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Giroux - Branquidade PDF
Giroux - Branquidade PDF
DA BRANQUIDADE
HENRY A. GIROUX
Pennsylvania State University Tradução: Clara Colotto
SUMÁRIO
Neste artigo, Henry Giroux coloca o estudo da branquidade em um contexto histórico, reconhecendo
os vários modos pelos quais a identidade racial tem sido usada por ideólogos conservadores e
acadêmicos críticos que procuram expandir a discussão de raça e poder. O autor também focaliza as
limitações do conhecimento atual sobre branquidade. Embora esse conhecimento tenha ampliado,
com sucesso, o estudo da raça, no sentido de incluir o estudo da branquidade como uma construção
histórica, cultural e política, não revelou o potencial liberador da desconstrução da branquidade na
esfera pública. Por meio de uma análise de Dangerous Minds e Suture, dois filmes com narrativas
contrastantes sobre raça, o autor fornece um exemplo das possibilidades de discutir criticamente, em
sala de aula, a representação de raça e etnicidade na mídia. Por meio dessa discussão, os estudantes
de raças e etnias diferentes podem refletir sobre a representação de si próprios e de outros e a posição
da branquidade como o referente dominante. É necessário que a branquidade seja teorizada e
discutida de maneira que se reconheça o seu potencial crítico, bem como a possibilidade de que
estudantes brancos distingam seu próprio modo de agir e lugar legítimo no interior da luta pela
mudança social e por uma sociedade anti-racista.
ETNIA IDENTIDADE RACIAL PRECONCEITO ANTI-RACISMO
ABSTRACT
As indicações de bibliografia constantes das notas de rodapé foram transpostas, nesta edição, para o texto, e a anotação
completa, para as Referências Bibliográficas.
Cadernos de
dePesquisa,
Pesquisa,nºnº107,
107,p.julho/1999
97-132, julho/1999 97
A liberação da identidade racial faz parte tanto da luta contra o racismo como da eliminação da discriminação racial e
da desigualdade. Essa liberação envolverá uma revisão da política racial e uma transformação da diferença racial.
Tornará a própria democracia muito mais radicalmente pluralista e a identidade muito mais um problema de escolha do
que de atribuição. À medida que as lutas para alcançar esses objetivos forem reveladas, reconheceremos gradualmente
que a racialização da democracia é tão importante quanto a democratização da raça.
*. Bell Hooks, pseudônimo de autora feminista radical negra, é grafado em letras minúsculas (N.T.)
...uma cultura e povos estrangeiros menos civilizados do que os nativos
um povo que se situa
em lugar inferior na ordem da cultura porque é, de algum modo, inferior na ordem da natureza,
definida pela raça, pela cor e, algumas vezes, pela herança genética. (Hall, 1992. p.13)
A primeira é que, embora nem a branquidade, nem a negritude, constituam uma categoria racial
científica (ou natural), a primeira é infinitamente mais falsa, e precisamente por causa dessa
falsidade, mais perigosa do que a última. A segunda é que, ao atacar a noção de que branquidade
e negritude se equivalem, minamos especificamente o que se tornou, por meio da noção de
racismo reverso, uma importante sustentação da recusa popular entre os brancos de confron-
tarem tanto o racismo como a si próprios. A última é que a branquidade agora constitui uma
forma quebradiça e frágil de identidade social e pode ser combatida. (1994. p.12)
Os leitores de, virtualmente, toda a ficção americana têm sido posicionados como brancos.
Estou interessada em saber o que essa pressuposição tem significado na imaginação literária.
No campo dos estudos culturais, Ruth Frankenberg, Richard Dyer e bell hooks
sondam mais a fundo o papel da branquidade como um locus de privilégio e exclusão,
reconhecendo que ela é produzida diferentemente dentro de uma variedade de espaços
públicos, bem como percorrendo as diversas categorias de classe, gênero, sexualidade e
etnicidade. Frankenberg (1993a), por exemplo, explora de que modo a branquidade, como
um locus de privilégio racial, molda as vidas e identidades de um grupo diversificado de
mulheres brancas. Por outro lado, por meio de uma análise das pedagogias raciais atuantes na
cultura popular, Dyer (1998) desafia o poder representativo da branquidade de ser tudo e
nada como fonte de seu poder representativo. Ele fornece um instrumento teórico ao
analisar a branquidade como um fiador da beleza e da verdade dentro da política represen-
tada por três filmes de Hollywood.
Uma das críticas mais incisivas da branquidade provém de bell hooks (1990), segundo
a qual, um grande número de intelectuais brancos focaliza os outros em sua análise da raça,
mas pouco fazem para investigar e justificar todos os aspectos da cultura branca sob o ponto
de vista da diferença. De acordo com hooks (1990), seria tão interessante se todos aqueles
sujeitos brancos, que consideram os negro e a negritude, soubessem o que está acontecen-
do com a branquidade. A autora amplia ainda mais sua crítica argumentando que, embora os
brancos estejam dispostos a analisar de que modo os negros são percebidos pelos brancos,
raramente os críticos brancos estão atentos a como os negros vêem os brancos. De acordo
com hooks, os brancos se recusam a ver os negros como agentes políticos. Tampouco os
brancos, presos em suas próprias fantasias raciais de assassinato e estupro, reconhecem que,
na imaginação negra, a branquidade freqüentemente está associada ao terror. Para hooks
(1992), há mais em jogo do que conseguir que os brancos reconheçam que representações
da branquidade como pura, boa, benevolente e inocente sejam contestadas por represen-
tações da imaginação negra a respeito da branquidade como caprichosa, cruel e incontrolável.
Também coloca em questão a branquidade como uma ideologia ao expor suas leituras privi-
legiadas da história, da arte e do poder institucional mais amplo e suas formas politicamente
míopes de crítica cultural. A autora constrói sua crítica exigindo dos brancos que se tornem
autocríticos sobre o modo como a branquidade aterroriza, trocando de posição a fim de
enxergar o mundo diferentemente.
Em uma mudança de direção teórica decisiva e, de certo modo, paradoxal, hooks
insta os brancos a não irem demasiado longe ao focalizar a branquidade, particularmente se
isso servir para minimizar os efeitos do racismo sobre os negros. Primeiro, argumenta que
tentativas de encarar o racismo como forma de vitimação dos brancos, na esperança de que
isso funcionará como uma intervenção, é uma estratégia mal orientada (hooks, 1992).
...a chave para solver os problemas sociais de nossa época é abolir a raça branca... Enquanto
existir a raça Branca, todos os movimentos contra o racismo estão condenados a fracassar
[ e] traição à branquidade é lealdade à humanidade. (Ignatiev, Gavey, 1996. p. 10)
É um pressuposto comum entre estudantes brancos que qualquer classe que trate de tópicos
de raça ou racismo deva ser necessariamente antibranca. Mais especificamente, os estudantes
acreditam que os instrutores dessas aulas vão responsabilizar estudantes brancos individuais
por escravidão, linchamento, discriminação e outros atos medonhos. (1995. p.170)
Muitos dos estudantes brancos que Gallagher entrevistou não vêem a si próprios
como privilegiados em virtude da cor da pele; alguns foram tão longe a ponto de clamar que,
dada a ascensão das preferências raciais, os brancos não têm mais chances iguais quando
competem com minorias no mercado de trabalho. Gallagher (1995) afirma que estudantes
brancos se ressentem por serem censurados de racismo e que ignorar os modos pelos quais
os brancos ficam racializados tem um potencial politicamente perigoso, igualmente afirma
que a branquidade deve ser tratada porque a política racial permeia quase todas as trocas
sociais, desde as manifestações em centros acadêmicos, até questões relativas a crime, de
representatividade no legislativo estadual.
Infelizmente, Gallagher contribui pouco no sentido de sugerir como a branquidade
poderia ser rearticulada em termos oposicionais. Na realidade, ele conclui sugerindo que, à
Pedagogicamente, isso implica fornecer condições aos estudantes para tratar não
apenas o modo como sua branquidade funciona na sociedade como marcador de privilégio
e poder, mas também como pode ser usada como uma condição para expandir as realidades
ideológicas e materiais da vida pública democrática. Além disso, é imperativo que todos os
estudantes compreendam de que modo a raça funciona sistemicamente ao modelar várias
formas de representações, relações sociais e estruturas institucionais. Em lugar de propor a
erradicação do conceito de raça em si mesmo, educadores e outros profissionais da cultura
necessitam estruturar práticas pedagógicas que promovam uma reviravolta na questão da raça
a fim de indicar de que maneira a branquidade poderia ser renegociada como uma força
produtiva dentro de uma política de apoio às diferenças ligada a um projeto democrático radical.
Analisar a branquidade como um elemento central da política racial torna-se útil para
explorar em que condições a branquidade, como prática cultural, promove hierarquias
baseadas em raça, de que modo a identidade racial dos brancos estrutura a luta por recursos
culturais e políticos e como direitos e responsabilidades são definidos, confirmados ou contes-
tados em meio a alegações raciais diversificadas (Baker, 1992). A branquidade, nesse contex-
to, torna-se menos uma questão de criar uma nova forma de identidade política do que uma
...todos nós falamos de um lugar particular, de uma história particular, de uma experiência
particular, de uma cultura particular sem ficar constrangidos por [tais] posições... somos
1. Stuart Hall aborda a reescrita da etnicidade em uma variedade de artigos; consultar especialmente: Hall, 1990,
1991a , 1991b, 1996.
Nos termos de Hall (1990), a branquidade pode ser tratada não como uma forma de
identidade moldada por uma alegação de pureza ou alguma essência universal, mas como
algo que vive com e por meio da diferença, não apesar dela.
Hall (1996) apresenta uma linguagem teórica para racializar a branquidade sem
essencializá-la. Isto é, ele reconhece que branquidade é uma forma crucial de auto-identida-
de, uma categoria construída política e culturalmente, que não pode ser confinada em um
conjunto de categorias raciais fixas transculturais ou transcendentais2. Nesse caso, a branquidade
fornece um conjunto de ligações e identificações mutáveis e complexas pelas quais indivíduos
e grupos sociais compreendem quem são e como se espera que ajam dentro e por meio do
cenário diversificado da diferença cultural. Hall também argumenta, corretamente, que a
etnicidade deve ser definida e defendida por meio de um conjunto de referentes éticos e
políticos que se relacionam com várias lutas democráticas, à medida que expandem a escala
e as possibilidades de relações e práticas democráticas. Dentro dos parâmetros teóricos de
uma nova etnicidade, a branquidade pode ser lida como um registro complexo de identidade
e uma teoria de representação definida por uma política das diferenças sujeita às correntes
mutáveis da história, do poder e da cultura. Isto é, a branquidade não mais pode ser tomada
como fixa, naturalmente confinada em uma tradição ou ancestralidade, porém, como Ien Ang
(1995) alega em outro contexto, deve ser compreendida como uma forma de etnicidade
pós-moderna, experienciada como um locus de identidade provisório e parcial que deve ser
constantemente (re)inventado e (re)negociado.
A nova etnicidade define as identidades raciais como múltiplas, porosas, complexas e
mutáveis e, assim, fornece uma abertura teórica para educadores e estudantes transcende-
ram a caracterização da branquidade como boa ou má, racialmente inocente ou intratavelmente
racista. A branquidade, neste contexto, pode ser tratada pelo seu relacionamento complexo
com outros fatores determinantes que usurpam qualquer reivindicação à pureza ou singulari-
dade racial. Ao mesmo tempo, a branquidade deve ser estudada dentro das relações de
poder que exploram seu potencial subversivo, embora não apagando o papel histórico e
político que ela desempenha na estruturação de outras identidades racializadas e diferenças
sociais. Diversamente da velha etnicidade, que coloca a diferença em termos essencialistas
ou separatistas, a noção da nova etnicidade de Hall define a identidade como um ato contínuo
de recuperação cultural, embora reconhecendo que qualquer reivindicação particular por
identidade racial não oferece garantias em relação a resultados políticos. Ao mesmo tempo,
2. Minha definição de essencialismo é baseada em Hindess (apud San Juan Jr., 1991). Ele alega que o essencialismo
se refere a um modo de análise pelo qual os fenômenos sociais são analisados, não em termos de suas
condições específicas de existência e de seus efeitos em relação a suas relações e práticas sociais, mas, antes,
como a expressão mais ou menos adequada de uma essência.
Aqui a política de identidade deriva para outros tópicos, tais como déficits tributários, cortes
salariais, falta de oportunidades educacionais, falta de empregos, políticas de imigração,
acordos de comércio internacionais, destruição ambiental, falta de seguro saúde e assim
por diante. Essas são áreas nas quais as classes média e operária dos brancos têm tido,
historicamente, vantagem sobre pessoas de cor. Entretanto, hoje a vantagem erodiu em
certos aspectos. (Yudice, 1995. p.276)
SUTURANDO A BRANQUIDADE
3. Para uma definição e análise do capital cultural e seu relacionamento com a educação, consultar minha análise
do trabalho de Pierre Bordieu e Jean Claude Passeron (Giroux, 1983).
Tenho discutido a favor de novas concepções de etnicidades que reconhecem que as pessoas
estão inseridas numa história, numa cultura, num espaço; que elas provêm de algum lugar;
que uma proposição é sempre localizada. Tenho perguntado se a etnicidade poderia ser um
termo que nos permitisse reconhecê-la de maneira muito diferente das etnicidades belico-
sas, agressivas, que têm explodido com violência em nosso mundo. (Hall, 1995. p.67)
4. Nesse contexto, Hall não está discorrendo sobre brancos, mas sobre negros. Parece-me que seu ponto de vista é tão
relevante para rearticular a branquidade como para desmistificar o sujeito negro essencializado, embora isso não deva
sugerir que tal apropriação ocorra fora do discurso de poder, história, desigualdade e conflito. Consultar Hall (1991a),
Pfeil (1995).
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