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Trabalho Prático nº 1
AVALIAÇÃO DOS ERROS ASSOCIADOS AO MATERIAL DE VIDRO
1- Introdução
O material volumétrico de laboratório é construído de modo a poder conter (p.ex. balões volumétricos e
provetas) ou a poder escoar (p.ex. buretas e pipetas) volumes especificados. Geralmente, este material é
fabricado em vidro e tem limites de tolerância, particularmente no que diz respeito ao erro máximo de
calibração. De acordo com isso é classificado como sendo da Classe A ou da Classe B. O material da
Classe A tem limites de tolerância mais apertados, e é normalmente destinado a trabalhos de maior
exactidão; o material da Classe B é mais utilizado em trabalhos de rotina em que não se requer um grande
rigor. Para a maior parte dos trabalhos analíticos o material da Classe A é adequado. No entanto, por
vezes, é necessário verificar-se o volume realmente contido ou escoado pelos aparelhos volumétricos.
Essa verificação faz-se através dum procedimento que se designa por calibração. A calibração consiste,
normalmente, na determinação da massa de água que é contida ou escoada por uma determinada peça de
equipamento; essa massa é, em seguida, convertida em volume através da densidade do líquido. Dadas as
características do método, numa calibração devem ser considerados as influências da temperatura no
material volumétrico e da impulsão do ar nas pesagens.
1.2 Cálculos
A conversão é efectuada com base em duas pesagens: uma correspondente ao recipiente cheio e a outra
correspondente ao recipiente vazio. A diferença entre os resultados das duas pesagens fornece a massa
aparente da água contida no recipiente a calibrar. Para se obter o volume contido no recipiente calibrado,
à temperatura de referência, é necessário ter em atenção os seguintes factores:
- a massa volúmica da água, à temperatura de calibração;
- o efeito da impulsão do ar na água e nos pesos da balança;
- a expansão térmica do material do recipiente a calibrar entre a temperatura de calibração e a temperatura
de referência.
LABORATÓRIO I – TP1-AVALIAÇÃO DOS ERROS ASSOCIADOS AO MATERIAL DE VIDRO, Rui Antunes 1/7
A equação geral para o cálculo do volume, à temperatura de referência de 20ºC, V 20, a partir da massa
aparente da água contida ou escoada, é dada por:
onde V20 é o volume, à temperatura de 20ºC, em ml; M é a massa aparente, em g; w é a massa volúmica
da água, à temperatura de calibração t, em g/ml (ver Anexo I), A é a massa volúmica do ar, em g/ml
(para temperaturas muito próximas de 20ºC e à pressão atmosférica normal pode usar-se o valor médio de
0,0012 g/ml); B é a massa volúmica de referência dos pesos da balança (normalmente este valor é de 8,0
g/ml); é o coeficiente de expansão cúbica do material de que é feito o recipiente calibrado, em ºC-1 (para
vidro classe A é 0,000010ºC-1), e t é a temperatura da água utilizada na calibração, em ºC. Substituindo
pelos valores anteriores na equação (1), obtêm-se:
2- Procedimento Experimental
Definição: O volume nominal dum balão volumétrico define-se como o volume de água destilada, a 20ºC,
expresso em cm3, contido no balão, também a 20ºC, quando cheio até ao traço de referência.
Procedimento
1. Num recipiente apropriado colocar a água com que se vai proceder à calibração e, por intermédio do
termómetro, ler a sua temperatura e registá-la.
2. Tarar o balão de 50 ml (incluindo a tampa), perfeitamente limpo, seco e vazio.
3. Colocar o balão numa superfície plana e horizontal e enchê-lo, até ligeiramente abaixo do seu traço de
referência.
4. Acrescentar lentamente água até ajustar convenientemente o menisco. Tapar o balão.
5. Assegurar-se que não existem quaisquer gotas de água aderentes ao exterior do balão ou às paredes
internas acima do menisco e que não há bolhas nem espuma na água.
6. Pesar o balão com a água e registar o valor da massa.
7. Repetir o procedimento 2-6 pelo menos duas vezes.
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2.2 Calibração de pipetas de escoamento total
Definição: O volume nominal deste tipo de pipetas define-se como o volume de água destilada, a 20ºC,
expresso em cm3, escoado livremente pela pipeta, também a 20ºC, desde o traço mais elevado da escala
até ao escoamento total.
Procedimento
LABORATÓRIO I – TP1-AVALIAÇÃO DOS ERROS ASSOCIADOS AO MATERIAL DE VIDRO, Rui Antunes 3/7
4. Remover quaisquer gotas de água aderentes ao exterior da pipeta, limpando-a num movimento
descendente com papel absorvente.
5. Deixar escorrer a água lentamente e ajustar convenientemente o menisco. Eliminar qualquer gota em
excesso que se encontre na extremidade da pipeta, encostando-a à parede molhada dum recipiente.
6. Assegurar-se que não existem gotas de água aderentes ao exterior da pipeta ou às paredes internas
acima do menisco e que não há bolhas nem espuma na água.
7. Deixar escoar livremente a água contida na pipeta para o recipiente de pesagem, mantendo a pipeta na
vertical, com a extremidade encostada à parede interna do recipiente, sem a deixar escorregar.
8. Quando terminar o escoamento visível (o menisco deve permanecer imóvel ligeiramente pipeta tiver
tempo de espera, mantê-la durante o tempo indicado).
9. Repetir o procedimento 1-8 pelo menos duas vezes.
A bureta de válvula consiste num tubo cilíndrico graduado, com uma válvula capaz de controlar o fluxo
de líquido vazado e cujo volume é o indicado pelo instrumento. O tipo de bureta mais conhecido é o de
torneira (Geissler) em vidro ou em teflon (se a torneira for de vidro, é necessário lubrificar a mesma, para
evitar a passagem de líquido). Antes de ser utilizada, a bureta deve ser lavada com água destilada (e deve
verificar se a torneira funciona correctamente), de acordo com o esquema:
De seguida, a bureta é cheia com o líquido a usar, introduzida pela parte superior com o auxílio de um
funil. Deve-se abrir totalmente a torneira durante alguns segundos de modo a eliminar bolhas de ar. No
final do vazamento, a última gota pendente é eliminada encostando a extremidade da bureta à parede do
recipiente utilizado. Devido à tensão superficial, a superfície de um líquido contido num tubo encontra-se
encurvada, e tem a designação de menisco. No caso do líquido apresentar um menisco côncavo e ser
incolor ou fracamente corado, a leitura do nível do líquido deve ser a da posição do apex do menisco:
LABORATÓRIO I – TP1-AVALIAÇÃO DOS ERROS ASSOCIADOS AO MATERIAL DE VIDRO, Rui Antunes 4/7
Procedimento de calibração da bureta
LABORATÓRIO I – TP1-AVALIAÇÃO DOS ERROS ASSOCIADOS AO MATERIAL DE VIDRO, Rui Antunes 5/7
3- Tratamento dos resultados
Ensaio Massa inicial (g) Massa final Massa de água Volume Volume
escoada escoado a __ escoado a __
(g) o
C (ml) 20oC (ml)
(g)
1
2
3
Calcule:
a) O volume médio do balão volumétrico à temperatura de trabalho e a 20ºC (equação 2).
b) O intervalo de dispersão dos resultados.
c) O desvio padrão da média.
d) Os erros absolutos e relativos que se cometeriam se tomassem como certo o volume nominal do balão
volumétrico.
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b) O intervalo de dispersão dos resultados.
c) O desvio padrão da média.
d) Os erros absolutos e relativos que se cometeriam se tomassem como certo o volume nominal da bureta.
e) Recalcule o volume escoado a 20 ºC usando apenas o conceito quantitativo da densidade. Compare
com os valores obtidos na alínea (a) e discuta a exactidão dos dois métodos de cálculo.
a) Discutir, com base nos seus resultados, sobre o material mais exacto e o mais preciso.
b) Discutir, com base nos seus resultados, em que materiais se verificaram a ocorrência de um maior
número de erros acidentais/sistemáticos.
c) Discutir, com base nos seus resultados, em que material se deve utilizar em cada situação.
5- Bibliografia
D.A. Skoog, D.M. West, F. James Holler e Stanley R. Crouch, Fundamentos de Química Analítica, Ed.
Thomson, 2006
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