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PROFESSOR CASTANHEIRA TEORIA ELEMENTAR DOS NÚMEROS INTEIROS 02

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NÚMEROS 02A: Tomemos n + 1 números. Devemos ser capazes de


colocar um par de parênteses arbitrário sobre
CONCLUINDO A FUNDAÇÃO alguns deles sem alterar a sua soma. Se tais
parênteses envolvem apenas um único número ou
Definição geral de soma e de produto: Dada todos eles, não temos nada o que provar.
uma sequência numérica qualquer am definamos Estudemos os dois casos de fato necessários:
respectivamente a soma Sn e o produto Pn dos
seus n primeiros termos: (A) Se colocamos os parênteses sobre alguns
dos n primeiros números, isso não afeta a soma
deles, devido a hipótese de indução, donde não

{ }
i  S1 = a 1 ;
Soma (generalizada):
altera a soma de todos os n + 1 números.
ii  Sn  1 = S n  a n  1 .
(B) Se colocamos os parênteses sobre alguns
dos n últimos números, isso não afeta a soma

{ }
i  P1 = a1 ; deles, devido a hipótese de indução, donde não
Produto (generalizado): altera a soma de todos os n + 1 números.
ii  P n  1 = P n ⋅ a n  1 .
(CONCLUSÃO) Se colocamos parênteses arbitrários
sobre alguns dos n + 1 números, isso não afeta a
Tais definições são deveras restritivas, pois
sua soma. O que prova a propriedade.
desejamos somas e produtos sem ambiguidades
(e parênteses obrigatórios), independentes da ordem
e dos agrupamentos dos números considerados. C.Q.D.
Alcançaremos tal objetivo a seguir.
01C) Generalize agora a propriedade comutativa
01A) Para n números, prove que adicionar o para n números.
primeiro a soma dos últimos (multiplicar o
primeiro pelo produto dos últimos) é o mesmo PROVA:
que adicionar o último a soma dos primeiros
(multiplicar o último pelo produto dos primeiros). Faremos a prova para a adição (já que o caso
envolvendo a multiplicação é completamente
PROVA: análogo) utilizando indução sobre n. Obviamente
Faremos a prova para a adição (já que o caso ela vale para n de um até três. Supondo que
envolvendo a multiplicação é completamente vale para algum n maior do que ou igual a
análogo) utilizando indução sobre n. Obviamente três, provemos que a propriedade vale para o
ela vale para n de um até três. Supondo que sucessor de n.
vale para algum n maior do que ou igual a
três, provemos que a propriedade vale para o Tomemos n + 1 números. Devemos ser capazes de
sucessor de n. ordená-los arbitrariamente sem alterar a sua
soma. Mostremos inicialmente como colocar um
Tomemos n + 1 números. Adicionar o último deles número arbitrário (um candidato dentre eles) na
a soma dos n primeiros resulta, por definição, em primeira posição geral sem modificar a soma:
Sn+1. Seja X a soma de todos esses números,
exceto o primeiro e o último, o que nos leva a: (A) Se o número candidato estiver entre
os n primeiros, insira um par de parênteses
a 1   X  an  1  = envolvendo-os todos, coloque o candidato na
primeira posição, o que é sempre possível por
hipótese, e elimine os parênteses.
 a1  X   a n  1 = Sn  a n  1 = Sn  1 .
(B) Se o candidato for o último número, utilize
C.Q.D.
a definição geral de soma e a comutatividade de
01B) Generalize a propriedade associativa para dois números para colocá-lo na primeira posição.
n números.
(CONCLUSÃO) Com o primeiro número escolhido
PROVA: arbitrariamente, determinemos como quisermos as
Faremos a prova para a adição (já que o caso posições dos n restantes, algo que é sempre
envolvendo a multiplicação é completamente possível por hipótese, resultando finalmente em
análogo) utilizando indução sobre n. Obviamente uma ordenação arbitrária de todos os números
ela vale para n de um até três. Supondo que sem alterar a sua soma. O que prova a
vale para algum n maior do que ou igual a propriedade.
três, provemos que a propriedade vale para o
sucessor de n. C.Q.D.
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02) Generalize agora a propriedade distributiva Observação: Lemos a última propriedade como:
para n números. “Um produto é igual a zero se e somente se
pelo menos um dos seus fatores é igual a zero”.
PROVA: Usemos indução sobre n. Obviamente
vale para n de um até dois. Supondo que vale 04) Generalize a propriedade de anulação de
para algum n maior do que ou igual a dois, uma soma de quadrados para n números.
provemos que vale para o sucessor de n.
n1 PROVA: Prosseguindo analogamente:
a⋅∑ b k = n 1
k=1
∑  b k 2 = 0 ⇔
k=1

∑ 
n n 1
a⋅ bk  ∑ bk = n n 1
k =1 k = n 1
∑  b k 2  ∑  b k 2 = 0 ⇔
k =1 k =n  1

  ∑ 
n n 1
a⋅ ∑ bk  a⋅ bk = n n1
k =1 k = n 1 ∑  b k 2 = 0 e ∑  bk  2 = 0
k =1 k = n 1
n n 1

∑ a⋅bk  ∑ a⋅b k = ⇔
k =1 k= n  1

n 1
b k = 0  Para todo k: 1  k  n
∑ a⋅bk .
k =1 e
C.Q.D.
b n 1 = 0
Observação: Lemos a última propriedade como:
“O produto de um número por uma soma é

igual a soma dos produtos do número por cada
uma das suas parcelas”.
b k = 0 Para todo k: 1  k  n  1  .
03) Generalize a propriedade de anulação de um
produto para n números. C.Q.D.

PROVA: Usemos indução sobre n. Obviamente Observação: Lemos a última como: “Uma soma
vale para n de um até dois. Supondo que vale de quadrados é igual a zero se e somente se
para algum n maior do que ou igual a dois, todos os números (bases) são iguais a zero”.
provemos que vale para o sucessor de n.
05) Generalize a propriedade do valor absoluto
n 1
de um produto para n números.
∏ bk = 0 ⇔
k =1
PROVA: Usemos indução sobre n. Obviamente
n n 1 vale para n de um até dois. Supondo que vale
∏ bk ⋅ ∏ bk = 0 ⇔ para algum n maior do que ou igual a dois,
k=1 k =n  1 provemos que vale para o sucessor de n.
n n 1 n 1

∏ bk
k =1
= 0 ou ∏
k =n  1
bk = 0 ∣ ∣
∏ bk
k= 1
=

n n 1

b k = 0  Para algum k: 1  k  n


∏ bk ⋅ ∏
k =1
∣ k = n 1
bk =

n n 1
ou ∣∏ ∣ ∣ ∏ ∣
k =1
bk ⋅
k = n 1
bk =

bn  1 = 0 n n 1

∏ ∣bk∣ ⋅ ∏ ∣bk∣ =
⇔ k=1 k = n 1

n1
b k = 0 Para algum k: 1  k  n  1 .
∏ ∣bk∣ .
k=1
C.Q.D.
C.Q.D.
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Observação: Lemos a última propriedade como: Observação final (sobre um produto generalizado
“O valor absoluto de um produto é igual ao associativo e comutativo): Pela definição geral,
produto dos valores absolutos dos seus fatores”. um produto de (por exemplo) cinco fatores teria
que ser escrito como:
06) Generalize a propriedade da desigualdade
triangular para n números. a 1  ⋅ a 2  ⋅ a 3  ⋅ a 4  ⋅ a 5 .
PROVA: Usemos indução sobre n. Obviamente
vale para n de um até dois. Supondo que vale Com a associatividade generalizada, o mesmo
para algum n maior do que ou igual a dois, produto é simplesmente:
provemos que vale para o sucessor de n.
a1 ⋅ a 2 ⋅ a3 ⋅ a 4 ⋅ a5 .
n 1

∣∑ ∣
k=1
bk = Ainda falando da associatividade generalizada,
podemos colocar um par de parênteses arbitrário
n n1 sobre alguns dos fatores, por exemplo:
∣∑
k =1
bk  ∑
k = n 1

bk 
a 1 ⋅ a 2  ⋅ a 3 ⋅ a 4 ⋅ a 5 .
n n 1

∣∑ ∣ ∣ ∑ ∣
k =1
bk 
k= n  1
bk  Com a comutatividade generalizada, qualquer
reordenação dos fatores (existem sessenta ordens
n n1
possíveis no presente caso) resulta no mesmo
valor.
∑ ∣bk∣  ∑ ∣bk∣ =
k=1 k = n 1
Resumindo: Ordene os fatores como quiser e
n 1
agrupe-os (associe-os) como bem entender, sempre
∑ ∣bk∣ . com a garantia de não estar alterando o produto
k =1
no processo.
C.Q.D.
IMPORTANTE: Fizemos, com bastante cuidado,
Observação: Lemos a última propriedade como: diversas generalizações nesta primeira seção.
“O valor absoluto de uma soma é menor do Partindo de uma comutatividade de dois números
que ou igual a soma dos valores absolutos das e de uma associatividade de três números, fica
suas parcelas”. virtualmente impossível justificar (em geral) as
manipulações algébricas elementares sem a “ponte”
Observação final (sobre uma soma generalizada proporcionada por estas três páginas iniciais.
associativa e comutativa): Pela definição geral,
uma soma de (por exemplo) quatro parcelas teria Exercício: Prove que: “Uma soma de números
que ser escrita como: não negativos é igual a zero se e somente se
todos os números são iguais a zero” . Justifique
a 1  a 2   a 3   a 4 . então a passagem da segunda para a terceira
linha do desenvolvimento da demonstração da
Com a associatividade generalizada, a mesma soma propriedade de anulação de uma soma de
é simplesmente: quadrados.
a1  a 2  a 3  a 4 .
Exercício: Com o resultado do último exercício,
Ainda falando da associatividade generalizada, conclua imediatamente que:
podemos colocar um par de parênteses arbitrário
sobre algumas das parcelas, por exemplo: “Uma soma de quadrados é igual a zero se e
somente se todos os números (bases) são iguais
a1   a2  a3   a4 . a zero”.

Com a comutatividade generalizada, qualquer “Uma soma de valores absolutos é igual a zero
reordenação das parcelas (existem vinte e quatro se e somente se todos os números (argumentos)
ordens possíveis no presente caso) resulta no são iguais a zero”.
mesmo valor.
“Uma soma de enésimas potências pares é igual
Resumindo: Ordene as parcelas como quiser e a zero se e somente se todos os números
agrupe-as (associe-as) como bem entender, sempre (bases) são iguais a zero”.
com a garantia de não estar alterando a soma no
processo.
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Exercício: Considere E a expressão numérica Exercício: Os inteiros da forma 2q são chamados


simples de adições e subtrações (de n números): de pares e aqueles inteiros da forma 2q + 1 são
ditos ímpares. Prove que: somas e produtos de
E =  op1  a 1 op 2  a 2  opk  a k  opn  a n . pares são sempre pares, produtos de ímpares são
sempre ímpares, uma soma de ímpares pode ser
Onde cada ak é um número e cada opk é um ímpar (para uma quantidade ímpar de parcelas) ou
operador: ou de adição, ou de subtração. Sendo par (para uma quantidade par de parcelas), uma
op1 o único operador que pode estar ausente, diferença de dois pares/ímpares é par e um (a)
subentendo nesse caso (para o que se segue) um produto (soma/diferença) de um par e de um
operador de adição. ímpar é par (ímpar).
Prove que:
Conjuntos dos pares e dos ímpares: Definamos
E = b1  b2    bk    bn . mais alguns conjuntos numéricos de interesse:

Onde bk é igual a ak (ao oposto de ak) se opk 2 ℤ = { números pares }


é um operador de adição (de subtração).
2 ℤ 1 = { números ímpares }
Prove ainda que:
Conjuntos dos pares e dos ímpares: O leitor
E =  A+ −  A− . não deverá ter dificuldade em notar que:
Onde A+ (A −) é a soma dos ak precedidos por
2 ℤ = {0, ± 2, ± 4, ± 6,± 8, ± 10 }
um operador de adição (de subtração).

Conjuntos de números inteiros: Pondo número 2 ℤ 1 = {±1, ± 3, ± 5, ± 7, ± 9,± 11  }


nulo como sinônimo de zero, definamos alguns
conjuntos numéricos de interesse: Quociente de dois números: Se a, b e c são
números tais que a é igual a bc, com b
ℤ = { números inteiros } diferente de zero, dizemos que c é o quociente
de a e b. Escrevemos simbolicamente que:
*
ℤ = { números inteiros não nulos }
a
c = a÷ b ou c = a/b ou c =
ℤ+ = ℕ = { números inteiros positivos } b

Algo que pode ser lido ainda como c é igual a


ℤ− =  −ℕ  = { números inteiros negativos }
a dividido por b ou c é igual ao quociente de
a por b ou c é igual ao resultado da divisão
W = { números inteiros não negativos } de a por b (de a e b).

−W  = { números inteiros não positivos } . IMPORTANTE!

Conjuntos de números inteiros: O leitor não Não mencionamos a natureza dos números, nas
deverá ter dificuldade em notar que: páginas anteriores, para que os leitores possam
usá-las como referência tanto para os inteiros,
ℤ = {0 , ± 1, ± 2 , ± 3 , ± 4 , ± 5 } quanto para os racionais, quanto para os reais.
*
ℤ = {±1, ± 2 , ± 3 , ± 4 , ± 5 } As propriedades de 01A até 06 valem também
para os números complexos, desde que o texto
ℤ + = ℕ = {1, 2 , 3 , 4 , 5 } de 04 se refira a anulação de uma soma de
enésimas potências de valores absolutos.
ℤ − =  −ℕ  = {−1, − 2 , − 3 , − 4 , − 5 }
Também, para facilitar futuras consultas, permitimos
explicitamente os números reais (e ocasionalmente
W = { 0, 1, 2 , 3 , 4 , 5 }
os números complexos) como bases das potências
da seção seguinte.
−W  = {0, − 1, − 2 , − 3 , − 4 , − 5  } .
Nas três últimas seções do presente volume, que
Exercício: Prove que todo número inteiro a é da falam das aplicações de indução matemática,
forma 2q ou da forma 2q + 1 para algum número admitimos o uso de toda a matemática elementar
inteiro q (não podendo ser das duas ao mesmo escolar, de modo a criarmos um pequeno manual
tempo e não existindo uma terceira forma sobre tal assunto.
possível).
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NÚMEROS 02B: Um operador para a potenciação: Escreveremos


a ^ b ao invés de ab quando for conveniente.
POTENCIAÇÃO DE EXPOENTE NATURAL
Associatividade da potenciação: A potenciação
Definição (de Potência de Expoente Natural): não é comutativa e nem associativa em geral.
Para n natural e a real (complexo), definimos an, Por exemplo (para n natural maior do que um):
potência de base a e expoente n, como:
n ^ 1 ≠ 1 ^ n e (n ^ 1) ^ n ≠ n ^ (1 ^ n) .

{ }
1
 i a = a ; Convencionaremos então que a potenciação associa
da direita para a esquerda. Isto é:
n 1 n
 ii a = a ⋅a .
a ^ n1 ^ n2 = a ^  n1 ^ n2  .
Consequência imediata: O leitor não terá 01) (LEIS DOS EXPOENTES) Se as bases são
dificuldade em perceber (seguindo a nossa reais (ou complexos), os expoentes são naturais e
convenção de que a precedência da potenciação é não se divide por zero, prove que:
maior do que a da multiplicação) que:
a a m  n = a m ⋅ a n
2 1
a = a ⋅a = a⋅a
m mm
3 2
 b  a⋅b  = a ⋅ b
a = a ⋅a = a⋅a⋅a
n
c a m = a
m⋅n
a 4 = a 3⋅a = a⋅a⋅a⋅a
m
5 4 m− n a
a = a ⋅a = a⋅a⋅a⋅a⋅a d  a =
an
6 5
a = a ⋅a = a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a
m
am
7 6
a = a ⋅a = a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a
e
  a
b
=
b
m

a 8 = a 7⋅a = a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a (a) Usemos indução sobre n. Obviamente vale


para n igual a um. Supondo que vale para
a 9 = a 8⋅a = a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a algum n maior do que ou igual a um, provemos
que vale para o sucessor de n.
a 10 = a 9⋅a = a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a⋅a
a m  n  1 = a m  n ⋅ a = a m ⋅ a n ⋅ a = a m ⋅ a n  1 .
  (b) Usemos indução sobre n. Obviamente vale
para n igual a um. Supondo que vale para
Consequência imediata: algum n maior do que ou igual a um, provemos
que vale para o sucessor de n.
a n = Produto de n fatores a .
n 1 n
 a⋅b  =  a⋅b  ⋅ a⋅b  = a n⋅b n⋅a⋅b = a n  1⋅b n 1 .
Definição: Nomenclatura adicional:
(c) Usemos indução sobre n. Obviamente vale
Formal: a n = Enésima potência de a . para n igual a um. Supondo que vale para
algum n maior do que ou igual a um, provemos
Informal: a n = a elevado a n . que vale para o sucessor de n.
Definição: Nomenclatura adicional: n 1 n
a m =  a m  ⋅ a m = a m⋅n ⋅ a m = a m⋅n  1 .
a 2 = Quadrado de a e a 3 = Cubo de a . (d) Consequência de (a) e fica como exercício.
0
Definição (para expoente zero): Poremos a = 1 (e) Análoga a (b) e fica como exercício.
sempre que a base a for diferente de zero.
02) (MONOTICIDADE DE POTÊNCIA DE BASE NÃO NEGATIVA) Se
Convenção (para base e expoente zero): as bases são reais não negativos e os expoentes
Convencionaremos ainda que 00 = 1, desde que: o são naturais, prove que:
expoente em questão só possa ser inteiro em seu
contexto, a ideia expressa por tal potência esteja a x  y ⇔ x n  y n
bem definida por outros meios e a notação seja  b x = y ⇔ x n = y n
simplificada com tal atitude. n
c x  y ⇔ x  y
n

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PROVA: Se pelo menos um dos dois números 04) (MONOTICIDADE DE POTÊNCIA DE EXPOENTE ÍMPAR)
for igual a zero é imediato que se verificam as Se as bases são reais e os expoentes são
três equivalências acima. Dito isso, continuemos, naturais ímpares, prove que:
considerando agora x e y ambos positivos.
a  x  y ⇔ x n  y n
Faremos a prova da primeira implicação utilizando
n n
indução sobre n. Obviamente a primeira vale para  b x = y ⇔ x = y
n igual a um. Supondo que vale para algum n
maior do que ou igual a um, provemos que vale c x  y ⇔ x n  y n
para o sucessor de n.
PROVA: Se pelo menos um dos dois números
x  y ⇒ x  y e x n  yn ⇒ x n  1  yn  1 . for igual a zero é imediato que se verificam as
três equivalências acima. Dito isso, continuemos,
A segunda implicação é análoga e a terceira é considerando agora x e y ambos não nulos. Se
imediata, donde aqui chegamos: ambos forem positivos, recaímos na questão 02.
Se o primeiro for positivo (negativo) e o segundo
x  y ⇒ x n  yn for negativo (positivo), as três equivalências se
verificam novamente (justifique isso!). Restando o
e caso com ambos negativos. Tomemos então os
n n
seus opostos, aplicando-os ao último item da
x =y ⇒ x = y questão 02:
n n
e −x  −y  ⇔ −x   −y 

x  y ⇒ x n  yn −x  − y ⇔ − x n  − y n

Pela tricotomia, para cada par de números reais x  y ⇔ x  y


n n

positivos x e y, exatamente um dos três primeiros


membros é verdadeiro (os outros dois sendo Isso prova a letra (a), com as outras duas letras
falsos), donde o respectivo segundo membro é seguindo analogamente. C.Q.D.
verdadeiro e, mais uma vez pela tricotomia, é o Observação: A questão 04 trata de monoticidade
único segundo membro verdadeiro (os outros dois de potência de base real e expoente natural
sendo falsos). O que verifica, para cada par de ímpar.
reais positivos, x e y, as três equivalências. C.Q.D.
05) Se as bases são reais (complexos), com
Observação: A questão 01 relaciona as cinco expoentes naturais e não se divide por zero:
Leis dos Expoentes (Naturais), das quais a
primeira é sem dúvida a mais importante, sendo
aquela que as nomeia. Note que, tomando a
a ∣ ab ∣ = ∣a∣
∣b∣
precedência da potenciação mais alta do que a da
multiplicação, nós limpamos sobremaneira a  b ∣x n∣ = ∣x∣
n

apresentação das Leis dos Expoentes.


PROVA: Fica como exercício. C.Q.D.
Observação: A questão 02 trata de monoticidade
de potência de base real não negativa e expoente 06) Se as bases são reais (complexa em (e)) e
natural. os expoentes são naturais pares, prove que:
a x  0 ⇒ x n  0
03) Se as bases são reais (complexa em (e)) e
os expoentes são naturais ímpares, prove que: n
 b x = 0 ⇔ x = 0
a  x  0 ⇔ x n  0
c x  0 ⇒ x n  0
n
 b x = 0 ⇔ x = 0
d  −1n = 1
c x  0 ⇔ x n  0
e −x n = x n
d  −1n = − 1
f  x n  0
e −x n = − x n n n n
g ∣x∣ = ∣x ∣ = x
PROVA: Fica como exercício. C.Q.D.
PROVA: Fica como exercício. C.Q.D.
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07) (MONOTICIDADE ABSOLUTA DE POTÊNCIA DE Multipliquemos agora os dois lados da igualdade


EXPOENTE PAR) Se as bases são reais quaisquer e da questão anterior por (−an) ≠ 0:
os expoentes são naturais pares, prove que:
n −1

a ∣x∣  ∣y∣ ⇔ x  y n n a n −  azn = a − az ⋅ ∑ a n − k − 1 ⋅ az k .


k =0

n
 b ∣x∣ = ∣y∣ ⇔ x = y
n Completamos o argumento colocando b = az.
C.Q.D.
c ∣x∣  ∣y∣ ⇔ x n  y n
Consequência imediata: O leitor não terá
PROVA: Basta colocar os valores absolutos dos dificuldade em perceber que:
dois números na questão 02 e utilizar o último
item da questão 06. C.Q.D. a 2 − b 2 = a − b ⋅ a  b
Observação: A questão 07 trata de monoticidade 3 3 2 2
a − b =  a − b ⋅ a  ab  b 
absoluta de potência de base real e expoente
natural par.
a 4 − b 4 = a − b ⋅ a 3  a 2 b  ab 2  b 3
Para base complexa e expoente natural:
a 5 − b5 = a − b ⋅ a 4  a 3 b  a 2 b 2  a b 3  b 4 
n
x =0 ⇔ x =0 .
 
Para base real e expoente natural ímpar:
10) (DIFERENÇA DE ENÉSIMAS POTÊNCIAS II) Se a
x = y ⇔ xn = y n .
e b são números reais e n é um número
Para base real e expoente natural par: natural, definimos:
n
x = ± y ⇔ xn = yn . P n ; a ; b = ∑ a n − k ⋅ bk .
k=0
08) Se z é um número real (complexo) e n é
um número natural, prove que: Se n é par, prove que:
n− 1
z n − 1 = z − 1 ⋅ ∑ zk .  i P  n ; a ; b  0 ;
k=0

 ii P  n ; a ; b = 0 ⇔ a = 0 e b = 0 .
PROVA: Usemos indução sobre n. Obviamente
vale para n igual a um. Supondo que vale para PROVA: Os quatro primeiros casos são imediatos:
algum n maior do que ou igual a um, provemos
que vale para o sucessor de n.
a = 0 e b = 0 ⇒ P n ; a ; b = n  1 ⋅ 0 n = 0 ;
n
 z − 1 ⋅ ∑ zk = a ≠ 0 e b = 0 ⇒ P n ; a ; b = a n  0 ;
k =0

n− 1 n a = 0 e b ≠ 0 ⇒ P n ; a ; b = b n  0 ;
z − 1 ⋅ ∑ z k  z −1 ⋅ ∑ zk =
k=0 k=n a ≠ 0 e b ≠ 0 e a = b ⇒ P  n ; a ; b =  n  1⋅a n  0 .

z n − 1  z n 1 − z n = Provemos agora o quinto e último caso:

zn  1 − 1 . a ≠ 0 e b ≠ 0 e a ≠ b ⇒ P  n ; a ; b  0 .
C.Q.D. Com efeito:
09) (DIFERENÇA DE ENÉSIMAS POTÊNCIAS I) Se a n 1 n 1
e b são números reais (complexos) e n é um 
a − b 
= a − b ⋅ 
P  n ; a ; b
positivo positivo positivo
número natural, prove que:
n− 1 ou
a n − b n = a − b ⋅ ∑ a n − k − 1 ⋅ bk .
k= 0 n 1
a − b n 1 = 
a − b ⋅ 
P  n ; a ; b .
negativo
PROVA: Note inicialmente que a presente negativo positivo

propriedade vale para a igual a zero. C.Q.D.


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NÚMEROS 02C: (SEGUNDO) Supondo que a proposição é


verdadeira para todo um segmento de p inteiros
APLICAÇÕES INICIAIS DE INDUÇÃO MATEMÁTICA sucessivos sendo o menor deles maior do que ou
igual ao inteiro fixado dado (Hipótese de
Sobre para que serve a Indução Matemática: A Indução), devemos provar que ela é verdadeira
validade de uma proposição para um número para o sucessor de tal segmento (Tese de
finito de inteiros não garante a validade da Indução).
mesma proposição para um número infinito deles.
Para tal precisamos de indução matemática. Por OU
exemplo, saber que o primeiro milhão de termos
de uma sequência numérica é igual a zero não Indução II:
garante que todos os seus termos sejam nulos. O
que se torna cristalino considerando (para n Duas provas devem ser feitas:
natural) a sequência fn tal que:
10
6
(PRIMEIRO) Devemos provar que a proposição é
fn = ∏
k =1
n − k  . verdadeira para o inteiro fixado dado (A Condição
Inicial de Indução).
Note ainda que argumentos que mencionam o (SEGUNDO) Supondo que a proposição é
fragmento “e assim por diante” (ou equivalente) verdadeira para cada inteiro do inteiro fixado
(de maneira explícita ou implícita) sempre vão dado até algum inteiro k maior do que ou igual
carecer de uma justificativa formal via indução ao inteiro fixado dado (Hipótese de Indução),
matemática (ou equivalente). devemos provar que ela é verdadeira para o
sucessor de k (Tese de Indução).
Resumindo: toda proposição sobre os inteiros deve
receber o crivo da indução matemática (ou Quando usar cada uma: A Indução I é o
equivalente) para verificar a sua validade. mesmo que a Indução de ordem 1. A Indução I
Obviamente, todo objeto matemático definido é de longe a versão mais usada em geral. A
indutivamente (ver a seguir) será naturalmente Indução de ordem p é talhada para: definições
estudado indutivamente. indutivas e (equações de) recorrências. A Indução
II é usada na prática somente quando as duas
Condição do problema: Dada uma proposição primeiras variedades não se aplicam naturalmente.
aberta definida para cada inteiro maior do que ou
igual a certo inteiro fixado dado, devemos provar Sobre as falhas dos argumentistas de indução:
que tal proposição é sempre verdadeira. As duas provas exigidas são independentes (cada
uma pode falhar ou não individualmente). Não
COMO RESOLVER TAL PROBLEMA? menospreze a verificação da primeira parte.
Cuidado para que o seu argumento referente a
Indução I: segunda parte não falhe em um caso específico.
Duas provas devem ser feitas: Definição indutiva: Consiste em utilizar qualquer
opção acima (geralmente a segunda) para provar
(PRIMEIRO) Devemos provar que a proposição é que é verdade para todo inteiro n (maior do que
verdadeira para o inteiro fixado dado (A Condição ou igual a um inteiro fixado dado) que o objeto
Inicial de Indução). xn está definido.
(SEGUNDO) Supondo que a proposição é Na terceira (na presente) seção: Ensinamos como
verdadeira para algum inteiro k maior do que ou justificar a validade de proposições (sobre os
igual ao inteiro fixado dado (Hipótese de inteiros) sabidamente válidas. A Indução é
Indução), devemos provar que ela é verdadeira ensinada de modo sistemático e com grau de
para o sucessor de k (Tese de Indução). dificuldade crescente.
OU Na quarta seção: Ensinamos como conjecturar
posposições válidas sobre os inteiros (e depois
Indução de ordem p: como provar a sua validade). Incluímos diversos
exemplos lúdicos, procurando acrescentar um sabor
Duas provas devem ser feitas: de descoberta a tais estudos.
(PRIMEIRO) Devemos provar que a proposição é Na quinta seção: Retomamos o espírito da
verdadeira para todo o segmento de p inteiros terceira (da presente) seção, porém em um
sucessivos começando no inteiro fixado dado (As patamar bem mais elevado de sofisticação.
p Condições Iniciais de Indução).
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01) Prove que a soma dos n primeiros Desenvolvimento:


números naturais é dada por:
6S2 k  1 = 6S2 k  6  k  12 
n  n  1
Sn = . 2 3 2 2
2 6S k  1 = 2k  3k  k   6k  12k  6

PROVA: Como apenas inteiros estão envolvidos, 6S2 k  1 = 2k3  9k 2  13k  6 .


provemos que o dobro de tal soma é dado por:
C.Q.D.
2Sn = n  n  1 = n 2  n .
03) Prove que:
Condição inicial de indução (1):
2
n ∈ ℤ e n  3 ⇒ 2 n  2n  1 .

2 = 1  1 .
2 PROVA:
Hipótese de indução (k ≥ 1): Condição inicial de indução (3):

2Sk = k 2  k . 3
2  
2 3  1 .
8 7
Tese de indução (k + 1 ≥ 2):
Hipótese de indução (k ≥ 3):
2Sk  1 =  k  12   k  1 = k 2  3k  2 .
2 k  2k  1 .
Desenvolvimento:
Tese de indução (k + 1 ≥ 4):
 2Sk  1 =  2Sk  2 k  1
2 k  1  2  k  1  1 = 2k  3 .
2
2Sk  1 = k  k    2k  2
Desenvolvimento:
2
2Sk  1 = k  3k  2 .
Multiplicando os dois lados da hipótese por dois:
C.Q.D.
2 k  1  4k  2 =  2k  2  2k .
02) Prove que a soma dos quadrados dos n
primeiros números naturais é dada por: Notando que 2k é maior do que um:

n n  1   2n  1 2 k  1  2k  2  1 = 2k  3 .
2
S n = .
6
C.Q.D.
PROVA: Como apenas inteiros estão envolvidos,
04) Prove que:
provemos que o sêxtuplo de tal soma é:
n ∈ ℤ e n  5 ⇒ 2n  n 2 .
6S2 n = n  n  1 2n  1 = 2n3  3n 2  n .
PROVA:
Condição inicial de indução (1):
Condição inicial de indução (5):
2 13  3 12  1 .
6 = 
2
6 5
2  .
 5
32 25
Hipótese de indução (k ≥ 1):
Hipótese de indução (k ≥ 5):
6S2 k = 2k 3  3k 2  k .
2k  k2 .
Tese de indução (k + 1 ≥ 2):
Tese de indução (k + 1 ≥ 6):
6S2 k  1 = 2  k  13  3  k  1 2   k  1
2 k  1   k  12 = k 2  2k  1 .
2 3 2
 6S  k  1 = 2k  9k  13k  6 .
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Desenvolvimento: Adicionando, membro a membro, Hipótese de indução (k ≥ 1):


a hipótese e a desigualdade da questão anterior
para k maior do que ou igual a cinco: a k = a ⋅ q k − 1  = a ⋅ q k  ⋅ q−1 .

2 k  2 k  k 2   2k  1 Tese de indução (k + 1 ≥ 2):

2
k 1 2
 k  2k  1 . a k  1 = a ⋅ q k  .

C.Q.D. Desenvolvimento:

05) Uma Sequência Aritmética (SA) de primeiro a k 1 = a k ⋅ q


termo a e de razão (aritmética) d é uma
sucessão com primeiro termo igual a a e onde a k  1 = a ⋅ q k  .
cada termo, a partir do segundo, é o anterior
adicionado a d. Se a e d são números reais C.Q.D.
(complexos) quaisquer, prove que o enésimo termo
de tal SA é: Definição indutiva: A soma dos n primeiros
números naturais e a soma dos seus quadrados
a n = a  d  n − 1 . são ambas definidas indutivamente (ambas
recorrências de primeira ordem):
PROVA:
 i S1 = S 21 = 1 ;
Condição inicial de indução (1):
 ii S n  1 = Sn   n  1 ;
a = 
a  d  1− 1 .
2 2 2
a  iii S  n  1 = S n   n  1 .

Hipótese de indução (k ≥ 1): Sequências aritméticas e geométricas em geral


(também recorrências de primeira ordem) e a da
a k = a  d  k − 1 = a  d k − d . próxima questão (uma recorrência de segunda
ordem) também exemplificam definição via indução.
Tese de indução (k + 1 ≥ 2):
07) Definimos a sequência an do seguinte modo:
a k  1 = a  d  k .
 i a1 = 1 ;
Desenvolvimento:
 ii a2 = 3 ;
a k 1 = ak  d
 iii a n  2 = a n  1  a n .
ak  1 = a  d  k  .
Prove que:
C.Q.D. n

06) Uma Sequência Geométrica (SG) de primeiro


termo a e de razão (geométrica) q é uma
n ∈ ℕ ⇒ an   7
4
.

sucessão com primeiro termo a e onde cada PROVA:


termo, a partir do segundo, é igual ao anterior
multiplicado por q. Se a e q são reais Primeira condição inicial de indução (1):
(complexos) não nulos, com q ≠ 1, prove que o
1
enésimo termo de tal SG é:

a n = aqn − 1  .
1 
4

7
4

.
4 7
4
PROVA:
Segunda condição inicial de indução (2):
Condição inicial de indução (1):
2

a = a
⋅q .
a
1 −1 3 
48

7
4

.
16 49
16

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Primeira hipótese de indução (k − 1 ≥ 1): Tese de indução (k + 1 ≥ 3):


k−1
1 x k  1  1   k  1 x .
a k −1   7
4
.
Desenvolvimento:
Segunda hipótese de indução (k ≥ 2): Multiplicando os dois membros da hipótese de
k
indução por 1 + x (positivo) e notando que kx2 é
ak   7
4
.
positivo:

1  x k  1  1   k  1 x  kx 2
Tese de indução (k + 1 ≥ 3): k 1
1  x   1   k  1 x  0
k1

a k 1   7
4
. 1  x k  1  1   k  1 x .
C.Q.D.
Desenvolvimento:
09) Prove que para todo real x (maior do que o
Somemos, membro a membro, as duas hipóteses: oposto de um) e todo inteiro n (maior do que
k k −1
ou igual a zero), vale a Desigualdade de
ak  1   
7
4

7
4
Bernoulli:

1 x n  1  nx .
k −1

a k 1 
 7
4 
 1 ⋅
7
4
PROVA: Nas condições do item anterior, a
propriedade é obviamente verdadeira. Verifiquemos
as possibilidades adicionais:
k −1

a k 1 
  
44
16

7
4
Pondo x igual a zero:

 xn  1
2 k−1

1  nx .
1

 
1
7 7
a k 1  ⋅
4 4 Pondo n igual a zero:
k 1

1  xn  1
 nx .
a k 1 
 7
4
. 1 1

Pondo n igual a um:


C.Q.D.


1  xn  1
 nx .
08) Prove que para todo real não nulo x (maior
1 x 1 x
do que o oposto de um) e todo inteiro n (maior
do que ou igual a dois), vale a Desigualdade de C.Q.D.
Bernoulli (estrita):
10) Prove que para todo real x (diferente do
1 x n  1  nx . oposto de um) e todo inteiro não negativo par
n vale a Desigualdade de Bernoulli (par):
PROVA: Note que se x for igual ao oposto de
um, tal desigualdade é obviamente verdadeira: 1 x n  1  nx .
n

0 1  n −1 . PROVA: Pondo x menor do que o oposto de
0 negativo um:
Continuemos agora com a sua prova para x Pondo n nulo:
maior do que o oposto de um.
n

1  x   1
 nx .
Condição inicial de indução (2): 1 1

2

1  x  1  2x . Pondo n positivo:
1 2x x2
n

1  x   1
 nx .
Hipótese de indução (k ≥ 2): negativo
positivo

1 x k  1  kx . C.Q.D.
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Definição (de Fatorial): Para todo inteiro não 1!


C
 1,1 = .
negativo n, definimos fatorial de n (n!):
1 
1 − 1! ⋅ 1!
1
 i 0! = 1 ;
Hipótese de indução (n − 1 ≥ 1):
 ii 1! = 1 ;
 n − 1!
 iii  n  1! =  n  1 ⋅ n! . Cn − 1 , k = .
 n − k − 1! ⋅ k!
O leitor deve notar que: Tese de indução (n ≥ 2):
2! = 2⋅1! = 2⋅1 = 2 n!
C n , k = .
 n − k ! ⋅ k!
3! = 3⋅2! = 3⋅2⋅1 = 6
Desenvolvimento:
4! = 4⋅3! = 4⋅3⋅2⋅1 = 24
Para k variando de um até o antecessor de n,
5! = 5⋅4! = 5⋅4⋅3⋅2⋅1 = 120 fixemos um elemento do conjunto S. Contemos
agora todos os seus subconjuntos (de k
6! = 6⋅5! = 6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1 = 720 elementos), reunindo aqueles que não contêm tal
elemento com aqueles que o contêm. Algo que
7! = 7⋅6! = 7⋅6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1 = 5040 origina a Relação de Stieffel:

8! = 8⋅7! = 8⋅7⋅6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1 = 40320 Cn , k =  Cn − 1 , k   Cn − 1 , k − 1 .

9! = 9⋅8! = 9⋅8⋅7⋅6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1 = 362880 Usando a hipótese nos mesmos termos:

10! = 10⋅9! = 10⋅9⋅8⋅7⋅6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1 = 3628800 n − 1!  n − 1!


Cn , k = 
 n − k − 1! ⋅ k! n − k! ⋅ k − 1!
 
 n − 1! ⋅  n − k n − 1! ⋅ k
Consequência: Para n natural: C n , k = 
 n − k ! ⋅ k! n − k! ⋅ k!
n! = Produto dos n primeiros naturais .
n!
Cn , k = .
11) Seja S um conjunto finito dotado de s  n − k! ⋅ k!
elementos. Seja um inteiro não negativo k (menor
do que ou igual a s). Prove que o número de Para k igual a zero:
subconjuntos de S com k elementos é:
n!
s! C
 n ,0 = .
Cs , k =
s − k ! ⋅ k !
. 1 
 n − 0! ⋅ 0!
1

PROVA:
Para k igual a n:
Condição inicial de indução (0 e 1):
n!
C
 n, n = .
Se s é nulo então k é nulo, donde S possui
um único subconjunto vazio: 1 
 n − n! ⋅ n!
1

0! C.Q.D.
C
 0,0 = .
1 
 0 − 0! ⋅ 0!
12) Se p e q são ambos inteiros não negativos,
1
prove que o seguinte número é sempre inteiro e
Se s é igual a um então: ou k é zero, donde maior do que ou igual a um:
S possui um único subconjunto vazio, ou k é
p  q!
um, donde é fato que S possui um único .
subconjunto unitário:  p! ⋅ q!

1! PROVA: Basta colocar na última questão:


C
 1,0 = ;

1− 0! ⋅ 0! s=pq e k=q .
1
1
C.Q.D.
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13) (BINÔMIO DE NEWTON) Se a e b são reais Complementariedade: Determinar um subconjunto


(complexos), prove que para n natural: qualquer de S com k elementos é o mesmo que
determinar um subconjunto correspondente com
n
(s − k) elementos (e vice-versa), donde é sempre
a  b n = ∑ Cn , k ⋅ a n − k ⋅ bk .
verdade a seguinte igualdade:
k =0

Condição inicial de indução (1): Cs , k = Cs , s − k .


a  b1 = C
 1,0 ⋅ a 1− 0 ⋅ b0  
C1,1 ⋅ a 1− 1 ⋅ b1 . Observação: Chegamos a mesma propriedade de
a b a b complementariedade notando que:

Hipótese de indução (p ≥ 1): Cs , k =


p
a  b p = ∑ C p , k ⋅ a p− k ⋅ b k . s!
=
k =0
s − k! ⋅ k!
Tese de indução (p + 1 ≥ 2):
s!
=
p 1 s − k! ⋅ s − s − k!
a  b p 1 = ∑ Cp  1 , k ⋅ a p− k  1 ⋅ b k .
k= 0
Cs , s − k .
Desenvolvimento:
Observação: Para p e q inteiros não negativos,
Multiplicando a hipótese por (a + b): uma reescrita prática da mesma propriedade seria:

a  b p 1 = Cp  q  , p =  Cp  q  , q .

p p
Exercício: Deixamos para o leitor oferecer uma
∑ C p , k ⋅ a p − k  1 ⋅ b k  ∑ C p , k ⋅ a p − k ⋅ b k  1 . interpretação/prova para a igualdade:
k=0 k= 0

n
Destacando e ajustando a primeira parcela do
primeiro somatório:
2n = ∑  Cn , k .
k =0

Cp  1 ,0 ⋅ a p − 0  1 ⋅ b0  I Exercício: E também para:

Destacando e ajustando a última parcela do n

segundo somatório: 0 = ∑  Cn , k ⋅ −1 k .


k =0

Cp  1 , p  1  ⋅ a p − p 1  1 ⋅ b p  1  III
Exercício: Idem para:
Ajustando as demais parcelas: n

p p
n⋅2 n − 1 = ∑ Cn , k ⋅ k .
k =0
∑ Cp , k ⋅ a p− k 1
⋅b  k
∑ Cp ,  k − 1 ⋅ a p −k  1
⋅b k
.
k=1 k=1
Exercício: Prove, para k variando de 2 até n − 2
Donde: (com n maior do que ou igual a 4), que:

p Cn , k =  Cn − 2 , k − 2  2⋅Cn − 2  , k − 1   Cn − 2 , k  .


∑  Cp , k  C p , k − 1  ⋅ a p− k  1 ⋅ bk .
k=1
Exercício: Mostre que os coeficientes do Binômio
E finalmente: de Newton formam a seguinte figura. Onde a
primeira linha corresponde a n igual a zero, a
p segunda, a n igual a um, e assim por diante:
∑ Cp  1 , k ⋅ a p − k  1 ⋅ bk II 
k=1 1
1 1
Provamos a tese somando (I), (II) e (III):
1 2 1
p 1 1 3 3 1
a  b p  1 = ∑ Cp  1 , k ⋅ a p− k  1 ⋅ b k . 1 4 6 4 1
k= 0 1 5 10 10 5 1
C.Q.D.  
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NÚMEROS 02D: Exercício: Conjecture as fórmulas: da soma dos


primeiros n naturais, da soma dos quadrados dos
APLICAÇÕES INTERMEDIÁRIAS DE INDUÇÃO primeiros n naturais, do termo geral de uma
sequência aritmética e do termo geral de uma
01) (SOMA DOS N PRIMEIROS NATURAIS ÍMPARES) sequência geométrica. Todas essas quatro fórmulas
Explore (a noção de), conjecture e finalmente já tiveram a validade demonstrada mais acima. As
demonstre uma fórmula para a soma duas últimas fórmulas são deveras simples e
dos n primeiros números naturais ímpares. podem seguir o modelo utilizado na nossa última
questão 01. Quanto as duas primeiras fórmulas:
PROVA:
(I) EXPLORAÇÃO: Sugestão #1: A soma dos n primeiros números
naturais pode ser conjecturada a partir do famoso
Examinemos algumas das primeiras somas:
“Truque de Gauss”. Com efeito:
1 = 1 = 12 .
Escrevendo de duas maneiras a soma desejada
2 (uma em ordem crescente dos seus termos e a
1  3 = 4 = 2 .
outra em ordem decrescente):
1  3  5 = 9 = 32 . Sn = 1  2    n − 1  n
2
1  3  5  7 = 16 = 4 . e
2
1  3  5  7  9 = 25 = 5 . Sn = n   n − 1    2  1 .

  Somando, membro a membro, as duas igualdades:


(II) CONJECTURA: 2 Sn = 
 n  1   n  1  ...   n  1   n  1 .
n parcelas
A soma dos n primeiros números naturais ímpares
parece ser igual a: Donde:
2
In = n . n n  1
Sn = .
(III) DEMONSTRAÇÃO POR INDUÇÃO: 2

Condição inicial de indução (1): Sugestão #2: A soma dos quadrados dos n
primeiros números naturais pode ser conjecturada a
2 partir das seguintes três etapas:
 .
1 = 1
1
(I) Para todo natural k:
Hipótese de indução (k ≥ 1):
k  13 = k 3  3k 2  3k  1 .
2
Ik = k .
(II) Somando os dois membros para k variando
Tese de indução (k + 1 ≥ 2): de 1 até n e cancelando todas as parcelas
possíveis, entre o resultante primeiro membro e o
Ik  1 =  k  12 = k 2  2k  1 . resultante primeiro termo do segundo membro,
obtemos:
Desenvolvimento:
n  13 = 1  3 S2 n  3 S n  n .
Ik  1 = Ik  2k  1
(III) Substituindo a fórmula (suposta conhecida)
 I k  1 =  k 2   2k  1 para (S)n e realizando as manipulação necessárias,
obtemos enfim uma conjectura para (S2)n.
2
 I k  1 = k  2k  1 .
Exercício: Faça uma nova conjectura para (S)n,
C.Q.D. partindo agora da seguinte igualdade para todo
número natural k:
Exercício: Deveríamos ter demonstrado antes que
o ímpar (par) da posição natural k é igual a k  12 = k 2  2k  1 .
2k − 1 (2k). Faça isso agora.

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Exercício: Explore (a noção de), conjecture e Sugestão #1: O termo geral pode ser conjecturado
demonstre a validade da seguinte fórmula para a a partir de um punhado de termos iniciais:
soma dos cubos dos n primeiros números naturais:
2
a 1 = aq 0  d  0
S3 n =
 n n  1 
2  . 1
a 2 = aq  d 1

Sugestão: Parta da seguinte igualdade para todo a 3 = aq 2  d q  1


número natural k:

k  14 = k 4  4k 3  6k 2  4k  1 . a 4 = aq 3  d q 2  q  1

Exercício: Explore (a noção de), conjecture e 4 3


a 5 = aq  d q  q  q  1
2

demonstre uma fórmula para a soma


dos n primeiros termos de uma sequência  
aritmética an de primeiro termo a e razão d.
O resultado pretendido é: Sugestão #2: O somatório pode ser conjecturado a
partir do seguinte. Primeiro, reescreva o termo
n a 1  a n 
A n = . geral para qualquer k natural:
2
q k −1 1
Sugestão: Adapte o “Truque de Gauss”. a k = aq k − 1  d ⋅ − d⋅ .
q −1 q−1
Exercício: Explore (a noção de), conjecture e Tome agora o somatório de cada termo para k
demonstre uma fórmula para a soma variando de 1 até n.
dos n primeiros termos de uma sequência
geométrica an de primeiro termo a e Exercício: Prove que uma sequência (com os dois
razão q. O resultado pretendido é: primeiros termos distintos e que não é uma SG)
é uma SGA se e somente se as diferenças
qn− 1
G n = a ⋅ . sucessivas dos seus termos formam uma SG.
q−1
Exercício:(*) Considere a recorrência de segunda
Sugestão: Escreva duas vezes a soma desejada. ordem xn assim definida:
Multiplique uma das igualdades escritas por q e
a outra por (−1). Adicione as duas igualdades  i x1 = α ;
resultantes membro a membro.
 ii x2 = β ;
Exercício: Sejam dados os números reais
(complexos) não nulos a, q ≠ 1 e d. Definimos  iii ax n  2 = −bx n  1 − cx n .
indutivamente para n natural a sequência an:
São dados os números reais α, β, a ≠ 0, b e
 i a1 = a ; c ≠ 0 tais que b2 − 4ac ≠ 0.

 ii a n 1 = qa n  d . Conjecture e prove que para todo n natural:

Uma recorrência de primeira ordem como essa é x n = C 1⋅r 1 n  C 2⋅r 2 n .


dita uma sequência geométrico-aritmética (SGA) de
primeiro termo a, razão (geométrica) q e razão Onde r1 e r2 são as raízes distintas e não nulas
(aritmética) d. Prove que: da equação:

qn −1 − 1 ar 2  br  c = 0 .
n −1
a n = aq  d⋅
q −1 E C1 e C2 são números dados por:

e αr 2 − β
C1 =
n
r1  r 2 − r 1
∑ ak = GA n =
k=1 e
n
q −1 q n − 1 − n q − 1 β − αr 1
a⋅  d⋅ 2
. C2 = .
q−1 q − 1 r 2  r 2 − r 1

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02) (A SEQUÊNCIA DE FIBONACCI I) Um Obviamente a propriedade vale para um único


casal de coelhos recém-nascidos é posto em um cavalo. Supondo que valha para n cavalos
viveiro. Sabemos que um casal precisa atingir devemos provar que vale para n + 1 cavalos.
dois meses de idade para ser capaz de reproduzir
e que um casal maduro gera um novo casal a Tomemos um conjunto de n + 1 cavalos e o
cada mês. Prove que o número de casais de escrevamos como a reunião de dois conjuntos:
coelhos no viveiro no mês n do experimento é um formado pelos n primeiros cavalos e o outro
dado por Fn tal que: formado pelos últimos n cavalos. Para cada um
dos dois conjuntos vale a hipótese, donde, como
 i F1 = 1 ; os dois conjuntos possuem elementos em comum,
todos os n + 1 cavalos possuem a mesma cor, o
 ii F2 = 1 ; que prova a tese de indução!?

O erro aqui é tomar como verdadeiro o trecho


 iii F n  2 = F n  1  F n . destacado acima para n igual a um.

PROVA: C.Q.D.

Nos dois primeiros meses só existe o casal 05) (AS TORRES DE HANÓI) Esse famoso
original. A partir do terceiro mês, o número atual jogo é baseado em um tabuleiro horizontal dotado
de casais é igual a quantidade parida pelos que de idênticas três hastes finas verticais e n discos
estavam vivos dois meses antes, aumentada dos (de mesma espessura e vazados em seus
que estavam vivos um mês antes. respectivos centros) de diâmetros distintos dois a
dois. O jogo tem início com todos os discos
C.Q.D. enfiados na primeira haste de modo que um
disco qualquer nunca fique sobre um disco menor.
Observação: A solução dada só faz sentido se O objetivo do jogo é transferir a pilha de discos
os coelhos são imortalmente férteis e o viveiro é para uma outra haste, deslocando um disco de
ideal, isto é, com recursos infinitos para cuidar cada vez, de modo que, a cada passo, a regra
de eventuais infinitos animais. sublinhada acima seja respeitada.

Observação: A Sequência de Fibonacci Fn tem a) Prove que o jogo possui solução para
os seus primeiros termos dados por: todo n natural.

b) Prove que o número mínimo de movimentos


1 , 1 , 2 , 3 , 5 , 8 , 13 , 21 , 34 , 55 , 89 , 144 
para resolver o problema com n discos é:
03) (A SEQUÊNCIA DE FIBONACCI II) Prove H n = 2n − 1 .
que para todo n natural:
n n
PROVA:

Fn =
 1  5
2   −
1 − 5
2  .
a) Obviamente a propriedade vale para um único
disco. Supondo que valha para n discos devemos
5 provar que vale para n + 1 discos.

PROVA: Fica como exercício para o leitor Transfira os n discos menores para a terceira
aplicar o problema(*) proposto anteriormente sobre haste, o que é possível por hipótese. Mova o
recorrência de segunda ordem. C.Q.D. disco maior para a segunda haste e depois
desloque os n discos menores também para a
Observação: Não deixa de causar surpresa que segunda haste. O que prova que o problema
uma sequência de números naturais tem o seu com n + 1 discos tem solução.
termo geral escrito em função de números
irracionais. b) A solução mínima para n + 1 discos envolve
duas vezes a solução mínima para n discos
04) (A FALÁCIA DA COR DO CAVALO) acrescida de um movimento. Ou seja:
“Prove” que todos os cavalos possuem a mesma
H n  1 = 2H n  1 .
cor.
Donde Hn é uma sequência geométrico-aritmética
PROVA: de termo geral:
Obviamente a afirmação acima é falsa e o que H n = 2n − 1 .
nos interessa de fato aqui é apontar o erro em
um clássico (E falho!) argumento indutivo. C.Q.D.
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06) (A MOEDA FALSA) Prove que podemos Mais sobre o problema da pizza de Steiner: Se
encontrar uma moeda falsa (que sabemos ser mais não soubéssemos da fórmula, poderíamos, mesmo
leve do que as demais) em 2n moedas, usando assim, proceder analogamente e deduzir que:
exatas n pesagens de uma balança de dois pratos.
R1 = 2 e R n  1 − R n = n  1 .
PROVA:
Somando agora os dois membros da última
Se n é igual a um, basta uma única pesagem. igualdade, para n variando de 1 até n − 1,
Supondo que sejam suficientes n pesagens para obtemos novamente que:
2n moedas, devemos provar que são suficientes
n + 1 pesagens para 2n+1 moedas. n  n  1 n  n  1
Rn − 2 = − 1 ⇒ Rn = 1  .
2 2
Colocando uma metade das moedas em um prato
e a outra metade no outro e com uma pesagem 08) (O QUEIJO DE STEINER) Prove que o
identificamos o grupo de 2n moedas mais leve. número máximo de regiões em que n planos
Donde, com mais n pesagens, identificamos enfim dividem o espaço tridimensional é dado por:
a moeda falsa com apenas n + 1 pesagens.
n 3  5n  6
C.Q.D. Pn = .
6
Observação: O mesmo vale se a moeda falsa é
sabidamente mais pesada do que as demais. PROVA:

Exercício: Prove que podemos encontrar uma Obviamente a propriedade vale para um único
moeda falsa (sabidamente mais leve/pesada do que plano. Supondo que valha para n planos devemos
as demais) em 3n moedas, usando exatas n provar que vale para n + 1 planos.
pesagens de uma balança de dois pratos.
Para maximizar o número de regiões: (i) Não
07) (A PIZZA DE STEINER) Prove que o podemos ter dois planos coincidentes e nem dois
número máximo de regiões em que n retas planos paralelos. (ii) Dados três planos, duas
dividem o plano é dado por: quaisquer de suas retas de intersecção não podem
ser nem coincidentes e nem paralelas. (iii) Dados
n  n  1 n2  n  2 quatro planos, três quaisquer de suas retas de
Rn = 1  = . intersecção não podem passar por um mesmo
2 2
ponto.
PROVA:
Sejam n planos seguindo essa disposição geral.
Obviamente a propriedade vale para uma única Devemos acrescentar um novo plano de acordo
reta. Supondo que valha para n retas devemos com o mesmo espírito. O novo plano sofrerá n
provar que vale para n + 1 retas. cortes lineares, dos quais não existem dois cortes
que não sejam paralelos e não existem três cortes
Para maximizar o número de regiões, não que passem por um mesmo ponto. O novo plano
podemos ter duas retas coincidentes e nem duas fica dividido então em Rn regiões planas,
retas paralelas. Também não podemos ter três dobrando o número das regiões espaciais
retas passando por um mesmo ponto. correspondentes. Donde:

Sejam n retas seguindo essa disposição geral.


Devemos acrescentar uma nova reta de acordo
com o mesmo espírito. Tal nova reta vai cortar
P n  1 = Pn   n2  n  2
2 
n + 1 regiões preexistentes, dobrando o seu
número. Donde: Pn  1 =  n 3  5n  6
6  

n2  n  2
2 
R n 1 = R n   n  1 

R n 1 =  1 
2 
n  n  1
 n 1
Pn  1 =   n  13  5  n  1  6
6  .

C.Q.D.
 n  1 n  2
R n 1 = 1  .
2 Exercício: Refaça o problema do Queijo de
Steiner supondo a fórmula desconhecida.
C.Q.D.
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NÚMEROS 02E: PROVA:

APLICAÇÕES AVANÇADAS DE INDUÇÃO Condição inicial de indução (3):


2 3
01) Para todo natural n (diferente de um e de   3 .
3!
dois) prove que: 36 27

n  1n  n n  1 . Hipótese de indução (k ≥ 3):


PROVA:
k!2  k k .
Condição inicial de indução (3):
Tese de indução (k + 1 ≥ 4):
3 3 1

3  1  3 .
64 81 k  12 ⋅  k!2   k  1k  1 .

Hipótese de indução (k ≥ 3): Desenvolvimento: Note inicialmente que (usando o


resultado da última questão):
k

 k  1
k   k . k k  1   k  1k
k k
k⋅k   k  1
Tese de indução (k + 1 ≥ 4):
k1  k  1 ⋅ k k   k  1k
 k  2
k  1   k  1 .
k  12 ⋅ k k   k  1k  1 .

Desenvolvimento: Multipliquemos agora os dois lados da hipótese


por:
Multipliquemos os dois lados da hipótese por: k  12 .
k  1 Donde:
.
k
k  12 ⋅  k!2   k  12 ⋅ k k   k  1k  1 .
O que conduz a:
k 1
C.Q.D.

 k  1
k   k  1 .
Exercício: Prove que:
k −1
Note agora que:

0  1 ⇔
n  k  2 ⇒
 Cn , k
n k
=
1
k!
⋅ ∏
p =1
 1 −
p
n  
2
1
k−1
.

03) Prove que para todo n natural é crescente a


2 2
k  2k  k  2k  1 ⇔ sequência:
n

 n  1

2
k k  2   k  1 ⇔ an = .
n
k  2 k  1
 . PROVA: Usando o Binômio de Newton e o
k  1 k
resultado do exercício proposto anteriormente
Donde: (após notar que a2 é maior do que a1):
n n k− 1

 k  2
k  1
k1

   k  1
k
k 1

  k  1 . 1 
1
n  = 2  ∑
k=2
1
k!
⋅ ∏
p= 1
 1 −
p
n  .

C.Q.D. Cada termo do somatório aumenta com n ao


mesmo tempo que novos termos positivos são
02) Para todo natural n (diferente de um e de adicionados com o aumento de n, donde a
dois) prove que: sequência só pode crescer sempre.
n!2  n n . C.Q.D.
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04) Prove que para todo n natural: O que prova a tese de indução, uma vez que:
n

 
k k 1
n  1
2  an =
n
 3 .
 k  1
k   
k  2
k  1  .

PROVA: C.Q.D.

A primeira parte da desigualdade é imediata uma 06) Para todo inteiro n (maior do que um)
vez que o primeiro termo da sequência é igual a prove que:
dois e ela é crescente.
n
Provamos a segunda parte da desigualdade usando ∏  2k − 1  nn .
o Binômio de Newton e o resultado do exercício k =1

proposto anteriormente:
PROVA:
n n


1 
1
n   2  ∑
k
=2 2
k −1
1
 3 . Condição inicial
2
de indução (2):

1 − 1/ 2n −1
∏ 2p − 1 2 .
 2
C.Q.D. 
p= 1 4
3

05) Para todo inteiro positivo n prove que: Hipótese de indução (k ≥ 2):
n

 n  1

k
2n  1   n  1  . ∏  2p − 1  kk .
n p =1

PROVA: Tese de indução (k + 1 ≥ 3):

Condição inicial de indução (1): k


2k  1 ⋅ ∏ 2p − 1   k  1k  1 .
1 p= 1


2 1  1  1  1
3 
1  1
1
.   Desenvolvimento:
4
Multiplicando, membro a membro, a hipótese e
Hipótese de indução (k ≥ 1): a desigualdade da questão anterior para k
maior do que um:
k

2k  1   k  1  k  1
k  . k
2k  1 ⋅ ∏ 2p − 1  k k ⋅
 k  1
k
k 1

p= 1 k
Tese de indução (k + 1 ≥ 2):
k
k1
k 1 2k  1 ⋅ ∏ 2p − 1   k  1 .
2k  3   k  2
k  2
k  1   .
C.Q.D.
p= 1

Desenvolvimento: 07) Para todo natural n (diferente de um e de


dois) prove que:
Adicionemos, membro a membro, a hipótese e a n
seguinte desigualdade para k inteiro positivo:
k
2n  1  n
n  1
n   .

2   k  1
k  . PROVA:

Condição inicial de indução (3):


O que resulta em:
3

2k  3   k  2  k  1

k

.

2 3  1  3
63  3 
1  3
. 
k 9 64
9

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Hipótese de indução (k ≥ 3): k

∏  2p − 1  2k k − 1 .
k p =1

2k  1  k  k  1
k  .
Tese de indução (k + 1 ≥ 4):
k
Tese de indução (k + 1 ≥ 4): 2k  1  ⋅ ∏ 2p − 1  2  k  1k .
p= 1
k 1

2k  3   k  1
k  2
k  1   . Desenvolvimento: Multiplicando agora, membro a
membro, a hipótese e a desigualdade da questão
anterior para k maior do que ou igual a três:
Desenvolvimento:
k k
 k  1
Adicionemos, membro a membro, a hipótese e a 2k  1 ⋅ ∏ 2p − 1  2k k −1
⋅ k −1
seguinte desigualdade para k maior do que dois: p= 1 k

k k

2   k  1
k  .  2k  1 ⋅ ∏
p =1
 2p − 1  2  k  1 .
k

C.Q.D.
O que resulta em:
Exercício: Para todo inteiro n (maior do que ou
k
igual a quatro) prove que:
2k  3   k  1  k  1
k  .
2 n  n!  n n .
O que prova a tese de indução, uma vez que: 09A) (DESIGUALDADES DAS MÉDIAS I) Dada
uma sequência numérica positiva an definimos
k k 1

 k  1
k   
k  2
k  1  .
respectivamente para os seus n primeiros termos:

A sua média aritmética:


C.Q.D. n

∑ ak
k =1
08) Para todo natural n prove que: A = .
n
n

∏  2k − 1   2n n − 1 . A sua média geométrica:


k =1

∏
n
n
PROVA: G = ak .
k =1

Condição inicial de indução (1): A sua média harmônica:


1 n
∏ 2p − 1 1 1 − 1 .
 2 H = n
.

p= 1 2 ∑ a k  −1
1
k =1

Condição inicial de indução (2): Sendo n igual a 2m (com m inteiro não


negativo), prove que:
2

∏ 2p − 1  22 − 1 .
 2 A  G  H .

p= 1 4
3 PROVA: Provemos a primeira desigualdade para
dois números:
Condição inicial de indução (3):
A  G ⇔
3

∏ 2p − 1  33− 1 .
 2 a1  a2  2  a1 a2 ⇔

p= 1 18
15
a 1 2   a 2 2  2 a 1 a 2  4 a 1 a 2 ⇔
Hipótese de indução (k ≥ 3):
2
a 1 − a 2   0 .
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Provamos que a primeira desigualdade vale para  i A = G ;


dois números (e ela obviamente vale para um
único número). Supondo que valha para n (2k)  ii Todos os n números são iguais ;
números (k inteiro positivo), devemos provar que
vale também para 2n (2k+1) números.  iii A = H ;

Convencionemos então que o índice I se  iv G = H .


refere aos primeiros n números, o índice II
se refere aos n números seguintes e as PROVA:
grandezas com barra se referem a todos os
2n números. Com isso obtemos que:
Vamos provar que (i) implica (ii).
AI  A II
 =
A   A I⋅A II   G I⋅G II  .
= G Supondo que nem todos os números são iguais,
2 existe um menor am e um maior aM (distintos)
tais que:
Colocando os inversos dos n (2m) números na
primeira desigualdade já validada: 0  am  A = G  aM .

1 1 Troquemos o número am por G.


 ⇔ G  H .
H G
Troquemos o número aM por:
C.Q.D.
am ⋅ aM
.
09B) (DESIGUALDADES DAS MÉDIAS II) G
Se n é um natural qualquer, prove que:
Tal transformação preserva a média geométrica.
A  G  H . Vamos provar agora que ela reduz a média
aritmética, bastando para tanto mostrar que:
PROVA:
am ⋅ aM
Seja n diferente de uma potência de dois tal que G   am  a M ⇔
G
o natural p é a menor potência de dois que
supera n.

Sejam os n números reunidos a p − n números


G − am  ⋅  aM
G
− 1   0 .
iguais a A o que garante que a média aritmética
de todos esses p números é também igual a A. Exibimos então n números com média aritmética
Apliquemos a versão já provada da primeira menor do que a geométrica. Absurdo! Donde
desigualdade para esses p números: todos os números devem ser iguais.

A  p G n⋅A p − n É óbvio que (ii) implica (iii) que por sua vez
implica (iv).
A  G n / p⋅A 1 − n / p
Vamos provar que (iv) implica (ii) que por sua
A n /p
 G n/ p vez implica (i).

A  G . Então G é igual a H, se e somente se o


inverso de G é igual ao inverso de H, se e
Colocando os inversos dos n números na primeira somente se a média geométrica dos inversos dos
desigualdade já validada: n números é igual a média aritmética dos
inversos dos mesmos n números, se e somente se
1 1 os inversos dos n números são todos iguais, se e
 ⇔ G  H . somente se todos os n números são iguais.
H G

C.Q.D. C.Q.D.
09C) (DESIGUALDADES DAS MÉDIAS III) Relação das médias para um ou dois números:
Se n é um natural qualquer, prove que as
seguintes quatro afirmações são equivalentes: G2 = A ⋅ H .
Professor Castanheira – Página 21
PROFESSOR CASTANHEIRA TEORIA ELEMENTAR DOS NÚMEROS INTEIROS 02
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Interpretação geométrica das médias para dois  i k = 0 ⇒ S 0, k = 1 ;


números:
 ii k ≠ 0 ⇒ S0, k = 0 .
Seja P um ponto de uma circunferência de centro
O. Seja Q a projeção ortogonal de P sobre um Supondo Sn,k definido para algum inteiro não
diâmetro que não o contém. Se Q determina negativo n (e todo inteiro k), definimos ainda:
sobre tal diâmetro dois segmentos de medidas a1
e a2 então:  i k  n  1 ou k  0 ⇒ Sn  1 , k = 0 ;
∣OP∣ = A e ∣PQ∣ = G .
 ii n  1  k  0 ⇒ Sn  1 , k = S n , k  S n , k − 1⋅ a n  1 .
Se R é a projeção ortogonal de Q sobre o
segmento OP então: Não é difícil notar que Sn,k é igual a soma de
todos os possíveis produtos dos n números
∣RP∣ = H . tomados k a k (verifique!). Note, em particular,
que Sn,0 é sempre igual a um e que Sn,n é
Definição de Sequência Harmônica (SH): Seja sempre igual ao produto de todos os n números.
uma sequência numérica de termos não nulos,
com os dois primeiros termos distintos. Ela é Se x é real (complexo), prove agora que:
dita uma Sequencia Harmônica (SH) se a
n n
sucessão cujos termos são os respectivos inversos
dos seus termos é uma sequência aritmética. ∏ x  a k = ∑ S n , k⋅ x n − k .
i =1 k=0

Confronto Sequência versus Média: Seja uma


sequência numérica de termos positivos, com os
PROVA:
dois primeiros termos distintos. Ela é uma
sequência aritmética (geométrica) (harmônica) se e A propriedade vale para n igual a um:
somente se cada termo, a partir do segundo, é
igual a média aritmética (geométrica) (harmônica) x  a 1 = S 1,0⋅x 1  S1,1⋅x 0 .
entre seu antecessor e seu sucessor. Verifique!
A propriedade vale para n igual a dois:
Exercício: Dada uma sequência numérica positiva
qualquer an definimos para seus n primeiros x  a 1  x  a 2 = S 2,0⋅x 2  S 2,1⋅x 1  S 2,2⋅x 0 .
termos a sua média quadrática:
Supondo que a propriedade vale para algum


n
2 natural n maior do que ou igual a dois,
∑ a k 
k=1
provemos que ela vale para o seu sucessor:
Q = .
n

 
n 1 n

Prove que Q é sempre maior do que ou igual a


∏ x  ak  = ∑ Sn , k⋅ xn − k ⋅x  a n  1   =
k =1 k =0
A. Valendo a igualdade se e somente se todos
os n números são iguais. n
n 1
Sn  1  ,0⋅x  ∑  Sn , k  S n , k − 1⋅an  1 ⋅ xn  1 − k
k =1

Sugestão: Prove para um e dois números. Prove
para 2m números. Prove para n números (n 0
qualquer). Tomando Q igual a A, suponha (por  Sn  1 , n 1⋅x =
absurdo) a existência de ao menos dois números
n 1
distintos (amínimo e aMÁXIMO), trocando-os (para obter
uma contradição) respectivamente por: ∑ Sn  1 , k⋅ xn  1 − k .
k =0

A e a mínimo  a MÁXIMO  − A . C.Q.D.


10) (PRODUTO DE GIRARD) O Produto de Exercício (soma telescópica ou soma encaixante):
Girard serve para estabelecermos as famosas Se ak é uma sequência numérica e n é um
Relações de Girard da álgebra elementar. número natural, prove que:
Sendo dada uma sequência numérica qualquer an, n
definimos indutivamente, para os seus n primeiros
termos, o seu somatório simétrico de classe
∑ a
k =1
k − a k 1 = a 1 − a n 1 .

(inteira) k (Sn,k):
Professor Castanheira – Página 22

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