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Introdução
Body Art
Como vertente à Arte Contemporânea e com advento em meados da década de
60, a Body Art pode ser designada como meio de expressão artística com enfoque na
intervenção e conotação corporal, podendo ser desmembrada em Body Modification,
performances e happenings. Intervenções como travestimento, ferimentos na pele,
cirurgias, tatuagens, piercings, deformações, são multiplicidades aplicadas à Body Art.
Antes, apenas utilizado como forma de representação, o corpo passa a ser o
instrumento de trabalho, aplicação que dispensa a utilização dos suportes técnicos
tradicionais, como as telas, por exemplo.
Artistas exploram a nudez, se lambuzam de tintas e cores, outros ainda
extrapolam os limites da imaginação e se submetem a coisas, tidas para muitos, como
absurdas, como se auto-flagelarem, auto-mutilarem, fazer intervenções no corpo com
pedaços de animais e dentre outras. E por esses motivos, os artistas que tinham como
contexto a Body Art são questionados em relação ao que é Arte:
contribuição para surgimentos das práticas de arte no corpo. Notável modificação vê-se
nas obras de Gina Pane, que como principal intuito, provocava atos de desconforto em
seus espectadores, os elementos que pareciam, até então, normais, se tornavam
assustadores.
Gina Pane é uma artista italiana dada às modificações artísticas da Performance
Art e utiliza de auto-mutilação, masoquismo, sofrimentos para representar em seu corpo
suas criações artísticas. Na década de 80, a artista encerrou seus trabalhos com o corpo e
dedicou-se à produção de objetos escultóricos e desenhos de caráter minimalista
(corrente artística que se dedicava à produção de objetos em série onde transmita ao
espectador uma sensação fenomenológica).
Pane, no início dos anos 70, havia engolido carne moída estragada enquanto
assistia à TV, se cortado com lâminas de barbear, feito gargarejos com leite até que sua
garganta sangrasse, andado sobre o fogo, mastigado vidro, quebrado uma placa de vidro
com seu corpo e subido uma escada cravejada de pontas cortantes (SILVA, 2007, p. 5) .
Dessa forma, Pane faz com que sua arte seja uma reinvidicação às manifestações do
corpo. Mas, um dos grupos mais polêmicos que causaram bastante impacto na Body Art,
sem dúvida, foram os Acionistas Vienenses.
O Acionismo Vienense é um grupo que se desenvolveu em Viena entre 1965 e
1970, sendo seus principais fundadores os artistas austríacos Herman Nitsch, Otto
Mühl, Rudolf Schwarzkogler e Günter Brus e pelos escritores Gerhard Rühm e Oswald
Wiener. A principal característica do movimento era a violência e a agressividade com
qual era tratado o corpo no âmbito artístico.
Os acionistas consideravam suas ações como uma quebra de tabus corporais e
mentais como anti-arte, acreditavam que suas ações eram totalmente desprovidas de
qualquer tipo de caráter estético, imaginavam uma busca incessante pela liberdade de
sentimentos.
A intencionalidade da utilização do corpo é um fator de grande polêmica no
Acionismo Vienense, pois, os artistas colocaram como melhor método de expressar suas
contestações ao poder repressor do Estado italiano e o comportamento clínico da
sociedade da época, fazer uma desconstrução ao corpo, logo sobre qual a cultura pode
ser depositada com maior intensidade e também através dele formam-se
comportamentos e ideologias.
O corpo assume assim o estatuto de operador social, onde o social se torna
possível e onde, consequentemente, se revela a eficácia do social sobre o indivíduo. Esta
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Tatuagens
não só a aparência, mas também a expressão da dor e sua própria resistência a ela,
havendo até certa disputa para saber quem é o mais forte (DOMINGUES, 2008, p. 06).
Já as meninas, geralmente escolhem tatuagens que remetem à delicadeza e as figuras
tatuadas são mais graciosas, são mais frágeis.
Partindo para a idéia da representação sígnica, a semiose da tatuagem trata de
uma peculiaridade e diferenciação em relação ao modelo escolhido para ser tatuado. De
acordo com Sabino e Luz (2006), que ao pesquisarem os tipos de tatuagens realizadas
entre os freqüentadores das academias de musculação, identificam que as tatuagens se
dividem em femininas, masculinas e unissex, que fazem menção à divisão e conceito de
sexo e sexualidade. Segundo eles,
Bifurcações de língua;
Branding: queimadura na pele, onde a cicatriz forma o desenho de
preferência do adepto;
Escarifação: Cortes efetuados por bisturis que formam um desenho a
partir da cicatriz;
Implante: Consiste em inserir sobre a pele materiais, tais como silicone,
plástico, osso, metal e dentre outros;
Pocket: No formato de piercing, se diferencia do mesmo quando as
peças são colocadas para fora do corpo e as pontas dentro da pele;
Implante trasdermal: produzido com objetos de aço cirúrgico, que se
insere entre a gordura da pele e o músculo, onde metade fica para fora e
metade para dentro.
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relação com o meu cotidiano e com o meu passado, um debate que marca uma curta
cronologia.
Em três anos a visão do adolescente e suas concepções acerca de seus costumes
e suas estéticas se modificou e avançou tremendamente. As relações entre gênero,
sexualidade e Body Art criam um contexto individual que se exterioriza através das
modificações no corpo e na gênese de novos fazeres artísticos e novas ideologias da
sociedade juvenil contemporânea.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVROS
ARTIGOS PUBLICADOS
ANEXOS
Exemplo de Pocket