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1/6/2018 O Caminho da Servidão – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Caminho da Servidão
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O Caminho da Servidão (em inglês: The Road to


The Road to Serfdom
Serfdom) ou O Caminho para a Servidão é um livro
escrito por Friedrich Hayek, vencedor do prêmio Nobel de O Caminho da Servidão
Economia de 1974, destacando-se como uma das obras
Autor(es) Friedrich Hayek
de referência na defesa do liberalismo
Idioma Inglês
clássico ou liberalismo económico. É importante notar que,
País  Reino Unido
no prefácio da sua edição original, o autor admite que o
Assunto Política
conteúdo do livro é essencialmente político, e afirma
Editora  Routledge Press
desejar não disfarçá-lo sob o rótulo de filosofia social.  University of Chicago Press
A tese central de Hayek é que todas as formas Lançamento março de 1944
de coletivismo, seja o nazismo ou o socialismo, levam Páginas 266
inevitavelmente à tirania e à supressão das liberdades, ISBN 0-226-32061-8
conforme já se evidenciava à época pelos exemplos
da Alemanha Nazista, da União Soviética, e dos demais
países do bloco comunista. O austríaco argumenta que, em um sistema de
planejamento central da economia, a alocação de recursos é de
responsabilidade de um pequeno grupo, sendo este incapaz de processar
a enorme quantidade de informações pertinentes à adequada distribuição
destes bens à sua disposição. Face à gigantesca concentração de poder
nas mãos de um limitado número de burocratas, divergências acerca da
implementação das políticas econômicas levaria inexerovalmente ao uso
da força pelo governo para que suas medidas fossem toleradas.

Pior que isto, advoga Hayek, é o fato de que o fracasso das políticas
instituídas pelos planejadores centrais seria, segundo ele, sempre Friedrich Hayek.
justificado pela falta de poder estatal para vencer as resistências aos
planos, o que acaba levando ao uso ainda mais extensivo da violência contra os divergentes e à imposição
de restrições à população em geral. A esta, por sua vez, era passada a mensagem de que o planejamento
central só funcionaria sob um governo muito forte, o único capaz de fazer as coisas funcionarem. Frente
aos repetidos fracassos do planejamento central, devidos à impossibilidade de planejadores racionais
dominarem o número de informações necessário para controlar todas as relações econômicas de uma
sociedade complexa, o uso da força crescia como falsa solução para os problemas de desabastecimento e
miséria, num círculo vicioso que levava estes países fatalmente ao totalitarismo.
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Em última análise, na tese defendida por Hayeka implementação de um sistema econômico centralizado,


que nunca atingiria seus objetivos, levaria à supressão de quase todas as liberdades civis. Apenas em uma
sociedade livre, em que o mercado estivesse submetido tão-somente à ordem espontânea oriunda do
estabelecimento voluntário de relações entre as pessoas, conjugar-se-ia o progresso econômico com as
liberdades civis.

Índice  [esconder] 
1 Críticas
2 Resposta às críticas
3 Ver também
4 Referências
5 Bibliografia

Críticas [ editar | editar código-fonte ]

O Caminho da Servidão tem sido criticado tanto nas suas bases teóricas quanto nas suas bases empíricas.
A principal crítica empírica às sombrias previsões de Hayek de que a implementação do programa
socialista do Partido Trabalhista inglês, ao qual ele se opôs ferozmente (e por causa do qual escreveu seu
livro, para combatê-lo), foi implementado após a Segunda Guerra Mundial e seus elementos centrais
estiveram em vigor por décadas na Grã-Bretanha, sem ter sido notada diminuição alguma dos direitos
políticos, ou liberdades individuais. O simples fato de a Inglaterra não ter se movido rapidamente em
direção a uma ditadura, a ausência da criação na Inglaterra de um aparato totalitário nas décadas de 1950
e 1960 demonstrou claramente que o planejamento estatal não conduz, necessariamente, de uma forma
determinista, a reduções nas liberdades sociais e políticas. Entretanto a situação sócio-econômica do país
acabou decaindo durante a década de 1970, defasado a estrutura política e a liberdade econômica,
consequência do aparelhamento estatal. Crise que só foi interrompida nos anos 80, durante as reformas
liberais no governo da primeira-ministra Margaret Thatcher, do Partido Conservador Inglês.

O socialista Karl Polanyi defende uma tese diametralmente oposta à de Hayek, argumentando que


mercados sem controle (fundamentalismo de livre mercado) é que minam a ordem social e criam, assim,
uma ruptura na ordem econômica que abre o caminho para o surgimento de ditaduras [1].

Gordon Tullock defendeu que a análise de Hayek sugeria a inevitabilidade do estabelecimento de governos


totalitários na maior parte da Europa, no século XX. Tullock usa o exemplo da Suécia, um país no qual o
governo controla 63% do PIB, para rebater as teses de Hayek, procurando demonstrar que O Caminho da
Servidão defendera teses que se provaram falsas com o passar do tempo. O contínuo aumento da
influência do Estado na economia da Suécia não resultou, como previra Hayek, na perda de nenhuma
liberdade não-econômica, tais como as liberdades democráticas, sociais e individuais [2].

Mais recentemente, em outubro de 2006, uma crítica das idéias do livro foram publicadas no Scientific
American por Jeffrey Sachs em um artigo intitulado O Estado de Bem Estar Social além da ideologia [3].

Resposta às críticas [ editar | editar código-fonte ]

Os entusiastas do pensamento de Hayek rebatem as críticas dizendo que os seus autores não sabem
diferenciar investimentos sociais de planejamento econômico. São formas de intervenção estatal
totalmente diferentes, e no livro "O Caminho da Servidão" Hayek busca demonstrar que o planejamento

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econômico centralizado é que leva ao totalitarismo, jamais tendo afirmado que os investimentos sociais
teriam o mesmo efeito.

Ademais, complementam os adeptos das teorias de Hayek, os países escandinavos não são exemplos de
modelos de países que deram certo sem liberdade econômica. Esta não é medida apenas pela carga
tributária, sendo certo que nestes países, apesar dos tributos, há uma grande liberdade econômica na
facilidade de abertura de negócios, pouca regulamentação e quase nenhuma burocracia. Explica o liberal
Leandro Roque:[4]

“ Social-democratas sempre se referem à Escandinávia como exemplo de sociedade rica e


com alta carga tributária, dando a entender que, se o Brasil elevar sua carga tributária para
50% do PIB, seremos rapidamente uma Dinamarca. O que eles ignoram é que os países
escandinavos primeiro enriqueceram (o fato de não terem participado de nenhuma guerra
ajudou bastante), e só depois adotaram um estado assistencialista. E com um detalhe
inevitável: após essa adoção, a criação de riqueza estagnou (como foi relatado pelo
economista sueco Per Bylund [5]e pelo também sueco Lucas Danneskjöld.[6]
Outra coisa que não é mencionada é o alto nível de desregulamentação da economia
dinamarquesa. Você demora no máximo 6 dias para abrir um negócio (contra mais de 130
no Brasil); as tarifas de importação estão na casa de 1,3%, na média (7,9% no Brasil); o
imposto de renda de pessoa jurídica é de 25% (34% no Brasil); o investimento estrangeiro
é liberado (no Brasil, é cheio de restrições); os direitos de propriedade são absolutos (no
Brasil, grupos terroristas invadem fazendas e a justiça os convida para um cafezinho); e,
horror dos horrores, o mercado de trabalho é extremamente desregulamentado. Não
apenas pode-se contratar sem burocracias, como também é possível demitir sem qualquer
justificativa e sem qualquer custo. E tudo com o apoio dos sindicatos, pois eles sabem que


tal política reduz o desemprego. Estrovengas como a CLT(inventada por Mussolini e
rapidamente copiada por Getúlio Vargas) nunca seriam levadas a sério por ali.

Ver também [ editar | editar código-fonte ]

O Caso dos Irmãos Naves


The Adventures of Jonathan Gullible

Referências
1. ↑ The Great Transformation, Karl Polanyi
2. ↑ Freedom, Democracy, and Economic Welfare , Tullock, pág. 61
3. ↑ The Social Welfare State, beyond Ideology , Jeffrey Sachs, Scientific American, outubro de 2006
4. ↑ Roque, Leandro (26 de abril de 2010). «Imposto de renda vs. imposto sobre o consumo - uma abordagem
liberal clássica»
5. ↑ Como o assistencialismo corrompeu a Suécia , Per Bylund, junho de 2008
6. ↑ O mito do assistencialismo escandinavo reexaminado , Lucas Danneskjöld, março de 2010

Bibliografia [ editar | editar código-fonte ]

Hayek, Friedrich A. O Caminho da Servidão . Traduzido por Anna Maria Capovilla, José Ítalo Stelle e
Liane de Morais Ribeiro para o Instituto Liberal.
O Caminho da Servidão Ilustrado . Reproduzido da cartilha distribuída pela General
Motors em Detroit. Publicado originalmente pela revista Look em fevereiro de 1945.

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Caminho_da_Servid%C3%A3o 3/3

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