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COMO CONSTRUIR Revestimento de q Anguiteto Durval de Lara Neto diretor técnico da Kleiden Indiistria e Comércio produto e suas caracteristicas Orevestimento para fachadas a base de quartzo pigmentado foi introduzido no Brasil nos anos 60, desde aquela época compost z0 ou dolomita (caledreo dolomitico moido) pigmentados artificialmente, € sgregacios com resina. Com o tempo, adquitiu denominacoes jento de resina’ revestimento plistico” € outros nomes, muitas vezes deriva- dos de cada fabrica Por ser um produto teoricamente f te il de produzir, intime ras pequenas empresas dedicaram-se aclos muitas vezes de trosos em fun- gia, de controle da qualidade e auséncia Mas o revestimento, desde que formulado e aplicado com tecnologia correta obra: possibilidade de ser fabricado em qualquer tonalidade > parede por su: presenta intimeras vantagens para a paixa absorcao de ‘gua, estabilidade lavabilidade, custo relativamente bai- Dito protec cromatica, durabilidade xo € rapidez de aj Nos tiltimos 10 dos procedimentos. de Paralel aplicacio ¢ fiscalizacao permitiu ao material reconquistar © respeito de arquitetos, engenheiros ¢ const mente, 0 aperfeigoamer lores. Uma dessas novas formulacoes, especificamente desen: volvida como um eliminagao das etap: construidas em alvenaria estrutural, ¢ empregada ha construgées com estrutura convencional de concrefo armado. € vedacao de blocos de concreto. Mas é fundamental alertar que, para aplicago sobre alvenaria estrutural, sem chapisco sistema de revestimento, possibilitou a de chapisco e embogo em obras € emboco, foram desenvolvidas formulacoes inteiramente novas, tanto do primer quanto do revestimento, mantendo-se somente as caracteristicas visuais e a forma de aplicagio do. produto. Produ slo totalmente inadequados para uso di fabricados para aplicagao sobre emboco 0 sobre bloco, s solicitagdes, as condig6es de aderéncia, absorcao de tota gua etc. Si mente diferentes. Descrigao do sistema Conceituamos 0 “revestimento de quartzo’ mo um siste- ma de revestimento, pois € composto de duas etapas funda mentais, representadas por materiais dlferenciados: o “primer" ea argamassa plastica de revestimento propriamente dita Primer Trata-se de um composto aplicado a rolo sobre 0 substrato, com trés fungdes basicas: ‘= selar os poros do substrato, proporcionando a parede, juntamente com a argamassa plistica, estanqueidade ‘© funcionar como ponte de aderéncia, agindo como ‘enraizamento” do sistema. * proporcionar fundo de tonalidade homo; FICHA TECHNE 33 Revestimento Aan aditives quimicos (que pr pega’ minerais~ gros pigmentados de qui Contrariamente pigmenta pigmentadas; os demais componentes sio incolores, amassa de revestimento € composta de resi gicidas e cargas 120 ou calcdrio dolomitico, is tintas e texturas, que Sio integralmente no tempo previsto, Aspectos de projeto ‘Como especificar Em funcao de no haver uma ni » produto, e dada a inviabilidade de especificar, em projeto, um sugerimos, adotando a menclatura especifica para tura jf utilizada pela revista Téchne, especificar como “Reves- timento polimérico colorido”, tipo (nome do fabricante) Cores/mescla Como pode ser produzido em qualquer cor, a excegio de branco puro e preto puro, a liberdade do arquiteto € total nesse aspecto; alguns detalhes devem, entretanto, ser observados, E preferivel sempre utilizar tons mesclados (composi¢ao de duas ou n ais cores de pedras pigmentadas), para reduzir a visualizacao de eventuais defeitos de aplicagao, ondula Jo proprio revestimento, e de forma a ido dessa possibilidade do material (impossivel, por ges do substrato € tirar pa exemplo, na pintura), demonstrando sua textura ¢ adotadas cores diversas, aracteris tica. Na mesma obra podem ser desde que se atente para nunca encontrar dois tons numa aresta (0 que criaria uma faixa, com a espessura do revesti Ci IMO CONSTRUIR mento, de um dos tons numa das faces); no encontro de cores diferen- tes no mesmo plano € preciso criar frisos separando as tonalidades. Frisos Devem ser previstas juntas de apli- cago do revestimento, anto nos locais de encontro de tons diferentes como ‘nos pontos em que se torna necessério, interromper a aplicagio, a fim de nao unir panos cujos processos de cura se iniciaram em momentos distintos, oca- sionando uma linha de emenda Cjunta seca”), Para a aplh secas’, recomenda-se utilizar, no mini- ‘mo, um friso horizontal a cada 1,60 m da altura da construgio limitar 0 comprimento de cada pano a no maxi- mo 7,50 m (climensdes adequadas a andaimes e balancins, € passiveis de serem revestidas sem parada do opera rio e sem pressa), Para facilitar aplica- {20 € minimizas 0 risco de exros, con- vyém prever a localizagao dos frisos em func de referenciais fixos, como peitoris e vergas dle janelas. Algumas empresas adotam frisos plisticos ou juntas aber- tas, Desaconselhamos tais procedimentos, Os frisos pli 0, genericamente, inadequados para 0 uso em fachadas, pois nessas ‘reas ocorem grandes variagdes térmicas, que causam seu rompimento ¢ descolamento, € por nao terem perfeita com o revestimento (em um friso plastico hi dduas ‘juntas secas"); jt as juntas abertas deixam partes do substrato desprotegidas Para evitar tais problemas, foi desenvolvido, como detalhe construtivo, um “friso especial revestido”, uma junta cujo fundo € revestido com 0 proprio material, proporcionando protecio € acabamento A parede. Esse friso pode ser executado na mesma tonalidade do revestimento, ou em tom contrastante, & sua espessura pode variar de 12 mm (padrio) a 19 mm. Ha, por ‘exemplo, obras que foram projetadas com frisos largos de tom contrastante, formando “quadrados’ de revestimento de 0,50 m x 0,50 m, ou de 1,50:m x 1,50 m, com excelente efeito visual Aspectos e condi¢des da obra Deve-se ter em mente, sempre, que este € um acabamento final que nao aceita remendos, procurando-se antever todos 0s riscos 4 sua integridade depois de concluido. Substrato a) Emboco. Na aplicagao sobre emboso, este deve ser desempenado, nao apresentar ondulacdes ou buracos; deve-se atentar tam bém para a execucao cuidadosa de arestas e cantos, pois a aplicagao do revestimento acompanhard 0 substrato. Reco- menda-se a utilizagao de traco pobre em cal, de modo a minimizar a possibilidade de ocorréncia de eflorescencias, Na execucio do embogo considere a espes revestimento (3 mm), deixando folgas necessir contramarcos. Nao € necessaria a execugio de juntas de dilatagao ou frisos no emboco; os frisos necessirios serio executados quando da aplicagao do revestimento. b) Alvenaria estrutural revestimento a ser utilizado para aplicagao sem emboco deve ser comprovadamente formula- do para esse fim. £ importante que a aio de revestimento polimérico seja definida jé na fase de projeto, para que a alvenaria seja executada preven- do sua aplicagao. *# Os blocos devem atender as normas com relagio a resistencia, absorcao de ‘gua, retracao por secagem (NBR 6136 94) etc. a execucao da alvenaria de si também estar de acordo com a NBR 8798/95 ‘+ Para possibilitar suporte a aplicagao do revestimento ¢ proporcionar estanqueidade & parede, todas as jun- tas de assentamento (horizontais. € vert rigorosamente preenchidas com argamassa, acabadas com colher de modo a facearem os blocos Gjuntas sem frisar) * A fixago de caixilhos deve ser exe- ccutada como se 0s blocos fossem ficar aparentes, isto é, os contramarcos de- vem. ser chumbados ¢ as interfaces 0,25 MPa + absoreao de Agua por capilaridade < 12% * estabilidade cromtica apos 600 horas de exposicio a ciclos higroscopicos e raios ultravioleta ‘A resistencia ao arrancamento € a absorcao de agua deve atender aos indices acima mesmo ap6s exposigio a ciclos higrosc6picos e ultravioleta. O ensaio de arrancamento deve, preferencialmente, ser realizado na propria obra, de modo a confirmar as caracteristicas do material utlizado; os demais, efetuados em laborat6rio, devem ser feitos com amostras de ‘material retirado na obra 1) Patologias Atribuidas ao revestimento Ha varias patologias ertoneamente atribuidas a0 revesti- mento: Eflorescéncias: trata-se de manchas brancas, causadas pela exsudacao de sais contidos na cal ou no cimento de argamassas Ou concreto, que afloram sobre o revestimento; podem ser causadas tanto pela aplicagao do revestimento sobre argamassa ou concreto nao suficientemente curados, quanto por vazamento de gua de dentro para fora da pared muitas vezes no topo de edificios, por deficiéncia de imper- meabilizacao de lajes, caixas-dagua ou topos de_platibandas, Trineas: o revestimento polimérico tem elasticidade para absorver fissuras como as causadas por retracio de massa, porém, nao absorve trincas geradas pela movimentacio das estruturas Descolamento: por desagregacio do. substrato Carga~ massa pode") pode ocorrer 0 descolamento do conjunto “revestimento/argamassa", mesmo muito tempo apés a cura do revestimento. Do revestimento ‘As principais patologias do revestimento polimérico de- vem-se a formulagao deficiente ou inadequada, a mé aplica 10 ou 2 falta de manutengio correta, S80 elas. Descoloracto: deve-se a0 uso de pigmentos inadequa- «los, de baixa solidez a luz e a intempéries, ou & ma fixagio ios pigmentos aos grios de quartzo ou dolomita Desagregagao: usualmente causada pela utilizago de resinas inadequadas e em quantidade inferior 4 necesséria (leficiéncia de formulacio). Descolamento: (em placas) pode ser também causado pelo uso de resinas inadequadas, falha de aplicacio, inadequagio da composicao do primer (falta de ponte de aderéncia), aplicacao sobre superficie molhada, ou, ainda, por chuva que penetrou apés a cura superficial Bolhas: podem ser causadas por vazamentos (de dentro para fora), aplicagao sobre superficie mothada ou ainda por chuva apés a cura superficial Manchas superficiais amarelas ou pardacentas: sio devidas a0 emprego de resinas acrilicas estirenadas (inade- quadas 4 formulagao de argamassa polimérica) Manchas superficiais ferrugem: sao causadas pelo uso, na aplicacao, de desempenadeiras de aco nao inoxidével, Manuteneao Limpeza dos locais afetados pela aplicacio do revestimento: + Para retirar 0 revestimento que aderiu indevidamente a caixilhos de ferro ou aluminio, pisos, peitoris etc., coloque sobre 0 material uma estopa embebida em dlcool combustivel €, quando 0 material amolecer, raspe-o cuidadosamente com Spatula, ‘ome especial cuidado na lavagem, utilizando produtos compativeis com 0 revestimento. Refazimento de panos * Panos estragados por chuva logo apés a apl devem ser raspados e refeitos; se partes dos panos afetados estiverem ji curadas, aplique alcool combustivel, a rolo, para amolecer 0 material € raspa-lo com espatula. Nesse iguarde que © substrato esteja seco (inclusive do lcool) para refazer o pano. + Em panos manchados por tintas, gesso etc. € necessirio refazer os panos afetados. + Em panos quebrados para manutencio elétrica, hidriu- lica ete, pode-se refizer apenas os panos afetados Limpeza +O revestimento polimérico pode ser lavado com jato «Pigua (presses moderadas) e sabao neutro. Recomenda-s lavagem anual, para evitar impregnagao de fuligem e sujeira * Quando necessirio, em pontos especificos, pode ser utilizada escova de nailon de cerdas macias. * Evite lavar com jato d'agua antes de decorridos 60 dias da aplicacio em areas externas e de 90 a 120 dias em 4reas internas, dependendo da ventilagao € exposigio 20 sol Produtos incompativeis Sao absolutamente incompativeis com a argamassa polimérica, podendo causar sua desagregacto ou descolo- Tagio, as seguintes substincias: alcool, solventes em geral, éter, acetona, acidos (inclusive muridtico), cloro, palha de C0 ou Outros abrasivos € produtos industrializados deriva- dos destes: FICHA TECHNE 33

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