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Tribunal de Justiça

RIO GRANDE DO NORTE

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE
Tribunal de Justiça
RIO GRANDE DO NORTE

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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
Tribunal de Justiça
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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
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Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte

Agravo Interno em Apelação Cível n° 2013.019055-0/0001.00


Origem: Vara Única da Comarca de Almino Afonso/RN
Agravante: Abel Belarmino de Amorim Filho
Advogado: Pedro Fernandes de Queiroz Júnior
Agravado: Ministério Público
Relator: Desembargador Virgílio Macêdo Jr.

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO


INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. PRETENSÃO
DE REFORMA DA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE
NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO. ART. 557
DO CPC. RECURSO CONTRÁRIO À
JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL. AUSÊNCIA
DE FATO NOVO OU FUNDAMENTO JURÍDICO
QUE MODIFIQUE POSICIONAMENTO ANTERIOR.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA.

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1. A conduta do recorrente, além de causar dano ao


erário, violou princípios da Administração Pública, uma
vez que não ordenou a aplicação do percentual mínimo
dos recurso do FUNDEF na remuneração dos
profissionais do magistério; mas destinou o aludido
recurso para cobrir despesas que não se enquadram no
propósito da lei nº 9.424/96, que criou o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério.
2. Verificada a não apresentação de fato ou fundamento
jurídico novo pelo agravante que possa modificar o
decisum atacado, forçoso o desprovimento do agravo
Regimental.
3. Precedentes do TJRN (AC 2008.007713-9, Relª. Juíza
Convocada Francimar Dias, 3ª Câmara Cível, j.
21/02/2011 e AC 2012.006685-4, Relª. Desembargador
Judite Nunes, 2ª Câmara Cível, j. 7/10/2014).
4. Agravo Interno conhecido e desprovido.

ACÓRDÃO

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são


partes as acima nominadas.
Decidem os Desembargadores que integram a Segunda
Câmara Cível deste Tribunal de Justiça, à unanimidade de votos, conhecer e negar
provimento ao Agravo Interno para manter a decisão agravada, nos termos do voto
do Relator, parte integrante deste.

RELATÓRIO

1. Trata-se de Agravo Interno interposto por ABEL


BELARMINO DE AMORIM FILHO contra a decisão monocrática de fls. 643/645 -
vol. 3, que negou seguimento ao recurso de apelação, por reputá-lo manifestamente
contrário à jurisprudência deste Tribunal.

2. Em suas razões recursais (fls. 648/666 - vol. 3), o


agravante invoca os mesmos fundamentos que nortearam a apelação, no que diz
respeito à ausência de qualquer ato que importe em improbidade administrativa.

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3. Pede, ao final, o exercício do juízo de retratação e,


em assim não entendendo, seja levado à julgamento pela Câmara Cível para fins de
admissibilidade do prosseguimento do apelo.

4. É o relatório.

VOTO

5. Conheço do recurso.

6. O presente agravo interno foi interposto contra


decisão da Relatora à época, que, monocraticamente, negou seguimento à apelação
por reputá-lo contrária à jurisprudência deste Tribunal.

7. Em contrapartida, consoante relatado, o agravante


busca a reforma do decisum, utilizando os mesmos fundamentos já invocados no
recurso apelatório.

8. Sem razão o recorrente.

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9. O cerne da questão repousa sobre o teor da sentença


que condenou o agravante pela prática de atos de improbidade administrativa, por
entender que restaram configuradas as irregularidades na utilização do recursos do
FUNDEF no ano de 1998, no Município de Rafael Godeiro, nos termos da Lei nº
8.429/92, especialmente quanto à não aplicação dessas verbas na forma prevista na
Lei 9.424/96, para remuneração dos profissionais do magistério.

10. Não prospera o argumento do agravante quando


afirma que os aludidos recursos foram manuseados pela secretaria de educação do
município e não pela figura do ex-prefeito, então recorrente, sobretudo porque as
contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.

11. O certo é que o recorrente foi condenado em virtude


da infringência aos arts. 10 e 11 da Lei nº 8.429/92, uma vez que, além de causar
dano ao erário, violou princípios da Administração Pública, não ordenou a aplicação
do percentual mínimo dos recurso do FUNDEF na remuneração dos profissionais do
magistério; mas destinou o aludido recurso para cobrir despesas que não se
enquadram no propósito da lei nº 9.424/96, que criou o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério,
especificamente no art. 7º, consoante documento de fls. 59/62, lavrado pelo Tribunal
de Contas do Estado.
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12. Com efeito, restou efetivamente demonstrado que


15,59% do valores destinados à remuneração dos profissionais do magistério não
foram aplicados para tal finalidade, qual seja, para pagamento de despesas
previdenciárias.

13. Na mesma direção, são os precedentes deste


Tribunal:

"EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.


AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
AJUIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.
APELAÇÃO CÍVEL. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE
REQUISITO DE PROCEDIBILIDADE POR FALTA DE
INQUÉRITO CIVIL PRÉVIO. DESNECESSIDADE.
FACULDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ATO DE
IMPROBIDADE CONFIGURADO.
IRREGULARIDADE NO EMPREGO DE RECURSOS
DO FUNDEF. PAGAMENTO DE DÉBITOS
PREVIDENCIÁRIOS. DESCUMPRIMENTO DA
FINALIDADE PREVISTA NA LEI 11.494/2007.
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RECURSOS DO FUNDEF QUE NÃO FORAM


UTILIZADOS NA MANUTENÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA.
IMPROBIDADE CARACTERIZADA PELA VIOLAÇÃO
AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
DESNECESSIDADE DE AFERIÇÃO DE DOLO.
IMPOSSIBILIDADE DE DESQUALIFICAÇÃO DA
IMPROBIDADE FACE À INEXISTÊNCIA DE
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. APLICAÇÃO DAS
SANÇÕES PREVISTAS NA LEI N.º 8.429/92. JUÍZO
DE DOSIMETRIA DAS PENALIDADES. PRINCÍPIO
DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE.
RECURSO ADESIVO APRESENTADO EM
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO. AUSÊNCIA DOS
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA
DE INTERPOSIÇÃO EM PEÇA AUTÔNOMA. NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO ADESIVO.
PRECEDENTES. CONHECIMENTO E
DESPROVIMENTO DO APELO." (AC 2008.007713-9,
Relª. Juíza Convocada Francimar Dias, 3ª Câmara
Cível, j. 21/02/2011)
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"EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AGENTE
PÚBLICO. PREFEITO MUNICIPAL. MANDATO
ENCERRADO. PRELIMINARES: I -
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU
PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DA AÇÃO.
ALEGADA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO
NORTE. REJEIÇÃO. AGENTES QUE SOMENTE
POSSUEM FORO POR PRERROGATIVA DE
FUNÇÃO NA ESFERA PENAL. COMPETÊNCIA DO
JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU. II – NULIDADE DA
SENTENÇA. ALEGAÇÃO DE FALTA DE INTIMAÇÃO
PARA APRESENTAÇÃO DE ALEGAÇÕES FINAIS.
SITUAÇÃO NÃO CONFIGURADA. ATO REALIZADO
EM AUDIÊNCIA. PRESENÇA DO APELANTE E SEU
ADVOGADO. PRELIMINAR REJEITADA. III –
PROCEDIMENTO DE NATUREZA CRIMINAL
ARQUIVADO NA PROCURADORIA GERAL DE
JUSTIÇA POR AUSÊNCIA DE DOLO.
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RESPONSABILIDADE CRIMINAL QUE INDEPENDE


DA RESPONSABILIDADE CIVIL. ARQUIVAMENTO
QUE NÃO AFASTOU A PRÁTICA DO ATO E A SUA
AUTORIA, MAS APENAS O ELEMENTO SUBJETIVO
DE DETERMINADO ATO. REJEIÇÃO DA
ARGUIÇÃO. IV - PRESCRIÇÃO. PREJUDICIAL DE
MÉRITO NÃO CONFIGURADA. AÇÃO PROPOSTA
ANTES DE FINDO O PRAZO QUINQUENAL.
AFASTAMENTO QUE SE IMPÕE. MÉRITO: ATOS DE
IMPROBIDADE CARACTERIZADOS. APLICAÇÃO
DE VERBA DO FUNDEF PARA FIM DIVERSO DO
PREVISTO NA REGRA DE COMPETÊNCIA.
DESCUMPRIMENTO DA FINALIDADE PREVISTA
NA LEI DE REGÊNCIA. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E MORALIDADE.
REITERAÇÕES. PRESENÇA DO ELEMENTO
VOLITIVO (DOLO). DESNECESSIDADE DE
PREJUÍZO AO ERÁRIO MUNICIPAL. SUSPENSÃO
DOS DIREITOS POLÍTICOS E DA PROIBIÇÃO DE
CONTRATAR OU RECEBER BENEFÍCIOS PELO
PRAZO MÍNIMO PREVISTO NA LEI DE REGÊNCIA.
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MULTA CIVIL MINORADA PARA UMA VEZ O VALOR


DO ÚLTIMO SUBSÍDIO RECEBIDO DO MUNICÍPIO
DE TIMBAÚBA DOS BATISTAS COMO PREFEITO.
REVERSÃO AOS COFRES PÚBLICOS. APELO
PARCIALMENTE PROVIDO APENAS PARA ESTE
FIM." (AC 2012.006685-4, Relª. Desembargador Judite
Nunes, 2ª Câmara Cível, j. 7/10/2014)

14. Por decorrência, forçoso reconhecer o dolo do gestor


público e, por sua vez, o prejuízo à Administração Pública e a violação aos
princípios norteadores da atividade exercida pelo agravante, à época prefeito do
município de Rafael Godeiro/RN.

15. Assim, verificada a não apresentação de fato ou


fundamento jurídico novo pelo agravante que possa modificar o decisum atacado,
voto pelo conhecimento e desprovimento do Agravo Interno.

16. É como voto.

Natal, 10 de fevereiro de 2015.

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Desembargadora JUDITE NUNES


Presidente

Desembargador VIRGÍLIO MACÊDO JÚNIOR


Relator

Doutora MYRIAN COELI GONDIM D'OLIVEIRA SOLINO


20ª Procuradora de Justiça

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