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CURSO: MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO PARA A COMPETITIVIDADE

DISCIPLINA: GESTÃO DA COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO


PROFESSORES: TALES ANDREASSI E LUIZ C. DI SERIO
DEPARTAMENTO: ADMINISTRAÇÃO GERAL E RECURSOS HUMANOS (ADM) E
ADMINISTRAÇAO DA PRODUÇAO (POI)
SEMESTRE: 1º/2017
LINHA: Programa em Gestão para a Competitividade
1º/2017

Questão 1: Quais as principais características do Art Fry?


Art Fry é mais que um inventor, é um inovador e foi um intrapreneur dos blocos Post-it. Ele é
inovador, e não apenas o “professor Pardal”, porque Art estava conectado ao mercado, ou seja
preocupava-se com o retorno e usabilidade que sua inovação teria.

Art também é visionário e “risk taker”, enxergava oportunidades onde outras pessoas normalmente
enxergam fracasso. Quando Art se preparava para trabalhar num novo produto, ele utilizava as
ferramentas disponíveis dentro do sistema existente.

Dedicado e determinado, trabalhava à noite e sucessivamente (40 horas ininterruptamente) na


utilização das máquinas disponíveis da 3M. Art também era bem relacionado e tinha um bom
network dentro da empresa, então no jargão empresarial, Art tinha “people”.

Art, ao ter a idéia dos pedaços de papel que colam e descolam, precisou de perseverança para
sustentar sua idéia antes que esta tivesse sido reconhecida como válida pela empresa Uma frase
de Art no vídeo define bem sua personalidade: “there’s very few things people realy need but endless
things that people want”.

Art fez juz ao conceito de closed inovation, conceito trazido por Henry W. Chesbrough. De
acordo com o ilustre autor, no modelo de inovação fechada a Sociedade gera, desenvolve
e comercializa suas próprias idéias. O que prevalece é a filosofia da auto-realização. E foi
o que Art fez, uma auto realização por meio também do improviso e da persistência, pois
superou todas as barreiras listadas por Andreassi, quais sejam: (i) intolerância da empresa
aos erros, (ii) bom usufruto da autonomia de 15%, (iii) superou as questões orçamentárias

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fazendo a máquina em casa, (iv) cativou patrocionadores internos e (v) resolveu a questão
do financiamento utilizando dos seus próprios recursos.

Em entrevista na revista Exame, resta claro que Art teve paciência e perseverança, além
de uma boa aceitação dos próprios erros, pois ele mesmo disse que é preciso tentar tudo,
pois os mais bem sucedidos são aqueles que acumulam o maior número de fracassos.

Questão 2: Quais as principais vantagens e desvantagens de empreender?

O autor Andreassi disserta que o intra-empreendedorismo permite que a empresa aumente sua
competitividade frente às rivais, seja nos produtos tradicionais quanto em novas áreas de atuação.

Outra vantagem é que a inovação acaba se espalhando para as diversas áreas da organização,
provocando, portanto, uma inovação organizacional, que no conceito de Barbieri, introduzem
novidades que modificam os processos administrativos, a maneira como as decisões são tomadas,
a alocação de recursos, as atribuições de responsabilidades e a dinâmica da própria empresa com
outras organizações.

De acordo com o Sebrae, apontamos a seguir as principais vantagens e desvantagens de


empreender do ângulo do empreendedor:

 Pontos positivos em relação à vida pessoal: 1. Fazer o que gosta, 2. Realizar um sonho,
3. Ter autonomia para ver sua família e amigos quando quiser, 4. Poder trabalhar onde quer e 5.
Se sentir livre.
 Pontos positivos em relação à vida profissional: 1. Trabalhar com o que você gosta, 2.
Poder aprender seus erros, 3. Ter a sensação de satisfação de ter alcançado seus objetivos, 4.
Transmitir valores que acredita para funcionários, fornecedores, 5. Ter autonomia para decidir, 6.
Poder criar um ambiente de trabalho da maneira que você acha melhor e 7. Gerar emprego e renda.
 Pontos negativos em relação à vida pessoal: 1. Se sentir pressionado por tudo depender
de você, 2. Sentir ansiedade e stress, 3. Não conseguir realizar tudo que deseja, 4. Não dormir
tranquilamente e 5. Não poder cuidar da sua saúde como gostaria.

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 Pontos negativos em relação à vida profissional: 1. Encontrar mão de obra qualificada, 2.
Ter que pagar impostos do seu negócio, 3. Ter o peso da responsabilidade com os envolvidos direta
e indiretamente, 4. Ter insegurança do futuro do negócio, 5. Ter instabilidade financeira.

No ponto de vista mais holístico, uma desvantagem de empreender envolve o investimento inicial,
pois o dinheiro aplicado pode resultar numa perda por vezes contundente. Nessa linha, Christensen
destaca no seu livro o Dilema da Inovação exemplos e riscos das empresas que investem
vorazmente em tecnologia e acabam “errando a mão”, o chamado lado obscuro das novas
tecnologias. Então um cuidado adicional deve ser tomado quando se trata de empreender, pois há
que se fazer uma auto crítica também de qual o limite na insistência de uma inovação.

As vantagens de inovação (no sentido de empreender) são incríveis, e podem ser sintetizadas nas
palavras de Joseph Alois Schumpeter, a força motora para as transformações no sistema
econômico capitalista estava na figura do empreendedor. Como encontrar novas formas de
organizar os fatores de produção existentes.

Questão 3: Você considera que, por optar pelo intraempreendedorismo ao invés do


empreendedorismo, Art tem menos coragem que os empreendedores?

Coragem é um termo muito genérico. Depende do âmbito que se analisa o problema. Em termos
de enfrentamento da hierarquia, apontado pelo Professor Tales, Art foi bem corajoso, pois colocou
seu emprego em risco.

A intensificação da concorrência presente nos últimos anos, somado a substituição intensa de


produtos e aumento de exigência dos consumidores representam uma barreira cada vez mais
intransponível na introdução de novos produtos no mercado.

Nesse contexto, empreender internamente é uma opção interessante, na medida em que a empresa
tem condições de oferecer ao empreendedor toda sua variedade de recursos – humanos,
financeiros, técnicos, além de uma marca conhecida – e, dessa forma, criar um ambiente altamente
propício à elaboração de novas idéias.

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Muitas vezes alguns produtos só puderam ser criados justamente pela estrutura interna e recursos
disponíveis dentro da própria organização. Como diz o próprio exercício “Mesmo que tivesse
recebido uma boa dose de capital de risco, Art não teria sido capaz de criar os blocos Post-it fora
do ambiente da grande corporação de muitas facetas”.

De outra sorte, Art se aproveitou da própria política empresarial que permite ao pessoal técnico
trabalhar 15% do tempo em ideias próprias, o que fomentou sua participação no desenvolvimento
do post it. Há também a regra de 25% da 3M, de que esse é o percentual de receita que deve vir
de novos produtos. Ou seja, é uma pressão positiva por inovação.

Evidentemente, há um risco financeiro maior para o empreendedor, pois não há um suporte


sustentando a operação, mas a coragem de Art se fez em acreditar no produto, dedicar-se e
conduzi-lo às instâncias superiores da 3M.

Uma vantagem que a 3M ofereceu, por exemplo, é a possibilidade dos intrapreneurs usarem
equipamentos de outras divisões para testar as próprias ideias. Tal cenário seria praticamente
impossível numa condução empreendedora solitária por parte de Art. Ou seja, o próprio clima
organizacional alimentou a inovação disruptiva promovida por Art, conceituada dessa forma uma
vez que se abria um novo mercado.

Evidentemente que o desenvolvimento de um produto dentro de uma organização também encontra


barreiras. Ao se ver sem saída em razão das restrições impostas pela equipe de engenharia de
processos e até mesmo o custo para criação da máquina de post it, Art teve que sozinho superar
todas suas limitações e desenvolver um protótipo dentro de sua própria casa, a fim de convencer a
organização do valor de suas ideias. Ou seja, um ambiente empresarial pode tanto fomentar ou
catalisar ideias quanto desestimulá-las.

E por que foi tão difícil para Art Fry inovar? Porque a existência de uma postura empreendedora na
empresa interfere na estrutura de poder, no status quo, na zona de conforto das pessoas e, por isso
ele foi alvo muitas vezes de resistências na 3M. Há a questão do effectuation também citado pelo
Professor Tales, que nada mais é que um processo dinâmico e criativo que tem por objetivo o
desenvolvimento de novas ideias em um ambiente empreendedor sem a necessidade de um plano
de negócios.

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