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Este curso foi elaborado pela profa Ivonete Maria Parreira, Graduada em História
pela UFG/Go. Qualquer dúvida ou sugestão em relação ao curso envie para
www.conhecer.org.br. Bons estudos!!!
INTRODUÇÃO
A Constituição de 1934
Principais características da constituição de 1934
- Assegurou a vitória dos federalistas
- Ampliou o poder da união
- Minas, jazidas minerais, quedas dagua e bancos deveriam ser
nacionalizados
- Criação da justiça do trabalho, salário mínimo, jornada de 8 horas, férias e
descanso semanal remunerado.
- Aprovação da pluralidade e autonomia sindical
- Oficialização do casamento religioso
- Eleições com voto direto na próxima eleição
Plano Cohen
O Plano Cohen foi anunciado no programa Voz do Brasil pelo chefe do
Estado-maior do exército, General Góes Monteiro. Tal plano tinha o objetivo de
derrubar o presidente tendo como mentores os comunistas brasileiros em
associação com comunistas internacionais. A meta era eliminar chefes militares,
agitar o operariado e os estudantes, libertar presos políticos, incendiar casas e
prédios diversos, bem como realizar saques, seqüestros e depredações. O
general Góes dizia ter recebido um documento que comprovava o plano. Esta
ameaça foi denominada de “ameaça vermelha” que levou Vargas a decretar
Estado de Guerra, após aprovação pelo Congresso Nacional.
Iniciou-se então intensa perseguição aos comunistas e outros opositores
políticos. Getúlio, apoiado por várias lideranças, determina que o Congresso
Nacional seja cercado e institui o período denominado Estado Novo. Somente em
1945 o General Góes irá revelar que o Plano nunca existira, que foi uma fraude
armada pelo próprio exército para consolidar e validar a permanência de Vargas
no poder.
Getúlio Vargas conseguiu aliados de vários estados e com o pretexto de por
fim as agitações, decretou o fechamento do Congresso e anunciou a nova
constituição que já havia sido encomendada. O estado novo se inicia em
Dezembro de 1937 e todos os partidos foram dissolvidos.
O golpe de 1937
Com a Constituição de 1934 ficou estabelecido que para a próxima eleição
(que seria em 1938) o presidente deveria ser eleito pelo voto secreto e direto. De
1934 a 1938 Getúlio estava ocupando o cargo de presidente devido ao voto
indireto. Já em 1936 começaram as campanhas para a presidência e se algo
desse errado Getúlio Vargas poderia não ser eleito, visto que o pleito seria por
eleições diretas, com a participação popular. Nos bastidores Getúlio articulava a
sua permanência no governo apoiado pelos chefes militares Góes Monteiro e
Eurico Gaspar Dutra. O terror comunista e o suposto plano de tomada do poder
era a desculpa para que decisões fossem tomadas, sempre com o discurso de
“proteção da pátria e da ordem nacional”.
O golpe não foi coerente, apesar das semelhanças com a política dos
estados fascistas europeu, não se baseou nas mesmas diretrizes, alguns
historiadores se referem ao golpe como um golpe de elites políticas militares sobre
elites econômicas. A eliminação dos partidos políticos foi justificada pelo
argumento de que os partidos não correspondiam aos reais interesses do povo
brasileiro e que era necessário criar uma nação que atendesse às necessidades e
aspirações do povo. Portanto, o pano de fundo da ideologia do Estado Novo foi o
mito da nação e do povo, duas entidades abstratas que por si sós não significam
absolutamente nada. Na realidade, esse foi o momento em que, através da
ditadura, se procurou suprimir os localismos e viabilizar um projeto realmente
nacional.
A campanha para as eleições de 1938 já estava ocorrendo. Eram
candidatos: Plínio Salgado, Armando de Sales Oliveira, ex-governador de São
Paulo, e José Américo de Almeida. A campanha ocorria em meio a muitas
agitações, havia intensa repressão policial por parte da policia especial. O golpe já
era parcialmente conhecido, todos os candidatos já tinham suspeita do plano. As
condições para o golpe já estavam criadas, a opinião pública assustada, os
militares de tendência democrática colocados em funções sem importância, os
esquerdistas e liberais na cadeia.
Faltava apenas um último pretexto para o golpe e este surgiu em setembro
de 1937, o denominado Plano Cohen. Vargas e os militares golpistas, alegando
que o país estava a beira de ser controlado pelos comunistas, conseguiram que o
Congresso decretasse o “Estado de Guerra”, reforçando ainda mais os poderes do
governo. A 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas concluiu o golpe, sem tiros e
nem mortes, sem nenhuma resistência, uma companhia de soldados fechou o
congresso, os governadores encarregaram-se de prevenir protestos em seus
estados, as tropas ficaram de prontidão. O ditador leu um pequeno discurso pela
rádio, anunciando o “nascer da nova era”, e assim para defender a liberdade,
entramos na ditadura.
FAUSTO, B.; et al: História Geral da Civilização Brasileira, v.10. Editora Difel
S.A./ Difusão Editorial, 3ª Edição, São Paulo-SP, 1986, 604 p.
SABÓIA, N.; A Era Vargas e os seus legados a longo prazo, entrevista com Jens
R. Hentschke. Jornal O Estado de São Paulo (Paris), 2001.
LEITURAS ANEXAS
AXT, G. Getúlio Vargas: a Gênese de um mito. Disponível em:
http://www.memorial.rs.gov.br/cadernos/getuliovargas.pdf. Acesso em 07/03/2011