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MATERIAL DE APOIO

EXAME DE ORDEM

Curso: Intensivo Semanal| Disciplina: Penal


Aula:08 |

ANOTAÇÃO DE AULA

EMENTA DA AULA
- CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

GUIA DE ESTUDO

1) CRIMES CONTRA O PATRIMONIO

1.1) crimes contra o patrimônio.

Artigo 181 a 183, CP.


Há duas espécies de imunidades penais:

1.2) Diferenças entre os crimes de roubo, artigo 157, CP e extorsão, artigo 158, CP, uma vez que em

ambos há emprego de violência ou grave ameaça.

Se o próprio agente subtrair o bem, o crime é o de roubo. Agora se a vítima for obrigada a entregar o
bem, o crime pode ser de roubo ou de extorsão.
Será roubo se a vítima entregou, mas o agente poderia naquele exato instante ter efetuado a subtração
(o comportamento da vítima foi irrelevante).

Ex. apontar a arma para a vítima e exigir que ela entregue o relógio.
O crime será de extorsão quando a vítima efetuar a entrega e ficar provado que sua colaboração para o
fato criminoso era imprescindível para o agente obter o que queria, pois se a vítima se recusasse ela não
teria naquele momento como efetuar a extorsão.

Ex. vítima é forçada a assinar o cheque, golpe do sequestro relâmpago que gera a extorsão qualificado,
artigo 158, §3, CP

1.3) Diferenças entre os crimes de roubo próprio, artigo 157, caput, CP, e roubo improprio, artigo 157,
§1, CP.

1° no roubo próprio a violência ou grave ameaça são anteriores a subtração, já no impróprio a violência
ou grave ameaça ocorre após a subtração.
2° no roubo próprio admite-se a chamada violência impropria (golpe do boa noite cinderela) ao passo
que no ouro improprio não.

1.4) Roubo sem causa de aumento de pena

Artigos 157, §2, CP.

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A pena é aumentada de 1/3 até a metade nas hipóteses ali mencionadas.


Uma das hipóteses é o emprego de arma.
O aumento vale tanto para as armas próprias como para as impróprias.
O aumento não se aplica quando o agente se vale de uma arma de brinquedo porque não tem
potencialidade lesiva (roubo simples).
Da mesma forma não terá o aumento quando o agente estiver simulando a arma.

1.5) Latrocínio

Roubo seguido de morte, artigo 157, §3, 2° parte, CP.


Latrocínio tentado, artigo 157, §3, CP, c/c artigo 14, II, CP.
Mesmo quando a morte é dolosa no latrocínio, o julgamento é feito pelo juiz singular, como argumento
que o latrocínio é crime contra o patrimônio. Súmula 603, STF.
Consumação do latrocínio: ocorre com a morte da vítima, ainda que o agente não tenha conseguido
subtrair o bem que pretendia. Súmula 610, STF.

1.6) Extorsão mediante sequestro

Artigo 159, CP.


A própria redação do artigo 159, CP deixa claro que esse é um crime formal, que se consuma no
momento da captura da vítima e não no momento do pedido do resgate.
O pagamento do resgate é mero exaurimento

Cuida-se, ainda, de crime permanente cuja consumação se prolonga no tempo, pois enquanto a vítima
não for solta o bem jurídica liberdade está a todo o tempo sendo afetado, o que permite a prisão em
flagrante, enquanto não houver a libertação da vítima.

1.7) Furto

Artigo 155, CP.


O ato de subtração no furto compreende 2 hipóteses:

a) Apossar-se sorrateiramente de um bem alheio e o levar embora (o próprio ladrão pega o bem e
o leva embora sem autorização).

b) Quando a própria vítima ou alguém em seu nome entregar uma posse vigiada a outrem, e o
agente sem autorização leva o bem embora. Posse vigiada é aquela em que o agente não está
autorizado a deixar o local em que recebeu o bem com este.
Por isso, constitui furto: receber o livro para ler dentro da biblioteca, esconde-lo na mochila e levar
embora.
Por exclusão só existe apropriação indébita quando a vítima entrega ao agente uma posse desvigiada
(quando ele saiu do local na posse do bem com autorização para tanto).

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1.8) Furto de bagatela

É um instituto aceito pela doutrina e jurisprudência segundo o qual o fato é atípico em razão do
princípio da insignificância.
Assim não há crime quando a coisa subtraída for de até 20% do salario mínimo.
Tal princípio não é aceito no roubo porque neste a violência ou grave ameaça.
Nos crimes tributários e previdenciários, aplica-se esse princípio quando o valor do tributo sonegado for
se até 20 mil reais.

1.9) Diferença entre o furto qualificado pela fraude e o crime de estelionato do artigo 171, CP.

Enquanto no furto qualificado o bem é subtraído, no estelionato o bem é entregue pela vítima enganada
ao agente (golpe do bilhete premiado).

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