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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA

DE FAMÍLIA E SUCESSÕES CÍVEL DA COMARCA DE RIO VERDE-GO.

FULANO DE TAL, brasileiro, vendedor autônomo, CPF nº 009.001.000-00, RG nº


0000, residente e domiciliado na Rua A, Qd. A, Lt. 0O, nº OO, Vila nova, Rio
Verde/Goiás, por intermédio de seu advogado e procurador WARLEY LOPES
MARTINS, brasileiro, solteiro, inscrito na OAB, Seção de Goiás, sob o nº 40.382,
mandato incluso, com endereço profissional aludido em notas periféricas, com fulcro
nos artigos 693 e seguintes do Código de Processo Civil, e da Lei Nacional 5.478/1968,
propor:

AÇÃO DE GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS C/C ALIMENTOS,


COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA (ALIMENTOS PROVISÓRIOS)

Em face de FULANINHO DE TAL, menor impúbere, neste ato representado por sua
genitora PAULA OLIVEIRA TORRES , brasileira, podendo ser encontrada no
endereço Rua Cruz, nº OO, Jardim América, Rio Verde/GO, com base nas seguintes
razões:

I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, requer a V. Exª. Que sejam deferidos os benefícios da Gratuidade de


Justiça, com fulcro no Artigo 98, caput, do Código de Processo Civil, por não ter
condições de arcar com às custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízos
dos próprios sustentos e de sua família, visto que o requerente exerce trabalho
autônomo, prestando serviço de venda de colchões e não é sempre que aufere renda de
R$ 1.000,00 (mil reais), não possui vínculo empregatício com nenhuma empresa,
conforme se faz prova através de sua carteira de trabalho, que não está assinada por
nenhum empregador atualmente. (anexo 3)

II - DOS FATOS

O requerente é pai do requerido conforme consta em sua certidão de nascimento.


(Anexo 5)

Os genitores do requerido tiveram um relacionamento, onde do mesmo adveio o menor


Fulaninho de tal, nascido em 17/02/2008, atualmente com 8 (oito) anos de idade.

Salientamos que a guarda do menor sempre foi pertencente a sua genitora,


permanecendo até os dias atuais. O requerente é vendedor autônomo (de colchões
magnéticos), tendo ganhos mensais de aproximadamente R$ 1.000,00 (Mil Reais).

Contanto, o genitor do requerido querendo estabelecer as diretrizes de seus direitos e


deveres procurou o judiciário, almejando a fixação dos alimentos provisórios, alimentos
definitivos assim como formalização da guarda definitiva e regulamentação de visitas.

III - DOS FUNDAMENTOS

1. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA – Arts. 294, 297 e 300 ambos


do Código de Processo Civil e art. 4º da Lei 5.478/1968.
O Requerente roga pela prudente decisão de Vossa Excelência, no que tange a
concessão da fixação de alimentos provisórios, a fim de que não seja cometida nenhuma
injustiça.

Nas ações de alimento, é cabível a fixação de alimentos provisórios, nos termos do art.
4º da lei 5.478/1968 “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos
provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que
deles não necessita. ”

No presente caso Vossa Excelência conforme prova documental (anexo 4), o requerente
não tem um ganho mensal fixo, tendo uma renda que oscila em média em R$ 1.000,00
(mil reais) mensais, exercendo atividade autônoma de vendedor de colchões.

Sendo assim, entendendo ser o que está dentro de suas possibilidades e o necessário
para o alimentado, visto ser inclusive uma obrigação também da genitora, requer-se a
Vossa Excelência a fixação de alimentos provisórios, em caráter de urgência, no valor
da pensão para o montante de 25% (vinte e cinco por cento) do salário mínimo.

1. DA GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

A genitora do requerido já exerce a guarda unilateral de fato.

Porém o requerente caso a genitora do requirido não tenha interesse na guarda


definitiva, este se dispõem em exercê-la uniliteralmente.

Caso a genitora opite por permanecer com a guarda unilateral definitiva, o requerente,
acerca da regulamentação de visitas, com fim de buscar o convívio pacífico da família e
tendo como objetivo maior a formação humana do menor, entende ser mais eficaz que
seja estabelecido da seguinte forma:

1. Que o requerente possa ter o filho em sua companhia, em fins de semana


alternados, podendo pegá-lo na casa materna às 09 horas do sábado e devolvê-lo
até as 19 horas do domingo, no mesmo local. Terá a companhia do filho em
feriados alternados, iniciando-se pelo primeiro após a prolação da sentença.
2. Em época de férias escolares, o genitor terá a companhia do filho metade de
cada período, podendo inclusive com ele viajar, comunicando antecipadamente à
genitora e indicando o local do destino.
3. Em festa de final de ano, a criança passará, nos anos pares, o Natal com o pai e o
Ano Novo com a mãe, invertendo-se essa ordem nos anos ímpares. O dia dos
pais, a criança passará com o genitor e o dia das mães, com a genitora,
independentemente do final de semana.
4. No aniversário da criança, o pai poderá visitar o filho em sua residência, sem
alterar a programação e ou eventual comemoração, podendo levá-lo para
almoçar fora, com a obrigação de devolvê-lo na casa materna até as 16 horas do
mesmo dia. No dia das crianças, passará em companhia do pai nos anos pares e
da mãe nos anos ímpares.

1. DOS ALIMENTOS AOS FILHOS


O dever alimentar dos pais está expressamente previsto na Constituição Federal, em seu
artigo 229:

“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade. ”

Nessa linha o art. 22 da Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) assim


prescreve:

“Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer
cumprir as determinações judiciais."

O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de alimentos, o direito de pleiteá-
los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do art. 1.694 e 1.696:

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros
os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.

[...]

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e


extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau,
uns em falta de outros. ”

In casu, o parentesco está verificado, pois o requerido e o requerente são filho e pai,
conforme certidão anexa. A necessidade, igualmente, está plenamente configurada, vez
que o requerido é menor e, obviamente, não pode arcar com seu sustento.

Os tribunais pátrios sempre concordam no que tange à obrigação de alimentos de ambos


os pais no sustento de sua prole, conforme a jurisprudência:

CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. FIXAÇÃO. QUANTUM. REQUISITOS.


RESPONSABILIDADE DE AMBOS OS GENITORES PELOS ALIMENTOS. 1.
AS NECESSIDADES DO ALIMENTANDO E AS POSSIBILIDADES DO
ALIMENTANTE COMPÕEM AS DUAS VARIÁVEIS NA FIXAÇÃO DOS
ALIMENTOS. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 1.694, PARÁGRAFO 1º, DO
CÓDIGO CIVIL. 2. IMPÕE-SE DISTRIBUIR EQÜITATIVAMENTE ENTRE
OS GENITORES AS DESPESAS PARA O SUSTENTO DA PROLE. 3.
RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJ-DF - AC:
52367020058070006 DF 0005236-70.2005.807.0006, Relator: NÍDIA CORRÊA
LIMA, Data de Julgamento: 20/09/2006, 3ª Turma Cível, Data de Publicação:
09/11/2006, DJU Pág. 144 Seção: 3, Grifamos e negritamos)

Dessa forma, entende-se que o sustendo do requerido deve ser divido entre ambos os
pais.

1. DO VALOR DOS ALIMENTOS


Os alimentos devem ser fixados na exata proporção do binômio necessidade do
requerido e capacidade econômica do requerente, nos termos do § 1º do art. 1.694:

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante


e dos recursos da pessoa obrigada.

A necessidade, igualmente, está plenamente configurada, vez que o requerido é menor


e, obviamente, não pode arcar com seu sustento.

Em apoio, discorre a seguinte jurisprudência:

CIVIL. ALIMENTOS. MENOR. RESPONSABILIDADE DOS GENITORES.


BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. CONTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL
AOS RECURSOS DOS PAIS. SENTENÇA CONFIRMADA. 1. Os alimentos devem
ser fixados equitativamente pelo Juiz, que atentará para a necessidade daquele que os
pleiteia e os recursos do obrigado. 2. Mostrando-se o valor fixado a título de alimentos
proporcional às necessidades do alimentando e às possibilidades do alimentante, não se
justifica a sua diminuição. 3. Recurso conhecido e desprovido. (TJ-DF - APC:
20131310084848, Relator: SANDOVAL OLIVEIRA, Data de Julgamento: 08/07/2015,
5ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE: 14/07/2015. Pág.: 156)

Dessa forma, o requerente tendo ciência das necessidades básicas de seu filho e de sua
responsabilidade como pai no que tange a verba alimentar, oferece o percentual de 25%
(vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente, tendo em vista que este e o valor
que está atualmente dentro das possibilidades financeiras do requerente.

IV - DO PEDIDO

Ex Positis, vem o Requerente, à presença de Vossa Excelência, com base nos


argumentos expendidos e nos permissivos legais que fundamenta a presente, requerer o
que se segue:

1. Conceder a gratuidade judiciária, com fundamento no artigo 98 do Código de


Processo Civil, por não ter condições de arcar com às custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízos dos próprios sustentos e de sua família,
visto que o requerente exerce trabalho autônomo, prestando serviço de venda de
colchões e não é sempre que aufere renda de R$ 1.000,00 (mil reais), não possui
vínculo empregatício com nenhuma empresa, conforme se faz prova através de
sua carteira de trabalho, que não está assinada por nenhum empregador
atualmente.

1. A tutela provisória de urgência, atendendo desde logo o pedido do requerente,


para a fixação dos alimentos provisórios no patamar de 25% (vinte e cinco por
cento) do salário mínimo vigente;

1. A citação do Requerido FULANINHO DE TAL, menor impúbere, neste ato


representado por sua genitora PAULA OLIVEIRA TORRES podendo ser
encontrada no endereço Rua Cruz,, nº OOO, América, Rio Verde/GO, para
comparecer na audiência do artigo 695 do Código de Processo Civil;
d) Ao final não havendo acordo e com a contestação apresentada, querendo, no prazo do
artigo 335 do Código de Processo Civil, sob pena de revelia, sejam os pedidos julgados
totalmente procedentes para que: caso a genitora não deseja a guarda unilateral está
seja fixada definitivamente para o requerente; Estabelecida a guarda unilateral
para a genitora, que sejam regulamentadas as vistas para: Que o requerente possa
ter o filho em sua companhia, em fins de semana alternados, podendo pegá-lo na casa
materna às 09 horas do sábado e devolvê-lo até as 19 horas do domingo, no mesmo
local. Ter a companhia do filho em feriados alternados, iniciando-se pelo primeiro após
a prolação da sentença. Em época de férias escolares, o requerente poderá ter a
companhia do filho metade de cada período, podendo inclusive com ele viajar,
comunicando antecipadamente à genitora e indicando o local do destino. Em festa de
final de ano, a criança passará, nos anos pares, o Natal com o pai e o Ano Novo com a
mãe, invertendo-se essa ordem nos anos ímpares. No dia dos pais, a criança passará com
o requerente e o dia das mães, com a genitora, independentemente do final de semana.
No aniversário da criança, o requerente poderá visitar o filho em sua residência, sem
alterar a programação e ou eventual comemoração, podendo levá-lo para almoçar fora,
com a obrigação de devolvê-lo na casa materna até as 16 horas do mesmo dia. No dia
das crianças, passará em companhia do requerente nos anos pares e da mãe nos anos
ímpares. Se estabeleça a proporção da pensão alimentícia no patamar de 25%
(vinte e cinco por cento) do salário mínimo vigente, e a título de despesas diversas,
50% (cinquenta por cento), das despesas médicas, odontológicas e exames,
mediante a apresentação dos comprovantes, bem como uniforme e 100% (cem por
cento) do material escolar no início de cada ano letivo;

1. Determinar a intimação do representante do Ministério Público nos termos do


artigo 698 do Código de Processo Civil, para que se manifeste no feito em razão
do interesse do incapaz;

1. A condenação do requerido ao pagamento de custas por ter dado causa a


presente demanda litigiosa.

V – PROVAS

Protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos
em especial pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção
judicial, além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem
necessários.

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 2.640,00 (dois mil seiscentos e quarenta reais), para efeitos
fiscais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Rio Verde-GO, 09 de dezembro de 2016.

____________________________________
WARLEY LOPES MARTINS

OAB/GO 40.382

Documentos Anexos:

Anexo 1 - Procuração Ad Judicia

Anexo 2 - Cópia dos documentos pessoais do requerente;

Anexo 3 - Cópia da carteira de trabalho do requerente;

Anexo 4 - Cópia comprovante de endereço do requerente;

Anexo 5 - Cópia da Certidão de Nascimento do requerido.

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