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PHD 5744 – Projeto de Sistemas de Tratamento de Água

Prof. José Carlos Mierzwa

Sedimentação Acelerada:
Conceitos e Dimensionamento

Aula 05
Histórico
Considerando
C
Considerando-
id d -se que a eficiência
fi iê i d de um
sedimentador independe da sua profundidade,
em 1904 H Hazen sugeriui a utilização
tili ã dde
dispositivos de pouca profundidade;
Estes dispositivos foram estudados por Camp
por volta de 1946;
Camp tentou explorar o conceito de
sedimentadores rasos subdividindo os
convencionais com lajes em concreto, criando
vários níveis;;
R t ã d
Representação de um S di t d de
Sedimentador d Múltiplos
Múlti l Pisos
Pi

Este tipo de projeto resultava em problemas


para a limpeza do sedimentador;
Por esta razão este tipo de projeto foi abando;
Histórico
S
Somente t na década
dé d d de 1960 a aplicação
li ã
prática do conceito dos sedimentadores
rasos foi retomada por Culp and Hansen;
As p
pesquisas
q desenvolvidas resultaram no
sedimentadores lamelares ou tubulares;
Nestes dispositivos são instaladas placas
ou tubos paralelos uniformemente
espaçados e com inclinação variando de
5° a 60°
60°.
Decantadores Lamelares ou Tubulares
Teoria dos Sedimentadores
Lamelares ou de Alta Taxa
O estudo teórico sobre os sedimentadores
de alta taxa foi desenvolvido por Yao, em
1970;
O estudo de Yao foi desenvolvido com
base na taxa de aplicação, parâmetro
amplamente utilizado para
dimensionamento dos dispositivos
convencionais;
O desenvolvimento teórico considera
escoamento laminar
laminar.
Estudo Teórico dos Sedimentadores
de Alta Taxa

/d
=y d
Y
y;
/d
=x
X
x;
u
l
Partícula θ

θ
vx
θ
vpy

vs
= l/d
L

0
vpx = u - vs.sen θ
θ cos θ
vpy = - vs.cos
Estudo Teórico dos Sedimentadores
de Alta Taxa
Para que a partícula seja removida, o
tempo
p p para o deslocamento na direção
ç x
deve ser igual para o deslocamento na
direção y;
Desta forma, a equação diferencial para
ó da partícula
a trajetória í é
é:

dy − vs . cos θ
= (1)
dx u − vs .senθ
Estudo Teórico dos Sedimentadores
de Alta Taxa
Integrando--se a equação (1):
Integrando

(u − vs .senθ )dy = ∫ (− vs . cos θ )dx


y x
∫0 0

y
∫0
u.dy − vs . y.senθ + vs .x. cos θ = C0 (2)

Dividindo-se a equação (2) por ““d


Dividindo- d” e por v0
((velocidade média através do módulo): )
Y u vs vs
∫0 v0
.dY − .Y .senθ + . X . cos θ = C1 (3)
v0 v0
Estudo Teórico dos Sedimentadores
de Alta Taxa
Para as condições limites, tem-
tem-se:
„ vs = vcs (velocidade crítica de sedimentação);
„ X=LÎY=0 (4);
„ X=0ÎY=1 (5), pois y = d;
„ L = l/d
Resolvendo--se a equação (3) para a condição (4):
Resolvendo
⎛ u ⎞ v
⎜⎜ ∫ dY ⎟⎟ + cs .L. cos θ = C1
⎝ v0 ⎠Y =0 v0
⎛ u ⎞
⎜⎜ ∫ dY ⎟⎟ = 0, pois u = 0, próximo à parede.
⎝ v0 ⎠Y = 0
vcs
C1 = .L. cos θ (6)
v0
Estudo Teórico dos Sedimentadores
de Alta Taxa
Substituindo-se o valor de C1 na equação (3)
Substituindo-
e resolvendo-
resolvendo-se para a condição (5), tem
tem--se:

⎛ u ⎞ v v v
⎜⎜ ∫ dY ⎟⎟ − cs .Y .senθ + cs . X . cos θ = cs .L. cos θ
⎝ v0 ⎠Y =1 v0 v0 v0
⎛ u ⎞
⎜⎜ ∫ dY ⎟⎟ =
vcs
(L. cos θ + senθ )
⎝ v0 ⎠Y =1 v0
⎛ u ⎞
⎜⎜ ∫ dY ⎟⎟ = Sc S ; depende
d d da
d forma
f d se dim
do di entador
t d
⎝ v0 ⎠Y =1
Sc.v0
vcs = (7)
senθ + L. cos θ
Valores de Sc em função do tipo
do Sedimentador

Tipo do Sedimentador Valor de Sc


Circular 4/3
Placas paralelas 1
Quadrado 11 / 8
Retangular
g 1
Fonte: Kuan M. Yao, 1973
Taxa de Aplicação Aparente

v0

q = Q / ATu = v0.sen θ
Projeto
j de Sedimentadores de Alta Taxa
Velocidade média através dos módulos:
„ q = Q/ ATu = v0.sen θ;
Q = vazão de água no decantador (m3/h);
ATu = área transversal útil (m2)
„ Taxa de aplicação aparente Î 60 a 180
m3/m2.dia;
„ Tempo de detenção = l / v0
„ Número de Reynolds para o escoamento
através dos módulos: Re < 500 (< 250 ideal);
„ Número de Froude para o escoamento
através dos módulos: F ≥ 10-5.
Relações

ρ .V0 .d h V0 = velocidade média através dos


Re = módulos (m/s);

μ ρ = densidade do fluido (kg/m3)


dh = diâmetro hidráulico do canal formado
entre as placas ou tubos (m);
2
2.V μ = viscosidade dinâmica do fluído

F =
Fr 0 (N.s/m2);
g = aceleração da gravidade (9,8 m/s2)
d h .g
Perfil de Decantação TIGRE
Arranjo dos Perfis de Decantação em Módulo

b
A

A = 90 mm; B = 50 mm;
a = 77 mm; b = 36 mm;
Módulos com 1,04 m2 de área são obtidos com 120 perfis.
l * cos α

m
α 1 7 m
1.0
1.022 mm

l = comprimento do perfil de decantação


α = inclinação
i li ã dos
d perfis
fi de
d decantação
d t ã
Em um sedimentador deve ser previsto o comprimento adicional l * cos α

Representação do Módulo de decantação


Roteiro de Cálculo

A partir da vazão de água e da taxa de


aplicação aparente calcula
calcula--se:
„ Área superficial do decantador (ATu);
„ Velocidade média através dos módulos de
decantação (V0);
„ Velocidade crítica de sedimentação (Vcs);
„ Número de Reynolds e Número de Froude
Froude.
Dimensões do Decantador
A partir da área superficial obtida,
determina--se:
determina
„ Número de unidades de decantação;
„ Largura de cada unidade;
„ Número de tubos a serem instalados na
l
largura d
do d t d (N1)
decantador (N1):
N1 = Bd / (A+a)
„ Reavaliação da largura do decantador:
Bd = N1*(A + a + 2*e)
Dimensões do Decantador
Comprimento do decantador (Ld);
Número de tubos instalados no
comprimento
i ((considerar
id a iinclinação
li ã ddos
)
tubos):
„ N2 = Ld*sen θ / (B + b)

R
Reavaliar
li o comprimento
i t ddo d decantador:
t d
N 2 .( B + b + 2.e)
Ld = + l. cos θ
senθ
Numero total de tubos = 2*N1*N2
Dimensões do Decantador
Di â i entre os módulos
Distância ód l d de
sedimentação e o poço de lodo:
„ Para evitar arrastes, a velocidade de
escoamento deverá ser menor que 1,25 cm/s;
hi = 80*Q/C
„ hi Î distância entre o p
poço
ç de lodo e os módulos de
sedimentação (m);
„ Q Î vazão de água no decantador (m3/s);
„ C Î dimensão
di ã ddo d
decantador
t d na di
direção
ã perpendicular
di l
ao fluxo de alimentação (m).
Dimensões do Decantador
Poço de lodo:
„ Deve ser dimensionado com base em
critérios construtivos, de forma que o mesmo
não tenha uma altura muito elevada;;
„ Pode ser construído na forma de tronco de
pirâmide ou trapézio invertidos;
„ O ângulo de inclinação das paredes deve
estar compreendido em 50° 50° e 60°
60°;
„ Deve--se prever a descarga hidráulica do lodo;
Deve
Poço de Lodo

B
L
L L

H = ((L-B)/2)*tg α

B α = 50 o a 60 o
Dimensões do Decantador
Alt
Altura de
d áágua acima
i d
dos módulos
ód l d de
sedimentação:
„ Está relacionada à distância entre as
canaletas de coleta de água decantada;
„ d/h = 432/q
d Î distância entre os centros das canaletas de
coleta de água decantada (m);
h Î altura de água acima dos módulos de
sedimentação (m);
q Î taxa de aplicação aparente (m3/m2.dia)
Sistema de Descarga de Lodo
Considerações Finais
D
Deve ser previsto
i t um sistema
i t d
de
alimentação que distribua o fluxo de
maneira uniforme em todo o decantador;
Pode--se utilizar um manifold;;
Pode
A taxa de coleta de água decantada deve
estar compreendida entre 2 e 3 L/m s;
L/m.s;
Com base no volume dos poços de lodo e
na previsão
pre isão de prod
produção
ção de lodo é
estabelecida a rotina de descarga de lodo.
Aplicação
Di
Dimensionar
i um sedimentador
di t d d de alta
lt ttaxa para
uma vazão de 50 L/s;
Utilizar placas de 1
1,20
20 m x 2
2,40
40 m e 1 cm de
espessura, com uma inclinação de 50°50° e
espaçamento de 8 cm;
Determinar o volume de lodo gerado
diariamente, considerando-
considerando-se uma carga de 30
mg/L;
Admitindo--se que no poço de lodo obtenha
Admitindo obtenha--se
uma suspensão a 2% em peso peso, qual será a
freqüência de descarte.
v0

θ = 50
50°C
C

8 cm

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