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Introdução

O objetivo desta pesquisa é analisar a contribuição do movimento negro brasileiro nas


conquistas educacionais da população negra. Considerando a não obrigatoriedade das
cotas para pós-graduação, a curta amplitude dos programas de auxílio permanência, e os
efeitos do racismo, o que permite o ingresso e a permanência da população auto
declarada negra nos cursos de pós-graduação da UFF?

É inegavel o aumento do contingente de estudantes declarados negros, nos ultimos anos


nos cursos de graduação das universidades publicas após os quatro anos de sancionada a
LEI Nº 12.711, que estabeleceu a cotas sociais e raciais nas instituições de ensino
federais.
De acordo com a SEPPIR - A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial," Entre 2013 e 2015, a política afirmativa garantiu o ingresso a
aproximadamente 150 mil estudantes negros em instituições de ensino superior em todo
o país, contrapondo, dados fornecidos pelo Ministério da Educação, no qual, em 1997 a
porcentagem de jovens negros, entre 18 e 24 anos, que cursavam ou haviam concluído o
ensino superior era de 1,8% e o de pardos, 2,2%. com a implementação da lei, em 2013
esses percentuais já haviam subido para 8,8% e 11%.
Apesar do avanço, o contraste daqueles declarados negros e brancos no que tange ao
acesso ao ensino superior ainda existem, e tornam-se mais sobressalentes se
considerarmos os cursos de pós-graduação.
De acordo com os dados fornecidos pela Pesquisa Naional por Amostras de Domocilios
(Pnad), a quantidade de estudantes negros nos programas de pós graduação duplicou de
2001 a 2013, passando de 48,5 mil para 112 mil, no entando, os estudantes negros
representam apenas 28,9% do total de pós-graduando em todo país. mesmo sendo negra
a maior parte da população brasileira (52,9).
Para que possamos compreender o número baixo de estudantes negros nas
universidades, é necessario que se compreenda relações raciais no Brasil, o conceito de
Raça, identidade, Mobilidade e Estrutura de Classes no Brasil e a participação historica
do movimento negro, como o movimento que impulsinou "uma intensa e aguçada luta
de conquistas de direitos dentro da perspectiva educacional, que se explicitaram nas
diversas ações pró-educação, nos diversos projetos e também nas mais diversificadas
propostas que visam ofertar ao negro brasileiro o acesso e permanência na educação."
Justificativa

Diante das desigualdades raciais, e da ideia de que vivemos em uma democracia racial.
é Importante trazer para o centro das discussões, a colaboração do movimento negro e
os resultados das politicas de ações afirmativas no que tange o ingresso e permanencia
da população negra nas universidades. A fim de investigar as disparidades que
permeiam a realidade educacional brasileira, em particular da cidade de Niteroi, que até
o ano de 2010, com base na pesquisa fornecida pelo IBGE, 35,8% da população se
declara negra ou parda.
(incompleto)

Objetivo
Este trabalho tem como objetivo, mapear, elucidar e analisar como os estudantes negros
no qual são historicamentes excluidos ao acesso a educação, tem conseguido sem
auxilio de bolsa permanencia ou oriundos de familias com baixo poder aquisitivo
ingressar e se manter nos cursos de pós graduação das intituições publicas.
Metodologia

Esse trabalho apoia-se em uma abordagem qualitativa, mas pretende-se também o uso
de dados quantitativos.
Busco no embasamento bibliográfico alicerçar o plano teórico a partir de dois eixos
principais: Para falar das diversas articulações entre raça, identidade e etnia, usando
autores como Kabengele Munanga "Rediscutindo a mestiçagem no Brasil" (1999),
Anibal Quijano " Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina." (2005) , e
Stuart Hall Da diáspora : identidades e mediações culturais. (2003).
Para pensar as possibilidades de agência dos objetos e questões que trazem as
articulações entre os indivíduo e a sociedade, trarei Carlos Hasenbalg, para discutir a
"Discriminação e desigualdades raciais no Brasil", (2005), FANON, Frantz. Pele Negra
máscaras brancas. (1983), José D’Assunção BARROS,. A construção social da cor:
diferença e desigualdade na formação da sociedade brasileira. 2009. e Giddens,
discutindo a “Constituição da Sociedade”(1989).
O levantamento bibliográfico servirá como orientação para formentar a pesquisa
qualitativa.
A segunda parte da pesquisa consistirá em analisar os dados internos dos diferentes
programas da UFF, perfil socioeconomico dos alunos, programas de bolsas e auxilios,
entrevistar diretores/professores/alunos. Na terceira fase do projeto, produzirei uma
análise interpretativa e comparativa dos documentos selecionados através da
bibliografia estudada, utilizando os questionamentos aqui levantados como norteadores.
Levantamento Teorico

Até chegarmos ao ponto crucial desta pesquisa, precisamos entender como o movimento
negro vem reindivicando e lutando para garantir os direitos da população negra, no caso, a
educação. sobre o movimento, a Sociologa Regina Pahim Pinto, aponta, "Movimento negro é a
luta dos negros na perspectiva de resolver seus problemas na sociedade abrangente, em
particular os provenientes dos preconceitos e das discriminações raciais, que os marginalizam
no mercado de trabalho, no sistema educacional, político, social e cultural."
outro ponto importante a ser compreendido, é a construção de ideia de raça na sociedade
brasileira, que difere do restante da america latina, (ESCREVER SOBRE ISSO)
os primeiros passos do movimento negro apontado por Petronio Domingues, aparece
em incios da proclamação da Republica (1889), onde segundo o autor, o movimento
surge "Para reverter o quadro de marginalização no alvorecer da República, os libertos,
ex-escravos e seus descendentes instituíram os movimentos de mobilização racial negra
no Brasil, criando inicialmente dezenas de grupos (grêmios, clubes ou associações) em
alguns estados da nação. No que tange a educação, segundo Nilma Lino Gomes (2012),
"A educação tem merecido atenção especial das entidades negras ao longo da sua
trajetória. Ela é compreendida pelo movimento negro como um direito paulatinamente
conquistado por aqueles que lutam pela democracia, como uma possibilidade a mais de
ascensão social, como aposta na produção de conhecimentos que valorizem o diálogo
entre os diferentes sujeitos sociais e suas culturas e como espaço de formação de
cidadãos que se posicionem contra toda e qualquer forma de discriminação". no
entanto,
Carlos antonio costa Ribeiro (2014), afirma, que "as classes de origem continuam
afetando os destinos de classe, o que significa que, mesmo levando em consideração
aeducação alcançada, há desigualdade de oportunidades de mobilidade social, na
medida em que indivíduos com origens em classe mais altas continuam tendo vantagens
em termos de mobilidade social em relação aos indivíduos com origens em classe mais
baixas."
Diante de toda problematica, em torno da história do negro no Brasil e os seus
processos de luta de conquistas de direitos é de se afirmar que avanços referentes a
educação do negro no Brasil, são consequencias da luta do movimento negro brasileiro
na busca de direitos dessa população no país no decorrer de sua história.
Os programas de politicas afirmativas, neste caso, as cotas, surgem de acordo com às
revindicações do movimento negro que sempre lutou por uma equidade de oportunidade
entre brancos e negros, neste sentido, Silva (2003) acredita que “um programa de ações
afirmativas, de modo especial no que tange à meta de cotas para negros nas
universidades, significa muito mais do que aumento de oportunidades de acesso ao
ensino superior" por outro lado, MARCIA CONTINS LUIZ e CARLOS SANT'ANA
(1996) aponta que alguns "dirigentes de movimentos negros no Rio de Janeiro são
bastante polêmicos pelas propostas e praticas de ação afirmativa e de sistema de cotas
de um modo geral, o debate centra-se na afirmativa de que esses sistemas anti-
discriminatorios apenas criariam uma elite de negros e não resolveriam o problema do
racismo e da desigualdade".
Sendo a Universidade Federal Fluminese - UFF a segunda melhor universidade
do Estado do Rio de Janeiro, de acordo com o Ranking Universitário Folha (RUF)
2014 e ocupar a 16ª posição no ranking nacional (incompleto)
Cronograma

O cronograma a seguir, embora não seja definitivo, prevê fases de desenvolvimento do trabalho e estipula a duração delas.

Atividade / mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Cursos
Levantamento bibliográfico
Pesquisa quantitativa
Apresentação dos primeiros esboços
da pesquisa
Qualificação
Participação em congressos

Escrita de artigo para publicação


Escrita da dissertação
Defesa
sitesvisitados
http://www.noticias.uff.br/noticias/2014/09/uff-segunda-melhor-rio-de-janeiro.php

http://www.brasil.gov.br/educacao/2012/07/censo-2010-mostra-as-diferencas-entre-
caracteristicas-gerais-da-populacao-brasileira

http://www.seppir.gov.br/central-de-conteudos/noticias/2016/03-marco/em-3-anos-150-mil-
negros-ingressaram-em-universidades-por-meio-de-cotas

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2015-05/negros-representam-289-dos-
alunos-da-pos-graduacao

http://www.rio.rj.gov.br/documents/91329/0c746c53-660b-49e6-8da6-85834c220cff

SILVA, A. R. S. da. SILVA, R. S. da. A história do negro na educação: entre fatos,


ações e desafios. In: Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade. Salvador,
v.14, n. 24. p. 193-204. 2005

Cf. Regina Pahim Pinto, O movimento negro em São Paulo: luta e identidade, São
Paulo, Tese de Doutorado, FFLCH-USP, 1993

http://www.scielo.br/pdf/tem/v12n23/v12n23a07 - Movimento Negro Brasileiro: alguns


apontamentos históricos∗ Petrônio Domingues

Mobilidade e Estrutura de Classes no Brasil Contemporâneo - CARLOS ANTONIO


COSTA RIBEIRO*
https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/viewFile/16670/15239

http://www.scielo.br/pdf/es/v33n120/05.pdf lina gomes

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