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Departamento de Química
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Outubro / 2010
Vanessa dos Santos Guimarães
Departamento de Química
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Outubro / 2010
Agradecimentos
i
Resumo
A água é um bem essencial que deve ser usado de forma racional, sustentável
e cujo controlo de qualidade deve ser periódico e eficiente. Na legislação Portuguesa
são estipulados, relativamente a alguns elementos, valores paramétricos para águas
de consumo humano e para águas residuais. Contudo, para que este controlo seja
rigoroso, devem ser utilizados os métodos analíticos especificados na legislação, ou
métodos alternativos a estes, desde que comprovem, junto da autoridade competente,
que os resultados obtidos são no mínimo tão fiáveis como os que seriam obtidos pelos
métodos especificados.
O trabalho apresentado foi realizado em ambiente empresarial no Instituto de
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (IDIT), e, durante grande parte do período
de estágio, efectuou-se a validação de um método espectrofotométrico de
determinação de nitrato em águas de consumo humano e em águas residuais,
alternativo ao método especificado na legislação. Este é um método relativamente
recente, rápido e económico e pode ser dividido essencialmente em duas fases. A
primeira fase consiste na redução ácida de nitrato a nitrito na presença de ácido
clorídrico concentrado e a segunda fase caracteriza-se por um processo de
diazotização no qual se forma um composto corado cuja absorção é máxima a 540
nm.
Após a avaliação de diversos parâmetros concluiu-se que o método está apto
para a análise de águas de consumo e não foram identificadas quaisquer limitações.
Relativamente às águas residuais, apesar de identificadas algumas limitações
associadas à especificidade/selectividade e robustez do método, foram propostas
alternativas no sentido de ultrapassar estas limitações e validar o método com
sucesso.
Efectuou-se ainda a validação de métodos de espectroscopia de absorção
atómica para a análise de chumbo, níquel, zinco e cobre, em águas residuais. Neste
caso, pretendia-se garantir que o equipamento, que não estava a ser utilizado naquele
momento, se encontrava apto e que os seus resultados eram fiáveis.
A legislação Portuguesa refere-se a este como sendo o método de referência
para a análise e quantificação de metais em águas residuais (DL 236/98). Esta
apresenta ainda alguns requisitos que devem ser cumpridos para garantir a eficiência
do método. Neste caso, os métodos validados cumprem com todos os requisitos
impostos.
ii
Résumé
L'eau est un bien essentiel qui doit être utilisée de forme rationnelle, soutenable
et dont le contrôle de qualité doit être périodique et efficace. Dans la législation
Portugaise il est stipulé, à l'égard de quelques éléments, les valeurs paramétriques
pour des eaux de consommation humaine et pour des eaux résiduelles. Néanmoins,
pour que ce contrôle soit rigoureux, les méthodes analytiques spécifiées dans la
législation doivent être utilisées, ou des méthodes alternatives à ceux-ci, dès lors qu’ils
vérifient, près des autoritées compétentes, que les résultats obtenus sont au minimum
aussi viables que ceux qu’ils seraient obtenus par les méthodes spécifiées.
Le travail présenté a été réalisé dans l’environnement d'entreprise dans Instituto
de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (IDIT), et, pendant une grande partie du
stage, a été effectuée l'étude de la validation d'une méthode spectrophotométrique de
détermination de nitrate dans les eaux de consommation humaine et dans les eaux
résiduelles, alternatif à la méthode spécifiée dans la législation. Celui-ci est une
méthode relativement récente, rapide, économique et peut être divisé essentiellement
en deux phases. La première phase consiste en la réduction acide de nitrate à nitrite
en présence d'acide chlorhydrique concentré et la seconde phase se caractérise par
un processus de diazotation sur laquelle se forme un composé rougâtre dont
l'absorbance est maximal à 540 nm.
Après l'évaluation de divers paramètres on peut conclure que la méthode est
apte pour l'analyse d'eaux de consommation et aucunes limitations ont été identifiées.
Par rapport aux eaux résiduelles, malgré l’identification de quelques limitations
associées à la spécificité/sélectivité de la méthode et robustesse, des solutions ont été
proposées qui ont permises de les mettre de côté.
L'étude d'une méthode de spectroscopie d'absorption atomique a été effectuée
pour l'analyse du plomb, du nickel, du zinc et du cuivre, dans des eaux résiduelles.
Dans ce cas, le but était de vérifier si l'équipement, qui était hors usage, à ce moment,
était apte et si les résultats obtenus étaient fiables.
La législation Portugaise indique que cette méthode est la méthodologie
analytique de référence pour l'analyse et la quantification de métaux dans des eaux
résiduelles (DL 236/98). Celle-ci présente encore quelques conditions qui doivent être
accomplies pour garantir l'efficacité de la méthode. Dans ce cas, la méthode validée
accomplit avec tous les requis imposés.
Abstract
iii
Water is an essential asset that must be used rationally, sustainable and whose
quality control should be regular and efficient. In Portuguese legislation are set out, for
some elements, parametric values for water consumption and wastewater. However,
for this control be rigorous, should be used the analytical methods specified in the
legislation, or alternative methods to these, since prove, with the competent authority,
that the obtained results are at least as viable as those that would be obtained by the
specified methods.
The work presented was done in a business environment on Instituto de
Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (IDIT), and, during largely of stage period,
was conducted the study for a validation of a spectrophotometric method for
determining nitrate in water consumption and wastewater, alternative to the method
specified in the legislation. This is a relatively new method, faster and cheaper and
could be divided essentially in two steps. The first step consist in acid reduction of
nitrate to nitrite in the presence of concentrated hydrochloric acid and the second step
is characterized by a diazotization process in which a colored compound is formed
whose absorbance is maximum at 540 nm.
After evaluating several parameters it was concluded that the method is suitable
for the analysis of water consumption and were not identified any limitations. Relatively
to the wastewater, although identified some limitations associated to
specificity/selectivity and robustness of method, were proposed solutions to solve this
limitations.
There has also been studying a method of atomic absorption spectroscopy for
the analysis of lead, nickel, zinc and copper in wastewater. In this case, was pretended
verify if the equipment, that was not being in use in that moment, was operational and
if your results were reliable.
Portuguese legislation refers to this as the reference analytical methodology for
the analysis and quantification of metals in wastewater (DL 236/98). This includes
some requirements that must be met to ensure the efficiency of the method. In this
case, the validated method meets all requirements.
iv
Índice
Agradecimentos............................................................................................................ i
Resumo ....................................................................................................................... ii
Résumé ...................................................................................................................... iii
Abstract ...................................................................................................................... iii
Índice de Tabelas ....................................................................................................... 3
1. Introdução ............................................................................................................ 9
1.1. Entidade de acolhimento ............................................................................... 9
1.2. Objectivo ....................................................................................................... 9
1.3. Estrutura da tese ........................................................................................... 9
2. A Água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise ......... 11
2.1. Água para Consumo Humano: Controlo de Qualidade e Legislação Vigente
......................................................................................................................12
2.2. Águas Residuais: Processo de Tratamento, Controlo de Qualidade e
Legislação Aplicável .............................................................................................. 13
2.3. Elementos Quantificados em Águas de Consumo Humano e em Águas
Residuais .............................................................................................................. 14
2.3.1. Nitrato: Origem, contaminação, implicações na saúde humana e
métodos de determinação.................................................................................. 14
2.3.2. Metais: Origem, contaminação, implicações na saúde humana e método
de determinação. ............................................................................................... 28
3. Validação de Métodos........................................................................................ 41
3.1. Avaliação Indirecta ...................................................................................... 42
3.1.1. Especificidade/Selectividade ................................................................ 42
3.1.2. Quantificação ........................................................................................ 44
3.1.3. Precisão ................................................................................................ 50
3.1.4. Robustez ............................................................................................... 53
3.2. Avaliação Directa......................................................................................... 53
4. Controlo de Qualidade ....................................................................................... 57
4.1. Controlo de qualidade externo .................................................................... 57
4.2. Controlo de qualidade interno ..................................................................... 57
4.3. Cartas de controlo ....................................................................................... 57
4.3.1. Cartas de controlo de médias ou indivíduos ......................................... 58
4.3.2. Cartas de controlo de amplitudes ......................................................... 59
1
4.3.3. Cartas de controlo de somas cumulativas ............................................ 60
4.3.4. Detecção de pontos fora de controlo .................................................... 60
4.3.5. Acções correctivas ................................................................................ 63
5. Quantificação da incerteza de um método ......................................................... 65
5.1. Contribuição da precisão na determinação da incerteza do método ........... 65
5.2. Contribuição da exactidão na determinação da incerteza do método ......... 67
5.3. Combinação das fontes de incerteza e cálculo da incerteza expandida ..... 71
6. Método de determinação de nitrato ................................................................... 73
6.1. Parte Experimental ...................................................................................... 73
6.1.1. Material reagentes e equipamentos ...................................................... 73
6.1.2. Procedimento experimental .................................................................. 76
6.2. Resultados/ Discussão de Resultados ........................................................ 79
6.2.1. Avaliação indirecta da validação do método ......................................... 79
6.2.2. Avaliação Directa ................................................................................ 115
6.2.3. Determinação da incerteza do método ............................................... 119
6.2.4. Combinação das fontes de incerteza e cálculo da incerteza expandida
..............................................................................................................120
6.3. Controlo de qualidade ............................................................................... 121
7. Métodos de determinação de metais em águas residuais ............................... 129
7.1. Parte Experimental .................................................................................... 129
7.1.1. Material reagentes e equipamentos .................................................... 129
7.1.2. Procedimento experimental ................................................................ 131
7.2. Resultados/Discussão de Resultados ....................................................... 136
7.2.1. Avaliação indirecta da validação do método ....................................... 136
7.2.1.1. Quantificação ................................................................................... 136
7.2.2. Avaliação Directa ................................................................................ 148
8. Considerações Finais....................................................................................... 151
9. Referências Bibliográficas .................................................................................. 155
Anexo I.....................................................................................................................159
Anexo II....................................................................................................................167
Anexo III...................................................................................................................173
Anexo IV...................................................................................................................179
2
Índice de Tabelas
Tabela 2.1: Balanço hídrico global ........................................................................... 11
Tabela 2.2: Vantagens e desvantagens dos principais métodos de determinação de
nitrato. ...................................................................................................................... 20
Tabela 2.3: : Grupos cromóforos comuns nas regiões do ultravioleta e visível. ....... 25
Tabela 2.4: Características das diversas chamas. ................................................... 37
Tabela 6.1: Material utilizado no processo de validação do método. ....................... 73
Tabela 6.2: Reagentes utilizados no processo de validação do método. ................. 73
Tabela 6.3: Instrumentos e equipamentos utilizados no processo de validação do
método...................................................................................................................... 75
Tabela 6.4: Dados relativos à preparação da solução padrão de partida e das
soluções padrão intermédias 1 e 2. .......................................................................... 76
Tabela 6.5: Dados relativos à preparação das soluções padrão de calibração para
determinação de nitrito. ............................................................................................ 76
Tabela 6.6: Dados relativos à preparação da solução padrão de partida e da solução
padrão intermédia. .................................................................................................... 77
Tabela 6.7: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de
calibração (CC) para determinação de nitrato. ......................................................... 77
Tabela 6.8: Resultados obtidos para a validação da gama de trabalho. .................. 79
Tabela 6.9: Dados utilizados na construção da curva de calibração. ....................... 81
Tabela 6.10: Dados para o cálculo dos parâmetros da curva de calibração. ........... 81
Tabela 6.11: Parâmetros obtidos da regressão linear. ............................................. 82
Tabela 6.12: Desvios padrão residuais da curva de calibração linear e da curva de
calibração não linear. ............................................................................................... 83
Tabela 6.13: Resultados relativos ao estudo do limite de quantificação do método. 87
Tabela 6.14: Dados relativos ao teste de Grubbs para a amostra 0303SIL01
(consumo)................................................................................................................. 88
Tabela 6.15: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 2101IDT01 (água de consumo). ............................................................ 89
Tabela 6.16: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 0802MAC01 (água de consumo). .......................................................... 90
Tabela 6.17: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 2402EXP02 (água de consumo). ........................................................... 90
Tabela 6.18: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
do padrão de 0,5000 mg N-NO3-/L. .......................................................................... 90
Tabela 6.19: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
do padrão de 5,000 mg N-NO3-/L. ............................................................................ 91
Tabela 6.20: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 0501NEO03 (água residual). ................................................................. 91
Tabela 6.21: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 1201TAF01 (água residual). .................................................................. 91
Tabela 6.22: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 0902MAS01 (água residual). ................................................................. 92
3
Tabela 6.23: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 2602CIF01 (água residual). ................................................................... 92
Tabela 6.24: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 0303SIL01 (água residual). ................................................................... 92
Tabela 6.25: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 1603NEU01 (água residual). ................................................................. 93
Tabela 6.26: Resultados associados ao estudo da precisão intermédia do método
com uma solução padrão de 0,5000 mg N-NO3-/L. .................................................. 94
Tabela 6.27: Resultados associados ao estudo da precisão intermédia do método
com uma solução padrão de 5,000 mg N-NO3-/L. .................................................... 95
Tabela 6.28: Resultados associados à aplicação do teste F na comparação de
variâncias de precisão intermédia, resultantes do estudo de um padrão de 0,5000
mg N-NO3-/L e de um padrão de 5,000 mg N-NO3-/L. .............................................. 96
Tabela 6.29: Resultados associados à aplicação do teste F na comparação de
variâncias de precisão intermédia com variâncias de repetibilidade, resultantes do
estudo de um padrão de 0,5000 mg N-NO3-/L e de um padrão de 5,000 mg N-NO3-/L.
................................................................................................................................. 97
Tabela 6.30: Taxas de recuperação associadas à interferência de ferro (II) no
método, para 4 níveis de concentração do interferente. ........................................... 98
Tabela 6.31: Taxas de recuperação associadas à interferência de nitrito no método,
para 5 níveis de concentração do interferente. ....................................................... 100
Tabela 6.32: Taxas de recuperação associadas às interferências de sulfato, cloreto e
zinco no método. .................................................................................................... 100
Tabela 6.33: Taxas de recuperação associadas à interferência de ácido glutâmico e
glucose no método, para 4 níveis de concentração do interferente. ...................... 101
Tabela 6.34: Taxas de recuperação associadas à interferência de KHP no método,
para 4 níveis de concentração do interferente. ....................................................... 102
Tabela 6.35: Taxas de recuperação associadas à interferência de glicina no método,
para 4 níveis de concentração do interferente. ....................................................... 102
Tabela 6.36: Aplicação do método de adição padrão na amostra 0902MAS01. .... 104
Tabela 6.37: Aplicação do método de adição padrão na amostra 0203VEU04...... 104
Tabela 6.38: Aplicação do método de adição padrão na amostra 1802COR01. .... 106
Tabela 6.39: Aplicação do método de adição padrão na amostra 0303SIL01........ 107
Tabela 6.40: Aplicação do método de adição padrão na amostra 0503SON01. .... 108
Tabela 6.41: Parâmetros definidos para os factores utilizados no estudo da robustez
do método............................................................................................................... 109
Tabela 6.42: Modelo de Plackett-Burman............................................................... 110
Tabela 6.43: Resultados obtidos para cada experiência em absorvância. ............. 110
Tabela 6.44: Efeitos dos factores em estudo.......................................................... 111
Tabela 6.45: Valores de texp determinados para cada factor. ................................. 112
Tabela 6.46: Modelo de Plackett-Burman............................................................... 113
Tabela 6.47: Resultados obtidos para cada experiência em absorvância. ............. 113
Tabela 6.48: Efeitos dos factores em estudo.......................................................... 114
Tabela 6.49: Valores de texp determinados para cada factor. ................................. 114
4
Tabela 6.50: Erros relativos das amostras utilizadas no processo de comparação de
métodos. ................................................................................................................. 118
Tabela 6.51: Dados utilizados no cálculo da u(Rm) das amostras analisadas. ....... 120
Tabela 6.52: Avaliação da recuperação do método através do teste t-student. ..... 120
Tabela 6.53: Resultados associados à aplicação do teste de Kolmogorov-Smirnov.
............................................................................................................................... 121
Tabela 6.54: Resultados de triplicados de um conjunto de amostras de águas
residuais, obtidos em condições de repetibilidade. ................................................ 125
Tabela 7.1: Material utilizado no processo de validação do método. ..................... 129
Tabela 7.2: Reagentes utilizados no processo de validação do método. ............... 129
Tabela 7.3: Instrumentos e equipamentos utilizados no processo de validação do
método.................................................................................................................... 130
Tabela 7.4: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de
calibração (CC) para determinação de chumbo. .................................................... 131
Tabela 7.5: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de
calibração (CC) para determinação de níquel. ....................................................... 132
Tabela 7.6: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de
calibração (CC) para determinação de cobre. ........................................................ 132
Tabela 7.7: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de
calibração (CC) para determinação de zinco.......................................................... 133
Tabela 7.8: Parâmetros relativos aos elementos metálicos em estudo .................. 135
Tabela 7.9: Resultados obtidos para a validação da gama de trabalho (cobre). .... 136
Tabela 7.10: Dados utilizados na construção da curva de calibração de
determinação de cobre. .......................................................................................... 137
Tabela 7.11: Parâmetros da curva de calibração. .................................................. 138
Tabela 7.12: equações de regressão linear relativas aos métodos de determinação
de níquel, chumbo e zinco. ..................................................................................... 138
Tabela 7.13: Resultados associados à avaliação da linearidade das curvas de
calibração dos metais em estudo. .......................................................................... 139
Tabela 7.14: Limites de detecção (L.D.) e de quantificação (L.Q) dos metais em
estudo. .................................................................................................................... 143
Tabela 7.15: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 1305PRO01. ........................................................................................ 144
Tabela 7.16: Resultados associados à avaliação da repetibilidade do método através
da amostra 2503CAT03.......................................................................................... 144
Tabela 7.17: Resultados obtidos na determinação da precisão intermédia a partir de
um conjunto de triplicados de diferentes amostras de águas residuais. ................. 145
5
Índice de Figuras
Figura 2.1: Ciclo do azoto. ........................................................................................ 15
Figura 2.2: Formação de nitrato. .............................................................................. 16
Figura 2.3: Consumo aparente de fertilizantes inorgânicos na agricultura. .............. 17
Figura 2.4: Balanço do azoto. ................................................................................... 18
Figura 2.5: Espectro electromagnético. .................................................................... 23
Figura 2.6: Níveis electrónicos e transições electrónicas das moléculas. ................ 25
Figura 2.7: Monocromador. ...................................................................................... 27
Figura 2.8: Lâmpada de cátodo oco. ........................................................................ 35
Figura 2.9: Espectrofotómetro de absorção atómica com atomização em chama. .. 36
Figura 2.10: Sistema de atomização em chama com nebulizador e queimador....... 38
Figura 4.1: Carta de controlo de médias ou indivíduos. ........................................... 59
Figura 4.2: Carta de controlo de amplitudes. ............................................................ 59
Figura 4.3: Carta de controlo de somas cumultativas. .............................................. 60
Figura 4.4: 1º teste para detectar pontos fora de controlo. ....................................... 61
Figura 4.5: 2º teste para detectar pontos fora de controlo. ....................................... 61
Figura 4.6: 3º teste para detectar pontos fora de controlo ........................................ 61
Figura 4.7: 4º teste para detectar pontos fora de controlo. ....................................... 62
Figura 4.8: 5º teste para detectar pontos fora de controlo. ....................................... 62
Figura 4.9: 6º teste para detectar pontos fora de controlo. ....................................... 62
Figura 4.10: 7º teste para detectar pontos fora de controlo. ..................................... 63
Figura 4.11: 8º teste para detectar pontos fora de controlo. ..................................... 63
Figura 4.12: Procedimento de acções correctivas. ................................................... 64
Figura 6.1: Curva de calibração de determinação de nitrato. ................................... 84
Figura 6.2: Análise de resíduos. ............................................................................... 84
Figura 6.3: Avaliação da sensibilidade do método. .................................................. 86
Figura 6.4: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra
0902MAS01. ........................................................................................................... 104
Figura 6.5: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra
0203VEU04. ........................................................................................................... 105
Figura 6.6: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra
1802COR01............................................................................................................ 106
Figura 6.7: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra
0303SIL01. ............................................................................................................. 107
Figura 6.8: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra
0503SON01. ........................................................................................................... 108
Figura 6.9: Representação gráfica das funções de distribuição. ............................ 123
Figura 6.10: Carta de controlo do estudo da variação dos declives das curvas de
calibração. .............................................................................................................. 123
Figura 6.11: Carta de controlo de amplitudes de um conjunto de triplicados de
amostras de águas residuais. ................................................................................. 127
Figura 7.1: Espectrofotómetro de absorção atómica. ............................................. 130
Figura 7.2: Processo de digestão ácida. ................................................................ 134
Figura 7.3: Curva de calibração de determinação de cobre. .................................. 139
6
Figura 7.4: Análise de resíduos. ............................................................................. 140
Figura 7.5: Avaliação da sensibilidade do método ao longo da gama de trabalho. 141
7
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
1. Introdução
1.2. Objectivo
Este trabalho apresenta como objectivo o estudo e validação de métodos
espectroscópicos de determinação de nitratos e metais em águas naturais e em águas
residuais.
9
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
Volume Volume
Fonte Tempo de residência
(106 km3) (%)
Mares e Oceanos 1370 94 4000 anos
Lagos e Reservatórios 0,13 <0,01 10 anos
Pântanos <0,01 <0,01 1-10 anos
Rios <0,01 <0,01 2 semanas
Humidade do solo 0,07 <0,01 2 semanas -1 ano
Água subterrânea 60 4 2 semanas - 10000 anos
Geleiras (glaciares) 30 2 10-10000 anos
Água atmosférica 0,01 <0,01 10 dias
Água biosférica <0,01 <0,01 1 semana
Fonte: Heller & Pádua (2006).
situação, morrem cerca de 5 milhões de pessoas por ano, na sua maioria crianças
(Dowbor &Tagnin, 2005).
A fim de assegurar a potabilidade da água para consumo humano, definiram-
se critérios de qualidade que incluem a especificação de parâmetros analíticos, cujos
valores são determinados a partir de estudos rigorosos efectuados pela Organização
Mundial de Saúde. Estes estudos baseiam-se na quantidade máxima de substância
que pode ser absorvida diariamente pelo homem, sem que hajam riscos para a sua
saúde ao longo da vida. A partir desta dose diária, calcula-se a concentração máxima
admissível (CMA) tendo em conta o peso corporal médio, a percentagem de ingestão
total e a quantidade de água ingerida, em média, por dia (OMS).
O decreto de lei 306/2007 entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2008 e visa
proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação
dessa água e assegurar a disponibilização tendencialmente universal de água
salubre, limpa e desejavelmente equilibrada na sua composição. Para tal, são
referidos parâmetros microbiológicos, químicos e indicadores, com os respectivos
valores paramétricos, que deverão ser objecto de controlo periódico e eficiente.
Segundo o DL 236/98 o controlo deve ser efectuado através de um conjunto de acções
de avaliação da qualidade da água, realizadas com carácter regular pela entidade
responsável pela gestão dos recursos hídricos em sistemas naturais ou pela entidade
gestora do sistema de abastecimento de água, do sistema de tratamento de águas
residuais ou da instalação industrial, com vista à manutenção permanente da sua
qualidade em conformidade com a norma ou padrão estabelecido legalmente.
águas residuais domésticas ou como águas pluviais. Por último, contempla ainda as
águas residuais urbanas como sendo as águas residuais domésticas ou a mistura
destas com águas residuais industriais ou com águas pluviais (DL 236/1998).
Tanto as águas residuais domésticas como as águas residuais industriais
contêm elementos que, caso sejam depositados directamente nos cursos de água,
em lagos, no mar ou no solo, podem criar graves consequências para o meio
ambiente. Torna-se portanto imprescindível a depuração das águas residuais, que tem
como objectivo a eliminação ou redução de substâncias em suspensão e a eliminação
ou redução de carga orgânica, até limites aceitáveis, de acordo com as características
do meio receptor, de forma a evitar a poluição dos cursos de água e do solo (F. Pita,
2002). O tratamento deste tipo de águas é efectuado em estações de tratamento de
águas residuais (ETAR), onde paralelamente ocorrem acções de avaliação da
qualidade da água, efectuadas pela entidade gestora do sistema de tratamento de
águas residuais.
2 Fonte: Chemistry of the environment, Elsevier Science & Technology Books, 2002
15
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
forma, o azoto presente no solo pode sofrer nitrificação, através da acção de bactérias
nitrificantes, dando origem ao nitrato (S. Krause et al., 2002).
O ião nitrato corresponde à forma mais oxidada e mais estável do azoto. A
elevada solubilidade dos seus sais faz com que este não permaneça em quantidade
apreciável na crosta terrestre, embora existam pequenos depósitos em algumas
regiões desertas (J. Lee, 2003).
A figura 2.2 ilustra os processos naturais e antropogénicos que contribuem para
a formação de nitrato.
16
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
20
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
21
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
+
NH2 N N
SO2NH2 SO2NH2
+ +
Cl NH2(CH2)2NH3Cl
-
+ + + -
N N Cl NH2(CH2)2NH3Cl
SO2NH2 NED
A
SO2NH2
corante azo
22
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
Absorção de Radiação
A espectroscopia de absorção molecular baseada na radiação ultravioleta e
visível é uma das ferramentas mais úteis e mais utilizadas, em análise quantitativa,
por todo o mundo (Skoog et al., 1998).
A radiação electromagnética consiste na propagação de ondas
electromagnéticas, sendo que apenas uma pequena parte é detectada pelo olho
humano, como luz. A radiação electromagnética é constituída por uma campo
magnético e um campo eléctrico, que se movimentam perpendicularmente um ao
outro, na direcção da propagação de energia (H. Gϋnzler & A. Williams, 2001).
Numa onda electromagnética o comprimento de onda (λ) e a frequência (υ)
estão relacionados com a energia de um fotão (E), através da constante de Plank
(h=6,62 x 10-34) e da velocidade de energia radiante no vácuo (c=3,0x108 m/s) (P.
Patnaik & J. Dean, 2004), segundo a equação E=hυ=h(c/λ).
Existem vários tipos de radiação presentes no espectro electromagnético,
classificados segundo a respectiva frequência de onda (H. Gϋnzler & A. Williams,
2001). A figura seguinte apresenta o espectro electromagnético.
23
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
no qual uma molécula orgânica absorve está relacionado com a intensidade das suas
ligações químicas (Skoog et al., 1998).
É possível dividir as moléculas orgânicas em quatro grupos, que representam
a maioria das transições electrónicas estudadas (M. Gonçalves, 1996). O primeiro
grupo é constituído pelas moléculas que apenas possuem átomos de carbono e
átomos de hidrogénio. Nos compostos que apresentam apenas ligações simples é
necessário fornecer uma elevada quantidade de energia, da zona do ultravioleta de
vácuo (< 200 nm), para quebrar uma ligação química e passar de uma orbital σ ligante
para uma orbital σ* anti-ligante (transição σ → σ*) (M. Gonçalves, 1996; F. Settle,
1997). Por outro lado existem os hidrocarbonetos insaturados, por exemplo o
propileno, que possui uma ligação Π. Como a força de ligação dos electrões Π ligantes
é menor, estes podem passar para níveis de energia superiores, orbitais Π* anti-
ligantes, sem que ocorra a ruptura completa da molécula. Devido às transições Π →
Π* os hidrocarbonetos com ligações duplas absorvem radiação na região do
ultravioleta - visível (200 a 700 nm).
Nas moléculas em que existem ligações duplas e simples alternadas ocorre
deslocalização electrónica. Quanto maior for o número de ligações duplas conjugadas,
mais estáveis serão as moléculas, maior será o efeito de deslocalização e menor será
a energia necessária fornecer para que as transições Π → Π* ocorram. Deste modo,
a banda de absorção desloca-se para a zona de maiores comprimentos de onda.
Compostos que possuam dez ou mais ligações duplas alternadas, possuem cor (M.
Gonçalves, 1996).
As moléculas orgânicas podem ainda conter grupos orgânicos insaturados que
absorvem nas regiões do ultravioleta e visível, designados por grupos cromóforos
(Skoog et al.,1998). Na tabela 2.3 são apresentados alguns dos grupos cromóforos
existentes.
Ocorrem ainda transições n → Π* quando as moléculas apresentam electrões
não ligantes. Estas transições ocorrem na região dos 200-700 nm (M. Gonçalves,
1996; F. Settle, 1997).
A figura 2.6 representa os níveis electrónicos existentes e as transições
electrónicas efectuadas.
24
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
Lei de Lambert-Beer
A lei de Lambert-Beer é fundamental para todos os tipos de absorção de
radiação electromagnética e demonstra que, para uma dada substância a um
determinado comprimento de onda, a absorvância é directamente proporcional à
concentração da espécie que absorve radiação (R. Kellner et al., 2004; M. Gonçalves,
1996). A equação 2.1 traduz a lei enunciada:
25
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
A a b c (2.1)
Equipamento
O espectrofotómetro é o equipamento utilizado neste método. Actualmente é
constituído por cinco componentes principais: Fontes de radiação, monocromador,
porta células com as células, detector e amplificador (M. Gonçalves, 1996; Skoog et
al., 1998).
A fonte de energia utilizada para medições na região do visível do espectro é
uma lâmpada de filamento de tungsténio incandescente. Na região do ultravioleta esta
26
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
8 Fonte: http://www.chemicool.com/definition/wavelength_selectors.html
27
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
28
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
ponto de fusão de 420ºC e um ponto de ebulição de 907 ºC (J. Lee, 2003; K. Lew,
2008; E. Merian, 1991).
Quando se formou a terra, o zinco foi depositado na forma de sulfureto (ZnS).
A sua meteorização hidrotermal desencadeou a formação de importantes depósitos
de carbonatos e silicatos. A hemimorfita Zn4(OH)2(Si2O7).H2O apesar de menos
importante do ponto de vista económico, é um exemplo interessante de pirossilicato
(J. Lee, 2003).
O zinco é utilizado sobretudo no revestimento de objectos de ferro, a fim de
evitar a sua corrosão, na produção de ligas metálicas, destacando-se o bronze, na
fundição de peças metálicas, como eléctrodo negativo nas pilhas secas e como
pigmento branco em tintas (ZnO) (E. Merian, 1991; J.Lee, 2003; AGA, 2006).
Exerce um papel fundamental em diversas enzimas, sendo do ponto de vista
biológico, o segundo elemento de transição mais importante (J. Lee, 2003). Após o
ferro, é o zinco que está presente em maior quantidade no nosso organismo. Acredita-
se que regula a comunicação entre células do cérebro (T. Crook & B. Adderly, 1998).
Como elemento vital, considera-se que do ponto de vista da saúde pública, é lhe dado
pouca importância. A utilização de adubo artificial tem contribuído para que as plantas
não possuam micro-elementos essenciais, ficando assim desprovidas de zinco, o que
afecta consequentemente toda a cadeia alimentar (M. Uyldert, 1997).
As principais fontes de emissão de zinco são as siderúrgicas e fundições,
processos de combustão, tráfego de veículos, produção de borracha, o óleo do motor
e os gases de escape (J. Gutberlet, 1996).
Os resíduos de zinco são depositados em grandes quantidades na água. A sua
contaminação é especialmente nociva para os peixes, uma vez que, o seu sistema
respiratório manifesta lesões citológicas ao efeito tóxico deste metal. Geralmente, os
níveis elevados de zinco na água resultam da intensa urbanização e da poluição
industrial (J. Gutberlet, 1996).
A dose diária de zinco adequada para o homem é de 15 miligramas e para a
mulher é de 12 miligramas (T. Crook & B. Adderly, 1998). O excesso de zinco pode
afectar o sistema imunológico e a absorção de cobre, ferro e cálcio, pode também
contribuir para o aparecimento de anemia, aumento de leucócitos e a febre de zinco
provocada pela inalação de pó de óxido de zinco (J. Gutberlet, 1996; T. Crook & B.
Adderly, 1998).
31
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
32
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
T=P/P0 (2.2)
33
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
Equipamento
O equipamento utilizado em espectroscopia de absorção atómica possui os
mesmos componentes básicos que um espectrofotómetro que mede a absorção
molecular de soluções, sendo a fonte e a célula de absorção as principais diferenças
entre os dois. Os aparelhos de absorção atómica são constituídos pelos seguintes
sistemas: sistema de emissão, sistema de absorção, sistema de selecção e sistema
de detecção (M. Gonçalves, 1996).
O sistema de emissão consiste numa fonte de radiação, cuja radiação emitida,
é absorvida pelos átomos da amostra. As fontes de radiação utilizadas são: as
lâmpadas de cátodo oco, lâmpadas de descarga de vapor, lâmpadas para
multielementos e lâmpadas de descarga sem eléctrodos (E.D.L.). Neste trabalho,
utilizou-se uma lâmpada de cátodo oco para cada metal analisado.
34
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
A lâmpada de cátodo oco é revestida por vidro e é enchida com um gás inerte,
normalmente néon, árgon ou ocasionalmente hélio a uma pressão de 1 a 5 torr. É
constituída por um cátodo oco revestido pelo metal de interesse e um ânodo
constituído por um fio metálico. Aplica-se uma voltagem entre o ânodo e o cátodo de
cerca de 500 V com uma corrente que vai de 2 a 30 mA. O gás inerte é ionizado no
ânodo e os iões de carga positiva produzidos são acelerados em direcção ao cátodo,
fazendo com que este liberte átomos do metal. O vapor atómico do metal ao ser
excitado por colisões com os átomos do gás inerte emite a sua radiação característica
(F. Settle, 1997). A figura 2.8 apresenta uma lâmpada de cátodo oco.
37
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
38
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
Interferências
A absorção atómica é uma técnica muito específica e com muito poucas
interferências. Como são muito bem determinadas, existem métodos acessíveis que
podem corrigir a maioria dos problemas. De seguida são descritas as principais
interferências deste método:
Interferências químicas
De um ponto de vista teórico, uma interferência química resulta do efeito de
qualquer composto que evita, pelo menos parcialmente, a atomização dum dado
elemento. Pode-se considerar que existem essencialmente duas razões que
contribuem para a formação de interferências químicas:
1) A conversão da amostra em átomos não ser quantitativa, devido a dificuldades
em fundir e vaporizar o sal;
2) As moléculas não serem completamente dissociadas, ou os átomos livres
reagirem espontaneamente com outros átomos, ou radicais próximos, pelo que
não ficam disponíveis para a absorção, o que depende da estequiometria da
chama e da afinidade dos átomos para outros existentes na chama.
Muitas interferências químicas podem ser eliminadas aumentando a
temperatura da chama ou alterando a vizinhança química dos átomos. Estas
interferências podem ainda ser eliminadas quimicamente ou por adição da espécie
interferente às soluções padrão, ou formando uma ligação química do anião
interferente com um outro catião adicionado em excesso à amostra, ou ainda
protegendo o catião a determinar, por complexação (M. Gonçalves, 1996).
39
A água: aspectos gerais, elementos quantificados e métodos de análise
Interferências de ionização
As interferências de ionização são interferências químicas em que se dá a
ionização duma dada percentagem de átomos na chama. Por exemplo, uma chama
de oxigénio/gás natural possui energia suficiente para ionizar os metais alcalinos e
alcalino-terrosos. Consequentemente, há uma redução do número de átomos neutros
disponíveis que podem absorver radiação ao comprimento de onda seleccionado.
Uma forma de evitar esta interferência é através da diminuição da temperatura
da chama que poderá, no entanto, aumentar as interferências químicas. Pode também
adicionar-se ao elemento em estudo uma substância mais facilmente ionizável, o que
faz aumentar a pressão parcial dos electrões, deslocando o equilíbrio para a formação
de átomos neutros (M. Gonçalves, 1996).
Interferências de fundo
Existem duas razões fundamentais para a formação deste tipo de
interferências: a dispersão da luz por partículas sólidas na chama e a verdadeira
absorção por moléculas ou radicais provenientes principalmente da matriz da amostra.
Este tipo de interferência provoca um aumento do sinal e consequentemente da
absorvância.
A melhor forma de evitar as interferências de absorção molecular seria
aumentar a temperatura da chama, evitando assim a formação de moléculas
interferentes, contudo, este nem sempre é um método prático.
O melhor método de evitar este tipo de interferência é usar um
espectrofotómetro de duplo feixe, com duas lâmpadas, uma de cátodo oco e uma de
fonte contínua, como a de deutério. A radiação da lâmpada de cátodo oco e a da fonte
contínua passam alternadamente através da chama. Após a passagem pelo
monocromador, ambos os feixes incidem no mesmo detector determinando-se depois
a razão das duas intensidades (M. Gonçalves, 1996). Neste caso, como o analito
absorve muito pouco do espectro contínuo, a absorvância do contínuo é toda da
interferência e pode ser subtraída à absorvância total, obtida pela radiação emitida
pela lâmpada de cátodo oco.
40
Validação de métodos
3. Validação de Métodos
Actualmente, é relativamente fácil referir uma série de vantagens que
incentivam os laboratórios de ensaio e/ou calibração, que operam no ramo do controlo
de qualidade, a estarem acreditados. Para tal reconhecimento, os laboratórios têm de
evidenciar que actuam de acordo com a norma de referência, NP EN ISO/IEC
17025:2000, documento que serve de base ao sistema da qualidade.
A implementação de um sistema da qualidade consiste numa melhor
sistematização organizacional e um adequado desempenho técnico, cujo objectivo é
a obtenção de resultados com um nível de qualidade bem caracterizado.
As normas ISO para a acreditação constituem a base de uma rede de
reconhecimento de competências de dimensão mundial que é assegurada a nível
nacional pelo organismo nacional de acreditação. Estes documentos definem
genericamente os requisitos que uma determinada entidade deve cumprir para obter
o reconhecimento de competência do organismo avaliador. Para que um laboratório
cumpra estes objectivos, terá de realizar todo um conjunto de operações que
permitam recolher dados para o sistema da qualidade, entre as quais, a validação de
métodos.
Diariamente, por todo o Mundo, realizam-se milhões de análises químicas em
milhares de laboratórios. Existem inúmeras razões que justificam a sua necessidade,
por exemplo, o controlo de qualidade de uma vasta gama de matérias-primas, que
servem de base à produção. É, portanto, imprescindível demonstrar e assegurar a
fiabilidade dos resultados das análises efectuadas.
A validação de métodos permite demonstrar que um método de ensaio, nas
condições em que é praticado, possui as características necessárias para assegurar
a obtenção de resultados com a qualidade exigida. É, por isso, um requisito de
extrema importância adequar o processo de validação ao método que se pretende
validar, ter em conta como e quando deve ser realizado, e saber exactamente o que
é necessário para que este seja efectuado.
A norma ISO 8402:1994 define validação como sendo a confirmação, através
do fornecimento de evidências objectivas, de que os requisitos necessários para uma
aplicação ou uso específicos são cumpridos.
O método de validação divide-se essencialmente em dois processos:
41
Validação de métodos
3.1.1. Especificidade/Selectividade
Apesar de bem definidos, os conceitos de especificidade e selectividade são
regularmente utilizados indistintamente ou com diferentes interpretações.
Uma amostra é geralmente constituída pelo analito que se pretende determinar,
pela matriz e por outros componentes que podem influenciar a medição, mas que não
se pretende determinar. A especificidade e a selectividade estão relacionadas com a
capacidade de detecção. Um método é considerado específico caso produza resposta
para apenas um analito. Por outro lado, o método é selectivo quando produz resposta
para vários analitos, mas é capaz de distinguir a resposta de um analito da de outros
(INMETRO, 2003; Eurachem, 1998).
42
Validação de métodos
em estudo a partir da abcissa na origem (M. Gonçalves, 1996) Quanto maior for o
número de soluções utilizadas, maior será a precisão deste método.
O método permite eliminar todo o tipo de interferências que fazem com que o
coeficiente de proporcionalidade entre a absorvância e a concentração seja diferente,
para os padrões simples e para a amostra, e que se torna constante pela adição de
quantidades idênticas de amostra aos padrões (M. Gonçalves, 1996).
No método de adição padrão a determinação da composição do desconhecido
baseia-se numa série de ensaios e não apenas num ponto experimental (CC) e
consequentemente o erro dessa estimativa é menor. A equação 3.1 apresenta a
fórmula de cálculo desta incerteza.
Sy
1 1 y2
Sx
x
N (3.1)
b N n
b 2 (x i x) 2
i1
Sendo:
xi – valores individuais de concentração;
yi – valores individuais de sinal instrumental;
x - média de valores de x (concentração dos padrões utilizados);
y - média dos valores de y (sinal instrumental);
Sy/x– desvio padrão residual;
b – declive da curva de calibração;
n – número de ensaios independentes (replicados) efectuados para a amostra;
N – número de padrões.
3.1.2. Quantificação
Em métodos quantitativos a interpretação de informações veiculadas pelos
estudos e ensaios realizados é efectuada através do cálculo de vários parâmetros,
tais como:
A curva de calibração que é obtida segundo um processo através do qual se
relaciona a resposta dum sistema de medida com uma concentração ou uma
quantidade de substância conhecida. A sua construção é efectuada
inicialmente pela escolha de uma gama de trabalho que se deve adaptar aos
objectivos pretendidos, e que deve incluir, se possível no centro, a
concentração esperada da amostra.
44
Validação de métodos
(x i x) (y i y)
a y bx (3.3)
b i1
N
(3.2)
(x
i1
i x) 2
Sendo:
xi – valores individuais de concentração;
yi – valores individuais de sinal instrumental;
x - média de valores de x (concentração dos padrões utilizados);
y - média dos valores de y (sinal instrumental).
45
Validação de métodos
y (a b x i )
2
i
(3.4)
Sy i1
x N2
Sb
Sy
x x 2
i
N (3.5) Sa S y i1
(3.6)
(x
N
x) N (x i x)
2 x 2
i
i1 i1
y0 a
x (3.7)
b
Sy
1 1 (y 0 y) 2
Sx x
N (3.8)
b N n
b 2 (x i x) 2
i1
Sendo:
n – número de ensaios independentes (replicados) efectuados para a amostra;
N – número de padrões.
46
Validação de métodos
L.D. X 0 K σ o (3.9)
3,3 S
y
L.D. x
(3.10)
b
10 S
y
L.Q. x (3.12)
b
S c1,c2 S c1 S c 2 (3.13)
S c1 S c 2 S x
Deste modo:
Sc21,c 2 2 S x Sc1,c2 2 S x
2
(3.14)
49
Validação de métodos
S d c2 - c1 3 S f g Sd c2 - c1 3 2 S x (3.15)
3.1.3. Precisão
A precisão é definida como sendo o grau de concordância entre os resultados
de medições independentes obtidos a partir de uma mesma amostra, amostras
idênticas ou padrões, em condições específicas. O estudo deve, sempre que possível,
ser efectuado com amostras para minimizar efeitos de matriz (S. Ellison et al., 2009;
Guia RELACRE nº13, 2000; INMETRO, 2003; Eurachem, 1998).
Se o método a ser validado aplica-se à análise de uma gama de concentrações
do analito e/ou diferentes tipos de amostra, a precisão deve ser estudada para um
conjunto de amostras representativo (S. Ellison et al., 2009).
As condições em que os replicados são efectuados determinam a natureza da
precisão estimada. Existem duas medidas extremas para avaliar esta dispersão,
designadas por repetibilidade e reprodutibilidade, entre estas, ocorre uma situação
intermédia designada por precisão intermédia ou variabilidade intralaboratorial (S.
Ellison et al., 2009; Guia RELACRE nº13, 2000). A dispersão associada a estes 3
componentes da precisão é determinada através dos respectivos desvios padrão.
Repetibilidade
A repetibilidade refere-se à precisão de um método de ensaio obtida a partir de
um conjunto de replicados, sobre uma mesma amostra, realizados no mesmo
laboratório, pelo mesmo analista, o mesmo equipamento, o mesmo tipo de reagentes
50
Validação de métodos
e em curtos intervalos de tempo (S. Ellison et al., 2009; Guia RELACRE nº13, 2000;
Eurachem, 1998).
O limite de repetibilidade (r) é calculado através do desvio-padrão dos
resultados dos ensaios realizados em condições de repetibilidade e permite ao
analista decidir se a diferença entre dois ensaios consecutivos, nestas condições, é
significativa. Na prática aceitam-se os resultados de duas determinações efectuadas
em condições de repetibilidade se |Xi-Xi-1| ≤ r. Caso não se aplique esta situação é
necessário realizar um análise crítica e, se necessário, efectuar a repetição de ensaios
segundo um plano assente em dados bibliográficos ou normas, nomeadamente a
norma ISO 5725-2 e ISO 5725-6 (INMETRO, 2003; Guia RELACRE nº13, 2000).
Para determinar a repetibilidade de um método num laboratório, realizam-se
uma série de medições (n≥10), sobre uma mesma amostra ou solução padrão, em
condições de repetibilidade. Caso seja necessário, repete-se este procedimento para
vários níveis de concentração, cobrindo todo o domínio de aplicação do método.
Para um nível de confiança de 95%, o limite de repetibilidade (r) é determinado
através da equação 3.16:
(n
p
wi 1) S 2wi
S
2 w 1 (3.17)
ri p
(n
w 1
wi 1)
Sendo:
S 2wi – variância associada aos resultados considerados, para cada laboratório;
(nwi-1) – graus de liberdade da série de análises;
p – número de laboratórios participantes.
Sri
CVr 100 (3.18)
x 51
Validação de métodos
Sendo:
Sri – desvio padrão de repetibilidade;
x – média dos valores considerados.
Reprodutibilidade
Segundo a norma ISO 3534 a reprodutibilidade refere-se à precisão de um
método de ensaio obtida a partir de um conjunto de replicados, sobre uma mesma
amostra, realizados em laboratórios diferentes, por diferentes analistas, com
diferentes equipamentos e/ou em épocas diferentes.
O limite de reprodutibilidade (R) é o valor abaixo do qual se deve situar com
uma probabilidade específica (95%), a diferença absoluta entre dois ensaios, obtidos
nas condições referidas.
A reprodutibilidade de um método de análise é obtida a partir de ensaios
interlaboratoriais. Assim, é enviada uma série de amostras aos laboratórios
participantes, os quais realizam ensaios sobre a mesma amostra (S. Ellison et al.,
2009; Guia RELACRE nº13, 2000; Guia RELACRE nº3, 1996; Guia RELACRE nº7,
1996; Eurachem, 1998).
Precisão Intermédia
A precisão intermédia refere-se à precisão avaliada, sobre a mesma amostra,
amostras idênticas ou padrões, utilizando o mesmo método, no mesmo laboratório ou
laboratórios diferentes, mas definindo rigorosamente os factores de variação, tais
como:
– diferentes analistas;
– diferentes equipamentos;
– diferentes épocas;
52
Validação de métodos
3.1.4. Robustez
A robustez de um método diz respeito à sensibilidade que este apresenta
perante pequenas variações de factores que influenciam o desempenho do método.
Um método é robusto caso se manifeste praticamente insensível a pequenas
variações que possam ocorrer durante a sua execução (Guia RELACRE 13, 2000;
INMETRO, 2003).
A avaliação da robustez de um método pode ser efectuada através do
planeamento factorial Plackett-Burman, que permite ainda obter a influência de cada
uma das variações nos factores seleccionados. Este teste baseia-se na realização de
um determinado número de ensaios sobre uma amostra, efectuados segundo um
plano de controlo de factores. Para tal, deve-se ter em conta todos os factores
susceptíveis de influenciar o resultado final, ou seja, os factores que ao variarem
poderão afectar negativamente a execução do método (Y. Heyden et al., 2001).
Ensaios Interlaboratoriais
Os ensaios interlaboratoriais permitem, além de avaliar o desempenho de um
laboratório, estabelecer a eficácia e a comparabilidade de novos métodos de ensaio
53
Validação de métodos
(X lab X v )
Z (3.19)
S
Sendo:
Xlab – valor obtido pelo laboratório;
Xv – valor aceite como verdadeiro, isto é, o estabelecido no ensaio interlaboratorial;
S – a incerteza de Xv.
Testes Comparativos
A comparação de métodos consiste na comparação dos resultados obtidos
através de um método interno com os resultados obtidos por um método de referência.
O objectivo é estudar o grau de proximidade dos resultados obtidos pelos dois
métodos de ensaio, ou seja, avaliar a exactidão do método interno relativamente ao
de referência (INMETRO, 2003).
Para se efectuar a comparação de métodos, realizam-se análises em replicado,
utilizando individualmente os dois métodos de ensaio sobre as mesmas amostras. A
comparação dos resultados obtidos pode ser efectuada estatisticamente recorrendo
ao teste t de comparação de médias, que se aplica quando se pretende comparar dois
métodos sobre a mesma amostra. Não é obrigatório o mesmo número de ensaios em
54
Validação de métodos
cada método, uma vez que, o estudo da proximidade dos resultados obtidos pelas
duas metodologias é feito em torno da média de valores (Guia RELACRE 13, 2000).
Este teste pressupõe a comparação entre dois valores de t, o t experimental
(texp), e o t tabelado (tcrit), tendo em conta que, estatisticamente, os resultados
provenientes dos dois métodos não apresentam desvios significativos se |texp| ≤ tcrit.
Pode-se ainda efectuar a comparação entre dois métodos através do cálculo
do erro relativo. Quando um resultado apresenta um erro relativo de 1% relativamente
ao valor de referência, o método analítico possui elevada exactidão. Os métodos que
apresentam erros relativos entre 1% e 5% têm exactidão moderada, e os que possuem
erros relativos superiores a 5% apresentam baixa exactidão (D. Harvey, 2000).
55
Controlo de qualidade
4. Controlo de Qualidade
Após o estudo aprofundado do método e aprovação do mesmo, o laboratório
deve exercer um controlo da sua execução, de forma a garantir que as condições de
validade do método se mantêm. O laboratório deve, portanto, possuir um sistema de
controlo de qualidade (CQ) dos resultados obtidos, o qual se baseia num conjunto de
técnicas e actividades de carácter operacional utilizadas com vista a responder às
exigências (Guia RELACRE 3, 1996; Eurachem, 1998).
o intuito de verificar se o processo está a sofrer algum tipo de alteração (J. Pereira,
2006).
Existem 3 tipos básicos de cartas de controlo, as de Shewhart, Aceitação e
Previsão, entre as quais se destacam as cartas de Shewhart de médias ou indivíduos,
as cartas de amplitudes e as cartas de somas cumulativas (Guia RELACRE 3, 1996).
Para construir uma carta de controlo deste tipo é necessário recorrer a ensaios
prévios (no mínimo 10) para se estabelecer o valor médio e o respectivo desvio
padrão. Estes ensaios devem ser realizados num período de tempo idêntico àquele
em que depois se irão representar os dados.
Após a obtenção do valor médio e do desvio padrão, traça-se a carta e inicia-
se a representação dos pontos correspondentes às análises a controlar. Deve-se
efectuar pelo menos um controlo dos parâmetros por cada 20 análises efectuadas
(Guia RELACRE 3, 1996).
Uma vantagem adicional da utilização de cartas de controlo de médias advém
do teorema do limite central, pelo qual a distribuição de valores médios tende a seguir
a lei normal, mesmo que a população individual não a siga (Guia RELACRE 3, 1996).
58
Controlo de qualidade
59
Controlo de qualidade
60
Controlo de qualidade
61
Controlo de qualidade
62
Controlo de qualidade
63
Controlo de qualidade
Parar análises
Fora de controlo Parar relatórios
Avisar responsáveis
Identificação da causa
Correcção da deficiência
Verificação da correcção
Identificação das
análises afectadas
Reanalisar amostras
Corrigir relatórios
Retorno ao trabalho
analítico normal
64
Quantificação da incerteza de um método
(y k y)2
S precisão k 1 (5.1)
n 1
65
Quantificação da incerteza de um método
Onde:
n – número de replicados;
yk – resultado do replicado de índice k (k=1 a n);
y – média aritmética de todos os resultados yk.
t n
(y
j1 k 1
jk y j )2
S precisão (5.2)
t(n 1)
Onde:
t – número de amostras ou padrões analisados n vezes em condições de precisão
intermédia;
yjk – resultado replicado k (k varia de 1 a n) da amostra ou padrão j (j varia de 1 a t);
y j – média aritmética dos resultados de n ensaios realizados sobre a amostra ou
padrão j.
Sprecisão
u´precisão (5.3)
y
66
Quantificação da incerteza de um método
Onde:
c obs – concentração média de uma série de análises do MRC;
c MRC – valor certificado do MRC.
2
s obs
2
u(c MRC )
u( Rm ) Rm (5.5)
n c obs
2
MRC
c
Onde:
sobs – desvio padrão da série de análises do MRC;
n – número de análises do MRC;
u(c MRC) – incerteza padrão associada ao teor certificado do MRC.
67
Quantificação da incerteza de um método
c obs
Rm (5.6)
c f ortif icada
Onde:
c obs – concentração média de uma série de análises de amostras fortificadas;
C fortificada – concentração da amostra fortificada.
2
s obs
2
u(c f ortif icada )
u( Rm ) Rm (5.7)
n c obs
2
f ortif icada
c
Onde:
sobs – desvio padrão da série de análises de amostras fortificadas;
n – número de análises da amostra fortificada;
u(c fortificada) – incerteza padrão associada ao teor de amostras fortificadas.
c obs c nativ a
Rm (5.8)
c f ortif icada
Onde:
c nativ a – concentração média do analito nativo.
68
Quantificação da incerteza de um método
s obs
2
s nativ
2
2
n
a
u(c f ortif icada )
u( Rm ) Rm
(c obs c nativ a ) 2 c f ortif icada
(5.9)
Onde:
Snativa – desvio padrão de uma série de análises de amostras não fortificadas.
4) Quantificação da exactidão através da análise de amostras analisadas por
um método de referência.
Nestas condições, a recuperação média do método é dada pela equação
5.10:
c método
Rm (5.10)
c método_pad rão
Onde:
c método – concentração média, da amostra analisada , estimada pelo método que
está sob avaliação;
c método_pad rão – concentração média, da amostra analisada , estimada pelo
método de referência.
2
S2 u( c método_pad rão )
u( Rm ) Rm método (5.11)
c
n c método
2
método_pad rão
69
Quantificação da incerteza de um método
Onde:
Smétodo – desvio padrão de resultados de n análises da amostra estudada
utilizando o método que está sob avaliação;
n – número de ensaios de recuperação efectuados pelo método em estudo;
u( c método_pad rão ) – incerteza padrão associada à c método_pad rão .
1 Rm
t (5.12)
u( Rm )
1 Rm
t ≤ tcrit , a recuperação do método, Rm , não é significativamente diferente de
u( Rm )
70
Quantificação da incerteza de um método
1 Rm
t > tcrit , a recuperação do método, Rm , é significativamente diferente 1, e
u( Rm )
habitualmente, procede-se à correcção da exactidão dos resultados dos ensaios.
u( Rm )
u( Rm ) (5.13)
Rm
71
Quantificação da incerteza de um método
u( y ) (uprecisão
2
(u(Rm ) y ) 2 (sprecisão
2
(u(Rm ) y ) 2 (5.15)
72
Método de determinação de nitrato
Material
– Luvas de Látex ou Nitrilo.
– Gobelés de 100 mL e de 500 mL.
– Espátula e microespátula.
– Vidros de relógio.
– Balões volumétricos (classe A) de 1L, 500 mL, 250 mL, 100 mL e 50 mL.
– Micropipeta (200µL-1000 µL).
– Pipetas Volumétricas (classe A) de 5mL, 10 mL, 20 mL, 30 mL, 40 mL e 50 mL.
– Pipetas graduadas (classe A) de 5 mL.
– Tubos de ensaio com capacidade para 20 mL.
– Suporte para tubos de ensaio.
– Funis de plástico.
– Papel de filtro com poros de 0,45 mm.
– Parafilme.
Reagentes
Nome Características
– Marca: Merck
– GP: min. 99%
Nitrato de sódio (NaNO3)
– p.a
– M=85,00 gmol-1
– Marca: Panreac Química S.A.
Sulfato de ferro (II) e amónio
[(NH4)2Fe(SO4)2.6H2O] – GP: 99-101%
– M=392,14 gmol-1
73
Método de determinação de nitrato
Nome Características
– Marca: Acros
– GP: 97%
Nitrito de Potássio (KNO2)
– p.a
– M=85,10 gmol-1
– Marca: Riedel-de Haën
Dicloridrato de N-(1-naftil)etilenodiamina
(NEDA) (C12H16Cl2N2) – GP: min. 98%
– M=259,18 gmol-1
– Marca: HIMEDIA
Sulfanilamida (C6H8N2O2S) – GP: min. 99%
– M=172,21 gmol-1
– Marca: Panreac Química S.A.
Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) – GP: min. 99,5 %
– M=294,19 gmol-1
– Marca: Merck
Sulfato de ferro (II) (FeSO4.7H2O) – GP: 99,5 %
– M=278,02 gmol-1
– Marca: Panreac Química S.A.
Nitrito de sódio (NaNO2) – GP: 98%
– M=69,00 gmol-1
– Marca: Merck
Nitrato de potássio (KNO3) – GP: min. 99%
– M=101,11 gmol-1
– Marca: Panreac Química S.A.
Sulfato de sódio anidro (Na2SO4) – GP: min. 99%
– M=142,04 gmol-1
– Marca: Riedel-de Haën
Cloreto de Amónio (NH4Cl) – GP: min. 99,5%
– M=53,49 gmol-1
– Marca: Merck
Cloreto de sódio (NaCl) – GP: min. 99,5 %
– M=58,44 gmol-1
– Marca: Riedel-de Haën
Cloreto de Zinco (ZnCl2)
– GP: min. 98%
74
Método de determinação de nitrato
Nome Características
Água destilada
Instrumentos e equipamentos
– Balança analítica, Sartorius analytic – B-120S.
– Espectrofotómetro UV-VIS, SHIMADZU, UV - 160.
– Espectrofotómetro, HACH, DR/2000.
75
Método de determinação de nitrato
Tabela 6.4: Dados relativos à preparação da solução padrão de partida e das soluções padrão
intermédias 1 e 2.
[soluções padrão]
Solução m NaNO2 (g) Vpipetado (mL) Vbalão (mL)
(mgN-NO2–/L)
Solução padrão inicial 1,2320 – 1000,0 248,00
Solução padrão i1 – 20,18 500,00 10,00
Solução padrão i2 – 5,000 500,00 0,1000
Tabela 6.5: Dados relativos à preparação das soluções padrão de calibração para determinação de
nitrito.
P1 2,50 5,00
P2 5,00 10,0
P3 6,00 12,0
P4 7,50 15,0
100,0 50,00
P5 10,00 20,00
P6 15,00 30,00
P7 20,00 40,00
P8 25,00 50,00
Tabela 6.6: Dados relativos à preparação da solução padrão de partida e da solução padrão
intermédia.
[solução padrão]
Solução m (KNO3) /g Vpipetado /mL Vbalão/mL
(mg N-NO3–/L)
Solução padrão de partida 0,7218 – 1000,0 100,0
Solução padrão intermédia – 10,00 1000,0 10,00
Tabela 6.7: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de calibração (CC) para
determinação de nitrato.
Reagentes de coloração
Neste trabalho prepararam-se duas soluções com reagentes de coloração: a
sulfanilamida e o dicloridrato de N-(1-naftil)etilenodiamina (NEDA).
77
Método de determinação de nitrato
6.2.1.1. Quantificação
– Gama de trabalho
Neste trabalho a validação da gama de trabalho foi efectuada segundo a norma
ISO 8466-1 (ISO, 1990). Desta forma, analisaram-se em 10 réplicas independentes
as soluções padrão de concentração mais baixa e de concentração mais elevada da
curva de calibração, e calcularam-se as respectivas variâncias. Posteriormente, a
gama de trabalho compreendida entre 0,5000 mg N-NO3-mg/L e 5,000 mg N-NO3-
mg/L foi avaliada pelo teste de homogeneidade de variâncias.
Os resultados dos ensaios executados, bem como a respectiva análise
estatística, encontram-se na tabela 6.8.
0,5000 5,000
Padrão
(mg N-NO3-/L) (mg N-NO3-/L)
rvânc
Abso
0,044 0,472
ias
0,052 0,481
79
Método de determinação de nitrato
0,047 0,477
0,044 0,474
0,048 0,473
0,049 0,482
0,052 0,474
0,051 0,481
0,053 0,479
0,050 0,483
Desvio padrão 3,23 x 10-3 4,12 x 10-3
Variância 1,04 x 10-5 1,69 x 10-5
* Fexp 1,63
Fcrit 3,18
2
S P5
Fexp 2
(6.1)
S P0.5
– Curva de calibração
A curva de calibração construída baseia-se no método dos mínimos quadrados,
pelo que no eixo das ordenadas representa-se a resposta instrumental e no eixo das
abcissas representa-se as concentrações dos padrões.
A tabela 6.9 apresenta as absorvâncias obtidas para cada padrão de
calibração, a respectiva média e desvio padrão. A utilização destes dados permitiu a
construção da curva de calibração.
80
Método de determinação de nitrato
81
Método de determinação de nitrato
Parâmetro Valor
b 0,0952
Sb 0,0003
a 0,0003
Sa 0,0008
Sy/x 1,34x10-3
y = 0,0952x + 0,0003
– Linearidade
A linearidade da curva de calibração foi avaliada através de um modelo
estatístico, de acordo com as normas ISO 8466-1 e 8466-2 (ISO, 2001). Para tal,
utilizou-se a função de calibração linear determinada anteriormente e utilizando os
mesmos dados, construiu-se uma curva de calibração não linear que corresponde a
um polinómio de segundo grau (ISO 8466-2).
Após construção de ambas as curvas de calibração e determinação das
respectivas equações, procedeu-se à determinação dos desvios padrão residuais da
curva de calibração linear (Sy/x) e da curva de calibração não linear (Sy2), sendo este
último obtido segundo a equação 6.2:
(6.2) Sy
(y i y i )2
N3
Em que:
yi – valores individuais de sinal instrumental;
y i – é obtido através da equação da curva de calibração não linear que corresponde a
y i a b x i c x i2 .
82
Método de determinação de nitrato
Tabela 6.12: Desvios padrão residuais da curva de calibração linear e da curva de calibração não
linear.
S2= 1,85x10-7
E, por último, calculou-se o valor teste, Fexp, e comparou-se este valor com o
valor tabelado da distribuição F de Snedecor / Fischer.
ΔS 2
Fexp 2 (6.4)
Sy2
Fexp= 0,08 < Fcrit (0,95; 1,4 gl) = 7,71, logo a função de calibração não linear
não conduz a um ajuste significativamente melhor. A função de calibração é linear.
83
Método de determinação de nitrato
Curva de Calibração
0.500
0.400
Absorvância
0.300
0.200
y = 0,0952x + 0,0003
0.100
R² = 1
0.000
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Concentração (mgN-NO3-/L)
0.025 P5
0.020
0.015
0.010 P3
P1 P7
Resíduos
0.005
0.000
0 0.049 0.095 0.191 0.284 0.383 0.476
-0.005
-0.010 P4
-0.015 P2
-0.020
P6
-0.025
Padrões
84
Método de determinação de nitrato
– Sensibilidade
A sensibilidade do método, como já foi referido, pode ser avaliada através do
estudo da sua capacidade para discriminar pequenas diferenças de concentrações de
um analito. Para tal, considerou-se um pequeno intervalo de concentrações entre c1
e c2 e partiu-se do princípio que os erros associados aos valores dessas
concentrações seguem uma distribuição gaussiana.
Para que o método apresente sensibilidade a diferença entre c2 e c1 terá que
cumprir com a seguinte condição:
c2 - c1 3 Sc1,c2 c2 - c1 3 2 S x (6.5)
c2 c1 3 2 S x (6.6)
85
Método de determinação de nitrato
7.40E-02
7.20E-02
7.00E-02
6.80E-02
6.60E-02
6.40E-02
6.20E-02
0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
– Limiares analíticos
O limite de detecção do método (L.D.) foi obtido a partir de parâmetros da curva
de calibração e utilizou-se a equação 6.7 para a sua determinação.
3,3 S
y
3,3x1,34x1 0 3
L.D. x
0,05 mg N NO 3 /L (6.7)
b 0,0952
86
Método de determinação de nitrato
6.2.1.2. Precisão
Neste trabalho a precisão do método foi avaliada através de 2 componentes: a
repetibilidade e a precisão intermédia. Não foi possível avaliar este parâmetro através
da reprodutibilidade do método, uma vez que, não se reuniram as condições
necessárias para a execução deste método noutros laboratórios.
– Repetibilidade
O estudo da repetibilidade do método foi efectuado com 11 amostras: 6 de
águas residuais, 3 de água de consumo e 2 soluções padrão. Cada amostra foi
analisada em replicado (10 ensaios), tendo sido determinado o respectivo limite de
repetibilidade (r), o desvio padrão de repetibilidade e o coeficiente de variação (ISO
5725-6).
Antes de se executar o estudo de repetibilidade do método, utilizou-se o teste
de Grubbs para eliminação de valores aberrantes (ISO 5725-2). Na aplicação deste
teste ordenaram-se os resultados obtidos, calculou-se a média e o desvio padrão e
testaram-se os valores suspeitos, que correspondem à maior e à menor concentração,
através do cálculo do valor de G (equação 6.8).
Tabela 6.14: Dados relativos ao teste de Grubbs para a amostra 0303SIL01 (consumo).
Águas de Consumo
89
Método de determinação de nitrato
[Nitrato] Srepetibilidade
Absorvância Média |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg N-NO3-/L) (mg N-NO3-/L)
0,161 1,69 0,00
0,161 1,69 0,00
0,161 1,69 0,01
0,162 1,70 0,09
0,153 1,60 0,01
1,68 4,88x10-2 0,14 3
0,154 1,61 0,13
0,166 1,74 0,02
0,168 1,76 0,11
0,158 1,66 0,03
0,161 1,69
Soluções Padrão
90
Método de determinação de nitrato
Águas Residuais
[Nitrato] Srepetibilidade
Absorvância Média |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg N-NO3-/L) (mg N-NO3-/L)
0,236 2,48 0,04
0,232 2,43 0,10
0,241 2,53 0,02
0,239 2,51 0,03
0,242 2,54 0,03
2,50 4,20x10-2 0,12 2
0,239 2,51 0,06
0,233 2,44 0,12
0,244 2,56 0,11
0,234 2,46 0,04
0,238 2,50
91
Método de determinação de nitrato
[Nitrato] Srepetibilidade
Absorvância Média |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg N-NO3-/L) (mg N-NO3-/L)
0,100 1,05 0,10
0,091 0,95 0,04
0,095 0,99 0,04
0,091 0,95 0,02
0,093 0,97 0,03
0,99 3,74x10-2 0,10 4
0,090 0,94 0,08
0,098 1,03 0,00
0,098 1,03 0,00
0,098 1,03 0,02
0,096 1,01
92
Método de determinação de nitrato
[Nitrato] Srepetibilidade
Absorvância Média |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg N-NO3-/L) (mg N-NO3-/L)
0,077 0,81 0,01
0,078 0,81 0,04
0,082 0,86 0,02
0,084 0,88 0,04
0,080 0,84 0,07
0,87 4,27x10-2 0,12 5
0,087 0,91 0,01
0,086 0,90 0,01
0,087 0,91 0,02
0,089 0,93 0,05
0,084 0,88
– Precisão intermédia
93
Método de determinação de nitrato
Tabela 6.26: Resultados associados ao estudo da precisão intermédia do método com uma solução
padrão de 0,5000 mg N-NO3-/L.
[Nitrato]
Data Absorvância Média (yk-yméd)2 G
(mg N-NO3-/L)
11-12-2009 0,047 0,4987 0,4880 1,157x10-4
14-12-2009 0,048 0,4953 5,356x10-5
15-12-2009 0,042 0,4308 3,270x10-3 -1,72
17-12-2009 0,045 0,4672 4,333x10-4
18-12-2009 0,041 0,4287 3,511x10-3
21-12-2009 0,044 0,4772 1,170x10-4
22-12-2009 0,046 0,4830 2,487x10-5
23-12-2009 0,047 0,5064 3,385x10-4
29-12-2009 0,049 0,5011 1,712x10-4
15-01-2010 0,052 0,5425 2,972x10-3
18-01-2010 0,052 0,5390 2,606x10-3
19-01-2010 0,045 0,4528 1,235x10-3
21-01-2010 0,047 0,4573 9,418x10-4
27-01-2010 0,042 0,4462 1,742x10-3
29-01-2010 0,045 0,4737 2,032x10-4
01-02-2010 0,043 0,4415 2,158x10-3
05-02-2010 0,040 0,4622 6,663x10-4
10-02-2010 0,046 0,4832 2,248x10-5
12-02-2010 0,045 0,4730 2,236x10-4
15-02-2010 0,046 0,4769 1,227x10-4
22-02-2010 0,050 0,5170 8,444x10-4
25-02-2010 0,048 0,4989 1,202x10-4
03-03-2010 0,049 0,5345 2,165x10-3
08-03-2010 0,048 0,5032 2,307x10-4
11-03-2010 0,050 0,5194 9,861x10-4
16-03-2010 0,047 0,4916 1,303x10-5
19-03-2010 0,052 0,5484 3,654x10-3 1,82
24-03-2010 0,045 0,4697 3,351x10-4
Continuação da tabela 6,26,
94
Método de determinação de nitrato
[Nitrato]
Data Absorvância Média (yk-yméd)2 G
(mg N-NO3-/L)
29-03-2010 0,051 0,5441 0,4880 3,151x10-3
30-03-2010 0,047 0,4975 8,997x10-5
31-03-2010 0,044 0,4662 4,720x10-4
Soma 3,299x10-2
*Si(T) 3,316x10-2
CV (%) 7
*Desvio padrão de precisão intermédia em mg N-NO3-/L.
Tabela 6.27: Resultados associados ao estudo da precisão intermédia do método com uma solução
padrão de 5,000 mg N-NO3-/L.
[Nitrato]
Data Absorvâncias Média (yk-yméd)2 G
(mg N-NO3-/L)
11-12-2009 0,471 5,000 4,982 3,096x10-4
14-12-2009 0,474 4,956 6,849x10-4
15-12-2009 0,475 4,904 6,126x10-3 -2,11
17-12-2009 0,472 4,920 3,904x10-3
18-12-2009 0,476 4,955 7,256x10-4
21-12-2009 0,465 4,951 9,657x10-4
22-12-2009 0,472 4,958 5,963x10-4
23-12-2009 0,468 4,976 4,367x10-5
29-12-2009 0,479 5,037 2,995x10-3
15-01-2010 0,480 5,010 7,803x10-4
18-01-2010 0,480 4,993 1,107x10-4
19-01-2010 0,490 4,939 1,891x10-3
21-01-2010 0,511 4,962 4,023x10-4
27-01-2010 0,470 4,985 7,559x10-6
29-01-2010 0,475 5,000 3,182x10-4
01-02-2010 0,472 4,962 4,051x10-4
05-02-2010 0,429 4,923 3,484x10-3
10-02-2010 0,477 5,001 3,555x10-4
12-02-2010 0,469 4,960 5,019x10-4
15-02-2010 0,472 4,952 9,310x10-4
22-02-2010 0,488 5,037 3,021x10-3
25-02-2010 0,467 4,966 2,659x10-4
03-03-2010 0,460 5,036 2,911x10-3
08-03-2010 0,478 5,029 2,236x10-3
11-03-2010 0,478 5,001 3,555x10-4
16-03-2010 0,477 5,018 1,275x10-3
19-03-2010 0,477 5,022 1,593x10-3
24-03-2010 0,477 4,988 3,971x10-5
29-03-2010 0,474 5,039 3,264x10-3 1,54
95
Método de determinação de nitrato
96
Método de determinação de nitrato
referidas. Deste modo, utilizaram-se os dados das tabelas 6.18, 6.19, 6.26 e 6.27 para
determinar as variâncias de repetibilidade e de precisão intermédia, e aplicou-se o
teste F. Os resultados associados a este estudo são apresentados na tabela 6.29.
6.2.1.3. Especificidade/Selectividade
A fim de se avaliar a especificidade e a selectividade do método procurou-se
identificar espécies, habitualmente presentes nas amostras de águas de consumo e
de águas residuais analisadas no laboratório do IDIT, que poderiam actuar como
interferentes deste método. Os possíveis interferentes escolhidos foram: o ferro (II), o
nitrito, o sulfato, o cloreto, o zinco, o hidrogenoftalato de potássio, uma mistura de
ácido glutâmico e glucose, e glicina. As concentrações de cada interferente foram
escolhidas com base em estudos prévios, tendo em conta os valores normalmente
obtidos e os valores máximos obtidos.
97
Método de determinação de nitrato
[NO 3 ] após adição [NO 3 ] antes adição
Recuperaçã o(%)
(6.9)
[NO 3 ] adicionada
Tabela 6.30: Taxas de recuperação associadas à interferência de ferro (II) no método, para 4 níveis
de concentração do interferente.
98
Método de determinação de nitrato
Através dos resultados obtidos é possível concluir que o ferro (II) pode causar
interferências na determinação de nitrato.
Para concentrações de ferro (II) de 10,00 e 20,00 mg/L não se verificam
interferências significativas, uma vez que as taxas de recuperação obtidas estão
dentro do intervalo de aceitação (80%-120%).
Quando a concentração de ferro (II) é de 100,0 mg/L verifica-se um aumento das
taxas de recuperação de nitrato, sendo este mais significativo para concentrações de
nitrato mais baixas, de 0,5000 mg N-NO3-/L e de 1,000 mg N-NO3-/L. Neste caso, as
taxas de recuperação obtidas chegam a ultrapassar os valores do intervalo de
aceitação, o que indica que a interferência de ferro (II) é significativa.
Para uma concentração de 1,000 g/L de ferro (II), obtêm-se taxas de
recuperação muito baixas, de 29% e de 27% que correspondem a adições de nitrato
de 0,5000 mg N-NO3-/L e de 1,000 mg N-NO3-/L, respectivamente. Para uma adição
de 3.000 mg N-NO3-/L não se verifica um efeito significativo do interferente (91%),
contudo, com a adição de 5,000 mg N-NO3-/L observa-se um aumento significativo da
taxa de recuperação de nitrato (152%). Esta situação indica que, para esta
concentração de ferro (II), ocorre um efeito significativo deste interferente, pelo que
não se detecta um aumento do sinal constante com o aumento das concentrações de
nitrato adicionadas.
Uma vez que se comprovou que, em determinadas condições, a presença de
ferro (II) pode causar grande interferência no método, deve-se, sempre que possível,
determinar a sua concentração na amostra e, sempre que for necessário, devem ser
tomadas medidas no sentido de eliminar a interferência ou o interferente.
99
Método de determinação de nitrato
Tabela 6.31: Taxas de recuperação associadas à interferência de nitrito no método, para 5 níveis de
concentração do interferente.
100
Método de determinação de nitrato
Tabela 6.34: Taxas de recuperação associadas à interferência de KHP no método, para 4 níveis de
concentração do interferente.
Tabela 6.35: Taxas de recuperação associadas à interferência de glicina no método, para 4 níveis de
concentração do interferente.
102
Método de determinação de nitrato
103
Método de determinação de nitrato
[Nitrato]
Amostra Método Equação da recta Sx texp *tcrit
(mg N-NO3-/L)
Adição padrão y=0,0870x+0,0507 0,58 2,8x10-2
0902MAS01 6,26 2,31
Curva de calibração y=0,0954x-0,0001 0,50 1,7x10-2
0.500
Absorvância
0.300
-0.100
Concentração (mg N-NO3-/L)
Figura 6.4: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0902MAS01.
104
Método de determinação de nitrato
Figura 6.5: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0203VEU04.
105
Método de determinação de nitrato
0.200
Absorvância
0.150
0.100
-0.050
Concentração (mg N-NO3-/L)
Figura 6.6: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 1802COR01.
106
Método de determinação de nitrato
Figura 6.7: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0303SIL01.
Figura 6.8: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0503SON01.
108
Método de determinação de nitrato
6.2.1.4. Robustez
A avaliação da robustez do método foi efectuada através do planeamento
factorial de Plackett-Burman, para uma amostra de água residual e para uma amostra
de água de consumo. A selecção dos 5 factores foi executada através da análise
pormenorizada das prescrições do método e da experiência pessoal e histórica. Para
cada factor em estudo definiu-se o valor nominal e as respectivas variações, tal como
descrito na tabela 6.41. No modelo de Plackett-Burman o símbolo “mais” (+)
representa o valor nominal mais a variação definida e o símbolo “menos” (-) representa
o valor nominal menos a variação definida.
Tabela 6.41: Parâmetros definidos para os factores utilizados no estudo da robustez do método.
2,08x10-3
0,259
0,325
5 0,329 0,330 5,03x10-3 2,53x10-5 2
0,335
0,333
6 0,338 0,335 2,52x10-3 6,33x10-6 1
0,335
0,244
7 0,251 0,248 3,61x10-3 1,30x10-5 2
0,249
0,309
8 0,310 0,312 3,79x10-3 1,43x10-5 1
0,316
EX
Y( ) Y( ) (6.10)
N/2 N/2
EX
E X (%) 100 (6.11)
Y
Factores EX EX(%)
-3
A 8.75x10 3.0
B 4.75x10-3 1.6
C 1.73x10-2 5.8
111
Método de determinação de nitrato
D 5.78x10-2 19.5
E 8.25x10-3 2.8
EX
t (6.12)
(SE)e
4S 2
(SE)e (6.13)
N
Sendo S2 (1.50x10-5) a média das variâncias dos resultados obtidos, para cada
uma das experiências efectuadas, apresentadas na tabela 6.39.
112
Método de determinação de nitrato
experimentais, foram superiores ao valor de tcrit (2,12; 95%; 16gl), o que indica que os
seus efeitos são estatisticamente significativos. Contudo, há que reconhecer a
posteriori que houve um certo exagero na escolha da variação do volume de HCl (10%
do valor nominal), o que justifica o valor elevado de texp que se obteve. O método
apenas se revelou robusto para pequenas variações efectuadas no volume de
sulfanilamida (factor B).
Em geral, os resultados obtidos para uma amostra de água residual
demonstram que o método apresenta baixa robustez. No entanto, os resultados
satisfatórios dos ensaios de precisão e também de exactidão comprovam que os
factores em estudo podem, se cuidadosamente controlados, não afectar o resultado
final.
113
Método de determinação de nitrato
Factores EX EX(%)
A 1,25x10-3 0,7
B 5,75x10-3 3,3
C 8,75x10-3 5,0
D 2,38x10-2 13,5
E 1,25x10-3 0,7
Os resultados obtidos indicam que os factores que exercem maior efeito, tal
como se verificou para a amostra de água residual, são o factor C com 5% (volume
de NEDA) e o factor D (volume de HCl) com 13,5%. No entanto, nesta amostra o efeito
deste 2 factores é menos significativo do que na amostra de água residual.
Relativamente ao factor A (tempo de incubação) há também uma redução do
seu efeito na amostra de água de consumo. Contudo, com o factor B ocorreu o aposto,
ou seja, o seu efeito é mais significativo na amostra de água de consumo e este foi o
único em que ocorreu esta situação.
Na tabela 6.49 são apresentados os resultados do teste estatístico efectuado,
no sentido de avaliar se os efeitos dos factores são estatisticamente significativos.
C 8,75x10-3 3,05
D 2,38x10-2 8,29
E 1,25x10-3 0,44
Através dos valores de texp obtidos é possível concluir que para a amostra de
água de consumo verifica-se que existem 2 factores, o B e o C, cujos efeitos são
estatisticamente significativos.
Contrariamente aos resultados obtidos para a amostra de água residual, os
factores A e E não apresentaram efeitos significativos do ponto de vista estatístico,
pelo que se pode concluir que há uma menor tendência para que o desempenho do
método seja afectado por pequenas variações dos factores em estudo.
Analogamente às amostras de águas residuais, demonstrou-se através da
avaliação da precisão e da exactidão do método, que é possível controlar os factores
em estudo de modo a não afectar o resultado final.
Ensaios interlaboratoriais
Realizaram-se dois ensaios interlaboratoriais em diferentes períodos, um com
uma água de consumo e outro com uma água residual.
A amostra de água de consumo era incolor e possuía poucos sólidos
suspensos. Inicialmente filtrou-se a amostra e determinou-se a concentração de nitrito
presente. Como a concentração de nitrito foi de 8,09 µgN-NO2-/L não se efectuou a
sua remoção e procedeu-se de imediato à execução do método de determinação de
nitrato.
A amostra foi analisada sem diluição e diluída 5 vezes, tendo-se obtido os
seguintes resultados:
Em que:
Xlab – corresponde ao valor obtido pelo método interno.
Uref – incerteza associada ao valor verdadeiro.
Ulab – incerteza associada ao valor obtido (determinada na secção 2.4 capítulo 6).
116
Método de determinação de nitrato
Testes comparativos
O principal objectivo dos testes comparativos é avaliar a exactidão do método
interno relativamente ao de referência. Neste caso, o método de referência é a
cromatografia de permuta iónica e os ensaios foram executados num laboratório
alemão acreditado (GBA).
Antes de serem enviadas, as 5 amostras foram diluídas, filtradas e preservadas
com ácido sulfúrico a pH<2. Devido à possível degradação das amostras e alteração
da concentração de nitrato, as amostras voltaram a ser analisadas, em triplicado, no
dia em que chegaram ao laboratório alemão.
117
Método de determinação de nitrato
(X lab X v )
Er(%) 100 (6.15)
Xv
Em que:
Xlab- corresponde ao resultado obtido pelo método em estudo.
Xv – corresponde ao valor de referência, obtido a partir do método de referência.
Tabela 6.50: Erros relativos das amostras utilizadas no processo de comparação de métodos.
118
Método de determinação de nitrato
Si 3,32x10 2
uprecisão 6,64x10 2
y 0,5000
Si 3,71x10 2
uprecisão 7,42x10 3
y 5,000
119
Método de determinação de nitrato
u(y)
(uprecisão )2 (u( Rm ))2 (6,64x10 2 )2 (0,03) 2 0,07
y
120
Método de determinação de nitrato
121
Método de determinação de nitrato
122
Método de determinação de nitrato
1.000
0.800
0.600
F(x)
F0(x)
0.400
Fn(x)
0.200
0.000
-4.000 -3.000 -2.000 -1.000 0.000 1.000 2.000 3.000 4.000
0.1040
0.1020
0.1000
0.0980 +3σ
+2σ
0.0960
0.0940
+2σ
0.0920 +3σ
0.0900
0.0880
0.0860
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
Tempo (dias)
Figura 6.10: Carta de controlo do estudo da variação dos declives das curvas de calibração.
123
Método de determinação de nitrato
124
Método de determinação de nitrato
[NO3-]
Amostra Replicados Amplitude
(mgN-NO3-/L)
0,214 2,27
2212CON01 0,218 2,31 0,07
0,221 2,35
0,147 1,52
2212MAF01 0,154 1,59 0,07
0,150 1,55
0,049 0,51
1112IDI01 0,049 0,51 0,04
0,045 0,47
0,088 0,92
1112LAC01 0,092 0,96 0,05
0,087 0,91
0,234 2,46
0501NEO03 0,234 2,46 0,18
0,251 2,64
0,045 0,47
0501SON01 0,047 0,49 0,02
0,047 0,49
0,159 1,66
0601ANT01 0,168 1,76 0,09
0,167 1,75
0,352 3,67
1201TAF01 0,352 3,67 0,07
0,345 3,60
125
Método de determinação de nitrato
126
Método de determinação de nitrato
0.30
0.25
0.20
Amplitude
0.15
0.10
0.05
0.00
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Ensaios
127
Método de determinação de nitrato
128
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Material
– Luvas de Látex ou Nitrilo.
– Gobelés de 150 mL e 250 mL.
– Espátula e microespátula.
– Vidros de relógio.
– Balões volumétricos (classe A) de 250 mL, 100 mL, 50 mL e 25 mL.
– Micropipeta (200µL-1000 µL).
– Pipetas Volumétricas (classe A) de 5mL, 10 mL, 20 mL, 30 mL, 40 mL e 50 mL.
– Pipeta graduada com êmbolo de 5 mL.
– Funis de plástico.
– Papel de filtro com poros de 0,45 mm.
– Parafilme.
– Frascos de plástico de 50 mL.
Reagentes
Nome Características
129
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Nome Características
– Marca: Panreac Química S.A.
Solução padrão de cobre (comercial)
– Concentração: 1,000±0,002 g Cu/L
[Cu(NO3)2.3H2O] em HNO3 0,5N
– M=187,57 gmol-1
Água desionizada
Instrumentos e equipamentos
130
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Tabela 7.4: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de calibração (CC) para
determinação de chumbo.
131
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Tabela 7.5: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de calibração (CC) para
determinação de níquel.
[solução padrão intermédia] Vpipetado Vbalão [soluções padrão CC]
Solução
(mg Ni/L) (µL) (mL) (mg Ni/L)
P1 200,00 100,0 0,2000
P2 500,00 100,0 0,5000
P3 800,00 100,0 0,8000
100,0
P4 600,00 50,00 1,200
P5 800,00 50,00 1,600
P6 1000,0 50,00 2,000
Tabela 7.6: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de calibração (CC) para
determinação de cobre.
132
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Tabela 7.7: Dados relativos à preparação das soluções padrão da curva de calibração (CC) para
determinação de zinco.
[solução padrão intermédia] Vpipetado Vbalão [soluções padrão CC]
Solução
(mg Zn/L) (µL) (mL) (mg Zn/L)
P1 250,00 250,00 0,1000
P2 300,00 100,0 0,3000
P3 100,0 500,00 100,0 0,5000
P4 700,00 100,0 0,7000
P5 900,00 100,0 0,9000
133
Métodos de determinação de metais em águas residuais
134
Métodos de determinação de metais em águas residuais
. *comprimento de onda.
** intensidade de corrente
135
Métodos de determinação de metais em águas residuais
7.2.1.1. Quantificação
– Gama de trabalho
Neste trabalho a avaliação da gama de trabalho foi efectuada através do teste
de homogeneidade de variâncias.
A norma ISO 8466-1 estabelece que para se avaliar a da gama de trabalho do
método deve-se analisar em 10 réplicas independentes o primeiro e último padrão da
curva de calibração e calcular as respectivas variâncias.
Os resultados relativos aos ensaios realizados e as respectivas variâncias são
apresentados na tabela 7.9.
0,011 0,177
0,010 0,177
0,012 0,176
0,009 0,176
0,011 0,178
0,011 0,176
0,012 0,174
Desvio padrão 1,58x10-3 1,18x10-3
Variância 2,50x10-6 1,39x10-6
* Fexp 1,80
Fcrit 3,18
136
Métodos de determinação de metais em águas residuais
2
SP0.1
Fexp 2
(7.1)
SP2
– Curva de calibração
A curva de calibração construída baseia-se no método dos mínimos quadrados.
A tabela 7.10 apresenta as absorvâncias obtidas para cada padrão de calibração, a
respectiva média e desvio padrão. A utilização destes dados permitiu a construção da
curva de calibração.
Padrão P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
Concentração (mg Cu/L) 0 0,1000 0,3000 0,5000 0,8000 1,200 1,600 2,000
0,000 0,009 0,028 0,045 0,071 0,104 0,136 0,171
0,000 0,011 0,027 0,044 0,069 0,101 0,133 0,168
Absorvâncias 0,000 0,008 0,027 0,045 0,071 0,105 0,139 0,177
0,000 0,011 0,029 0,047 0,072 0,106 0,141 0,178
0,000 0,010 0,026 0,045 0,070 0,104 0,137 0,175
Média 0,000 0,010 0,027 0,045 0,071 0,104 0,137 0,174
Parâmetro Valor
b 0,0860
Sb 0,0006
a 0,0011
Sa 0,0006
Sy/x 1,09x10-3
y = 0,0860x + 0,0011
Tabela 7.12: equações de regressão linear relativas aos métodos de determinação de níquel, chumbo
e zinco.
– Linearidade
A linearidade das curvas de calibração destes métodos, tal como o método
anterior, foi avaliada através de um modelo estatístico, de acordo com as normas ISO
8466-1 e 8466-2 (ISO, 2001). Para tal, utilizou-se a função de calibração linear
determinada anteriormente e utilizando os mesmos dados, construiu-se uma curva de
calibração não linear que corresponde a um polinómio de segundo grau (ISO 8466-
2).
138
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Os valores dos desvios padrão residuais (Sy/x e Sy2), da diferença das variâncias
(S2), do Fexp e do Fcrit, são apresentados na tabela 7.13.
Tabela 7.13: Resultados associados à avaliação da linearidade das curvas de calibração dos metais
em estudo.
Curva de Calibração
0.180
0.160
0.140
0.120
Absorvância
0.100
0.080
0.060 y = 0,0860x + 0,0011
0.040 R² = 0,9997
0.020
0.000
0.000 0.400 0.800 1.200 1.600 2.000
0.0015
P5 P8
0.001 P4
0.0005
P2 P3
Resíduos
0
0.0 0.1 0.3 0.5 0.8 1.2 1.6 2.0
-0.0005
P6
-0.001
-0.0015 P1
-0.002 P7
Padrões
– Sensibilidade
Para avaliar a sensibilidade do método utilizou-se o mesmo método que foi
apresentado no processo de validação anterior. De acordo com seus princípios, para
que um método apresente sensibilidade é necessário que a diferença mínima entre
concentrações seja igual ou superior a 3 2 S x (equação 3.15). Deste modo,
pretende-se determinar o intervalo de concentrações a partir do qual o método
apresenta sensibilidade.
140
Métodos de determinação de metais em águas residuais
c2 c1 3 2 S x
Como c2=0.86 mg Cu/L, c2-c1 = 0,86-0,80 = 0,06 mg Cu/L, o que indica que,
neste nível de concentração, o método apenas consegue discriminar um intervalo de
concentrações de 0,06 mg Cu/L, ou seja, o método apresenta uma sensibilidade de
0,06 mg Cu/L.
Do mesmo modo e para uma mesma concentração c1 (0,80 mg/L), determinou-
se a sensibilidade dos restantes métodos, que corresponde a: 0.10 mg Ni/L, 0.13 mg
Pb/L e 0.02 mg Zn/L.
6.80E-02
6.60E-02
6.40E-02
6.20E-02
6.00E-02
5.80E-02
5.60E-02
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00
141
Métodos de determinação de metais em águas residuais
se pelo facto do erro associado a uma determinada concentração ser menor quando
esta se encontra no centro da curva de calibração.
A partir de 0,80 mg Cu/L há uma tendência inversa, ou seja, à medida que a
concentração aumenta a sensibilidade do método diminui ligeiramente. Nos níveis de
concentrações da gama de trabalho verifica-se que a sensibilidade do método varia
entre 0,06 mg Cu/L e 0,07 mg Cu/L.
Relativamente aos restantes métodos em estudo, verifica-se o mesmo
comportamento da sensibilidade ao longo da gama de trabalho, sendo que esta
também varia, embora de forma diferente, para diferentes níveis de concentrações da
respectiva gama de trabalho. Deste modo, os intervalos de sensibilidade para cada
um dos metais são os seguintes: 0,13 mg Pb/L–0,15 mg Pb/L, 0,10 mg Ni/L–0,12 mg
Ni/L e 0,021-0,024 mg Zn/L.
– Limiares analíticos
Neste processo de validação os valores do limite de detecção e do limite de
quantificação do método foram obtidos a partir de parâmetros da curva de calibração.
Para a determinação do limite de detecção do método (L.D.) utilizou-se a
equação 3.10 :
3,3 S
y
x 3,3x1,09x1 0 3
L.D. 0,04 mg Cu2 /L
b 0,0860
10 S
y
10x1,09x10 3
L.Q. x
0,13 mg Cu/L
b 0,0860
Tabela 7.14: Limites de detecção (L.D.) e de quantificação (L.Q) dos metais em estudo.
Limite de detecção (L.D.) Limite de quantificação (L.Q.)
Metal
(mg *M/L) (mg *M/L)
Cobre 0,04 0,13
Chumbo 0,10 0,29
Níquel 0,07 0,22
Zinco 0,02 0,05
7.2.1.2. Precisão
Neste trabalho a precisão do método foi avaliada através de 2 parâmetros: a
repetibilidade e a precisão intermédia. Não foi possível avaliar a precisão através da
reprodutibilidade do método, uma vez que não se reuniram as condições necessárias
para a execução deste método em outros laboratórios.
– Repetibilidade
O estudo da repetibilidade do método foi efectuado com 2 amostras de águas
residuais. Cada amostra foi analisada em replicado (10 ensaios), tendo sido
determinado o respectivo limite de repetibilidade (r), o desvio padrão de repetibilidade
e o coeficiente de variação (ISO 5725-6).
Antes de se executar o estudo de repetibilidade do método, utilizou-se o teste
de Grubbs para eliminação de valores aberrantes (ISO 5725-2). Neste caso, não se
detectou a presença de valores aberrantes.
As tabelas 7.15 e 7.16 apresentam os resultados relativos ao estudo de
repetibilidade do método:
143
Métodos de determinação de metais em águas residuais
[Cu]
Absorvância Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg Cu/L)
0,035 0,39 0,03
0,037 0,42 0,04
0,034 0,38 0,04
0,037 0,42 0,03
0,040 0,45 0,06
0,41 2,14x10-2 0,06 5
0,035 0,39 0,00
0,035 0,39 0,04
0,038 0,43 0,02
0,036 0,41 0,02
0,038 0,43
[Cu]
Absorvância Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg Cu/L)
0,073 0,84 0,02
0,075 0,86 0,00
0,075 0,86 0,01
0,074 0,85 0,00
0,074 0,85 0,00
0,85 1,07x10-2 0,03 1
0,074 0,85 0,02
0,076 0,87 0,02
0,074 0,85 0,01
0,073 0,84 0,01
0,074 0,85
– Precisão intermédia
A precisão intermédia de um método pode ser quantificada de diversas formas.
Neste caso, optou-se por efectuar a sua determinação através da utilização de um
conjunto de triplicados de diversas t amostras. Para tal, utilizou-se um conjunto de
amostras de águas residuais e entre ensaios variou-se o tempo (dias diferentes). Os
resultados obtidos são apresentados na tabela 7.17.
145
Métodos de determinação de metais em águas residuais
146
Métodos de determinação de metais em águas residuais
respectivo valor limite de emissão (VLE). Deste modo, considera-se que em termos
de precisão os métodos em estudo estão aptos para a análise dos respectivos metais.
7.2.1.3. Especificidade/Selectividade
O estudo da especificidade/selectividade do método foi efectuado através de
ensaios de recuperação que permitem avaliar as interferências presentes. Neste
sentido, utilizaram-se 9 amostras de águas residuais de diferentes concentrações, às
quais se adicionaram concentrações bem conhecidas do analito.
As taxas de recuperação foram determinadas com base na equação 6.9 e os
resultados encontram-se na tabela 7.19.
Um método analítico pode ser considerado aplicável, mesmo que não revele
especificidade e selectividade, quando na prática, e após a realização de ensaios de
recuperação, se verificar que as taxas de recuperação estão compreendidas entre
80% e 120% (D. Harvey, 2000). Neste caso, todas as amostras analisadas
apresentam taxas de recuperação que se encontram dentro do intervalo de aceitação.
Supondo que os resultados obtidos são representativos do universo de amostral pode-
se considerar que à partida o método é aplicável.
Relativamente aos outros métodos de determinação de metais também se
verificou que todas as amostras analisadas apresentavam taxas de recuperação entre
80 e 120%. Assim, pela mesma razão que foi referida no método de determinação de
cobre, considera-se que à partida os restantes métodos em estudo são aplicáveis.
147
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Ensaios interlaboratoriais
Durante o processo de validação dos métodos realizou-se um ensaio
interlaboratorial, no qual foi possível avaliar o desempenho do método de
determinação de cobre e do método de determinação de níquel em águas residuais.
A amostra de água residual analisada era ligeiramente amarelada e possuía
alguns sólidos suspensos (SST=135 mg/L). Antes de se proceder à análise digeriu-se
e filtrou-se a amostra.
As amostras foram analisadas sem diluição e obtiveram-se os seguintes
resultados:
148
Métodos de determinação de metais em águas residuais
Testes comparativos
O principal objectivo dos testes comparativos é avaliar a exactidão do método
interno relativamente ao de referência. Neste caso, o método de referência é a
espectroscopia de absorção atómica (EAA) e os ensaios foram realizados num
laboratório alemão acreditado (GBA).
A maioria das amostras em estudo foram previamente digeridas e filtradas
antes de serem enviadas para o laboratório alemão.
Neste caso a exactidão do método de ensaio foi avaliada através do cálculo
dos erros relativos (Er) e absolutos, para cada amostra analisada. Os erros relativos
foram determinados com base na equação 6.15 e os resultados obtidos encontram-
se na tabela 7.20. O erro absoluto corresponde à diferença entre o valor obtido e o
valor aceite como verdadeiro. Os seus valores encontram-se na tabela 7.20.
Tabela 7.20: Erros relativos e absolutos associados aos resultados utilizados no processo de
comparação de métodos de determinação de cobre.
Amostras *Xlab (mg Cu/L) **Xv (mg Cu/L) Erro relativo (%) Erro absoluto
0605AMO01 <0,13 <0,10 - -
0804CAT01 <0,13 <0,10 - -
1305SUC01 <0,13 <0,10 - -
1805NEO01 <0,13 <0,10 - -
1805FAU01 <0,13 <0,10 - -
1805GAM01 <0,13 <0,10 - -
0705CAT01 0,16 0,11 5 0,05
2204CAT02 0,82 0,76 8 0,04
2705REI01 <0,13 <0,10 - -
1905CAT01 0,93 1,60 42 0,67
1905CAT03 0,30 0,28 6 0,02
3003REI01 0,40 0,37 9 0,03
1604GAM01 <0,13 <0,10 - -
2503CAT03 0,85 0,75 13 0,10
2304CIF01 0,43 0,47 8 0,04
2204CAT04 0,43 0,39 10 0,04
149
Métodos de determinação de metais em águas residuais
150
Considerações Finais
8. Considerações Finais
A importância do trabalho efectuado reside na utilidade de se ter métodos de
análise válidos, que produzam resultados fiáveis e se possível que sejam métodos
rápidos e económicos. O estudo do método de determinação de nitrato tornou-se um
desafio deste trabalho, uma vez que este era um método relativamente recente e logo
à partida apresentava vantagens óbvias, relativamente a outros métodos de
determinação de nitratos, quer do ponto de vista económico, quer da sua simplicidade.
Contudo, estas vantagens não fazem sentido caso não se prove a viabilidade do
método e, portanto, um dos objectivos deste trabalho era efectuar o seu processo de
validação.
Considerando os princípios em que se baseava este trabalho foram tidos em
conta alguns documentos normativos, nomeadamente as normas ISO 8466-1, ISO
8466-2, ISO 5325-1, ISO 5325-2, ISO 5325-3, ISO 5325-6, ISO 8258 e ISO 3534-1. A
informação presente nestes documentos foi primordial no desenvolvimento deste
trabalho.
O processo de validação do método de determinação de nitrato foi iniciado com
a validação da gama de trabalho, tendo em conta que esta se deveria adaptar às
necessidades do método. Foram ainda avaliados outros parâmetros de validação tais
como: a sensibilidade, a curva de calibração e respectiva linearidade, os limiares
analíticos, a especificidade/selectividade do método, a precisão através do estudo da
repetibilidade e da precisão intermédia do método, a robustez e, por último, a
exactidão do método que foi avaliada a partir dos resultados dos ensaios
interlaboratoriais e através de comparações de resultados em que se utilizou, para o
efeito, um método de referência (cromatografia iónica).
Uma vez que os interferentes deste método eram praticamente desconhecidos,
efectuou-se o estudo de interferentes comuns nas amostras de águas residuais e
procurou-se avaliar, através de ensaios de recuperação, se estes causavam
interferências neste método. Após a conclusão do estudo da especificidade e
selectividade do método retiraram-se algumas ilações. Elementos como o sulfato, o
cloreto e o zinco, e ainda um aminoácido que foi a glicina, não apresentaram
interferências significativas no método. Contudo, houveram outros interferentes que
em determinadas condições demonstraram afectar significativamente os resultados
do método de ensaio, sendo esses: o ferro (II), o hidrogenoftalato de potássio (KHP),
o nitrito e uma mistura de ácido glutâmico e glucose.
151
Considerações Finais
152
Considerações Finais
153
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consultado em 21 de Fevereiro de 2010.
159
Anexo I
Águas residuais
[Nitrato]
Amostra Método Equação da recta Sx texp *tcrit
(mg N-NO3-/L)
Adição padrão y=0,949x+0,0747 0,79 3,90x10-2
0902SON05 0,00 2,57
Curva de calibração y=0,0945x+0,0003 0,79 1,50x10-2
0.500
0.400
Absorvância
0.300
0.200
y = 0,0949x + 0,0747
0.100
R² = 0,9993
0.000
-2.000 -1.000 0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
-0.100
Figura A1.1: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0902SON05.
161
Anexo I
Figura A1.2: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 1902NEU01.
Figura A1.3: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 1902RON01.
162
Anexo I
Figura A1.4: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0503MAS01.
163
Anexo I
Figura A1.5: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 1003TAF02.
0.300
0.250
Absorvância
0.200
0.150
0.100
y = 0,0942x + 0,068
0.050 R² = 0,9985
0.000
-1.000 -0.500 0.000 0.500 1.000 1.500 2.000
-0.050
-0.100
Figura A1.6: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 1603NEU01.
164
Anexo I
Águas de consumo
0.400
0.300
Absorvância
0.200
0.000
-1.000 0.000 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
-0.100
Concentração (mgL-1)
Figura A1.7: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0802MAC01.
165
Anexo I
Figura A1.8: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 2202GCO01.
Figura A1.9: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0303SIL01.
166
Anexo I
Figura A1.10: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 0903IMO01.
167
Anexo I
Figura A1.11: Representação gráfica do método de adição padrão para a amostra 3003GCO01.
168
Anexo II
– Gama de trabalho
0,011 0,073
0,009 0,072
0,010 0,076
0,011 0,072
0,011 0,074
0,009 0,075
0,011 0,075
Desvio padrão 9,66x10-4 1,65x10-3
Variância 9,33x10-7 2,71x10-6
Fexp 2,90
Fcrit 3,18
– Curva de calibração
Padrão P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7
Concentração (mg Pb/L) 0 0,2000 0,5000 0,8000 1,200 1,600 2,000
0,000 0,011 0,022 0,032 0,046 0,059 0,073
0,000 0,011 0,020 0,031 0,044 0,058 0,071
Absorvâncias 0,000 0,009 0,021 0,031 0,047 0,061 0,075
0,000 0,010 0,021 0,032 0,047 0,062 0,077
0,000 0,009 0,020 0,031 0,047 0,058 0,073
Média 0,000 0,010 0,021 0,031 0,046 0,060 0,074
169
Anexo II
Parâmetro Valor
b 0,0364
Sb 5,93x10-4
a 0,0018
Sa 0,0007
Sy/x 1,07x10-3
Curva de calibração Desvio padrão residual S2 Fexp Fcrit (0,95; 1,4 gl)
linear 1,07x10-3
2,44x10-6 2,96 7,71
não linear 9,07x10-4
Curva de Calibração
0.080
0.060
Absorvância
0.040
0.020
y = 0,0364x + 0,0018
R² = 0,9987
0.000
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000
170
Anexo II
0.0025
0.0020
0.0015
P2 P3
0.0010
Resíduos
P5
0.0005 P4
0.0000
0.000 0.200 0.500 0.800 1.200 1.600 2.000
-0.0005
-0.0010 P6
P7
-0.0015
-0.0020
P1
-0.0025
Padrões
1.55E-01
1.50E-01
1.45E-01
1.40E-01
1.35E-01
1.30E-01
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000
171
Anexo II
– Limiares analíticos
A2.1.2 Precisão
– Repetibilidade
Absorvância [Pb] (mg Pb/L) Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
0,037 0,82 0,02
0,036 0,80 0,02
0,037 0,82 0,04
0,039 0,87 0,02
0,040 0,89 0,04
0,83 3,27x10-2 0,09 4
0,038 0,84 0,07
0,035 0,78 0,02
0,036 0,80 0,02
0,037 0,82 0,00
0,037 0,82
Absorvância [Pb] (mg Pb/L) Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
0,011 0,25 0,05
0,009 0,20 0,03
0,010 0,23 0,00
0,010 0,23 0,03
0,011 0,25 0,03
0,24 2,84X10-2 0,08 12
0,012 0,28 0,05
0,010 0,23 0,03
0,009 0,20 0,03
0,010 0,23 0,05
0,012 0,28
172
Anexo II
– Precisão intermédia
∑∑(yjk-yj,méd)2 2,42x10-2
Si(T) 3,31x10-2 mg Pb/L
173
Anexo II
A2.1.3 Especificidade/Selectividade
Tabela A2.10: Erros relativos e absolutos associados aos resultados utilizados no processo
de comparação de métodos de determinação de chumbo.
Amostras *Xlab (mg Pb/L) **Xv (mg Pb/L) Erro relativo (%) Erro absoluto
0405BRO01 0,81 0,77 5 0,04
0605PSA01 <0,29 <0,20 - -
0605AMO01 0,50 0,54 8 0,04
1305PRO01 0,94 1,00 6 0,06
1805NEO01 <0,29 <0,20 0 0
0705CAT01 <0,29 <0,20 0 0
2405IDE01 <0,29 <0,20 0 0
0305CTC07 0,45 0,44 2 0,01
2503CAT03 0,75 0,65 15 0,10
2204CAT04 0,84 0,80 5 0,04
174
Anexo III
A3.1.1 Quantificação
– Gama de trabalho
Tabela A3.1: Resultados obtidos para a validação da gama de trabalho (níquel):
0,015 0,137
0,015 0,141
0,017 0,138
0,016 0,141
0,019 0,140
0,016 0,141
0,019 0,139
Desvio padrão 1,65x10-3 2,73x10-3
Variância 2,71x10-6 7,43x10-6
Fexp 2,74
Fcrit 3,18
– Curva de calibração
Padrão P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7
Concentração (mg Ni/L) 0 0,2000 0,5000 0,8000 1,200 1,600 2,000
0,000 0,016 0,037 0,060 0,086 0,116 0,143
0,000 0,017 0,039 0,061 0,088 0,115 0,142
0,000 0,015 0,038 0,059 0,084 0,114 0,139
Absorvâncias
0,000 0,016 0,039 0,061 0,087 0,119 0,146
0,000 0,016 0,038 0,061 0,086 0,114 0,141
0,000 0,015 0,036 0,058 0,080 0,110 0,135
Média 0,000 0,016 0,038 0,060 0,085 0,115 0,141
175
Anexo III
Curva de calibração Desvio padrão residual S2 Fexp Fcrit (0,95; 1,4 gl)
linear 1,54x10-3
4,81x10-6 2,73 7,71
não linear 1,33x10-3
Curva de Calibração
0.150
0.135
0.120
Absorvância
0.105
0.090
0.075
0.060
0.045
0.030 y = 0,0702x + 0,0019
R² = 0,9993
0.015
0.000
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000
176
Anexo III
0.0025
P4
0.0020
0.0015 P3
0.0010
P7
0.0005 P2
Resíduos
0.0000
0.000 0.200 0.500 0.800 1.200 1.600 2.000
-0.0005
-0.0010
-0.0015 P6
P8
-0.0020
P1
-0.0025
Padrões
1.15E-01
1.10E-01
1.05E-01
1.00E-01
9.50E-02
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000
– Limiares analíticos
177
Anexo III
A3.1.2 Precisão
– Repetibilidade
Absorvância [Ni] (mg Ni/L) Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
0,018 0,23 0,02
0,017 0,21 0,03
0,019 0,24 0,00
0,019 0,24 0,02
0,020 0,26 0,00
0,25 1,84x10-2 0,05 8
0,020 0,26 0,02
0,019 0,24 0,02
0,020 0,26 0,02
0,021 0,27 0,03
0,019 0,24
Absorvância [Ni] (mg Ni/L) Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
0,049 0,84 0,01
0,050 0,85 0,02
0,051 0,87 0,02
0,050 0,85 0,02
0,051 0,87 0,00
0,87 1,55x10-2 0,04 2
0,051 0,87 0,00
0,051 0,87 0,00
0,051 0,87 0,02
0,052 0,89 0,04
0,050 0,85
178
Anexo III
– Precisão intermédia
∑∑(yjk-yj,méd)2 2,28x10-2
Si(T) 3,56x10-2 mg Ni/L
179
Anexo III
A3.1.3 Especificidade/Selectividade
Tabela A3.10: Erros relativos e absolutos associados aos resultados utilizados no processo de
comparação de métodos de determinação de níquel.
Amostras *Xlab (mg Ni/L) **Xv (mg Ni/L) Erro relativo (%) Erro absoluto
0405BRO01 1,17 1,15 2 0,02
1305PRO01 0,87 0,89 3 0,02
1805NEO01 <0,22 <0,20 - -
1805FAU01 <0,22 <0,20 - -
1805GAM01 1,42 1,25 13 0,17
2705REI01 0,59 0,53 12 0,06
3003REI01 0,52 0,47 11 0,05
2304CIF01 <0,22 <0,20 - -
180
Anexo IV
A4.1.1 Quantificação
– Gama de trabalho
0,047 0,378
0,046 0,371
0,049 0,372
0,054 0,381
0,051 0,372
0,047 0,375
0,053 0,377
Desvio padrão 3,79x10-3 5,17x10-3
Variância 1,44x10-5 2,68x10-5
Fexp 1,86
Fcrit 3,18
– Curva de calibração
Padrão P1 P2 P3 P4 P5 P6
Concentração (mg Zn/L) 0 0,1000 0,3000 0,5000 0,7000 0,9000
0,000 0,044 0,127 0,213 0,295 0,375
0,000 0,044 0,130 0,216 0,301 0,383
Absorvâncias 0,000 0,048 0,128 0,219 0,300 0,380
0,000 0,042 0,129 0,211 0,294 0,375
0,000 0,041 0,128 0,217 0,302 0,380
Média 0,000 0,044 0,128 0,215 0,298 0,379
181
Anexo IV
Parâmetro Valor
b 0,422
Sb 2,49x10-3
a 0,0015
Sa 0,0013
Sy/x 1,94x10-3
Curva de calibração Desvio padrão residual S2 Fexp Fcrit (0,95; 1,3 gl)
linear 1,94x10-3
1,14x10-5 9,29 10,13
não linear 1,11x10-3
Curva de Calibração
0.400
0.360
0.320
0.280
Absorvância
0.240
0.200
0.160
0.120
0.080 y = 0,4219x + 0,0015
R² = 0,9999
0.040
0.000
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000
182
Anexo IV
0.0030 P4
0.0020
P5
0.0010
P2
Resíduos
P3
0.0000
0.0000 0.1000 0.3000 0.5000 0.7000 0.9000
-0.0010
-0.0020 P1
-0.0030 P6
Padrões
2.50E-02
2.40E-02
2.30E-02
2.20E-02
2.10E-02
2.00E-02
0.000 0.200 0.400 0.600 0.800 1.000
– Limiares analíticos
183
Anexo IV
A4.1.2 Precisão
– Repetibilidade
[Zn]
Absorvância Média Desvio padrão |Xi-Xi-1| r CVr (%)
(mg Zn/L)
0,182 0,42 0,04
0,197 0,46 0,04
0,181 0,42 0,03
0,191 0,45 0,03
0,205 0,48 0,44 2,09x10-2 0,03 0,06 5
0,191 0,45 0,00
0,191 0,45 0,03
0,179 0,42 0,04
0,196 0,46
184
Anexo IV
– Precisão intermédia
∑∑(yjk-yj,méd)2 1,81x10-2
Si(T) 2,87x10-2 mg Zn/L
185
Anexo IV
A4.1.3 Especificidade/Selectividade
Tabela A4.10: Erros relativos e absolutos associados aos resultados utilizados no processo de
comparação de métodos de determinação de níquel.
Amostras *Xlab (mg Zn/L) **Xv (mg Zn/L) Erro relativo (%) Erro absoluto
0804CAT01 0,21 0,20 6 0,01
1805GAM01 2,30 2,40 4 0,10
0705CAT01 0,20 0,13 50 0,07
2204CAT02 1,50 1,40 7 0,10
1905CAT01 0,45 0,47 4 0,02
1905CAT03 0,29 0,32 10 0,03
1905CAT04 0,22 0,25 10 0,03
3003REI01 2,25 2,30 2 0,05
2503CAT03 0,85 0,91 7 0,06
2304CIF01 0,21 0,19 11 0,02
2204CAT04 4,60 4,30 7 0,30
2204CAT03 0,15 0,12 21 0,03
186