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OPERAÇÕES UNITÁRIAS

 Objetivos:Ao final deste Capítulo o estudante será


capaz de:
 distinguir os diversos tipos de operações
unitárias;distinguir soluções ideais e reais;
 efetuar balanços materiais e energéticos, fazendo
transformações de bases de concentração e de unidades e
aplicando as leis de mistura de gases, de gases ideais e de
equilíbrio;
 representar o equilíbrio líquido-vapor e líquido-líquido e as
mudanças de fases sobres estes diagramas;
 efetuar cálculos de composição e de quantidade de fases
em equilíbrio.
 Pré-Requisitos Matemáticos:Nenhum.
 Pré-Requisitos de Engenharia e Científicos:Balanço
Material.Termodinâmica Básica (I e II princípios,
equilíbrio termodinâmico). Equilíbrio e Regra das
Fases.
OPERAÇÕES UNITÁRIAS

 Objetivos:
 Identificar os tipos de operações e equipamentos de
transferência de massa, calor e de separação mecânica de
fases gás-líquido-sólido, seus princípios de funcionamento
e suas partes constituintes, distinguir o papel destas partes
e dos parâmetros que afetam o funcionamento destes
equipamentos.
 Selecionar e aplicar os mecanismos de transferência de
massa, calor e quantidade de movimento que ocorrem
nestes tipos de operações para a resolução de problemas
em sistemas industriais.
 Avaliar e projetar equipamentos industriais tais como
colunas de destilação, absorção, esgotamento e extração,
de bandejas e recheadas utilizando os mecanismos de
transferências de massa entre fases.
OPERAÇÕES UNITÁRIAS

 Tipos:
 Escoamento de fluidos: as quais envolvem transporte
de fluidos, bombeamento, compressão;
 Transferência de calor: as quais envolvem
equipamentos como fornos, permutadores de calor,
condensadores, refervedores;
 Transferência de massa e calor combinados: as quais
envolvem destilação  integral, fracionada, diferencial ,
evaporação, secagem, umidificação, cristalização.
 Transferência de massa: as quais envolvem absorção,
esgotamento, extração, lixiviação;
 Operações com sólidos: as quais envolvem classificação,
britagem, moagem manuseio de sólidos;
 Escoamento e separação de fluidos e sólidos: as
quais envolvem filtração, decantação, ciclones e
centrifugação;
OPERAÇÕES UNITÁRIAS

Transferência de energia e/ou de matéria


pela ação de um agente de separação, em uma
velocidade ou taxa que é função da força motriz.
Força motriz depende do gradiente de
energia ou concentração, de acordo com a
operação específica.

Agentes de separação:
 calor: nas operações unitárias de destilação, evaporação,
cristalização;
 solvente: nas operações unitárias de absorção, extração;
 gravidade: na operação unitária de decantação
OPERAÇÕES UNITÁRIAS

 Tipos:
 Escoamento de fluidos: as quais envolvem transporte
de fluidos, bombeamento, compressão;
 Transferência de calor: as quais envolvem
equipamentos como fornos, permutadores de calor,
condensadores, refervedores;
 Transferência de massa e calor combinados: as quais
envolvem destilação  integral, fracionada, diferencial ,
evaporação, secagem, umidificação, cristalização.
 Transferência de massa: as quais envolvem absorção,
esgotamento, extração, lixiviação;
 Operações com sólidos: as quais envolvem classificação,
britagem, moagem manuseio de sólidos;
 Escoamento e separação de fluidos e sólidos: as
quais envolvem filtração, decantação, ciclones e
centrifugação;
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Sistemas e Unidades
São três as referências de medidas selecionadas,
independentes da mecânica, para se expressar qualquer
grandeza:

Comprimento,
Massa e
Tempo.

Existem diversos sistemas de medidas que adotam diferentes


unidades para essas dimensões ou mesmo outras dimensões.

No entanto, o Sistema Internacional, SI, é adotado por lei no Brasil.


A IUPAC, União Internaional de Química Pura e Aplicada o adotou em
todo o mundo.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Lei da Conservação das Massas: "Na Natureza


Nada se Cria, Nada se Perde, Tudo se Transforma"

Por este princípio de Lavoisier, o balanço de material em


torno de uma envoltória de um processo deve sempre ser
verificado.

Observe-se que o mesmo não ocorre com o balanço em


volume, salvo em situação em que as soluções possam
ser consideradas ideais e que os volumes sejam dados a
mesma temperatura, sem que haja transformação
química.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Aplicações da Lei da Conservação das Massas

Balanço material total:

F= V + L
V
Balanço material parcial:
F z a = V y a + L xa
Relações estequiométricas:
z a + zb = 1
F

L
xa + xb = 1
y a + yb = 1
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Quantidade de Matéria

Um mol é a quantidade de matéria da substância que


contém tantas entidades elementares quantos são os
átomos contidos em 0,012 kg de carbono 12
(NA = 6,02214 x 1023 átomos).
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Aplicações da definição de Quantidade de Matéria

Calcular a massa molar média da mistura abaixo:

H2: 9.8% H2S: 0,7% CH4: 14,1%


C2H6: 23,9% C3H8: 29,0% iC4H10 11,30
nC4H10: 10,9% nC5H12: 0,3%
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Temperatura
É a medida do grau de aquecimento do sistema, medido através
instrumentos específicos e expresso em escalas relativas e fixadas
arbitrariamente.

Estas escalas são: centesimal (Celsius); Fahrenheidt.


T(o C) T(o F) − 32
=
5 9
As chamadas unidades absolutas de temperaturas são expressas pela
temperatura Kelvin na escala centesimal e pela Rankine na escala
Fahrenheidt, sendo que o zero absoluto das duas escalas
coincidem.
∆T (R) = 1,8 ∆ T (K)
0 K = -273,15 oC = -459,67 oF = 0 R
R = 1,8 K
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Pressão

A pressão de uma substância é a medida da força


realizada por esta substância, pela unidade de área em
que ela é aplicada.

Pode ser expressa em escala absoluta ou em relação a


atmosfera.
No sistema SI a pressão atmosférica corresponde a
101,325 kPa, o que eqüivale a 760 mmHg ou 14,696
psia.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Lei dos Gases
Pela lei dos gases a relação (PV/T) é constante para qualquer gás, onde P,V e T
representam a pressão, o volume molar e a temperatura do gás.

Considerando-se P=1 atm, V0=22,414 .10-3 m3, T=273 K, para um gás ideal (z=1).
Um kmol de um gás ideal (z=1) nas CNPT ocupa 22,414 .10-3 m3, a 0oC e 1 atm
ou um lb-mol ocupa 359 ft3 a 32oF e 29,92 in Hg.
(P0V0/T0) = (PV/T)
PV = zn RT
P, V, T: pressão, volume e temperatura da substância;
n: quantidade de matéria da substância em kmol ou lbmol;
Z:fator compressibilidade da substância;

UNIDADES DE R VALOR
(kPa)(m3)/(kmol) (K) 8,31
(cal)/(gmol) (K) 1,99
(psia)(ft3)/(lbmol)(R) 10,73
(atm)(cm3)/(mol)(K) 82,05
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Aplicação da Lei dos Gases

O gás efluente de um tambor de topo de uma coluna de


destilação tem a composição volumétrica dada abaixo:

COMPOSTO % VOL
metano 65%
etano 19%
propano 12%
butano 4%

Qual o volume ocupado por este gás nas CNTP?


Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Lei de Dalton

"A pressão total de uma mistura de gases ideais corresponde ao


somatório das pressões parciais dos constituintes da mistura".
n
PT = ∑ Pi = PT yi
i =1

PT: pressão total da mistura;


Pi: pressão parcial do constituinte i;
yi:fração molar de i sua fase vapor.
Conceitos Básicos de
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Lei de Amagat

“O volume total de uma mistura de gases ideais corresponde ao


somatório dos volumes parciais dos constituintes da mistura".
n
VT = ∑ Vi = VT yi
i =1

VT: pressão total da mistura;


Vi: pressão parcial do constituinte i;
yi:fração molar de i sua fase vapor.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Aplicação da Lei de Dalton e de Amagat

O gás efluente de um tambor de topo de uma coluna de


destilação tem a composição volumétrica dada abaixo:

COMPOSTO % VOL
metano 65%
etano 19%
propano 12%
butano 4%

Calcular o volume e a pressão parcial de cada


componente deste gás nas CNTP.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Propriedades Físico-Químicas e Termodinâmicas

Massa Específica
Massa da substância contida em uma unidade de volume dessa
substância.
A massa específica de líquidos e de gases diminui com a
temperatura, pois o volume aumenta.
A massa específica de gases aumenta com a pressão, pois o
volume diminui. No caso de líquidos, a massa específica pode ser
considerada que não varia com a pressão.
A massa específica é expressa no SI em kg/m3.

m
ρ=
V
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Densidade de Líquidos

Relação entre a massa específica da substância a uma dada


temperatura e a de um padrão a uma temperatura, que pode ser
igual ou diferente da substância.

O SI adota as temperaturas de 20 oC para a substância e 4 oC para


o padrão que é a água.
ρ 20
A densidade é adimensional. d 20 / 4 = 4 S

ρ Água
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Densidade de Gases

Relação entre a massa específica do gas, a 0 oC e a pressão


atmosférica, com a massa específica do ar nas mesmas condições
de temperatura e pressão.

ρ
dg = g

ρ Ar
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Engenharia Química

Aplicação do Conceito de Densidade

O gás efluente de um tambor de topo de uma coluna de


destilação tem a composição volumétrica dada abaixo:

COMPOSTO % VOL
metano 65%
etano 19%
propano 12%
butano 4%

Calcular a densidade deste gás nas CNTP.


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Viscosidade Absoluta ou Dinâmica
O modelo de escoamento proposto por Newton estabelece que a

tensão de cisalhamento (τyx) é proporcional ao negativo do


dv x
gradiente local de velocidade - ao longo do eixo perpendicular
dy
à direção do movimento do fluido, sendo a constante de

proporcionalidade (µ) denominada viscosidade absoluta ou

dinâmica, função da natureza, da pressão e da temperatura do

fluido. Válido para gases e para a maioria dos líquidos simples, que

tomam o nome de fluidos newtonianos.


dv x
τ yx = -µ
dy
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Viscosidade Absoluta ou Dinâmica

A viscosidade absoluta pode ser entendida como a resistência da


substância ao escoamento.

Quanto maior a viscosidade da substância maior a energia


necessária para transportá-la.

Quanto maior a temperatura, menor é a viscosidade de líquidos.


Assim, o aquecimento de um líquido favorece o seu bombeamento.

No sistema SI, a unidade da viscosidade absoluta é o pascal-


segundo (Pa.s), sendo encontrada a unidade centipoise (cP), que
corresponde a 1 mPa.s
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Viscosidade Cinemática
Em algumas fórmulas, aparece o quociente entre a

viscosidade absoluta e a massa específica (ρ), que é chamada

de viscosidade cinemática (ν).

A viscosidade cinemática é expressa no SI como m2/s, sendo

muito usada a unidade centistoke (cSt), que corresponde a 10-6

m2/s. µ
ν=
ρ
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Temperatura de Ebulição Normal
Temperatura em que a substância entra em ebulição a

pressão atmosférica (101 325 Pa).

Quanto menor a temperatura de ebulição mais volátil é

a substância.

Temperatura de Ebulição
Temperatura em que a substância entra em ebulição a

uma dada pressão.


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Engenharia Química

Pressão de Vapor

A pressão de vapor de uma substância a uma dada


temperatura corresponde a pressão mínima que deve ser
exercida no sistema em que está contida esta substância, para
evitar sua vaporização.

Quanto mais volátil for a substância, maior será sua pressão


de vapor.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Pressão de Vapor

Pv
Variação da pressão de vapor com a temperatura:
•C
B
log PV = A −
L C +t
V

T
A, B e C são constantes para cada substância
t: temperatura (0C);
Pv: pressão de vapor da substância (Pa).
Conceitos Básicos de
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Pressão de Vapor
SUBSTÂNCIA A B C
Etano 6,80266 656,4 266
Propano 6,82973 813,2 248 B
log PV = A −
C +t
Hexano 6,87776 1171,53 224,4
Ciclohexano 6,84498 1203,53 222,9
Benzeno 6,90565 1211,03 220,8
Pv
Tolueno 6,95464 1344,8 219,5
•C
1-Hexeno 6,86572 1152,97 225,9
Etilbenzeno 6,95464 1424,26 213,2 L

Etanol 8,04494 1554,3 222,7 V

Acido Acético 7,18807 1416,7 211


Acetona 7,02447 1161,0 224
Água 7,96681 1668,21 228 T
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Aplicação do Conceito de Pressão de Vapor

Calcular a pressão necessária para manter uma substância no


estado líquido a uma dada temperatura.
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Lei de Raoult

"Em uma mistura líquida ideal em equilíbrio termodinâmico, o


número de moléculas dos constituintes na superfície é
proporcional ao número de moléculas deste constituinte na fase
líquida". Pi = Pvi xi

em que:
Pi:pressão parcial de i.
Pvi: pressão de vapor de i.
xi: fração molar de i na fase líquida.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Soluções Ideais

Quando uma mistura forma uma solução ideal não ocorre variação de volume
e da temperatura no ato da mistura.

Ou seja, quando o volume da mistura corresponde ao somatório dos volumes


dos constituintes da mesma, a qual não se expande nem se contrai, não sendo
também acompanhado de variações de temperatura.
Regra prática para limites da idealidade
- Misturas de isômeros em geral.
- Misturas de hidrocarbonetos alifáticos de pontos de ebulição próximos.
- Misturas de substâncias de peso molecular e estruturas próximas.
- Misturas de hidrocarbonetos simples normais com aromáticos.
- Inertes com produtos de maior peso molecular.
- Misturas de compostos polares e não polares.
- Azeótropos.

Idealidade Decrescente
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Sistemas, Fases e Equilíbrio Termodinâmico


Toda mudança espontânea, que ocorre nas fases de um sistema tem
como direção o equilíbrio, estado do sistema em que nenhuma outra
mudança ocorrerá espontaneamente.

Um sistema pode ser composto de diversas fases, as quais são porções


homogêneas de um sistema e fisicamente distintas e independentes de
sua forma e tamanho, podendo ser composta por vários constituintes.

Como exemplo podemos citar o caso da água pura, cujo ponto triplo é
0,010oC e 0,006 atmosfera, a água coexiste nas três fases
independente da quantidades de cada fase.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Sistemas, Fases e Equilíbrio
Termodinâmico
Quando ocorre o equilíbrio termodinâmico todas as fases, com
mais de um constituinte, têm a mesma temperatura e pressão,
podendo ser diferente as concentrações dos constituintes
individuais, os quais estão também em equilíbrio nas diversas
fases.
Um componente deixa de se transferir, quando a sua
distribuição entre as fases corresponde a do equilíbrio.
A velocidade ou taxa de transferência se reduz na proporção
em que diminui a força motriz, que pode ser representada pela
diferença de concentração entre as fases, de temperatura ou de
energia.

TAXA = FORÇA MOTRIZ. COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Sistemas, Fases e Equilíbrio Termodinâmico
As transferências que ocorrem entre as fases de um sistema
são do tipo:
- Transferência de massa: força motriz é a diferença de
solubilidade.
- Transferência de calor: força motriz é a diferença de
temperatura.
- Transferência de quantidade de movimento: força motriz é a
diferença de energia.

Pode ocorrer dos tipos de transfer6encia combinados: exemplo


é a destilação onde ocorre transferência de massa e calor.
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Regra das Fases
O modo como os constituintes das fases se distribuem nas mesmas no equilíbrio é
importante para se definir a operação adequada ao processo, as condições operacionais e
avaliar e dimensionar os equipamentos.
As características de vaporização, solubilidade ou fusão das substâncias permitem avaliar o
processo mais adequado, é complementado pelos dados de equilíbrio e econômicos e,
também, por características de meio-ambiente e de segurança.
Regra das fases de Willard Gibbs em 1876, é muito útil na definição do equilíbrio.
V=C+2-F
V: número de variáveis independentes ou de graus de liberdade dos sistema considerando-
se apenas as variáveis intensivas que não dependem da massa e que são a temperatura, a
pressão e as concentrações
C: número de componentes do sistema
F:número de fases do sistema.
Quando duas ou mais fases estão em equilíbrio, a temperatura e pressão destas fases é a
mesma, o mesmo acontecendo com a grandeza termodinâmica denominada potencial químico.
Exemplos:
Água líquida C = 1; F = 1; V = 2, ou seja, água líquida pode estar em qualquer T e P.
Água vapor: C = 1; F = 2; V = 1, ou seja, definida T, P é fixo, ou vice-versa.
Conceitos Básicos de
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Equilíbrio Termodinâmico de Fases

Toda mudança espontânea, que ocorre nas fases de um


sistema tem como direção o equilíbrio, estado do sistema em que
nenhuma outra mudança ocorrerá espontaneamente.

O segundo princípio da termodinâmica estabelece que se um


sistema está em equilíbrio a variação da entropia interna (∆Si ) é
igual a zero em transformações reversíveis ou maior que zero em
transformações irreversíveis.

(∆S ) = (∆Se ) + (∆Si ) = (∆Q/T) + (∆Si )

Como (∆Si ) ≥ 0 tem-se que: (∆S ) ≥ (∆Q/T)


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Equilíbrio Termodinâmico de Fases

Pelo primeiro princípio da termodinâmica para uma


transformação reversível:
dU = ∆Q - W = TdS - P dV

TdS = dU + P dV

dS = (dU/T) + (P/T) dV

Sistema fechado: dV = 0 dVA = - dVb No equilíbrio: dS = 0

dU = dUA+dUB =0 dUA = - dUB

dS = dSA+dSB =0 dSA = - dSB


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Equilíbrio Termodinâmico de Fases

[(1/TA) - (1/TB) ] dUA + [(P/TA) - (P/TB)] dVA = 0


Esta equação deve ser verificada para qualquer valor de dUA e
dVA, o que acarreta:

TA = TB e PA = PB
Generalizando, em um sistema de N fases em equilíbrio termodinâmico,
as temperaturas e pressões das fases em equilíbrio são iguais:

TA = TB= TC= .........= TN


PA = PB = PC=........= PN

Esta é a primeira condição, necessária, porém não suficiente


para que haja equilíbrio termodinâmico de N fases.
Conceitos Básicos de
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Equilíbrio Termodinâmico de Fases
O Potencial Químico

Esta é a também uma condição para que um sistema de N fases esteja


em equilíbrio termodinâmico. Se o sistema é reversível:

(dG)T,P = 0

Em sistemas constituídos por n componentes, que se transferem ou se


transformam quimicamente entre as N fases, a energia livre do sistema é
o resultado da contribuição ponderada em base molar dos diversos
constituintes do sistema transferidos ou transformados, também
chamada de energia livre molar g*i:

g*i = (∂ G / ∂ ni)T,P,nj
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Equilíbrio Termodinâmico de Fases
O Potencial Químico
dG = Σ µi dni

( (dGA)T,P = - (dGB)T,P

(dGA)T,P = µiAdni (dGB)T,P = µiBdni

µiAdni = - µiBdni (µiA - µiB) dni = 0

µiA = µiB

Generalizando para N fases:


µiA = µiB = µiC = ..... = µiN
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Equilíbrio Termodinâmico de Fases
A Fugacidade
dµ = dG = VdP
Para gás ideal: V = ( RT / P)
dµ = RT (dP / P)
µ = RT ln P + C

À pressões baixas, entre 0 e 1, o potencial químico decresce rapidamente,


podendo atingir valores negativos, em valores de pressão próximo à zero.
Substituição do potencial químico pela fugacidade:

µ = RT ln f + θ onde θ = f (T)

f* = p*
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Engenharia Química
Equilíbrio Termodinâmico de Fases
A Fugacidade
Assim, alternativamente ao potencial químico, a fugacidade pode
ser utilizada como critério para o equilíbrio termodinâmico de fases:

fiA = fiB = fiC = ..... = fiN

Para misturas de gases ideais, a fugacidade de um componente i


na mistura corresponde à sua pressão parcial, tal como para gases
ideais puros ela corresponde à pressão total:

fiV = pi = P yi onde: pi é a pressão parcial de i.


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Equilíbrio Termodinâmico de Fases
Gás Real e Solução Real

fiV = fiL

fiV = ϕi P yi = fiL= γi fi0 xi

ϕi P yi = γi fi0 xi

ki = (yi / xi) = (γi fi0 /ϕi P)


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Equilíbrio Termodinâmico de Fases
Gás Ideal e Solução Ideal

fiV = fiL

fiV = ϕi P yi = fiL= γi fi0 xi

ϕi =1 γi =1

fiV =pi fi0 = Pvi

ki = (yi / xi) = (Pvi /P)


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Equilíbrio Líquido-Vapor Ábaco de DePriester Baixa T
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Equilíbrio Líquido-Vapor Ábaco de DePriester Alta T
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Diagrama de Equilíbrio T- x- y

Diagrama de equilíbrio líquido-vapor: distribuição da concentração dos


componentes nas duas fases em função da temperatura ou pressão do
sistema. Obtido a partir de dados práticos experimentais ou por cálculos,
seja para soluções ideais ou para soluções reais.

SOLUÇÕES IDEAIS
ki = (yi / xi) = (Pvi /P)

Construção do diagrama feita a partir do conhecimento da pressão de


vapor (solução ideal) dos componentes da mistura.
PT − Pvb Pv a x a
xa = ya =
Pva − Pvb P
Arbitra-se a uma dada P (ou T), valores de T (ou P), e determina-se
por equações, gráficos ou tabelas os valores de pressão de vapor ou da
constante de equilíbrio, calculando-se xa e ya.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Diagrama de Equilíbrio T- x- y
Diagrama de equilíbrio líquido-vapor: distribuição da concentração dos
componentes nas duas fases em função da temperatura ou pressão
do sistema. Obtido a partir de dados práticos experimentais ou por
cálculos, seja para soluções ideais ou para soluções reais.

SOLUÇÕES REAIS
Arbitra-se a uma dada P (ou T), valores de T (ou P), e determina-se
por equações, gráficos ou tabelas os valores de pressão de vapor ou
da constante de equilíbrio, calculando-se xa e ya:
ya = K a xa yb = K b xb
Arbitra-se a uma dada P (ou T), valores de T (ou P), e determina-se
por equações, gráficos ou tabelas os valores da constante de
equilíbrio, calculando-se xa e ya:

1− K b
xa = ya = K a xa
K a− K b
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Diagrama de Equilíbrio T- x- y

120o 120
T(x) SISTEMA
BENZENO-TOLUENO
P = 1 atm
DIAGRAMA T-x-y
110o 110
Vapor

100o 100

90o 90

Líquido
80o 80

70o
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0

FRAÇÃO MOLAR DE BENZENO


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Diagrama de Equilíbrio T- x- y

Efeito da Pressão Total


P2 > P1

P2

P1

0,0 xa xa za ya ya 1,0
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Diagrama de Equilíbrio P- x- y

t = CONSTANTE
LÍQUIDO

PA

Po O

Po' L O' V

VAPOR
PB

0,0 zA = m' z A=m 0,0


Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Diagrama de Equilíbrio y - x
10
SISTEMA
BENZENO-TOLUENO
09 P = 1 atm
DIAGRAMA y-x
08

07

06

05

04

03

02

01

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 09 1.0
x (FRAÇÃO MOLAR DE BENZENO NO LÍQUIDO
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Calor Específico ou Capacidade Calorífica


Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1
quilograma da substancia de 1 K.

Unidade do calor específico no SI é kJ/kg.K


Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Aplicação do Conceito de Calor Específico

Calcular a quantidade de calor a ser fornecida por fluido de


aquecimento para elevar a temperatura de uma substância de
1 K.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Calor Latente

Quantidade de calor necessária para levar uma substância


de um estado físico a outro.

A variação de estado físico pode ser:

Solidificação: de líquido para sólido.


Fusão: de sólido para líquido.
Liquefação: de gás para líquido.
Vaporização: de líquido para gás.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Primeiro Princípio da Termodinâmica

Energia, na forma de calor ou de trabalho, não pode ser criada


ou destruída, ela é tão somente transformada de uma forma em
outra, ou ser trocada entre o sistema e o exterior.

Como formas de produzir trabalho ( W ) pode-se listar:


-Energia Potencial.
-Energia Cinética.
-Trabalho de Eixo – expansão ou compressão.
-Energia Elétrica.

Como formas de produzir calor ( Q ) pode-se listar:


-Energia Térmica.
-Energia Elétrica.
-Energia Química.
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Primeiro Princípio da Termodinâmica

Energia Interna ( ∆U )

Energia da substância absorvida em trocas energéticas,


calor e trabalho em sistema fechados, que é associada a
movimentos internos e interações entre átomos e
moléculas.

∆U = Q − W
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Entalpia ( ∆H )

Em sistemas abertos, as trocas energéticas podem envolver


expansão ou contração de volume, sendo necessário levar em conta
essas variações.
Para isso, define-se uma outra grandeza, a Entalpia, que leva em
conta essas trocas energéticas, além da variação de energia interna, a
pressão constante.

∆H = ∆U + ∆ (PV )
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Aplicação do Primeiro Princípio da Termodinâmica

Balanço Energético:

F ∆ H F + QR = V ∆ H V + L ∆ H L
V

QR

L
Conceitos Básicos de
Engenharia Química
Segundo Princípio da Termodinâmica
Entropia ( ∆S )

Propriedade termodinâmica que traduz o grau de desorganização


do sistema.

O segundo princípio da termodinâmica estabelece que se um


sistema está em equilíbrio a variação da entropia interna (∆Si ) é igual a
zero em transformações reversíveis ou maior que zero em transformações
irreversíveis, ou seja para um grau de maior desordem ou de maior
entropia.

A variação de entropia do sistema é dada pela soma da variação


da entropia externa (∆Se ) = (Q/T) com a variação da entropia interna
(∆Si ).
∆S I = 0 ∆S I + ∆S E = 0
Conceitos Básicos de
Engenharia Química

Aplicação do Segundo Princípio da Termodinâmica

Cálculo do trabalho produzido pela expansão dos gases de


combustão de querosene através de uma turbina aeronáutica, de forma
reversível ou irreversível.

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