2 -0.1067 -0.1000 6.2792
3 11.926 11.580 2.9001
4 8.9001 8.6400 2.9224
5 -0.1330 -0.1300 2.2556

Medidas de Fator de Potência Erro Relativo Absoluto


Potência na Potência Ativa [%]
M25 0.2126 1.0000
M54 0.9863 1.0000

Tabela 4 – Influência do erro de relação do TP na EE – caso 100%

50
A.1.5 Erro em conjunto de TC e TP na Estimação de Estado

Barramento Tensão real [pu] Tensão Estimada [pu] Erro Relativo Absoluto [%]
1 1.0000 1.0100 1.0000
2 0.9914 1.0020 1.0691
3 1.0000 1.0080 0.8000
4 0.9990 1.0080 0.8000
5 0.9772 0.9880 1.1051

Barramento Ângulo Real [rad] Ângulo Estimado [rad] Erro Relativo Absoluto [%]
1 0.0000 0.0000 0.0000
2 -0.1067 -0.0900 15.651
3 11.926 11.450 3.9912
4 8.9001 8.5600 3.8213
5 -0.1330 -0.0900 32.330

Medidas de Fator de Potência Erro Relativo Absoluto


Potência na Potência Ativa [%]
M25 0.2126 15.1306
M54 0.9863 2.5079

Tabela 5 – Influência do erro em conjunto de TC e TP na EE - caso 100%

A.2 CARREGAMENTO DE 20%.

A.2.1 Erro combinado de TC e TP na Estimação de Estado

Barramento Tensão real [pu] Tensão Estimada [pu] Erro Relativo Absoluto [%]
1 1.0000 1.0100 1.0000
2 0.9988 1.0090 1.0212
3 1.0000 1.0100 1.0000
4 1.0008 1.0110 1.0191
5 0.9969 1.0070 1.0131

Barramento Ângulo Real [rad] Ângulo Estimado [rad] Erro Relativo Absoluto [%]
1 0.0000 0.0000 0.0000
2 -0.0042 0.0000 100.00
3 2.4046 2.3000 4.3499
4 1.8008 1.7200 4.4868
5 0.0093 0.0200 115.05

Medidas de Fator de Potência Erro Relativo Absoluto


Potência na Potência Ativa [%]
M25 0.0615 62.3269
M54 0.9934 2.9812

Tabela 6 – Influência do erro em conjunto de TC e TP na EE – condição de 20%

51
ANEXO B – RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO DE ESTADO

Neste anexo são apresentados os arquivos de dados que utilizados


pelo simulador de medidas verdadeiras, e também o detalhamento para sua
correta formação. Abaixo será comentado cada campo da matriz barra:

DADOS DE BARRAMENTO - SISTEMA 5 BARRAMENTOS


Barra Tipo Pd[Mw] Qd[MVAr] Pg[Mw] Qg[MVAr] Vm[pu] Va[graus] Bshbar[pu]
1 2 0.00 0.00 0.00 0.00 1.0400 0.00 0.00
2 0 0.00 0.00 0.00 0.00 1.0250 0.00 0.00
3 1 0.00 0.00 90.0 0.00 1.0250 0.00 0.00
4 0 0.00 0.00 0.00 0.00 1.0000 0.00 0.00
5 0 90 0.00 0.00 0.00 1.0000 0.00 0.00

Tabela 7 – Dados da matriz barra para sistema de 5 barramentos

▪ A coluna 1 da matriz barra corresponde ao número das barras que pode


variar de (1 até N);
▪ A coluna 2 da matriz barra corresponde ao tipo de barra, os tipos usados
neste programa são 2-VƟ, 1-PV, e 0-PQ;
▪ A coluna 3 da matriz barra corresponde à potência reativa da carga, está
na base 100 MVA;
▪ A coluna 4 da matriz barra corresponde à potência reativa da carga, está
na base 100 MVA;
▪ A coluna 5 da matriz barra corresponde à potência ativa gerada, está na
base 100 MVA;
▪ A coluna 6 da matriz barra corresponde à potência reativa gerada, está
na base 100 MVA;
▪ A coluna 7 corresponde à magnitude da tensão, está em pu
▪ A coluna 8 corresponde ao ângulo da tensão, esta em graus
▪ A coluna 9 corresponde à susceptância shunt de barra, esta na base
100 MVA;

52
A tabela 8 apresenta os dados de linha do sistema de 5 barramentos.
Abaixo é comentado cada campo da matriz linha.

DADOS DE LINHA - SISTEMA 5 BARRAMENTOS


DE PARA R[pu] X[pu] Bsh[pu]
1 2 0.0000 0.0576 0.0000
2 5 0.0170 0.0920 0.0000
4 5 0.0390 0.1700 0.0000
3 4 0.0000 0.0586 0.0000

Tabela 8 – Dados de linha para sistema de 5 barramentos

▪ A coluna 1 da matriz linha corresponde ao número da barra de origem;


▪ A coluna 2 da matriz linha corresponde ao número da barra de destino;
▪ A coluna 3 da matriz linha à resistência série, está em pu;
▪ A coluna 4 da matriz linha à reatância série, está em pu;
▪ A coluna 5 da matriz linha corresponde à susceptância shunt de linha,
está em pu

53
ANEXO C – CLASSE DE EXATIDAÕ PARA TRANSFORMADORES PARA
INSTRUMENTOS

Nas Tabelas 9 e 10 apresentam-se as classes de exatidão para “TC” e


“TP” relativas às norma IEC 60044-1 e 60044-2.

Tabela 9 – Classe de exatidão para transformador de corrente conforme IEC 60044-1

Tabela 10 – Classe de exatidão para transformador de potêncial conforme IEC 60044-2

54

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