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27/06/2016 Agência Embrapa de Informação Tecnológica ­ Manejo de doenças

   

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ÁRVORE DO CONHECIMENTO Arroz     Equipe editorial Ajuda

Manejo de doenças

Autor(es): Valácia Lemes da Silva Lobo  ; Marta Cristina Corsi de Filippi  ; Anne Sitarama Prabhu 

BRUSONE

A brusone, causada pelo fungo Magnaphorthe oryzae (Herbert) Barr, forma imperfeita Pyricularia oryzae (Cooke) Sacc.,
é considerada a doença mais destrutiva do arroz e ocorre em todo o território brasileiro. Os prejuízos são variáveis,
sendo maiores em arroz de terras altas, na Região Centro­Oeste e podem comprometer em até 100% a produção nos
anos de ataques epidêmicos. O fungo tem capacidade de infectar culturas de importância econômica, como milho,
milheto, cevada e trigo. Ocorre também em diversas gramíneas comuns em campos de arroz e trigo, como: Cenchrus
echinatus, Eleusine indica, Digitaria sanguinalis, brachiaria plantaginea, Echinocloa crusgalli, Rhynchelytrum roseum,
Hyparrhenia rufa, Pennisetum setosumi.

As principais fontes de inóculo primário são sementes infectadas e restos culturais. Já a infecção secundária tem como
fonte as lesões esporulativas das folhas infectadas.

Todas as fases do ciclo da doença são altamente influenciadas pelos fatores climáticos. A deposição de orvalho ou gotas
de chuva nas folhas é essencial para a germinação dos conídios e para o início da infecção. De maneira geral, são
necessárias altas temperaturas, de 25 a 28 ºC, e umidade acima de 90%. 

Sintomas
 
A doença ocorre desde o estádio de plântula até a fase de maturação da cultura. Os sintomas nas folhas iniciam­se com
a formação de pequenas lesões necróticas de coloração marrom (Figura 1), que aumentam em tamanho e se tornam
elípticas, de margens marrons e com centro cinza ou esbranquiçado (Figura 2).
 
Foto: Sebastião Araújo  Foto: Antônio Pereira da Silva Filho

Figura 1. Brusone nas folhas  Figura 2. Brusone nas folhas
 

Em condições favoráveis, as lesões coalescem e causam a morte das folhas e, muitas vezes, da planta inteira. Os
sintomas característicos nos nós são lesões de cor marrom, que podem atingir as regiões do colmo próximas aos nós
atacados (Figura 3). A infecção do nó da base da panícula é conhecida como brusone do pescoço; uma lesão marrom
circunda a região nodal e provoca estrangulamento da mesma. Pode apresentar chochamento total dos grãos, as
panículas ficam esbranquiçadas (Figura 4), sendo facilmente identificadas no campo.

Foto: Antônio Pereira da Silva Filho  Foto: Antônio Pereira da Silva Filho

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Figura 3. Brusone nos nós. Figura 4. Brusone da panícula.
 

Diversas partes da panícula, como ráquis, ramificações primárias e secundárias e  pedicelos, também são infectadas
(Figura 5) e (Figura 6).

 
 Foto: Valácia Lemes da Silva Lobo  Foto: Valácia Lemes da Silva Lobo

Figura 5. Brusone na panícula.  Figura 6. Brusone na panícula. 
 
Controle
 
Os danos causados pela brusone podem ser reduzidos pelo uso de cultivares resistentes, pelas práticas culturais e pelo
uso de fungicidas, utilizados de forma integrada no manejo da cultura, quais sejam: bom preparo do solo; adubação
equilibrada, evitar crescimento vegetativo exagerado da planta; uso de sementes de boa qualidade fitossanitária e
fisiológica; o plantio feito em um período mínimo de tempo e iniciado no sentido contrário à direção predominante do
vento; incorporação dos restos culturais; profundidade de plantio uniforme; densidade de semeadura recomendada para
a cultivar ou sistema de plantio; controle de plantas daninhas; destruição de plantas voluntárias e doentes; troca de
cultivares semeadas a cada três ou quatro anos; plantio no início do período das chuvas. O emprego de fungicidas
aplicados em tratamento de sementes e em pulverização da parte aérea. A proteção contra a brusone na panícula é
feita de forma preventiva, por meio de pulverizações com fungicidas sistêmicos, sendo uma aplicação no final do
período de emborrachamento, e outra com 1 a 5% de emissão de panículas. Os fungicidas recomendados estão
relacionados na Tabela 1. A escolha dos mesmos pode ser feita de acordo com a eficiência do fungicida, sua
disponibilidade no mercado, registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e economicidade.
 

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MANCHA­DE­GRÃOS

A mancha­de­grãos está associada com mais de um patógeno fúngico ou bacteriano e pode ser considerada como um
dos principais problemas da cultura do arroz. Além de depreciar a aparência dos grãos e reduzir a qualidade dos
mesmos, a doença provoca redução da massa dos grãos e, consequentemente, perda no rendimento industrial. 
 
Os principais patógenos causadores da mancha­de­grãos incluem Bipolaris oryzae, Phoma sorghina, Alternaria
padwickii, Pyricularia oryzae, Microdochium oryzae, Sarocladium oryzae, Curvularia spp., Nigrospora sp., Fusarium spp.,
Coniothyrium sp., Epicoccum sp., Phythomyces sp. e Chaetomium sp. As bactérias que causam descoloração de grãos
incluem Pseudomonas fuscovagina e Erwinia spp. Os fungos predominantemente associados com mancha­de­grãos, em
arroz de terras altas, são Phoma sorghina e Bipolaris oryzae. 

Sintomas

As manchas aparecem desde o início da emissão das panículas até o seu amadurecimento (Figura 7). Os sintomas são
variáveis e dependem do patógeno predominante, do estádio de infecção e das condições climáticas. A doença é
favorecida pela ocorrência de chuva e alta umidade durante a formação dos grãos. O acamamento, por provocar o
contato das panículas com o solo úmido, contribui também para aumentar a descoloração dos grãos, bem como os
danos causados por inseto, principalmente o percevejo, que predispõem os grãos à infecção por microrganismos.

Foto: Valácia Lemes da Silva Lobo

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Figura 7. Mancha­de­grãos  

Controle
 
O tratamento de sementes com fungicida diminui o inóculo inicial, aumenta o vigor e o estande. Uso de cultivares
resistentes, quando disponível e uso de fungicidas sistêmicos no início da emissão das panículas (Tabela 1).  

MANCHA­PARDA 

A mancha­parda, causada pelo fungo Bipolaris oryzae (Anamorfo, Breda de Haan) Shoem, anteriormente referido como
Helminthosporium oryzae var. Breda de Haan e hoje considerado sinônimo de Cochliobolus (teleomorfo), é uma doença
comum no Brasil, e assume grande importância econômica em arroz. Este fungo é um dos principais patógenos que
causa a mancha­de­grãos.

As sementes infectadas e os restos culturais são considerados inóculo inicial da doença. A disseminação de conídios pelo
ar é responsável pela infecção secundária. O fungo pode sobreviver nas sementes infectadas de um a quatro anos,
dependendo das condições de armazenamento. O principal fator que influencia a incidência da mancha­parda no cultivo
irrigado é a baixa fertilidade do solo, com baixos níveis de adubação, especialmente em potássio, manganês, magnésio,
silício, ferro e cálcio. O estresse hídrico aumenta a suscetibilidade da planta. As plantas tornam­se mais sensíveis a B.
oryzae em solos com baixa fertilidade e em plantios com doses de nitrogênio muito altas ou muito baixas. A
temperatura ótima para infecção varia entre 20 e 30 ºC, e umidade relativa superior a 89% e é favorecida pelo
molhamento das folhas.

Sintomas

A doença afeta a emergência das plântulas nas lavouras semeadas em outubro, logo no início do período chuvoso, e as
plantas adultas próximas da maturação. As sementes infectadas apresentam redução na germinação e, em geral, os
grãos manchados causam perdas no rendimento de grãos no beneficiamento. Na fase da emergência das plântulas, o
fungo causa lesões no coleóptilo de cor marrons e formatos circulares ou ovais. Nas folhas, os sintomas geralmente
manifestam­se logo após a floração, com lesões circulares ou ovais com margem parda ou avermelhada e centro
acinzentado ou esbranquiçado (Figura 8). As lesões nas bainhas são semelhantes às lesões típicas nas folhas. Nos
grãos, as glumas apresentam manchas marrons escuras que, muitas vezes, coalescem cobrindo o grão inteiro. Quando
se manifesta logo após a emissão das panículas, a infecção provoca a esterilidade das espiguetas.
 
Foto: Valácia Lemes da Silva Lobo

Figura 8. Mancha parda nas folhas.

Controle

O tratamento de sementes com fungicidas reduz o inóculo inicial. Uso de cultivares resistentes, quando disponível e de
fungicidas sistêmicos no início da emissão das panículas (Tabela 1).  

ESCALDADURA 

A escaldadura, causada pelo fungo Monographella albescens (Thume) Parkison et al., estado imperfeito Microdochium
oryzae., está entre as principais doenças do arroz e manifesta­se em níveis significativos em todas as regiões
brasileiras produtoras de arroz. A epidemia da doença é comum no primeiro ano de plantio após a abertura de cerrado
e nas lavouras plantadas em rotação com soja. Em geral, é uma doença importante em ambientes com alta precipitação
pluvial.

As fontes de inóculo primário são sementes infectadas e restos culturais. As condições climáticas favoráveis ao
desenvolvimento da doença são alta pluviosidade, temperatura média entre 24 e 28 °C, períodos prolongados de
orvalho, alta densidade de semeadura e adubação nitrogenada em excesso. Danos causados por insetos constituem uma
porta de entrada para o patógeno.

Sintomas

A escaldadura das folhas exibe mais de um tipo de sintoma. O mais característico, é identificado nas extremidades
apicais das folhas mais velhas ou nas bordas das lâminas foliares, onde se observa o aparecimento de manchas de
coloração verde­oliva, sem margens bem definidas (Figura 9A). As lesões evoluem formando sucessões de faixas
concêntricas, com alternância das cores marrom­clara e escura (Figura 9B). As lesões coalescem e causam necrose e
morte da área foliar. Uma incidência severa de escaldadura, ao causar perdas de área foliar, paralisa o crescimento das
plantas em pleno estádio de emborrachamento e afeta a quantidade e a qualidade dos grãos. Normalmente, as lavouras
afetadas apresentam um amarelecimento generalizado, com as pontas das folhas secas, e altura irregular das plantas . 

Outro tipo de sintoma é caracterizado por pontuações de cor marrom ao longo das folhas, semelhantes aos sintomas
iniciais da mancha­de­grãos. A escaldadura também pode afetar as bainhas e provocar sintomas parecidos com os das
folhas. Nos grãos, o fungo causa pequenas manchas do tamanho da cabeça de alfinete e, em casos severos, provoca

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descoloração das glumelas e as torna marrom­avermelhadas.

 Fotos: Sebastião Araújo

Figura 9A. Escaldadura
Figura 9B. Escaldadura nas folhas
nas folhas  

Controle

Uso de sementes de boa qualidade fitossanitária. Aplicação de fungicidas tanto em tratamento de sementes quanto em
pulverização, é indicada para o controle da doença (Tabela 1). O manejo adequado da água e a rotação de cultura
ajudam a diminuir a incidência da doença. 

MAL­DO­PÉ

A doença, causada por Gauemannomyces graminis (Sacc.) von Arx & D. Oliver var. graminis., foi constatada no Brasil,
EUA, Japão, Filipinas e Índia. Essa nova doença tem grande potencial de causar danos, tanto em arroz de terras altas,
com e sem irrigação suplementar, quanto no sistema de plantio irrigado.

O fungo sobrevive em restos culturais e é disseminado pela chuva e pelo vento. Na cultura do trigo, a doença é
favorecida por excesso de chuvas.

Sintomas

A doença apresenta como sintoma característico uma coloração marrom escura ou preta na bainha, na base do colmo,
no primeiro e segundo nós e entrenós. Pode causar a morte de folhas e dos colmos. Micélio grosso e escuro pode ser
observado no interior dos colmos e das bainhas e é possível visualizar também os peritécios formados. As raízes
apresentam coloração preta. Pode se observar a morte dos perfilhos e o amadurecimento rápido dos grãos, dependendo
da fase de crescimento e desenvolvimento em que a planta é infectada. Os sintomas do mal­do­pé são muitas vezes
confundidos com os da podridão do colmo, causada por Magnaporthe salvinii.

Controle

As cultivares variam em suscetibilidade, devendo­se evitar o plantio de cultivares muito suscetíveis.

MANCHA­ESTREITA

A ocorrência da mancha­estreita, causada por Sphaerulina oryzina K. Hara (Cercospora oryzae Miyake; syn. C. janseana
(Racib) O. Const.), é problema quando ocorre no início do ciclo da cultura, pois pode reduzir a área foliar
fotossintetizante, provocar a redução de massa dos grãos e a rápida maturação dos mesmos, além da diminuição do
rendimento final. Nas cultivares suscetíveis, a doença pode causar a senescência prematura e comprometer a
produtividade e a qualidade dos grãos. Nas condições brasileiras, a doença tem pouca importância, porque geralmente
ocorre no final do ciclo da cultura. O hospedeiro mais importante do patógeno é o arroz vermelho.

Sintomas

Os sintomas típicos são manchas estreitas, finas, necróticas, alongadas no sentido das nervuras, de coloração marrom­
avermelhada, que aparecem mais frequentemente nas folhas. Sintomas semelhantes podem ocorrer nas bainhas,
colmos, pedicelos e glumelas. A doença é favorecida por umidade alta e temperatura elevada (28 ºC). A sobrevivência
do fungo ocorre nos restos culturais e a disseminação dos conídios é feita pelo vento.

Controle

O uso de variedades resistentes é a medida mais indicada para evitar ou diminuir as perdas. Controle químico com
fungicidas registrados para a cultura e para a doença (Tabela 1). Uso de sementes sadias ou tratadas.

PODRIDÃO­DA­BAINHA

Essa doença tem alto potencial para causar perdas em produtividade e em qualidade de grãos. No Brasil, a incidência
da podridão­da­bainha vem aumentando, principalmente na região Centro­Oeste. Ela é causada pelo fungo Sarocladium
oryzae (Sawada) Gams & Hamksworth (syn. Acrocylidrium oryzae Sawada). A sobrevivência do patógeno é na forma de
micélio nos restos culturais e nas sementes. Os danos causados por insetos servem de porta de entrada para o fungo.
Alta densidade de semeadura e deficiência de nitrogênio favorecem a ocorrência da doença.

Sintomas

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Os sintomas típicos da doença ocorrem na última bainha, abaixo da folha bandeira (Figura 10). As lesões são oblongas,
com centro cinza ou levemente marrom, com margens de coloração vermelho a marrom. Em estádio mais avançado da
doença, as lesões coalescem e cobrem a bainha inteira, o que dificulta a emissão da panícula. As espiguetas
apresentam coloração marrom a vermelha, e podem apresentar esterilidade. Em caso de alta severidade, as panículas
não emergem e as espiguetas apodrecem dentro da bainha.

Foto: Valácia Lemes da Silva Lobo

 Figura 10. Sintomas de podridão­da­bainha

Controle

Uso de cultivares resistentes. Não há informação quanto à eficiência do controle químico.

CARVÃO­DA­FOLHA

A doença, causada pelo fungo Entyloma oryzae Syd & P. Syd., foi registrada em diversos países. O desenvolvimento da
doença ocorre nas folhas maduras, na fase final do ciclo da cultura do arroz e raramente causa prejuízos significativos
na produtividade. É favorecida especialmente por altas doses de nitrogênio. O fungo sobrevive na entressafra, nos
restos culturais e a disseminação é pelo vento.

Sintomas

Os sintomas típicos são pequenas lesões lineares ou retangulares em forma de pústulas entre as nervuras nas folhas
superiores. Essas lesões podem ser encontradas também nas bainhas e nos colmos. Quando a severidade da doença é
alta, as folhas apresentam coloração amarela e secamento nas extremidades das folhas.

Controle

A doença é de baixa importância e de pouca ocorrência nas lavouras, normalmente ocorre no final do ciclo da cultura,
não exigindo nenhuma medida de controle.

FALSO CARVÃO

É conhecida também como carvão verde. Sua ocorrência é esporádica e afeta poucas panículas dentro da lavoura. No
Brasil, ocorre principalmente em terras férteis, no primeiro ano de plantio, em abertura de cerrado. A doença chama a
atenção do produtor devido à sintomatologia apresentada.

É causada pelo fungo Ustilaginoidea virens (Cooke) Takah. O fungo sobrevive em restos de cultura, é disseminado pelo
vento e pela água. As sementes podem veicular estruturas fúngicas. A alta umidade, chuvas contínuas durante a
emissão das panículas, altas temperaturas e excesso de adubação nitrogenada favorecem a incidência do falso carvão.

Sintomas

Os sintomas se manifestam na fase de maturação. A doença é observada tipicamente nos grãos, na forma de uma
massa arredondada de coloração verde­olivácea e aspecto pulverulento, de tamanho variável entre 4 e 10 mm de
diâmetro e pode também se manifestar como uma massa de tamanho reduzido contida pelas glumelas (Figura 11).

Foto:  Antônio Pereira da Silva Filho  

Figura 11. Falso carvão 

Controle

Não há necessidade de controle químico. Recomenda­se que nas lavouras destinadas à produção de sementes, as

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panículas infectadas sejam coletadas e imersas em querosene.

QUEIMA­DA­BAINHA

Essa doença vem aparecendo em maior frequência em lavouras de arroz de terras altas. É componente essencial do
complexo de doenças fúngicas do colmo e da bainha em arroz irrigado, em todo o mundo, tanto em clima temperado
como tropical. A doença tem potencial para causar danos expressivos na produtividade, principalmente onde o arroz é
plantado em rotação com a soja, que é hospedeira de Thanatephorus cucumeris (A.B. Frank) Donk, (Rhizoctonia solani
Kiihn), agente causal da doença. O inóculo primário é constituído pelos esclerócios e micélio presentes em restos
culturais e que sobrevivem no solo. O fungo infecta diversas gramíneas e leguminosas, inclusive a soja. É disseminado
pelo movimento do solo durante a aração. Os esclerócios sobrevivem até dois anos e aumentam no solo com o tempo.
As condições climáticas ideais são baixa luminosidade, umidade em torno de 95% e temperatura entre 28 e 32 ºC.

Sintomas

A queima­da­bainha ocorre geralmente nas bainhas e nos colmos (Figura 12A) e é caracterizada por manchas ovaladas,
elípticas ou arredondadas, de coloração branco­acinzentada e bordas marrons bem definidas. Em ataques severos,
observam­se manchas semelhantes nas folhas (Figura 12B), porém com aspecto irregular. A incidência da doença
resulta em seca parcial ou total das folhas, o que pode provocar acamamento da planta. Elevados teores de matéria
orgânica, doses de nitrogênio e fósforo, acompanhados de uma alta densidade de semeadura, contribuem para o
aumento da severidade da doença. Os danos causados por insetos, como broca do colmo e percevejo, predispõem a
planta à infecção por R. solani.

 Foto: Valácia Lemes da Silva Lobo

Figura 12a. Queima­da­bainha nos colmos  Figura 12b. Queima­da­bainha nas folhas

Controle

Boa drenagem na entressafra, utilização de adubação nitrogenada equilibrada, densidade de semeadura recomendada e
uso racional de herbicidas. A rotação do arroz com outras gramíneas, como milho e sorgo, pode reduzir a incidência da
doença. Controle químico, com duas aplicações, sendo a primeira entre as fases de elongação dos entrenós do colmo e
a iniciação da panícula e a segunda aplicação no estádio de 80 a 90% das panículas emitidas (Tabela 1). A fertilização
com silício (Si) tem se mostrado um método promissor de controle de queima­da­bainha.

PONTA­BRANCA

No campo, os sintomas da doença são evidenciados na fase adulta das plantas. A doença impossibilita o
amadurecimento uniforme dos grãos. O agente causal da ponta­branca é o nematoide Aphelenchoides besseyi Christie.

Sintomas

O ápice das folhas exibe clorose bastante evidente, tornando­se esbranquiçada e normalmente se estende por 3 a 5 cm.
É comum ocorrer o enrolamento da extremidade apical e dificultar a emissão das panículas. Pode ocorrer o
encurtamento das folhas, amadurecimento tardio das panículas, esterilidade e retorcimento das glumas. As plantas
podem apresentar subdesenvolvimento, panículas pequenas e menor número de grãos.   

A disseminação do nematoide para as novas áreas pode ocorrer por meio de sementes infectadas, pela água de
irrigação, solo aderido a máquinas e implementos agrícolas. O nematoide é inativado quando a umidade relativa do ar é
menor que 70%. A temperatura ótima para o desenvolvimento do nematoide é entre 23 e 32 ºC. O excesso de
nitrogênio, fósforo e potássio aumenta a severidade da doença.

Controle

Uso de sementes livres de nematoides. Tratamento térmico e químico das sementes.

NEMATOIDE­DAS­GALHAS

Os danos causados pela doença, principalmente no Brasil, são poucos, mas sua ocorrência contribui para a alta
incidência do mal­do­colo. O agente causal da doença é o nematoide Meloidogyne javanica. 

Sintomas

Aproximadamente duas semanas após a inundação da lavoura, no estádio de plântula, iniciam as manchas ou
reboleiras, de vários tamanhos e formas. As plantas apresentam redução do crescimento do sistema radicular, raízes
necrosadas, e a presença de galhas nas pontas das raízes, que é o sintoma mais seguro de identificação da doença. Nas
raízes mais novas, as galhas são menores e brancas e nas raízes mais velhas, as galhas são marrons acompanhadas de
necrose de tecidos.  Observa­se acentuada redução do número de perfilhos. Sob ataque intenso, ocorre o

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27/06/2016 Agência Embrapa de Informação Tecnológica ­ Manejo de doenças
amarelecimento da parte aérea.

Os nematoides multiplicam­se nas raízes de muitas outras plantas e sobrevivem no solo em forma de ovos, na
entressafra. As temperaturas ótimas para a invasão das raízes e reprodução do nematoide­das­galhas variam entre 25
e 30 ºC.

Controle

Algumas medidas podem ser empregadas, como: rotação de cultura; uso de cultivares resistentes; controle químico.

MAL­DO­COLO

A doença, causada pelo fungo Fusarium oxysporum é de importância nas lavouras implantadas em solos de cerrado. O
fungo sobrevive no solo e provavelmente, é transmitido pelas sementes. A doença é geralmente associada com o
nematoide formador de galhas.

Sintomas 

Os sintomas característicos são retardo no crescimento, redução no número de perfilhos e um leve amarelecimento das
folhas. Esses sintomas são evidentes, em torno dos 25 dias após o plantio. Os sintomas podem ser confundidos com
deficiência nutricional, principalmente de nitrogênio. Pode ser notada descoloração no nó basal do colmo ao arrancar as
plantas. Raízes pouco desenvolvidas.

Controle

Evitar plantios sucessivos de arroz em solos infestados.

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