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Acerca de fatos como esses, Jesus disse: “E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras;
vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará
nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o
princípio das dores” (Mt 24.6-8). A orientação dada por Jesus para seus discípulos tendo em vista “guerras
e rumores de guerras”, “nação conta nação, reino contra reino” e “terremotos” é: – Não se assustem!
Certamente isso irá acontecer, pois é necessário que assim seja. Isso, entretanto, não significa que o fim do
mundo chegou. Sendo assim, apesar da mobilização que catástrofes como as citadas promovem no meio
cristão e no geral, não devemos ficar inquietos e amedrontados. Observando o contexto de Mt 24 e a história
humana, pode-se afirmar que esses são sinais que antecedem a volta de Cristo e que têm estado presentes
ao longo da linha do tempo desde a ascensão de Jesus, ou seja, além de não significarem o fim do mundo,
são comuns aos últimos dois mil anos.
A volta de Cristo marcará o início do fim da história vivenciada desde o Éden e o início de uma nova
experiência de vida. Quanto ao tempo disso, Jesus disse que ele mesmo desconhece o dia e a hora,
estando esse conhecimento restrito a Deus Pai (Mc 13.32,33). Até aqui, temos bons motivos para não
ficarmos alarmados e preocupados com eventos de aparência apocalíptica. Todas essas razões poderiam
ser resumidas em uma só: não é certo quando Cristo voltará. Apesar de a Bíblia falar de fatos que sinalizarão
e apontarão para essa volta, não é possível precisar quando ela se dará. A única certeza que podemos ter
é que “o momento de sermos salvos está mais perto agora do que quando começamos a crer” (Rm 13.11,
NTLH). Assim, os últimos dias, ao invés de provocar medo, devem gerar uma tomada de atitude. Uma das
preocupações que o cristão deveria ter, não é com quando acontecerá a volta de Cristo, mas, sim, em viver
uma vida segundo os padrões do Reino que já está presente e que há de vir em plenitude. É sobre isso que
Paulo fala em Romanos 13.11-14, o que abordaremos na lição de hoje.
Desenvolvimento do ensino
Vocês precisam fazer todas essas coisas porque sabem em que tempo nós estamos vivendo; chegou
a hora de vocês acordarem, pois o momento de sermos salvos está mais perto agora do que quando
começamos a crer. A noite está terminando, e o dia vem chegando. Por isso paremos de fazer o que
pertence à escuridão e peguemos as armas espirituais para lutar na luz. Vivamos decentemente, como
pessoas que vivem na luz do dia. Nada de farras ou bebedeiras, nem imoralidade ou indecência, nem
brigas ou ciúmes. Mas tenham as qualidades que o Senhor Jesus Cristo tem e não procurem satisfazer
os maus desejos da natureza humana de vocês.
Paulo inicia esse texto dizendo que os cristãos romanos conheciam o tempo em que estavam vivendo. Que
tempo era esse? Para o apóstolo, ele poderia ser definido por duas premissas, uma óbvia e outra nem tanto.
A primeira diz respeito ao momento da salvação futura estar cada vez mais próximo na medida em que o
tempo passa. Essa salvação futura refere-se à glorificação a ser experimentada pelos cristãos na volta de
A segunda premissa está na frase “a noite está terminando, e o dia vem chegando” (Rm 13.12). Na chamada
Igreja primitiva, havia a crença de que Jesus não tardaria a voltar. Isso pode ser visto em textos do Novo
Testamento como o que estamos estudando. Sabemos que essa expectativa não se cumpriu, assim como
outras que ocorreram ao longo da história da Igreja, como, por exemplo, nos finais do primeiro e do segundo
milênios. Nessa frase, Paulo utiliza-se de uma metáfora para afirmar esse entendimento. Assim como a
noite (marcada pelas trevas) antecede o dia (iluminado pelo sol), havendo, durante a noite, uma certeza e
expectativa pela chegada do dia, assim também, a história humana, manchada pelo pecado, está para dar
lugar a uma época de plenitude do Reino de Deus entre os homens.
Por mais que Cristo não tenha voltado conforme as expectativas dos primeiros cristãos e de outros ao longo
do tempo, com isso em mente, Paulo fez importantes exortações, as quais têm grande relevância para nós
hoje. O apóstolo chama os romanos (e também a nós) a se despertarem do sono. – Acordem e estejam
alerta para o fato de que estamos cada vez mais próximos da volta do Senhor. Essa chamada tem o objetivo
de fazer com que os cristãos abandonem uma atitude de comodismo, passividade e sonolência quanto à
vida cristã e assumam uma postura de mudança, ação e vitalidade. Para Paulo, os discípulos não deveriam
ficar adormecidos e estagnados em um padrão de vida que ainda não estava perfeitamente de acordo com
os valores do Reino. A busca por santidade deveria ser uma constante em suas vidas.
Quanto a isso, o apóstolo diz mais: “Por isso paremos de fazer o que pertence à escuridão e peguemos as
armas espirituais para lutar na luz. Vivamos decentemente, como pessoas que vivem na luz do dia” (Rm
13.12,13). Se os cristãos serão os cidadãos do Reino que há de vir em plenitude, o qual é comparado ao
dia, eles devem abandonar o que compete às trevas, ou à era atual (pecado), e se apropriarem do que diz
respeito à luz, ou seja, uma vida digna do Reino e de seu Senhor. “Viver na luz” é uma idéia bem presente no
Novo Testamento. Eis alguns textos que tratam sobre isso: João 3.20,21; Efésios 5.8-14; 1Tessalonicensses
5.1-10. O que, na prática, significa “viver na luz”? Paulo responde. Ele diz: “Nada de farras ou bebedeiras,
nem imoralidade ou indecência, nem brigas ou ciúmes. Mas tenham as qualidades que o Senhor Jesus
Cristo tem” (Rm 13.13,14). O texto é claro e explícito. Viver na luz é não agir conforme o padrão do mundo
(o que é vergonhoso e desonroso), mas procurar viver segundo o modelo de Cristo.
Encerrando o texto, Paulo diz: “Não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne” (Rm 13.14,
NVI). Premeditar tem o sentido de pensar com antecedência. Agimos assim, quando planejamos os passos
necessários para que um objetivo qualquer seja atingido antes de entrarmos em ação. Quantas vezes não
agimos dessa maneira quanto ao pecado? A orientação é para não projetarmos como saciar a fome pelo
pecado que ainda existe em nós, evitando, assim, agir como quem vive nas trevas.
Conclusão
A volta de Cristo e os últimos dias não devem provocar em nós temor e preocupação, mas, sim, uma busca
mais intensa por uma vida conforme os valores do Reino de Deus. Devemos estar atentos ao tempo em que
estamos vivendo e nos despertar para uma vida de mais seriedade e compromisso com o Senhor. Tendo
isso em vista, seguem algumas perguntas de reflexão e desafio: