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CONCEPÇÃO GERAL – GEOMETRIA E ORGANIZAÇÃO DO

SISTEMA ESTRUTURAL

5. INTRODUÇÃO

A geometria da obra, ou seja, o projeto arquitetônico determinará a


organização do sistema estrutural, que deverá atender os requisitos de
resistência e estabilidade da edificação mediante a disposição dos elementos
portantes (paredes estruturais) em qualquer sentido que a construção seja
analisada.
É fundamental nesta fase de ante-projeto a participação do arquiteto e
engenheiro estrutural visando obter a melhor disposição dos elementos
portantes com a mínima interferência na arquitetura, aproveitando as paredes
cegas de fachada, caixas de escada e elevador, definindo também as paredes
que não poderão ser estruturais, como exemplo as paredes para instalações
hidráulicas.
O espaçamento entre as paredes estruturais fica condicionado ao tipo de
laje utilizado, que muitas vezes é definido pelo construtor devido ao custo e
velocidade de execução.
Nesta etapa, devemos evitar configurações assimétricas de paredes pois
desta maneira poderá deslocar o centro de torção do centro de massa do
conjunto (centro de torção do conjunto é o centro de gravidade da rigidez dos
elementos portantes e centro de massa é o centro de gravidade das massas do
conjunto paredes + piso), originando torção do diafragma horizontal. Entende-
se por diafragma horizontal as lajes de piso que distribuem as forças
horizontais provenientes do vento e excentricidades acidentais decorrente da
obra às paredes estruturais. Dessa forma o desempenho global das estruturas
depende da perfeita ligação entre paredes estruturais e lajes (diafragmas
horizontais).

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Fig. 5.1 : Exemplo de arquitetura assimétrica

Fig. 5.2 – Exemplo de arquitetura simétrica nas duas direções (x, y)

6. MODULAÇÃO

Coordenação modular – é a técnica que permite relacionar as medidas de


projeto com as medidas modulares por meio de um reticulado espacial de
referência.
Vimos no capítulo anterior os diversos tipos de blocos estruturais existente
no mercado brasileiro. Antes de adotar um tipo de bloco para o nosso projeto,
devemos verificar se existe um fornecedor próximo à obra para evitar custos

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adicionais de frete e se este atende as exigências de Normas Brasileiras para a
fabricação dos blocos.

Tipos de modulação :

• Modulação americana M=20


O bloco utilizado é o bloco vazado com dois furos de concreto e
cerâmico cujas dimensões reais são 19x39cm (altura x comprimento) e
com diversas espessuras: 7, 9, 11.5, 14 e 19cm, sendo todas para
alvenaria de vedação e somente as duas últimas (14 e 19cm) para
alvenaria estrutural. Existe também o meio bloco com a medida de
19x19cm e com todas as espessuras citadas anteriormente. Para a
colocação das armaduras horizontais existem peças chamadas de
canaletas com fundo fechado e outras com fundo fechado removível
permitindo a passagem de armadura vertical. Além destas, existem
inúmeros modelos complementares que não são fabricados por todos
fornecedores como exemplo a canaleta J que tem uma das laterais mais
alta para as bordas de lajes e os compensadores para as paredes
internas.

Elevação

Planta

Fig. 6.1 – Modulação com blocos de 14x19x39cm

• Modulação M=15

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O bloco obedece uma modulação de 15cm na horizontal e 20cm na
vertical. O bloco padrão é vazado com dois furos e cerâmico. Alguns
fornecedores fabricam blocos de concreto nesta medida. Esta modulação
tem a vantagem de oferecer amarração nos cantos de parede e com a
utilização do bloco especial de 14x19x44cm fazer amarrações em T.
Possui as medidas reais de 14x19x29cm (espessura x altura x
comprimento) e o meio bloco de 14x19x14cm. Existe também o bloco J
para bordas de laje e os compensadores para as paredes internas.

Elevação

Planta

Fig. 6.2 – Modulação com blocos de 14x19x29cm.

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7. ANÁLISE DA ESTABILIDADE :

7.1 – Estabilidade global

Esta análise verifica se as paredes estruturais e de contraventamento foram


escolhidas adequadamente na fase de ante-projeto. É necessário a verificação
do coeficiente de estabilidade global (α) nas duas direções x, y.

N
α = H. ≤ 0,6 p/ n ≥ 4 ou ≤ 0,2 + 0,1n para 1 < n < 4 eq.7.1
E.J

α = coeficiente de estabilidade global


N = valor estimado do peso total do edifício
H = altura total do edifício
J = soma dos momentos de inércia dos elementos portantes nas
direções x e y
E = módulo de deformação longitudinal da alvenaria (1.000 fp < E <
14.000MPa)
n = número de andares do edifício

Se α < 0,6 nas duas direções (x e y) podemos considerar a estrutura


contraventada. Se α > 0,6 deveremos reestudar na direção em questão a
geometria dos elementos portantes de forma a atingir esta condição.

7.2 - Estabilidade dos Elementos

Esta análise visa limitar a espessura dos elementos portantes


isoladamente.

Definições :

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hef = altura efetiva da parede – altura entre os pontos travados pelas lajes
tef = espessura efetiva da parede sem considerar o revestimento
λ = hef / tef ≤ 20 esbeltez para alvenaria estrutural não armada
λ = hef / tef ≤ 30 esbeltez para alvenaria estrutural armada
tmin = 14cm

Eventualmente caso se disponham de elementos enrijecedores nas paredes


estruturais, elas podem ser consideradas colaborantes da seguinte forma :

- paredes com enrijecedor : é permitido, no cálculo de resistência ou


verificação da estabilidade, usar o coeficiente K da tabela 7.1 para
determinar a espessura equivalente;
- interpolar linearmente nos casos intermediários;
- não é permitida a extrapolação fora dos limites da tabela.

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TABELA 7.1

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8. ESFORÇOS SOLICITANTES

A distribuição das ações verticais entre várias paredes constitui um dos


problemas mais importantes a ser enfrentado durante a elaboração do projeto
em alvenaria estrutural. Existe dois fatores importantes para análise :
• Como tratar a ação das lajes sobre as paredes que lhe servem de
apoio?
• Como simular a interação das paredes trabalhando em conjunto?

Um procedimento simplificado é considerar as paredes isoladas recebendo


ações uniformemente distribuídas das lajes. Estas ações são calculadas
mediante a subdivisão das áreas da laje em triângulos e trapézios de maneira
semelhante ao projeto em concreto armado.
Quanto à interação entre as paredes, é comprovado teórica e
experimentalmente que elas se interagem quando providas de entrosamento
alternado de fiadas, usualmente denominado de amarração. Essa interação
ocorre por existirem caminhos alternativos para o fluxo de carga, que começam
em uma parede e se espalham por paredes adjacentes. Esta tendência de
uniformização de tensões que ocorre ao longo da altura da edificação é
altamente benéfica ao comportamento estrutural das paredes, pois significa
que as mais carregadas servem-se das menos solicitadas para aliviarem seus
excessos reduzindo desta maneira as tensões máximas do projeto.

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Fig. 8.1 - Transmissão de ações entre paredes adjacentes

Fig. 8.2 – Distribuição das tensões nas paredes

• Ações a considerar :

- Verticais :
- Cargas permanentes : constituídas pelo peso próprio da alvenaria,
peso próprio das lajes mais revestimento;
- Cargas acidentais : sobrecargas de utilização definidas na NBR 6120
em função do uso da construção.
- Horizontais :
- Ação do vento : calculada de acordo com a norma NBR 6123
- Ações equivalentes ao desaprumo – devido a excentricidades
inevitáveis durante a construção, surgem esforços externos que
devem ser considerados. A norma DIN 1053 fornece o valor do
desvio angular da construção relativamente à base.

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1
Desvio angular em radianos ϕ = ± sendo :
100 H
H = altura da construção em metros acima da fundação
N = peso total estimado da construção em kgf
N
q equiv =
100.H H
qequiv = carga horizontal equivalente uniformemente distribuída que
produz o mesmo momento na base que ao produzido pelas cargas
verticais excêntricas. Esta carga será somada à carga horizontal de
vento para o cálculo de esforços solicitantes horizontais.

• Cálculo dos esforços solicitantes :

Para o cálculo dos esforços solicitantes tomaremos como exemplo o


seguinte edifício com 5 pavimentos tipo com pé-direito de 2,60m, cobertura
com telhas de fibrocimento e platibanda de 0,60m

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Solução adotada

Observem que existem várias soluções que podem ser adotadas de acordo
com o tipo de laje escolhida. A escolha adotada para o exemplo tem a seguinte
modulação :

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- TOMADA DE CARGAS :

Cargas Verticais :

Lajes :
Pavimento tipo :
Peso próprio = 1,6 kN/m2
Revestimento = 1,0 kN/m2
Alvenaria sobre laje = 1,5 kN/m2
Sobrecarga acidental = 1,5 kN/m2
Total = 5,6 kN/m2
Cobertura :
Peso próprio = 1,6 kN/m2
Telhado+revestimento teto = 0,5 kN/m2
Sobrecarga acidental = 0,5 kN/m2
Total = 2,6 kN/m2

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Paredes :
Bloco de 14cm = 2,0 kN/m2
Pé-direito = 2,6m peso da parede = 5,2
kN/m
Platibanda = 0,6m peso da parede = 1,2
kN/m

Total das cargas

PAR.1
kN 5,85m kN 5,85m kN kN
p1 = 2,6 2
× + 4 × 5,6 2 × + 5,2 × 5 + 1,2
m 2 m 2 m m
kN
p1 = 100,33
m

PAR. 2
p2 = p1

PAR. 3
kN kN kN kN
p3 = 2,6 2
× 1,0m + 4 × 5,6 2 × 1,0m + 5,2 × 5 + 1,2
m m m m
kN
p3 = 52,20
m

PAR. 4
kN kN kN kN
p4 = 2,6 2
× 2,0m + 4 × 5,6 2 × 2,0m + 5,2 × 5 + 1,2
m m m m
kN
p 4 = 77,20
m

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Desconto das aberturas

Até o momento não consideramos as aberturas das paredes. A


transmigração das cargas pode ser admitida como se a carga das lajes sobre
as vergas se transformasse em reação de apoio sobre as paredes. Estas
cargas concentradas podem ser substituídas por cargas uniformemente
distribuídas obedecendo um espraiamento de 45º.

PAREDE 1

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PAREDE 1

kN kN 1,20m
100,33 - 2,20m × 2,0 2 ×
kN m m 2,0 kN
(1) 100,33 + = 148,30
m 1,20m m

kN kN
( 2 ) 1,20m × 2,0 2
= 2 ,40
m m

kN kN 1,20 m kN kN 0 ,80 m
100,33 - 2,20m × 2,0 2 × + 100 ,33 − 2 ,20 m × 2 ,0 2 ×
kN m m 2 ,0 m m 2 kN
( 3 ) 100,33 + = 148 ,30
m 2,0m m

kN kN
( 4 ) 0,40m × 2,0 2
= 0 ,80
m m

kN kN 0 ,80 m
100,33 - 2,20m × 2,0 2 × ×2
kN m m 2 ,0 kN
( 5 ) 100,33 + = 164 ,28
m 1,20m m

kN kN 0 ,80 m
100,33 - 2,20m × 2,0 2 ×
kN m m 2 ,0 kN
( 6 ) 100,33 + = 148 ,30
m 0,80m m

PAREDE 2

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kN kN 0 ,80 m
100,33 - 2,20m × 2,0 2 ×
kN m m 2 ,0 kN
( 1 ) 100,33 + = 113 ,12
m 3,00m m

kN kN
( 2 ) 1,60m × 2,0 2
= 3 ,20
m m

kN kN 0 ,8 m + 1,0 m
100,33 - 2,2m × 2,0 2 ×
kN m m 2 ,0 kN
( 3 ) 100,33 + = 316 ,17
m 0,4m m

kN kN 1,0 m + 0 ,8 m
100,33 - 2,2m × 2,0 2 ×
kN m m 2 ,0 kN
( 4 ) 100,33 + = 148 ,30
m 1,80m m
(5) 0

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PAREDE 3

kN kN 1,20 m
52,20 - 2,20m × 2,0 2 ×
kN m m 2 ,0 kN
( 1 ) 52,20 + = 76 ,10
m 1,20m m

kN kN
( 2 ) 1,00m × 2,0 2
= 2 ,00
m m

kN kN 1,20 m
52,20 - 2,20m × 2,0 2 ×
kN m m 2 ,0 kN
( 3 ) 52,20 + = 60 ,17
m 3,60m m

PAREDE 4

A parede PAR. 4 não tem aberturas portanto sua carga permanece


p4=77,20kN/m

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- TENSÕES NAS PAREDES DEVIDO À CARGAS VERTICAIS :

Agora vamos analisar as tensões máximas de compressão (falv,c) na área


líquida dos blocos de concreto, que serão de 14x19x39cm (larg. x altura x
comp.)

Relação entre área líquida e área bruta :

Abruta = 546 cm2

Aliquida = 292 cm2

Aliquida / Abruta = 0,535

PAR. 1

148,30kN
(I) f alv,c = = 1,98MPa
14cm × 100cm × 0,535
(II) falv,c = 1,98MPa
(III) falv,c = 2,19MPa
(IV) falv,c = 1,98MPa

PAR. 2

(I) falv,c = 1,51MPa


(II) falv,c = 4,22MPa
(III) falv,c = 1,98MPa

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PAR. 3

(I) falv,c = 1,02MPa


(II) falv,c = 0,80MPa

PAR. 4

falv,c = 1,03MPa

Cargas horizontais :

A distribuição das cargas horizontais pelas paredes portantes será feita


proporcionalmente às suas respectivas rigidez nas direções x e y, tendo em
vista a validade da hipótese de rigidez infinita da laje trabalhando como chapa
(cargas paralelas ao seu plano), permitindo dessa forma atender às condições
de equilíbrio e compatibilidade de deformações do conjunto.
Na direção x teremos as paredes PAR. 1, PAR. 2, PAR. 5, e PAR. 6. As
paredes com aberturas PAR. 1 e PAR. 2 terão rigidez menor que as paredes
cheias. É possível analisar a influência destas aberturas através do coeficiente
de efetividade da parede dado pela fórmula :
λ - vão da viga

12.I v λ2 S H – altura total da parede


β= +
h.b I1 + I 2 S1 ⋅ S 2
3
S = S1 + S2

I1 – inércia da parede 1
I2 – inércia da parede 2
S1 – área da seção transversal da
parede 1
S2 – área da seção transversal da
parede 2
Iv – inércia do peitoril
h, b – respectivamente altura e
largura da abertura

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Quando βH > 13 Consideramos a parede maciça
Quando βH < 0,8 Consideramos como se fossem paredes
independentes
Quando 0,8 < βH < 13 Situação intermediária

Aplicando a fórmula acima teremos o seguinte :

• PAR.1

Entre os montantes (I) e (II) βH=51 (maciça)


Entre os montantes (II) e (III) βH=9,3 (intermediário)
Entre os montantes (III) e (IV) βH=12,7 (maciça)

• PAR.2

Entre os montantes (I) e (III) βH=32,4 (maciça)


(desconsideramos o montante II)

• PAR.3

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Entre os montantes (I) e (III) βH=31,0 (maciça)
Analisando a rigidez das paredes na direção x (inércia)
PAREDE TRAMO QUANT. INÉRCIA (m4) % DO TOTAL
PAR.1 I-II 4 0,994 3,7
III-IV-III 2 2,049 7,6
PAR.2 único 4 4,355 16,2
PAR.5 único 2 0,640 2,4
PAR.6 único 1 0,124 0,4

Direção y :

PAREDE TRAMO QUANT. INÉRCIA (m4) % DO TOTAL


PAR.3 Único 4 2,52 14,5
PAR.4 Único 2 2,52 14,5
PAR.7 único 2 1,136 6,5

Esforços devido ao vento :

a1 = 16,45

H=14,10m

VENTO 1
a2 = 18,00

VENTO 2

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Local do edifício : São Paulo
Velocidade inicial do vento v0=42m/s

Fatores Si

S1 = 1,0 (fator topográfico)


S3 = 1,0 (fator estatístico)

( terreno com muitas obstruções;


S2 h
pequenas cidades; subúrbios de
0,60 <3 grandes cidades – classe B)
0,65 5
0,74 10
0,83 15
Vk = S1 . S2 . S3 . v0 (m/s)

2
Vk
q= (kN/m 2 )
1600

h Vk (m/s) Q (kN/m2)
3 25,20 0,397
5 27,30 0,466
10 31,08 0,604
15 34,86 0,760

Coeficiente de arrasto (Ca) :

Os coeficientes de arrasto indicados na NBR 6123 são aplicáveis a


edificações de seção constante ou fracamente variável. Na figura 4 desta
norma existe um ábaco que permite a obtenção dos valores de Ca para
edificações retangulares, em funções das dimensões da edificação. A tabela 10
apresenta valores para outros tipos de seção. Casos especiais devem ser
estudados à parte.

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Direção x (vento 1) h/l1 = 0,78
h/l2 = 1,09 Cax = 1,11

Direção y (vento 2) h/l1 = 0,86


h/l2 = 0,91 Cay = 1,08

Calcularemos o momento na base da edificação da seguinte forma :

Direção x Direção y

p(h) = a2 . Cax . q(h) (kN/m) p(h) = a1 . Cay . q(h) (kN/m)


p(h) = 18,0m . 1,11 . q(h) (kN/m) p(h) = 16,45m . 1,08 . q(h) (kN/m)

Mbase = 1313 kNm Mbase = 1168 kNm

Agora distribuiremos os esforços devido ao vento para as paredes


proporcionalmente à sua inércia:

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Direção x – vento 1

PAR.1 M1, I-II = 0,037 x 1313 = 48,6kNm


M1, III-IV-III = 0,076 x 1313 = 99,8kNm
PAR.2 M2 = 0,162 x 1313 = 212,7kNm
PAR.5 M5 = 0,024 x 1313 = 31,5kNm
PAR.6 M6 = 0,004 x 1313 = 5,3kNm

Direção y – vento 2

PAR.3 M3 = 0,145 x 1168 = 169,4kNm


PAR.4 M4 = 0,145 x 1168 = 169,4kNm
PAR.7 M7 = 0,065 x 1168 = 75,9kNm

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