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INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL

1. Quadro evolutivo do Direito Civil.


1.1. Do Direito Romano até a Revolução Francesa: divisão do Direito em Civil e Penal
1.2. Revolução Francesa (Code de France, 1804): divisão do Direito em Público e Privado.
1.3. Constituição Imperial e o Direito Civil
1.4. O Código Civil de 1916 e a estrutura do Direito Civil: parte geral e parte especial.
1.5. A neutralidade e indiferença das Constituições brasileiras em relação ao Direito Civil
1.6. Pulverização das relações privadas e perda da referência (o ocaso da codificação)
2. O Direito Civil-Constitucional (A constitucionalização do Direito Civil). A nova tábua axiológica imposta pelo Tex-
to Constitucional (papel reunificador do Direito Civil).
2.1. Atividade interpretativa a partir da CF/88
2.2. Constitucionalização e publicização: distinções necessárias
2.3. Fim da summa divisio
2.4. Movimento de repersonalização do Direito Civil
2.5. O Direito Civil mínimo (intervenção mínima do Estado na relação privada). A questão das formalidades e rele-
vância do cumprimento da norma X autonomia privada (ex: concubinato, testamento).
Limites entre a autonomia privada (liberdade de autodeterminação) e a intervenção estatal no Direito Civil (Direito
Civil-Constitucional).

Art. 14, Código Civil: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.”

Aplicação prática:
(XL Concurso MP/MG) Dissertação: Em poucas linhas, elabore dissertação, respondendo à seguinte pergunta: “O
Direito Civil está em crise?”

3. O Código Civil de 2002 e os seus paradigmas (diretrizes): eticidade, operabilidade e socialidade (BOBBIO e Da
estrutura à função).

Aplicação prática:
(TJ/GO, 06) De acordo com os dizeres de CRISTIANO CHAVES DE FARIAS e NELSON ROSENVALD, “o Código Civil de
2002 persegue três grandes paradigmas: a socialidade, a eticidade e a operabilidade”. Discorra sobre o significa-
do de cada um destes “paradigmas” e sobre a sua aplicabilidade no Direito das Obrigações.

4. A distinção entre as cláusulas gerais e os conceitos jurídicos indeterminados. Normas de conteúdo aberto e o
CC02.
Ex: boa-fé objetiva (CC 422) e autodeterminação do corpo humano (CC 13).

Art. 13, Código Civil: “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.”

Art. 422, Código Civil: “Os contratantes são obrigados guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.”

4. A incidência direta dos direitos fundamentais nas relações privadas. Eficácia horizontal dos direitos fundamen-
tais. STF, RE 201.819/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes (o caso da associação dos compositores).
Limites entre a eficácia dos direitos fundamentais e a autonomia privada.

5. A aplicação direta dos direitos sociais nas relações privadas. Eficácia horizontal dos direitos sociais.
A cláusula de reserva do possível (STF, ADPF 45/DF).
O estado de coisas inconstitucional (STF, Ac. Tribunal Pleno, ADPF 347/DF, rel. Min. Marco Aurélio, j. 9.9.15):
bloqueio generalizado no exercício de direitos fundamentais.

STJ 302: “É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segu-
rado.”

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“Assim, logo após o período previsto no próprio contrato de remissão, o dependente pode assumir a titularidade
do negócio e lhe imprimir continuidade (STJ, Ac. 3ª T., REsp. 1.457.254/SP, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j.
12.4.2016, DJe 18.4.2016).

STJ 364: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas
solteiras, separadas e viúvas.”

Aplicação prática:

(MPF/05) Constitucionalização e personalização do Direito Civil. Esboço histórico e fontes. A eficácia privada dos
direitos fundamentais.

Tratados internacionais que versam sobre direitos humanos e forma aprovados na forma da EC 45: Convenção de
Nova Iorque (Decreto Legislativo 186/08).

Tratados internacionais que não versam sobre direitos humanos: prevalência da norma especial interna. Ex: afas-
tamento da Convenção de Varsóvia para aplicação do CDC, STJ, REsp. 169.000/RJ.

Tratados e convenções internacionais que versam sobre direitos humanos, mas não foram aprovados na forma da
EC 45. A eficácia supralegal das normas do Direito Civil (STF, RE 466.343/SP e STF, HC 87.585/TO).
Súmula Vinculante STF 25: “É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A
MODALIDADE DO DEPÓSITO”. Revogação da Súmula 619, STF.

7. A interpretação das normas do Direito Civil (normas gerais) e a possibilidade de diálogo das fontes (diálogo de
conexão ou complementaridade). Afastamento episódico da prevalência da especialidade.

Ex: Direito do Trabalho e no Direito do Consumidor.


A questão do diálogo com o novo Código de Processo Civil (normas materiais e influências).
o

Art. 5 nCPC: “Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.“

8. Interpretação do Direito Civil: regras e princípios

8.1. Colisão entre norma-regra e norma-princípio: a interpretação conforme a Constituição e controle de constitu-
cionalidade em concreto (CC 422 e 448 – a questão da boa-fé objetiva como princípio geral)

8.2. Colisão entre norma-princípio e norma-princípio: a técnica da ponderação de interesses (proporcionalidade


como técnica).

STJ, REsp.226.436/PR, rel. Min. Sálvio Figueiredo Teixeira; STF, RE 363.889/DF, rel. Min. Dias Toffoli. (relativiza-
ção da coisa julgada na ação de reconhecimento de filhos);

STJ 309: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo”.

nCPC 528.

8.3. Colisão entre norma-regra e norma-regra: a utilização dos clássicos métodos hermenêuticos. A excepcional
possibilidade de derrotabilidade (defeseability) da norma-regra.

STJ, REsp 799.431/MG (reprovação de aluno com nota 7.955 ao invés da nota mínima – 8.0)

STF, ADIn 2240/BA (caso criação do municipio Luís Eduardo Magalhães)

9. A Aplicação do Direito Civil e os desacordos morais razoáveis. Impossibilidade de negação de direitos funda-
mentais. ( STF, Tribunal Pleno, RE 845.779/SC, rel. Min. Luís Roberto Barroso).

O tratamento dedicado ao aborto na jurisprudência superior:

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STF, ADPF 54/DF, rel. Min. Marco Aurélio (aborto de feto anencefálico)

STF, Ac. 1ª T., HC 124.306/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, j. 29.11.2016 (aborto até o terceiro mês)

STJ, Ac. unân. 3ª T., REsp. 1.467.888/GO, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 20.10.16, DJe 25.10.16 (abuso do direito
em requerer a impossibilidade de aborto no caso de body-stalk)

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