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5 passos para melhorar o

aprendizado de crianças com


síndrome de Down
3  
Introdução

5  
Entenda as causas

9  
Exercite a fala

13  
Cuide da audição

16  
Não se esqueça da alfabetização

19  
10 exercícios divertidos

23  Conclusão

25  
Sobre a Incluo
Introdução
INTRODUÇÃO

O aprendizado em crianças com síndrome de


Down exige paciência, perseverança e muito
amor. Essas atitudes ajudam a compreender que o
comportamento cognitivo é um pouco diferente das
crianças típicas.

Além disso, o desenvolvimento é fortemente


influenciado pelos estímulos cotidianos, equilíbrio
emocional familiar e um diferencial nas técnicas de
aprendizagem. Contudo, estímulos excessivos podem
causar estresse e bloquear o aprendizado.

Por isso abordaremos nesse e-book as características


cognitivas das crianças com síndrome de Down que
interferem no processamento da fala, audição e
alfabetização. E ao final daremos sugestão de jogos
divertidos para ajudarem os pais nesse desafio.
Acompanhe conosco!

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Entenda as causas
ENTENDA AS CAUSAS

A síndrome de Down é uma condição genética que pode causar alterações cardiovasculares e físicas. Além disso,
os indivíduos com Down apresentam algumas dificuldades motoras e processamento cognitivo mais lento.

Uma vez diagnosticada a síndrome na gravidez, algumas modificações neurológicas são observadas antes
do nascimento, como a menor formação de neurônios. Devido a isso, as estruturas cerebrais relacionadas
à memória, tais como o hipocampo, estão menos desenvolvidas.

As crianças com Down são classificadas como deficientes intelectuais, pois sua idade cronológica não
corresponde a maturação neurológica. O conjunto de deficiências neurais que acometem indivíduos
com síndrome de Down afetam a aquisição e a consolidação de conhecimentos.

Felizmente, devido aos novos recursos tecnológicos para identificar e prever problemas precocemente e as
constantes descobertas da medicina, é possível instituir condutas terapêuticas para amenizar as disfunções
cerebrais observadas nas pessoas com down.

Especificamente em relação ao processamento cognitivo, observa-se que pessoas com síndrome de Down
apresentam deficiência de enzimas em áreas do hipocampo, (relacionado a fala) e outros que são responsáveis
pelo desenvolvimento cognitivo.

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ENTENDA AS CAUSAS

O processo de aprendizagem acontece em cinco etapas. A primeira delas é


denominada aquisição, entendida com a entrada de uma nova informação
no cérebro. Ela será processada em uma área chamada córtex pré-frontal.

A segunda etapa é a seleção, na qual o cérebro “determina” quais


informações relevantes deverão permanecer e se tornarem úteis
posteriormente. A seleção pode ser influenciada por questões emocionais
importantes, mais focalizados pela atenção ou por critérios desconhecidos.

A terceira etapa é denominada de consolidação, considerada com


o armazenamento de uma informação adquirida. Essa poderá ser
influenciada por fatores como conhecimento prévio do assunto, formas
diversificadas de assimilação do conteúdo e repetição constante.

A partir dessas fases podem ocorrer dois processos: retenção ou


esquecimento. A retenção é quando a informação ficou armazenada
nas estruturas cerebrais e poderá ser acessada novamente, ou seja,
quando nos lembramos de algo aprendido. O esquecimento é quando
se perde o estímulo neural e o conteúdo não pode ser acessado.

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ENTENDA AS CAUSAS

Sabendo que o cérebro do indivíduo com síndrome de Down apresenta pequenas diferenças
anatômicas e que o processo de aprendizagem é fundamentalmente neural, é possível estimular
as crianças para melhorarem o processo de aquisição de novas informações.

O cérebro pode ser um pouco menor, mas até os cinco anos de idade isso não é um fator diferencial em relação
às demais crianças. A partir desse momento é que as diferenças se exacerbam porque o desenvolvimento
eficiente da fala, escrita e audição serão requeridos no processo de alfabetização.

O grande problema atualmente está em como esse processo se instala. Os pais ficam ansiosos e angustiados
porque seus filhos não estão aprendendo e acabam optando por atividades repetitivas e cansativas que
estressam toda a família.

É preciso compreender que o processo é mais lento, as atividades precisam ser lúdicas e os estímulos devem
ser gradativos, porém contínuos. Além disso, a atenção e o amor dos pais podem contribuir significativamente
para a consolidação dos conhecimentos.

Por isso, selecionamos alguns processos cognitivos que serão abordados mais profundamente nesse e-book.
Acompanhe conosco!

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Exercite a fala
EXERCITE A FALA

A fala é considerada a forma de comunicação mais eficiente desde os tempos remotos. Através dela é possível
expressar um desejo ou problema, dar argumentos e discutir pontos importantes dos fatos cotidianos.

A média de idade é de três anos para uma criança com síndrome de Down começar a falar e esse processo
pode chegar até os cinco anos. Isso acontece porque a atenção e a memória auditiva de curto prazo são
pouco desenvolvidas.

O exercício da fala deve ser estimulado ainda quando bebê através da comunicação constante dos pais. Os
progenitores devem conversar sobre fatos diários, sempre olhando nos olhos e apontando o que irão fazer.

Com o passar dos anos é importante que os pais desafiem os filhos a se comunicarem. É interessante
deixar que falem livremente e em todos os espaços, inclusive os públicos. Dependendo da idade da
criança, estimule-a a pedir um suco ou sorvete para o garçom.

Frequentemente os pais observam o desenrolar de um discurso e completam as palavras e o raciocínio


para a criança. Esse fato traz consequências graves que vão desde a falta de iniciativa da criança até a
insegurança quanto a se arriscar na comunicação.

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EXERCITE A FALA

Outra forma de estimular a fala é através da leitura. Conte uma história simples para uma criança e durante
a leitura aponte uma figura e a desafie a pronunciar a palavra. Corrija se necessário e continua a história.

Momentos cotidianos como esse servem como estímulo ao aprendizado e fortalecem os vínculos
maternais. Elabore atividades que favoreçam a fala tais como: “Filho, por favor, busque aquele objeto
que colocamos água para beber, tem o seu personagem favorito e está na cozinha”. Esse é um
exemplo de aprendizagem associativa, pois precisará remeter às informações sobre um copo e
seguir o comando solicitado.

Apesar de ser importante a repetição do conteúdo para facilitar a consolidação, também é crucial diversificar
as formas de aprendizagem. Nesse sentido, músicas, danças, ajuda na cozinha e contato com outras crianças
é fundamental para aumentar o vocabulário.

Além disso, existe o método dos dedinhos que promove um maior estímulo à fala, pois compila imagens,
fotos e direciona esses conceitos de acordo com o nível de desenvolvimento da criança.

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EXERCITE A FALA

Caso os pais percebam que a articulação das falas está comprometida e a criança ainda apresentar dificuldades
para pronunciar alguns fonemas complexo, como o “BR, PR” é recomendável uma avaliação fonoaudiológica.

Esse profissional poderá intervir na estruturação da fala e na alfabetização aplicando o método dos dedinhos,
por exemplo.

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Cuide da audição
CUIDE DA AUDIÇÃO

A avaliação auditiva deve ser feita em qualquer criança, pois o teste do ouvido feito no recém-nascido
detecta surdez de origem genética. Mas, com o passar dos anos, as crianças podem desenvolver alterações
auditivas debilitantes.

Essa situação acontece porque a trompa auditiva tende a ser mais estreita do que o normal e isso impede
que a informação sonora chegue ao córtex auditivo onde será processada no cérebro.

As crianças com síndrome de Down são mais suscetíveis a desenvolver infecções do ouvido médio
e por isso devem ser avaliadas periodicamente a partir dos dois anos. Essa deficiência pode afetar o
desenvolvimento de outras habilidades neurais.

Por isso, as mães devem observar se existe problema de audição, desatenção ou dificuldade para aceitar as
regras familiares. Feito isso e constatada a normalidade é o momento de incentivar a audição.

As crianças de até um ano de idade gostam de músicas calmas ou do canto dos pais. Ao fazê-la dormir, cante
músicas com sonoridade mais leve que elas guardarão esse momento para o resto da vida.

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CUIDE DA AUDIÇÃO

O fato de não relatarem esse momento não


significa esquecimento, pois as pesquisas
já mostraram que bebês de seis meses já
consolidam informações adequadamente. E já
diferenciam o timbre das vozes mais frequentes
no ambiente familiar.

A partir dos dois anos, convide as crianças a


escutarem músicas eruditas, parlendas e outras
músicas infantis. Proponha atividades lúdicas
envolvendo o enredo das músicas, elabore
coreografias ou programe um karaokê.

Tudo isso deve ser feito espontaneamente


conforme interesse das crianças e de acordo com
o seu nível de entendimento. Insira aos poucos
e com o horário programado, DVDs educativos
com temas cotidianos de florestas, alimentação,
higiene pessoal, dentre outros.

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Não se esqueça
da alfabetização
NÃO SE ESQUEÇA DA ALFABETIZAÇÃO

O processo de alfabetização será fortemente influenciado pelo nível de desenvolvimento da fala e audição. Por
isso, os pais precisam identificar esse estágio e juntamente com a escola incentivar seu filho no mundo da escrita.

Algumas crianças com Down apresentam interesse em identificar letras e números. Sendo assim, uma
das formas de incentivar a alfabetização é adquirir letras em todas as formas e tamanhos para a criança.

O começo da alfabetização acontece com letras maiúsculas e, em seguida, a construção de sílabas simples.
Os pais devem mostrar as letras em vários lugares e desafiá-las a fazer a pronúncia correta.

As sílabas simples são aquelas em que a construção fonética corresponde exatamente à forma
escrita, tais como “BA, TA, DA, BE, PA, etc.” em todas as construções com vogais. As sílabas complexas
são aquelas em que a pronuncia será diferente em relação à escrita.

Para incentivar as crianças com Down a escreverem as letras é aconselhável adquirir lápis grafite
triangulares, pois facilitam a “pegada” correta visto que nesses indivíduos a coordenação motora fina
pode ser menos desenvolvida.

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NÃO SE ESQUEÇA DA ALFABETIZAÇÃO

Os pais devem encorajar a autonomia dessas crianças para identificar as palavras e entender o mundo
por conta própria através da leitura e escrita. Sendo assim, formará cidadãos mais independentes para
vencerem os desafios ao longo da vida.

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10 exercícios divertidos
10 EXERCÍCIOS DIVERTIDOS

Exercícios divertidos são uma forma prazerosa de estimular o processamento cognitivo das crianças com
Down. Frequentemente, as brincadeiras mais simples são aquelas que ativam um maior número de sinapses
nervosas e áreas cerebrais.

Por isso, entre no mundo das crianças com síndrome de Down e observe quais exercícios são mais
agradáveis e adapte para os que não tiveram uma empatia inicial. Além disso, é importante enfatizar
que esses estímulos devem ser divertidos para todos.

Algumas sugestões de exercícios lúdicos e divertidos:

•• Eu vejo com meus olhinhos, uma coisa colorida...: Mentalize um objeto que esteja no ambiente e comece
a brincadeira. Incite a criança a adivinhar qual foi o objeto que você pensou.

•• Caixa da fantasia: Junte produtos recicláveis, sapatos, roupas e outros acessórios dentro de uma caixa.
Elabore uma história e vá buscando objetos dentro dessa caixa. A criança deve introduzir o objeto no enredo.

•• Descubra a música: A criança precisa adivinhar a música que está sendo cantada somente pela melodia.

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10 EXERCÍCIOS DIVERTIDOS

•• Cabaninha: Junte dois lençóis e faça uma cabana. Insira objetos de casa e aproveite momentos
dentro do novo lar.

•• Mímica: Façam mímicas sobre atividades cotidianas e peça à criança para adivinhar os procedimentos.
Em seguida, ela fará à mímica.

•• Massinha caseira de modelar: Adicione farinha de trigo e óleo em uma proporção de 2:1. Coloque corante
culinário ou suco em pó e faça massinhas de diferentes cores. Modele casas e castelos e utilize uma
faca sem corte para moldar.

•• Esconde-esconde: Uma pessoa conta enquanto as demais se escondem. Quem chegar ao local determinado
sem ser pego é o que ganha a brincadeira.

•• Blocos de montar: A criança pode usar a imaginação e montar blocos para construção de prédios, casas,
submarinos ou inventar suas próprias máquinas.

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10 EXERCÍCIOS DIVERTIDOS

•• Termine a música: O pequeno precisa adivinhar o restante da música após uma pausa. O vencedor é
aquele que cantar a melodia de forma correta.

•• Telefone sem fio: Junte duas latas de massa de tomate limpas e insira um barbante entre as extremidades
de cada uma. Comece a conversação com a criança e escute suas palavras.

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Conclusão
CONCLUSÃO

Para estimular o aprendizado em crianças com Down é preciso reconhecer alguns fatores. O primeiro deles
se refere aos avanços nas descobertas da medicina que constataram diferenças cerebrais e cognitivas
significativas nas pessoas com down.

Essas alterações cerebrais refletirão na capacidade de processamento de fundamentos neurais básicos tais
como linguagem, audição e, posteriormente, alfabetização. Sabendo disso, os pais devem incentivar seus
filhos com Down de maneira espontânea e sem pressão.

A repetição dos estímulos, a inserção de atividades lúdicas e a paciência dos pais são fatores cruciais
na remodelação cerebral das crianças com Down. Cabe a eles identificar a assimilação dos conceitos,
as dificuldades enfrentadas pelos pequenos e a forma mais indicada para superar esses problemas.

Por isso, é importante incorporar, sempre que possível, jogos divertidos para todos da família, pois a educação
de filhos com Down é um pouco diferente das demais, mas para todas não existe uma melhor conduta do
que amor e compreensão em doses contínuas.

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Sobre a sua empresa

A Incluo nasceu do desejo de oferecer aos pais de crianças com


Down, profissionais e às pessoas interessadas na temática, não
apenas uma fonte confiável de informação, mas um canal para
conectá-las entre si e também a profissionais e empresas que
acreditam na inclusão como forma de combater o preconceito
e facilitar a inserção de pessoas com Down na sociedade. O
objetivo é empoderar e minimizar a invisibilidade social que
as pessoas com deficiência ainda enfrentam no dia a dia.
Queremos estabelecer com credibilidade, responsabilidade
e segurança a conexão entre pessoas com Down, profissionais,
instituições, empresas e a sociedade.
Participe conosco dessa caminhada!

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