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11/2/2018 | CORREIO DO POVO RURAL | 1

GUILHERME TESTA
CR
correio do povo rural
Coordenação: Elder Ogliari | rural@correiodopovo.com.br
Reportagem: Nereida Vergara e Henrique Massaro | Ano: 35 Número: 1.806

Frutas para o veraneio NEREIDA VERGARA

JOSÉ OSMAR PERETTO MUNARI / DIVULGAÇÃO / CP


Produtos típicos do

Q
Litoral Norte, como uem viaja ao Litoral Norte do Rio Grande
do Sul no verão tem a oportunidade de
bananas e abacaxis, apreciar ou saborear, em quitandas e bar-
entre outros, racas espalhados ao longo da estrada, delí-
cias como abacaxis, maracujás, melancias, bananas,
movimentam uma abóboras, caldo de cana-de-açúcar e produtos deri-
vados destes, como doces, biscoitos e bolos, entre ou-
cadeia econômica tros. Esse comércio sazonal à beira de rodovias é só
local que gera renda uma parcela mais visível de uma cadeia econômica
que se movimenta mais nesta época do ano em vinte
para 3,1 mil famílias, municípios que compõem a região, de Torres, ao
Norte, até Palmares do Sul, ao Sul, todos próximos
sobretudo nesta da orla oceânica. Ela é formada pelos produtores,
época do ano transportadores e comerciantes e gera renda fami-
liar e empregos temporários na estação. Graças ao clima,
O coordenador da área de fruticultura da Ema- cultura sofre
ter/RS, Antônio Conte, diz que o cultivo de frutas no pouco com
Litoral Norte remonta ao início do século 20, quando pragas no Estado
cresceu a venda de terrenos na região e algumas fa-
mílias demonstraram interesse em se fixar. Parte
dos produtores escolheu a orizicultura e outra parte
as frutas tropicais. Segundo Conte, em 2017 foram
colhidas no Litoral 5,2 mil toneladas de abacaxi, 119 BANANA TEM MERCADO ESTÁVEL
mil toneladas de banana e 5,2 mil toneladas de ma-
racujá, em quase 12 mil hectares cultivados por 3,1 José Osmar Peretto Munari, che- produtividade em Morrinhos do Sul
mil famílias. “O litoral se adapta a frutas que não fe do escritório da Emater em Morri- é de 10 toneladas por hectare, em 3
resistiriam em regiões como o Planalto e a Serra, nhos do Sul, afirma que o produtor mil hectares plantados. “A banana
onde ocorrem frio e geadas”, compara. de bananas no Litoral tem pouco do gaúcha sofre pouco com pragas. Co-
O técnico explica que o Rio Grande do Sul não é que reclamar. No município, 650 fa- mo temos as quatro estações, a pro-
autossuficiente na produção de abacaxi e banana, mílias vivem do cultivo da banana, liferação de insetos é menor e o uso
mas é grande exportador de maracujá para outros fruta que pode ser colhida o ano in- de pesticidas também”, afirma Mu-
Estados brasileiros. “Produzimos um terço das bana- teiro, com custo de produção consi- nari. O município, junto com Três
nas consumidas pelos gaúchos e o abacaxi daqui é derado baixo em razão da mão de Cachoeiras, responde por 50% da
todo consumido de dezembro a março”, relata. “De- obra exclusivamente familiar e da produção de bananas do Rio Gran-
pois importamos a fruta do Nordeste”. Já o maracu- reduzida incidência de doenças. O de do Sul. A colheita e limpeza das
já, cultivo que se expandiu nos últimos 10 anos, tem preço da banana prata, a mais plan- plantas é feita a cada três semanas
pouco consumo local, cerca de 20%. O restante é en- tada no Estado, se mantém na mé- e quase a totalidade da produção é
viado a outros estados. dia histórica de R$ 1,30 o quilo. A para consumo in natura.

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