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1. Introdução
A busca do sentido da vida é uma busca solitária, grande parte dentro de nós
mesmos.
Se o leitor encontra na vida material toda a sua razão de viver, imagino que não
estará, por agora, motivado para entender a espiritualidade de uma forma suficientemente
profunda.
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terra.
Sem instinto de sobrevivência não sobreviveríamos mesmo, neste duro planeta, mas é
preciso relativizar as coisas. A verdadeira felicidade não está na matéria. A falta do
essencial, essa sim, pode ser traumática e até fatal. A obrigação de manter o nosso corpo
saudável é prioritária. Mas o trabalho não tem apenas esse objectivo.
Não devemos abreviar o tempo de passagem neste planeta, sob risco de ter de voltar
a ter uma nova existência neste mundo, ou noutros mundos ainda mais precários. No
momento em que partirmos deste mundo entenderemos isso com mais clareza, como
mais à frente se explica. E será muito grande a nossa desilusão, quando estivermos em
situação de ver vida da perspectiva correcta (nós somos espiritos imortais e não meras
máquinas biológicas. O nosso corpo de carne é um envoltório provisório que tomamos
porque, de momento, é o que mais nos convém – entendamos ou não porquê).
A espiritualidade não é, de forma alguma, uma forma de nos demitirmos das nossas
responsabilidades e deveres terrenos. Nem sequer um impedimento ao gozo material/
carnal, que, usufruído com moderação, de forma a não prejudicar ninguém e não sendo
tomado como objectivo de vida, pode servir como um pequeno divertimento, nos nossos
tempos livres, para nos distrair um pouco da pressão constante e inegável, que a
precariedade deste mundo (seja para quem for) implica.
Para terminar a introdução esclareço que não lhe quero impingir nem vender nada. O
meu nome e contactos são omitidos propositadamente. Entreguei isto para publicação e
divulgação gratuita, na Internet. Grato a Deus por tudo o que já me foi dado desvendar, é
a minha obrigação e um prazer contribuir como um pequeníssimo instrumento de que
Deus se serve para o(a) motivar a encontrar o sentido da sua própria vida. Assim o
resultado desta publicação o confirme.
A publicação destas pistas visa motivar a sua própria busca e não convencê-lo de
coisa alguma. Não se iluda. Sem estudo, trabalho, perseverança, esforço de auto-
conhecimento, não pode encontrar a verdade que liberta e que impede a infelicidade que
o jugo, seja por parte de quem for, ou do que quer que for, lhe poderá trazer.
21 de Fevereiro de 2010
VAS
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Existem obras escritas que explicam tudo há milénios. Mas essas obras podem
encarar-se de várias perspectivas. A humanidade, em geral tem encarado as palavras
daqueles que, em várias épocas, encarnaram na terra com a missão de revelar a
realidade da vida aos homens, num sentido mais material do que espiritual. A obra de
Jesus de Nazaré é a expressão máxima que foi dado à humanidade obter. Mas, para ser
entendida, de forma mais profunda, carece da compreensão prévia dos princípios
basilares.
Há quem conceba que a origem do universo tem por base a combinação fortuita da
matéria. Mas não é isso o que diz a ciência convencional.
A teoria em vigor na actualidade é a teoria do Big-Bang. Mas essa teoria apenas diz
que o universo foi criado, ou seja, que não existia antes. Não explica, nem admite
qualquer hipótese que nos leve a concluir da razão pela qual o universo existe.
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– Imagino que sim. Pois podemos sempre colocar a hipótese de que o universo
poderia não existir. Se existe deve haver uma razão para isso. Aquilo que não faz
sentido para mim é pensar que, de nada, pode sair algo, que é a consequência a
extrair da concepção ateísta e materialista do universo.
O universo, uma obra tão inteligente, tão acima ainda da própria compreensão
actual do homem, terá sido criado pela matéria estúpida?
É preciso distinguir o que diz a ciência das mistificações que algumas pessoas acerca
da mesma, tanto do lado dos cépticos, que na realidade não têm bases reais para o ser,
como do lado dos religiosos.
Sendo Deus o criador do universo, não é difícil que imaginar que será Perfeito e que
terá todas as qualidades no máximo grau. Entre essas qualidades, saliento aquelas que
devem nortear o estudo da espiritualidade:
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Numa perspectiva espiritual, o homem encarnado (no nosso caso, no planeta terra) é
constituído por:
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Quando o homem perde o corpo de carne (morre), a sua natureza passa a ser:
– A de essência inteligente;
– A de ser incorpóreo (essência inteligente mais perispirito):
Não somos, então, seres que vão tendo várias existências distintas, mas espiritos
eternos, ou seja temos uma só existência global, faseada, de acordo com o nível moral e
intelectual dos mesmos. Mas, como a criança é diferente do adulto, sem ser outra pessoa,
assim os espírito se vão modificando, deixando o jugo das suas limitações ou defeitos,
que o impedem de ser feliz. Reconhecer no espírito puro o espírito simples e ignorante de
que partiu, não será possivel (a não ser para o próprio, talvez).
A terra não é mundo destinado à felicidade, ao contrário da ilusão que muitas pessoas
têm. É um mundo de passagem para outros mundos mais felizes. Mas podemos ser tão
felizes quanto as nossas circunstâncias permitirem, se impedirmos, tanto quanto possivel,
que as outras pessoas, os nossos defeitos e as nossas desvantagens nos oprimam.
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Os espiritos são criados simples e ignorantes. Todos partem do mesmo ponto, e todos
chegarão ao mesmo destino, mais depressa ou mais devagar, conforme o seu mérito.
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Mas existe sempre trabalho. A diferença é que os espiritos mais desenvolvidos não se
cansam, nem trabalham por obrigação, mas por amor e com prazer. Se os espiritos
estivessem parados para a eternidade isso seria o tédio eterno e não a felicidade eterna.
A justiça divina está no facto de todos os espiritos partirem do mesmo ponto (simples e
ignorante), com as mesmas oportunidades de progredir e com o mesmo destino final
(espiritos completamente felizes). Tal como dois atletas de condição física idêntica, que
disputam uma corrida leal, assim os espiritos vão progredindo mais depressa ou mais
devagar, com o seu esforço e o seu nível de treino, e com o auxilio de espiritos mais
desenvolvidos.
A terra, no seu estado actual, é dos mundos onde encarnam muito desses espiritos
rebeldes. Sendo o criador infinitamente bom, previu nas suas leis que esse tipo de
espiritos teriam de tomar o remédio amargo, que cura mas que custa muito a tomar. Caso
contrário andaríamos para a eternidade infelizes. Por isso, Deus criou a lei do progresso,
que força ao progresso.
O peso relativo real das coisas não é o mesmo que o peso que nós lhes damos a cada
altura.
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Se tivermos um dor de dentes horrível, parece-nos que o mundo vai acabar. Não
conseguimos pensar noutra coisa. Mas, passada a dor, relaxamos e continuamos a nossa
vida. Se formos inteligentes, fazemos tudo é para não voltar a ter dores semelhantes.
Assim o que nos parece nesta vida um acontecimento terrível, que nunca mais acaba,
depois da morte do corpo perde toda a sua importância.
O invejoso sofre quando vê que os outros têm mais do que ele, o egoísta sofre quando
vê alguma coisa a ir para os outros, em vez de ir para ele. O avarento sofre se precisa de
gastar algum dinheiro da sua enorme fortuna.
Ninguém é completamente feliz aqui na terra, mas depende apenas de cada um, e
apenas de cada um de nós, ter aqui uma felicidade relativa.
Se, em vez de nos vitimizarmos, de ter ressentimentos contra os outros e contra nós
mesmos, deixando a inteligência livre para trabalhar ao nosso serviço e também para o
beneficio geral, sempre que nos for possivel, seremos, todavia muito mais felizes.
Se em vez de nos iludirmos, pensando que a nossa felicidade depende apenas das
coisas da carne e da matéria, em geral, sofreremos ao pensar que tudo vamos perder,
mais tarde ou mais cedo.
Deus não castiga ninguém, em minha opinião, mas também não vai passar de classe
o cábula, em detrimento daquele que teve boas notas na escola. A velocidade do
progresso depende do esforço de cada um. Ninguém é beneficiado nem prejudicado
em relação a outrem, do ponto de vista espiritual. Se formos muito teimosos e
persistirmos no mal, contudo, seremos encaminhados para existências que impõem cada
vez mais sofrimento, pois o progresso não é facultativo.
As classes da escola da vida são os vários mundos diferentes, uns mais avançados e
felizes, e outros mais atrasados e precários.
Para males muito graves, os remédios são mais agressivos. Mas o espírito tem
sempre de ter mérito, passando as provas e desafios a que está sujeito, para progredir.
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E pode sempre amenizar muito os seus sofrimentos e dar a volta por cima, tanto
quanto a inteligência lhe permitir, se souber reagir positivamente.
Deixo, por último um poema que o meu pai terreno, que muito amo, escreveu:
ASR
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BIBLIOGRAFIA
www.adeportugal.org
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