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Variação da Capacidade de Carga de Estacas Pré-Moldadas Cravadas ao

Longo de uma Linha de Transmissão


Load Capacity Variation of Pre-shaped Piles Mechanical Seamed Cuttings a Overhead
Transmission Line
Crysthian Purcino Bernardes Azevedo
Mestre, Doutorando e Professor Substituto Departamento de Engenharia de Estruturas UFMG
Rua Wups de Oliveira, 375/302 – Tirol – Belo Horizonte

Resumo
As variáveis que afetam o comportamento das fundações são, dentre outras, as propriedades mecânicas
dos solos, os métodos de ensaios e análise de resultados, os modelos de comportamento, a interação solo-
estrutura, etc. A consolidação de uma metodologia universal para determinação da capacidade de carga de
fundações é um desafio. Atualmente, são utilizados alguns métodos para determinação da capacidade de
carga de fundações em estacas que serão apresentados, discutidos e comparados neste artigo mostrando
suas características positivas e negativas. A variabilidade destes valores tomados em um único local bem
como a grande variabilidade se tomados solos de diferentes características ao longo de uma Linha de
Transmissão (LT) será apresentada no intuito de alertar o meio técnico para a grande necessidade de
aplicarmos conceitos de confiabilidade na definição destes valores. O conceito da carga admissível,
baseada num fator de segurança global e obtida pela experiência, vem sendo substituídos por conceitos de
carga característica, baseada na aplicação de fatores de segurança parciais. Mas, ainda muito pouco
utilizado em engenharia de fundações, pelo menos não tanto como se deveria. O que mais se encontra são
estudos sobre confiabilidade em fundações de edificações. Este fato é um grande motivador para este
passo inicial de pesquisa em confiabilidade de fundações de LTs. O foco principal deste trabalho é analisar
a aleatoriedade da capacidade de carga de estacas pré-moldadas ao longo do traçado de uma Linha de
Transmissão (LT). Esta variação aqui apresentada será função tanto da heterogeneidade dos tipos de solos
observada através de várias sondagens realizadas ao longo de diversas LTs e associada a estas de
diversas metodologias empregadas no meio técnico para obtenção da capacidade de carga das estacas.
Palavras-chaves: sondagens SPT; métodos de cálculo de capacidade de carga a tração; estacas pré-moldadas de
concreto; projeto de fundações de Linhas de Transmissão.

Abstract
The variables that affect the behavior of the foundations are, among others, the mechanical properties of
soils, methods of testing and results analysis, models of behaviour, soil-structure interaction, etc. The
consolidation of a universal methodology to determine the load capacity of foundations is a challenge.
Currently, some methods are used in order to determine the load capacity of pile foundations those methods
will be presented, discussed and compared in this article showing its positive and negative characteristics.
The variability of these values taken in a single location as well as the large variability if taken at different
soils characteristics along a transmission line (TL) will be presented in order to alert the technical area to the
great need to apply concepts of reliability during the definition of these values. The concept of permissible
load, based on a factor of global security and obtained by experience, has been replaced by concepts of
characteristics load, based on application of partial security factors. But still very little used in foundation
engineering, at least not as much as they should. There are more reliability studies for buildings foundations.
This fact is a great motivator for this initial step of research on reliability of transmission line foundations. The
main focus of this work is to analyze the randomness of load capacity of pre-shaped piles through a
transmission line. This variation presented here will be a function of both the heterogeneity soil types
observed through various polls conducted along of several TLs and associated with these various
methodologies used in technical area to obtain the load capacity of piles
Keywords: polls SPT; methods of calculation of the load capacity; cuttings pre-shaped concrete foundations of design
of lines.
ANAIS DO 52º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2010 – 52CBC0087 1
1 Introdução
As variáveis que afetam o comportamento das fundações são, dentre outras, as
propriedades mecânicas dos solos, os métodos de ensaios e análise de resultados, os
modelos de comportamento, a interação solo-estrutura, etc. Associadas a estas variáveis
existem incertezas cuja identificação é importante. Estas incertezas podem ser
classificadas como: físicas, estatísticas, de modelagem, erro humano, de avaliação e de
medição. A consolidação de uma metodologia universal para determinação da capacidade
de carga de fundações é um desafio. Atualmente, são utilizados alguns métodos para
determinação da capacidade de carga de fundações em estacas que serão apresentados,
discutidos e comparados neste artigo mostrando suas características positivas e
negativas. A variabilidade destes valores tomados em um único local bem como a grande
variabilidade se tomados solos de diferentes características ao longo de uma Linha de
Transmissão (LT) será apresentada no intuito de alertar o meio técnico para a grande
necessidade de aplicarmos conceitos de confiabilidade na definição destes valores. O
conceito da carga admissível, baseada num fator de segurança global e obtida pela
experiência, vem sendo substituídos por conceitos de carga característica, baseada na
aplicação de fatores de segurança parciais. Mas, ainda muito pouco utilizado em
engenharia de fundações, pelo menos não tanto como se deveria.

No campo da confiabilidade, a engenharia geotécnica é a que menos se desenvolveu em


relação às outras engenharias (mecânica, estrutural, aeronáutica, etc). Esta dificuldade na
evolução está vinculada à variabilidade dos sistemas e dos materiais estudados na
mecânica dos solos. Entretanto, é nesta área que se utiliza uma variável importante na
avaliação dos ensaios in situ: a escala de flutuação, variável espacial de determinada
propriedade envolvida no projeto.

Ainda é pouca a bibliografia sobre confiabilidade em fundação. O que mais se encontra


são estudos sobre confiabilidade em fundações de edificações. Este fato é um grande
motivador para este passo inicial de pesquisa em confiabilidade de fundações de LTs. O
foco principal deste trabalho é analisar a aleatoriedade da capacidade de carga de
estacas pré-moldadas ao longo do traçado de uma Linha de Transmissão (LT). Esta
variação aqui apresentada será função tanto da heterogeneidade dos tipos de solos
observada através de várias sondagens realizadas ao longo de diversas LTs e associada
a estas de diversas metodologias empregadas no meio técnico para obtenção da
capacidade de carga das estacas.

2 Justificativa
O foco principal deste trabalho é analisar a aleatoriedade da variável resistência com a
introdução do estudo da confiabilidade na engenharia de fundações, que ainda é utilizado
aquém de suas possibilidades, principalmente para fundações de LTs. O conceito da
carga admissível, baseada num fator de segurança global e obtida pela experiência, vem
sendo substituídos por conceitos de carga característica, baseada na aplicação de fatores
de segurança parciais.

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Um problema vivido na engenharia de fundações é a falta de unanimidade normativa. Não
há uma metodologia universal de projeto de fundações, pois em cada país, e até dentro
de um mesmo país, existem conceitos que não são unânimes para a comunidade técnica.
O mesmo é observado em relação aos métodos de avaliação da capacidade de carga
onde vários autores apresentam uma formulação abseada na experiência adquirida ao
longo de anos e de resultados de ensaios.

Portanto, a verificação da variabilidade encontrada nesta formulações e a adoção de uma


formulação composta de vários métodos existentes na literatura e verificada após
constatação de resultados de ensaios de campo é o objetivo maior deste estudo que será
detalhado nos próximos itens.

3 Dimensionamento geotécnico: capacidade de carga e carga


admissível
3.1 Generalidades
Estacas são fundações profundas, executadas por meio de equipamentos e processos
apropriados. Uma fundação profunda é aquela que se apoia em camada profunda do
subsolo. As estacas cravadas de concreto pré-moldado fruto do presente estudo são
denominadas estacas de deslocamento cuja execução provoca o deslocamento do solo
adjacente e subjacente, ou seja, sua compressão (estado passivo) com provável ganho
de resistência, comparada à sua condição inicial (estado de repouso). Naturalmente,
estas estacas em igualdade de condições (mesmo solo, mesmo comprimento e mesmo
diâmetro) apresentam maior capacidade de carga quando comparadas às estacas
escavadas. Mas, entretanto são menos ecologicamente corretas devido a ruídos e
vibrações inerentes ao seu processo executivo (cravação) e têm sido menos utilizadas em
áreas urbanas, porém em LTs ainda muito empregadas.

As estacas pré-moldadas de concreto são constituídas por elementos pré-fabricados que


são cravados no terreno por meio de bate-estacas possuindo martelo de queda livre,
deslocável em torre, capaz de cravar a estaca por meio de golpes sobre um capacete
posicionado no seu tôpo. As estacas de concreto são disponíveis e diversos diâmetros e
comprimentos, de acordo com catálogos fornecidos pelos fabricantes, onde informações
adicionais, como máxima carga estrutural admissível, armação, fck são também
fornecidos. O processo executivo consiste na cravação no solo dos elementos da estaca
por meio de golpes sucessivos do pilão do bate estacas sobre a cabeça da estaca que é
protegida por um capacete especial. Este capacete além da função de amortecimento do
golpe serve de fixação e guia da estaca durante a cravação prendendo-se à torre do
equipamento. Quando necessárias são executadas as emendas por solda entre dois
elementos.

As principais vantages são: (i) concreto de excelente qualidade; (ii) possibilidade de


alcançar comprimentos elevados; (iii) custo competitivo; (iv) possibilidade de cravação
através de lâmina d’água.

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As estacas de concreto não são indicadas quando camadas espessas muito resistentes,
ou com pedregulhos, ou com matacões devam ser atravessadas devido à grande chance
de se quebrarem durante a cravação. As principais desvantagens destas estacas são: (i)
necessidade de transporte e estocagem; (ii) elevadas perdas de materiais decorrentes de
sobras causadas por comprimentos prefixados dos elementos adquiridos; (iii) perdas de
material por quebra no manuseio e cravação.

A resistência à compressão de uma fundação profunda é determinada por duas parcelas,


uma devida ao atrito lateral do solo adjacente e outra por resistência de ponta do solo
subjacente. Sabendo-se que as resistências do tipo passivas são sempre superiores às
em repouso e, estas também superiores às ativas, conclui-se que para uma mesma
condição de solo, comprimento e dimensão, as estacas cravadas apresentam maior
capacidade de carga que as em repouso e as escavadas.

3.2 Capacidade de carga


A capacidade de carga de uma fundação profunda, interpretada como a soma de uma
resistência por atrito lateral mais uma resistência de ponta é definida como a máxima
carga que a fundação pode suportar. Desta forma:

Qu =Qlu + Q pu (Equação 1)

Onde:

Qu é a capacidade de carga da estaca;


Qlu é a capacidade de carga por atrito lateral;
Qpu é a capacidade de carga por resistência de ponta.

A máxima carga que uma fundação profunda pode suportar corresponderá à sua carga de
ruptura física, assim entendida como a máxima carga para a qual não se consegue mais
nenhum incremento, com ocorrência contínua e insessante de deformações, ou
analogamente às fundações diretas (ou rasas), uma resistência convencional definida por
uma deformação não mais julgada aceitável. Costuma-se admitir esta deformação como
sendo 10% do diâmetro da fundação, no caso de cravada ou escavada em solos argilosos
e, de até 30% no caso de fundações escavadas em solos arenosos.

3.3 Carga admissível


A carga admissível de uma fundação profunda segue os mesmos princípios já discutidos
para fundações diretas, ou seja, devem ser observados os critérios de ruptura e recalque.
Sua determinação pode ser feita também pelos processos teóricos, consistindo no
cálculo, por uma das fósmulas teóricas disponíveis, da capacidade de carga da fundação
e de seu recalque, para que através dos critérios acima mencionados de ruptura e
recalque, possa ser estabelecida a carga admissível. Entretanto, na prática corrente, tem
sido muito mais empregadas as denominadas fórmulas semi-empíricas que permitem o
cálculo direto da carga admissível, com base em correlações diversas disponíveis, fruto
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da experiência acumulada no estudo do comportamento das várias fundações já
executadas, bem como, em provas de carga para comprovação.

3.4 Formulação semi-empírica


Diversas fórmulas semi-empíricas são utilizadas na prática corrente de projeto de
fundações. Neste trabalho as convenções apresentadas na Tabela 1 serão utilizadas.

Tabela 1 – Convenções
Descrição Convenção
Argila Siltosa ARGS
Argila Arenosa ARGA
Silte Argiloso SAG
Silte Arenoso SAR
Areia Argilosa AREA
Areia Siltosa ARS
Areia ARE
Areia com Pedregulhos ARP
Comprimento da Estaca L
Perímetro da Estaca P
Diâmetro da Ponta da Estaca dp
Área da ponta da Estaca sp
Capacidade de Carga Total da Estaca Qu
Capacidade de Carga por Atrito Lateral Qlu
Capacidade de Carga por Resistência de Ponta Qpu
Carga Admissível na Estaca Qadm
Número de golpes SPT N
Intervalo de medição do SPT nas sondagens l
(usualmente 1,00m)

3.4.1 Fórmula de Pedro Paulo Costa Velloso (Velloso, 1979)

As formulações propostas por (Velloso, 1979) são as seguintes:

Qu =Qlu + Q pu (Equação 2)
Qu
Qadm = (Equação 3)
2,5
Onde FS = 2,5 é o fator de segurança definido pelo autor da fórmula.

Nesta teoria a capacidade de carga por atrito lateral é obtida pela seguinte equação:

α l × λl × p × L
Qlu = (Equação 4)
(L − 1)∑ ( f S × l )
E a capacidade de carga por resistência de ponta obtida pela Equação 5:
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[
Q pu =α p × λ p × β × sp × 0,5 × (q p )med .acima + (q p )med .abaixo ] (Equação 5)

Onde:

fS é a adesão solo-estaca;
Σ(fSxl) é a soma dos valores de atrito lateral calculados ao longo do fuste da estaca;
l é o comprimento da estaca com adesão fS;
αl, αp, λl, λp são parâmetros apresentados nas Tabelas 2 e 3 a seguir e β é calculado
através da Equação 6.

dp
β =1,016 − 0,016 × (Equação 6)
dc
Onde dc = 3,6cm é o diâmetro do cone holandês.

qp é a resistência do solo na ponta da estaca, os quais são determinados por:


- (qp)med.acima é a média dos valores qp calculada em um intervalo 8dp acima da
ponta da estaca.
- (qp)med.abaixo é a média dos valores qp calculada em um intervalo 3,5dp abaixo da
ponta da estaca.
Tabela 2 – Valores dos parâmetros αL e αp
Tipo de Estaca αL αp
Pré-moldada (concreto ou aço) 1,00 1,00
Franki 1,00 1,00
Hélice contínua 0,85 0,50
Escavadas sem revestimento 0,50 0,50
Escavadas com revestimento ou lama 0,70 0,50
Raíz 0,90 0,50

Tabela 3 – Valores dos parâmetros λL e λp


Tipo de Esforço λL λp
Compressão 1,00 1,00
Tração 0,75 0,00

3.4.2 Fórmula de Aoki-Velloso (Aoki & Velloso, 1975)

As formulações propostas por (Aoki & Velloso, 1975) são as seguintes:

Qu =Qlu + Q pu (Equação 7)
Qu
Qadm = (Equação 8)
2,0
Onde FS = 2,0 é o fator de segurança definido pelos autores da fórmula.

Nesta teoria a capacidade de carga por atrito lateral é obtida pela seguinte equação:
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 p×L 
Qlu =   × ∑( fS × l) (Equação 9)
 (L − 1) × F1

E a capacidade de carga por resistência de ponta obtida pela Equação 10:

 sp 
Q pu = × qp (Equação 10)
 F2

Onde:

q p =K × N (Equação 11)
f S =α × K × N (Equação 12)

Σ(fSxl) é a soma dos valores (α x K x N), calculados ao longo do fuste da estaca. A


resistência de ponta é calculada com o SPT correspondente à ponta da estaca.
Recomenda-se a favor da segurança que se N for superior a 40 utilize-se N = 40.

α, K, F1, F2 são parâmetros apresentados nas Tabelas 4 e 5 a seguir.


Tabela 4 – Valores dos parâmetros F1 e F2
Tipo de Estaca F1 F2
Pré-moldada (concreto ou aço) 3,50 1,75
Franki 5,00 2,50
Hélice contínua 4,00 2,00
Escavadas sem revestimento 6,00 3,00
Escavadas com revestimento ou lama 5,00 3,00
Raíz 4,00 2,00

Tabela 5 – Valores dos parâmetros α e K


Tipo de Solo α (%) K (kN/m2)
ARGS 4,00 220,0
ARGA 2,40 350,0
SAG 3,40 230,0
SAR 2,20 550,0
AREA 3,00 600,0
ARS 2,00 800,0
ARE 1,40 1000,0
ARP 1,40 1000,0

3.4.3 Fórmula de Decourt-Quaresma (Decourt & Quaresma, 1978)

As formulações propostas por (Decourt & Quaresma, 1978) são as seguintes:


Qu =Qlu + Q pu (Equação 13)
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Qlu Q pu
Qadm = + (Equação 14)
1,3 4,0

Onde: FSlu = 1,3 é o fator de segurança imposto à capacidade de carga por atrito lateral e
FSpu = 4,0 é o fator de segurança imposto à capacidade de carga por resistência de ponta
definido pelos autores da fórmula. Ou seja, o atrito mobiliza e a ponta trabalha pouco.

Nesta teoria a capacidade de carga por atrito lateral é obtida pela seguinte equação:

 L 
Qlu = p ×  × ∑( fS ×l) (Equação 15)
 (L − 1) 

E a capacidade de carga por resistência de ponta obtida pela Equação 16:

Q pu = sp × q p (Equação 16)

Onde:

q p =α × K × N (Equação 17)
 N 
f S =  β ×  + β  (Equação 18)
 3 

α, β e K são parâmetros apresentados nas Tabelas 6 e 7 a seguir.

A resistência de ponta deve ser calculada como a média entre o valor da ponta, um metro
acima e um metro abaixo. Recomenda-se que se N for menor que 3 utilize-se 3 e, se
maior que 40 utilize-se 40.
Tabela 6 – Valores do parâmetro K
Tipo de Solo K (kN/m2)
ARGS 110,0
ARGA 120,0
SAG 200,0
SAR 250,0
AREA 350,0
ARS 350,0
ARE 400,0
ARP 400,0

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Tabela 7 – Valores dos parâmetros α e β
Tipo de ARGS ARGA SAG SAR AREA ARS ARE ARP
Estaca α β α β α β α β α β α β α β α β
Pré-moldada 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
(concreto ou aço)
Franki 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Hélice contínua 0,85 1,00 0,85 1,00 0,60 1,00 0,60 0,90 0,50 0,80 0,50 0,80 0,50 0,70 0,50 0,70
Escavadas sem 0,85 0,80 0,85 0,80 0,60 0,65 0,60 0,65 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
revestimento
Escavadas com
revestimento ou 0,85 0,90 0,85 0,90 0,60 0,75 0,60 0,75 0,50 0,60 0,50 0,60 0,50 0,60 0,50 0,60
lama
Raíz 0,85 1,30 0,85 1,30 0,60 1,20 0,60 1,20 0,50 1,10 0,50 1,10 0,50 1,00 0,50 1,00

3.4.4 Fórmula de Teixeira (Teixeira, 1996)

As formulações propostas por (Teixeira, 1996) são as seguintes:

Qu =Qlu + Q pu (Equação 19)


Qlu Q pu
Qadm = + (Equação 20)
1,5 4,0
Q
Qadm = u (Equação 21)
2,0

Onde: para estacas cravadas em geral se aplica a Equação 20 com FSlu = 1,5 sendo o
fator de segurança imposto à capacidade de carga por atrito lateral e FSpu = 4,0 é o fator
de segurança imposto à capacidade de carga por resistência de ponta definido pelos
autores da fórmula. Ou seja, o atrito mobiliza e a ponta trabalha pouco. E no caso de
estacas raíz aplica-se a Equação 21 e como FS adota-se 2,0.

Nesta teoria a capacidade de carga por atrito lateral é obtida pela seguinte equação:

Qlu = p × L × f S (Equação 22)

E a capacidade de carga por resistência de ponta obtida pela Equação 23:

Q pu = sp × q p (Equação 23)

Onde:
q p =0,5 × [(α × N )med .acima + (α × N )med .abaixo ] (Equação 24)
f S =[β × Ns médio ] (Equação 25)

Nsmédio é a média dos valores de NSPT ao longo do fuste da estaca.


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(αxN)med.acima é a média dos valores (αN) calculada em um intervalo (4dp) acima da ponta
da estaca.
(αxN)med.abaixo é a média dos valores (αN) calculada em um intervalo (dp) abaixo da ponta
da estaca.

Recomenda-se que se N for maior que 40 utilize-se 40.

α e β são parâmetros apresentados na Tabela 8 a seguir.


Tabela 8 – Valores dos parâmetros α e β
Tipo β Tipo de Solo
de (kN/m2) α (kN/m2)
Estaca ARGS ARGA SAG SAR AREA ARS ARE ARP
Pré-moldada 4,0 110,0 210,0 160,0 260,0 300,0 360,0 400,0 440,0
(concreto ou aço)
Franki 5,0 100,0 160,0 120,0 210,0 240,0 300,0 340,0 380,0
Hélice contínua 4,0 100,0 130,0 110,0 160,0 200,0 220,0 270,0 310,0
Escavadas sem 4,0 100,0 130,0 110,0 160,0 200,0 220,0 270,0 310,0
revestimento
Escavadas com 110,0 160,0 200,0 220,0 270,0 310,0
revestimento ou 4,0 100,0 130,0
lama
Raíz 6,0 100,0 140,0 110,0 160,0 190,0 220,0 260,0 290,0

3.4.5 Fórmula de Alonso (Alonso, 1996)

As formulações propostas por (Alonso, 1996) são as seguintes:

Qu =Qlu + Q pu (Equação 26)


Qu Q
Qadm = ou lu , considerar a que for menor (Equação 27)
2,0 0,8

Nesta teoria a capacidade de carga por atrito lateral é obtida pela seguinte equação:

Qlu = 0,662 × p × L × f S (Equação 28)

E a capacidade de carga por resistência de ponta obtida pela Equação 29:

Q pu = sp × q p (Equação 29)

Onde:

q p =0,5 × [(β × N )med .acima + (β × N )med .abaixo ] (Equação 30)


f S =[α × Ns médio ] (Equação 31)
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Nsmédio é a média dos valores de NSPT ao longo do fuste da estaca.
(αxN)med.acima é a média dos valores (βN) calculada em um intervalo (8dp) acima da ponta
da estaca.
(αxN)med.abaixo é a média dos valores (βN) calculada em um intervalo (3dp) abaixo da ponta
da estaca.

Recomenda-se que se N for maior que 40 utilize-se 40.

α e β são parâmetros apresentados na Tabela 9 a seguir.


Tabela 9 – Valores dos parâmetros α e β
Tipo α Tipo de Solo
de (kN/m2) β (kN/m2)
Estaca ARGS ARGA SAG SAR AREA ARS ARE ARP
Pré-moldada 6,70 100,0 100,0 150,0 150,0 200,0 200,0 200,0 200,0
(concreto ou aço)
Franki 6,70 100,0 100,0 150,0 150,0 200,0 200,0 200,0 200,0
Hélice contínua 6,50 100,0 100,0 150,0 150,0 200,0 200,0 200,0 200,0
Escavadas sem 5,60 100,0 100,0 150,0 150,0 200,0 200,0 200,0 200,0
revestimento
Escavadas com 5,90 100,0 100,0 150,0 150,0 200,0 200,0 200,0 200,0
revestimento ou
lama
Raíz 8,70 100,0 100,0 150,0 150,0 200,0 200,0 200,0 200,0

No caso em que medições de torque estiverem disponíveis (Ensaios SPTT) a fósrmula de


Alonso se escreve:

Qlu = α × p ×L × f S méd (Equação 32)

Onde:

fsméd é a média das adesões fs ao longo do fuste da estaca (comprimento L) e fs obtido na


Equação 33.

100 × Tmáx
fs = [kN/m2] (Equação 33)
(0,42 × h − 0,032)
Onde h é a penetração do amostrador em centímetros.

Na obtenção do torque mínimo (Tmín) neste ensaio, para o cálculo da resistência de ponta
faz-se N=Tmín e calcula-se pela Equação 34:

Q pu = sp × 0,5 × [(β × Tmín )med .acima + (β × Tmín )med .abaixo ] (Equação 34)

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Onde:

(βxTmín)med.acima é a média dos valores (βxTmín) calculada em um intervalo (8dp) acima da


ponta da estaca.
(βxTmín)med.abaixo é a média dos valores (βxTmín) calculada em um intervalo (3dp) abaixo da
ponta da estaca.

A resistência de ponta é calculada pela Equação 29 quando se conhece o valor de Tmín.


Recomenda-se que se Tmín for superior a 0,40kN.m utilize-se Tmín = 0,40kN.m.

3.4.6 Fórmula dos Coeficientes Médios (Silveira, 2003)

O autor desta formulação estabeleceu uma fórmula correspondente a uma avaliação


média entre os diversos processos apresentados anteriormente. As formulações
propostas por (Silveira, 2003) são as seguintes:

Qu =Qlu + Q pu (Equação 35)


Qu
Qadm = , para estacas cravadas (Equação 36)
2,0
Q Q
Qadm = u ou lu , considerar a que for menor (Equação 37)
2,0 0,8

Nesta teoria a capacidade de carga por atrito lateral é obtida pela seguinte equação:

Qlu = p × L × f S (Equação 38)

Onde:

fs é a adesão média ao longo do fuste da estaca definido pela Equação 39.

fs =
∑ (C S × N)
(Equação 39)
(L − 1)
Onde:

Cs são os coeficientes médios de atrito lateral (Tabela 10); e


Σ(CsxN) é o somatório dos produtos (CsxN) ao longo do fuste da estaca.

E a capacidade de carga por resistência de ponta obtida pela Equação 40:

Q pu = sp × q p (Equação 40)

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Onde:
[
q p =0,5 × (C p × N )med .acima + (C p × N )med .abaixo ] (Equação 41)
Onde:
Cp são os coeficientes médios de ponta (Tabela 10)

(CpxN)med.acima é a média dos valores (CpxN) calculada em um intervalo (5dp) acima da


ponta da estaca.
(CpxN)med.abaixo é a média dos valores (CpxN) calculada em um intervalo (5dp) aabaixo da
ponta da estaca.

Recomenda-se que se N for maior que 40 utilize-se 40 e se for menor que 3 utilize-se 3.
Os valores Cs e Cp são parâmetros apresentados na Tabela 10 a seguir expressos em
kN/m2.
Tabela 10 – Valores dos parâmetros Cs e Cp
Tipo de ARGS ARGA SAG SAR AREA ARS ARE ARP
Estaca Cs Cp Cs Cp Cs Cp Cs Cp Cs Cp Cs Cp Cs Cp Cs Cp
Pré-moldada 4,5 125,1 4,4 160,0 4,6 169,1 5,0 249,3 5,4 299,8 5,3 341,4 4,5 395,9 4,5 403,9
(concreto ou aço)
Franki 4,6 115,4 4,6 139,7 4,7 152,4 5,1 222,9 5,5 269,8 5,4 306,8 4,6 356,0 4,6 364,0
Hélice contínua 4,1 92,1 4,1 106,7 4,2 111,7 4,5 155,9 4,7 185,6 4,6 206,3 3,8 241,5 3,8 245,5
Escavadas sem 3,3 92,1 3,3 106,7 3,2 111,7 3,4 155,9 3,5 185,6 3,4 206,3 3,0 241,5 3,0 245,5
revestimento
Escavadas com 245,5
revestimento ou 3,7 92,1 3,7 106,7 3,6 111,7 3,9 155,9 4,1 185,6 4,0 206,3 3,5 241,5 3,5
lama
Raíz 5,5 92,1 5,5 106,7 5,6 111,7 5,7 155,9 6,0 185,6 5,9 206,3 5,1 241,5 5,1 245,5

4 Variação da Capacidade de Carga em Estacas Pré-Moldadas ao


Longo de uma LT
4.1 Generalidades
Importante neste ponto evidenciar e destacar a variabilidade existente entre os métodos
utilizados para determinação da capacidade de carga. Além do mais, ao longo de um
perfil de sondagem percebe-se a variabilidade existente nas camadas de solo ao longo da
profundidade. A grande variabilidade prejudica qualquer padronização de tipos de solo e
parâmetros de resistência, pois para cada valor de NSPT temos valores correspondentes
para peso específico do solo – γsolo, intercepto de coesão (c) e ângulo de atrito (φ), obtidos
de correlações. O problema desta variabilidade é aumentado no caso de Linhas de
Transmissão devido à grande variabilidade de tipos de solos ao longo de um traçado.

4.2 Sistema Elétrico Mato Grosso do Sul – Estudo de Caso


Com a indicação de novos cenários de expansão da oferta de energia para o Estado do
Mato Grosso do Sul com base em médias e pequenas hidrelétricas e termelétricas à
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biomassa, tornou-se necessária a expansão desse sistema de transmissão, que permitam
o escoamento da oferta, atendendo aos critérios definidos pelo planejamento da
transmissão.

As LTs em 138, 230 e 440kV Inocência – Chapadão, Inocência – Ilha Solteira, Chapadão
– Imbirussú, Imbirussí – Sidrolândia, Santa Luzia I – Santa Luzia II, Santa Luzia II –
Eldorado, Rio Brilhante – Santa Luzia II, Anastácio – Sidrolândia e Chapadão – Paranaíba
perfazem juntas mais de 1.500 quilômetros. Na construção deste empreendimento foram
executadas 948 sondagens à percussão e este estudo levou em consideração os valores
de NSPT de cada camada, totalizando 8.813 observações analisadas.

A variabilidade encontrada é visualizada claramente nos histogramas da Figura 1


construídos para verificação das resistências por camadas de solo. Destaque para os
histogramas a 5, 10 e 15 metros de profundidade pois nestas cotas foram assentadas as
estacas ensaiadas. Ao longo do percurso foram executadas 25 provas de carga em
estacas pré-moldadas de concreto com seção quadrada de lado 26,5 centímetros, sendo
7 delas com estacas a 5,00 metros de profundidade, 10 com estacas a 10,00 metros de
profundidade e 8 com estacas a 15,0 metros de profundidade.

A região da torre 3S da LT 230kV Chapadão – Inocência serviu de local da maior


quantidade de estes por apresentar características de solo compatíveis com as piores
situações do traçado. Nesta região foram executadas 15 provas de carga (5 ensaios a 5,0
metros, 5 ensaios a 10,0 metros e 5 ensaios a 15,0 metros). Os valores encontrados
nestas provas de carga bem como seus valores médios são apresentados a seguir na
Tabela 11.
Tabela 11 – Valores das capacidades de carga de estacas
Profundidade (m) Q (kN) Qmédio (kN)
142,34
144,23
5,0 145,80 143,88
145,72
141,29
321,53
322,32
10,0 324,35 323,32
323,64
324,75
788,98
787,85
15,0 786,93 789,47
792,84
790,77

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Tabela 12 – Comparativo mostrando variabilidade de cargas admissíveis para a sondagem da torre 3S
RESULTADOS - CARGA ADMISSIVEL
PROF. CARGA ADMISSÍVEL (Qadm) - (kN)
NSPT MATERIAL
(m) P.P.C.V. D. - Q. A. - V. A.H.T. U.R.A. SILVEIRA
1 3 AREA 16,74 14,05 36,12 21,07 0,00 17,59
2 5 AREA 47,09 55,44 68,37 55,88 17,63 48,88
3 5 AREA 79,06 83,41 82,00 71,75 47,02 72,65
4 5 AREA 102,66 109,57 95,63 82,35 65,67 91,18
5 7 AREA 131,85 131,77 133,33 103,48 84,45 116,98
6 5 AREA 151,49 158,55 128,34 118,32 97,39 130,82
7 4 AREA 163,93 180,30 129,93 113,12 105,64 138,58
8 7 AREA 186,72 207,71 176,94 132,14 120,31 164,76
9 10 AREA 234,27 251,42 232,14 178,58 150,81 209,44
10 13 AREA 303,80 288,22 295,51 231,38 195,38 262,86
11 7 AREA 333,91 344,24 258,72 243,14 215,41 279,08
12 16 AREA 401,00 378,59 386,14 273,78 258,20 339,54
13 17 AREA 472,61 474,53 441,79 360,37 304,59 410,78
14 31 AREA 639,92 551,99 656,67 475,41 411,26 547,05
15 28 AREA 776,76 552,00 705,05 599,07 499,94 626,56

Ao compararmos os resultados obtidos pelas seis formulações apresentadas


anteriormente percebemos entre elas grande diferença de resultados. Por exemplo, a
15,0 metros de profundidade temos valores que vão de 499,94 até 776,76 (variação de
55%). Qual formulação utilizar? Neste local foram executados ensaios a fim de otimização
de volumes das fundações deste empreendimento. Os valores encontrados nestes
ensaios (Tabela 11) comparados aos valores das formulações existentes (Tabela 12)
provoca a sensação da necessidade de uma nova formulação.

4.3 Fórmula de Azevedo


Na execução das definições de fundações deste empreendimento o autor tinha a
disposição os resultados das 25 provas de carga e as 948 sondagens de simples
reconhecimento (SPT). De empreendimentos anteriores, percebe-se que nas provas de
carga executadas a resistência das fundações eram superiores às solicitações de cálculo.

A necessidade de volumes mais reduzidos em concorrências leva a um estudo


aprimorado para verificação dos conceitos aplicados para redução das dimensões. A
fórmula abaixo leva em consideração um aprimoramento utilizado neste projeto levando
em consideração as formulações de (Velloso, 1979), (Aoki & Velloso, 1975), (Decourt &
Quaresma, 1978), (Teixeira, 1996) e (Alonso, 1996). Aos resultados destas formulações é
feita uma média aritmética e este resultado é ponderado pelo coeficiente KP que é variável
com a profundidade. A Equação 42 abaixo é utilizada para determinação da capacidade
de carga da estaca e os valores de KP são apresentados na Tabela 13.

 QV + Q AV + Q DQ + QT + Q A 
Qadm = K P ×  (Equação 42)
 5 

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Onde:

QV é carga admissível na estaca obtida pela formulação de (Veloso, 1979);


QAV é carga admissível na estaca obtida pela formulação de (Aoki & Velloso, 1975);
QDQ é carga admissível na estaca obtida pela formulação de (Decourt & Quaresma,
1978);
QT é carga admissível na estaca obtida pela formulação de (Teixeira, 1996);
QA é carga admissível na estaca obtida pela formulação de (Alonso, 1996);
KP é o coeficiente de ponderação obtido na Tabela 13.

HISTOGRAMA - NSPTxINCIDÊNCIA - 1m HISTOGRAMA - NSPTxINCIDÊNCIA - 5m

400 250

350

200
300

250
150
IN C ID Ê N C IA
IN C ID Ê N C IA

200

100
150

100
50

50

0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55
NSPT NSPT

HISTOGRAMA - NSPTxINCIDÊNCIA - 10m HISTOGRAMA - NSPT x INCIDÊNCIA - GERAL

70 1600

1400
60

1200
50

1000
40
INC ID Ê N C IA

IN C ID Ê N C IA

800

30
600

20
400

10
200

0 0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65
NSPT NSPT

Figura 1 – Histogramas Incidência x NSPT a 1m, 5m, 10m, 15m e geral.

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Tabela 13 – Valores dos coeficientes KP
Profundidade (m) KP
0,00 – 1,00 0,90
1,00 – 2,00 1,10
2,00 – 7,00 1,20
7,00 – 20,00 1,25
20,00 – 30,00 1,30

Para a região da torre 3S apresentada a comparação entre os valores adotados pelas


formulações de (Velloso, 1979), (Aoki & Velloso, 1975), (Decourt & Quaresma, 1978),
(Teixeira, 1996) e (Alonso, 1996), com ensaios de campo e a formulação de Azevedo são
apresentadas da Tabela 14. A proximidade dos valores encontrados nos ensaios com os
resultados da aplicação da Equação 42 valida a teoria apresentada para o tipo de solo
arenoso estudado. Evidentemente, esta equação deve ser ampliada para mais resultados
de ensaios e tipos de solos.
Tabela 14 – Valores de carga admissíveis Torre 3S comparadas à formulação de Azevedo e ensaios de campo
RESULTADOS - CARGA ADMISSIVEL
PROF. NSPT MATERIAL CARGA ADMISSÍVEL (Qadm) - (kN)
(m) P.P.C.V. D. - Q. A. - V. A.H.T. U.R.A. ENSAIO AZEVEDO
1 3 AREA 16,74 14,05 36,12 21,07 0,00 - 15,83
2 5 AREA 47,09 55,44 68,37 55,88 17,63 - 53,77
3 5 AREA 79,06 83,41 82,00 71,75 47,02 - 87,18
4 5 AREA 102,66 109,57 95,63 82,35 65,67 - 109,41
5 7 AREA 131,85 131,77 133,33 103,48 84,45 143,88 140,37
6 5 AREA 151,49 158,55 128,34 118,32 97,39 - 156,98
7 4 AREA 163,93 180,30 129,93 113,12 105,64 - 166,30
8 7 AREA 186,72 207,71 176,94 132,14 120,31 - 205,95
9 10 AREA 234,27 251,42 232,14 178,58 150,81 - 261,80
10 13 AREA 303,80 288,22 295,51 231,38 195,38 323,32 328,57
11 7 AREA 333,91 344,24 258,72 243,14 215,41 - 348,85
12 16 AREA 401,00 378,59 386,14 273,78 258,20 - 424,43
13 17 AREA 472,61 474,53 441,79 360,37 304,59 - 513,47
14 31 AREA 639,92 551,99 656,67 475,41 411,26 - 683,81
15 28 AREA 776,76 552,00 705,05 599,07 499,94 789,47 783,20

5 Sumário e Conclusões
A prioridade deste trabalho foi analisar a variabilidade das cargas admissíveis tomadas
em projetos de fundações. Esta variação parte tanto das formulações como das
características geotécnicas determinantes dos parâmetros utilizados bem como dos
próprios resultados de sondagens ao longo de um traçado de Linhas de Transmissão.

O conceito da carga admissível, baseada num fator de segurança global e obtida pela
experiência, vem sendo substituídos por conceitos de carga característica, baseada na
aplicação de fatores de segurança parciais. Porém, o autor ressalta que ainda é muito
pouco diante das informações já disponíveis para um projeto de fundações de LTs. Uma
linha de transmissão é composta de várias fundações distribuídas em uma pequena,

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média ou grande extensão que implica quase sempre numa grande variabilidade de
parâmetros de solo.

Um problema vivido na engenharia de fundações é a falta de unanimidade normativa. Não


há uma metodologia universal de projeto de fundações, pois em cada país, e até dentro
de um mesmo país, existem conceitos que não são unânimes para a comunidade técnica.
No caso específico do Brasil ainda não existe uma norma para fundações de LTs (mesmo
levando em consideração conceitos de tensões admissíveis), sendo que atualmente
utilizam-se para fundações de LTs a mesma norma utilizada para edificações não levando
em consideração as especificidades do projeto de LTs. A inércia deste assunto na
engenharia de fundações se dá basicamente, pelo excesso de conservadorismo,
motivado pela grande responsabilidade envolvida e pelo custo proporcionalmente baixo
da fundação em relação às superestruturas. Porém, importante destacar que para
fundações de LTs isto muda, pois as fundações podem em certos casos compor até 50%
do custo total do empreendimento.

O autor diante de grande quantidade de ensaios já realizados em obras projetadas e da


utilização das formulações existentes traz através de uma proposta de formulação uma
contribuição para aprimoramento das expectativas de redução de volumes e avaliações
mais precisas das capacidades de cargas de fundações profundas em estacas pré-
moldadas.

6 Referências
ALONSO, U.R., 1996. Estacas Hélice Contínua com Monitoração Eletrônica. Previsão
da capacidade de Carga através de Ensaio SPTT, 3º Seminário de Engenharia de
Fundações Especiais e Geotecnia – São Paulo, Vol.II, pp 141-151.

AOKI, N. e VELLOSO, D., 1975. An approximate method to estimate the Bearing


Capacity of Piles – 5th Panamerican Conference on Soil Mechanics and Foundation
Engineering, Buenos Aires, Tomo I, pp 367-376.

DECOURT, L. e QUARESMA, R., 1978. Capacidade de Carga de Estacas a partir de


Valores do SPT, VI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia de
Fundações – Rio de Janeiro, pp 45-53.

SILVEIRA, J.E.S., 2003. Fundações Profundas – Estacas. Aspectos Executivos –


Dimensionamento Geotécnico. Apostila Curso de Especialização em Engenharia de
Estruturas. Escola de Engenharia. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte
- MG, 54p.

TEIXEIRA, A.H., 1996. Projeto e Execução de Fundações, 3º Seminário de Engenharia


de Fundações Especiais e Geotecnia – São Paulo, Vol.I, pp 33-50.

VELLOSO, P.P.C., O Problema da Estimativa do Comprimento de Fundações


Profundas com base em Sondagens de Reconhecimento à Percussão, Geotécnica,
(1979).
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