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Direito Administrativo

R AMOS DO DIREITO
 Direito Interno – Relações dentro do território nacional.
 Direito Internacional – Relações fora do território nacional.
 Direito público – Atuação do Estado na satisfação do interesse público.
 Direito privado – Relações particulares, interesse privado.

C ONCEITOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO :


- Corrente exegética / escola legalista: O Direito administrativo tem como objeto somente o estudo da lei.
Crítica: O direito administrativo é mais que a letra da lei, também envolve princípios.
(Superada no Brasil, pela inserção dos princípios).

- Escola do serviço público: O direito administrativo tem como objeto de estudo o serviço público.
Crítica: Para essa escola, toda a atuação do estado era considerada um serviço público, o que é muito amplo, pois
pegaria, por exemplo: o direito penal, o direito tributário.
(Superada no Brasil por ser muito ampla).

- Critério do poder executivo: O direito administrativo tem como objeto a atuação do poder executivo.
Crítica: O direito administrativo regula todos os poderes, quando exercem a atividade de administrar (como quando o
judiciário ou o legislativo fazem uma licitação).
(Superada no Brasil por ser muito restrita).

- Critério Teleológico: O direito administrativo é um conjunto harmônico de princípios e regras.


Crítica: É um conceito verdadeiro, porém muito raso.
(Aceito no Brasil, mas dito insuficiente).

- Critério negativo / residual: Retira-se a atividade legislativa e a jurisdicional, o que restar é o objeto do direito
administrativo.
Crítica: É um conceito verdadeiro, mas também precisa de complemento.
(Aceito no Brasil, mas dito insuficiente).

- Critério de distinção da atividade jurídica e atividade social do estado: O direito administrativo se preocupa com a
atividade jurídica do estado, não importa as políticas públicas que o Estado desempenhe (bolsa família, bolsa escola).
Crítica: É um conceito verdadeiro, mas também precisa de complemento.
(Aceito no Brasil, mas dito insuficiente).

- Critério da Administração Pública (Hely Lopes Meireles): É um conjunto harmônico de princípios e regras jurídicas
(regime jurídico administrativo) que regem os órgãos, agentes e as entidades no exercício da atividade administrativa,
tendentes a realizar, de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado.
*Direta: Não precisa de provocação. Exclui a função jurisdicional, que é indireta.
*Concreta: Tem um destinatário determinado. Exclui a função legislativa, que é abstrata.
*Imediata: Função jurídica do estado. Exclui a função social, que é mediata.
S ISTEMAS A DMINISTRATIVOS / M ECANISMOS DE C ONTROLE
Contencioso Administrativo: Sistema Francês
Os atos praticados pela administração só podem ser revistos pela própria adm. O poder judiciário excepcionalmente
entraria no certame.
Não adotado pelo Brasil.

Jurisdição única: Sistema Inglês


Atos praticados pela administração serão revistos, em regra, pelo poder judiciário. Também temos julgamento pela
administração, porém essa decisão é revisível pelo poder judiciário.

*Não é possível um sistema misto de controle. A mistura já é natural nos dois sistemas, sendo que o que diferencia um
do outro é qual poder predomina: Judiciário ou Adm. Pública.

*Coisa julgada administrativa: É algo que é definitivo na esfera da adm. Pública, porém nada impede que o Judiciário
reveja tal decisão.

F ONTES DO D IREITO A DMINISTRATIVO


Fonte é aquilo que leva a criação / definição de uma regra de direito administrativo.

Fontes do direito Administrativo:


 Lei em sentido amplo: Alguns chamam de fonte primária do direito administrativo.
 Doutrina: É muito divergente quanto ao direito administrativo.
 Jurisprudência: Muitas vezes decide as divergências do direito administrativo.
 Costume: Prática habitual, acreditando ser ela obrigatória. No brasil o costume não cria nem extingue
obrigação, servindo somente como fonte, como mecanismo para que seja criada uma regra.
 Princípios Gerais do Direito:

Terminologia:
 Estado: Pessoa Jurídica de direito público.
* Ao contrário da teoria da dupla personalidade (o estado seria tanto uma pessoa de direito público quanto de
direito privado).
 Governo: O comando, a direção de certo povo. Governo soberano tem independência na ordem externa e
supremacia na ordem interna.
 Administração: É a máquina administrativa, a estrutura física, os bens, agentes, entidades.
o Critério Orgânico/Formal/Subjetivo/Sentido Amplo (Quem): Diz respeito à estrutura física estatal, a
máquina.
o Critério Material/Objetivo/Sentido Estrito (O que): Quanto Atividade administrativa desenvolvida pelo
estado.
o Critério Operacional (só pro feladaputa do Helly Lopes):A adm é o desempenho perene sistemático legal
e técnico do serviços próprios do estado ou por eles assumidos em benefício da sociedade.

1º Setor: Estado, regido pela supremacia e indisponibilidade do interesse público.


2º Setor: Mercado, regido pela igualdade entre as pessoas.
3º Setor: Social, voltado para o meio ambiente, saúde etc.
4º Setor: Mercado informal.

F UNÇÕES DO E STADO :
Função Típica / principal: Função Atípica / secundária:
Legislar
Julgar crime de responsabilidade do presidente /
Legislativo Abstrata / Geral
Comprar cadeiras e fazer concurso.
Tem o poder de inovar no ordenamento jurídico.
Julgar
Concreta / Individual
Fazer concurso e comprar cadeiras / Fazer o
Judiciário Indireta (depende de provocação)
regimento interno do tribunal.
Não Inova o Ordenamento Jurídico.
Intangibilidade jurídica. (coisa julgada)
Administrar
Direta
Executivo Editar medida provisória.
Concreta
Não Inova no Ordenamento Jurídico

* Funções de Governo / Política: Existem algumas atuações do estado que não se misturam como nenhuma dessas
funções (administrativa, legislativa e jurisdicional).
Ex: Declarar guerra, celebrar paz, sancionar ou vetar uma lei, instauração de estado de defesa e estado de sítio.
R EGIME J URÍDICO A DMINISTRATIVO
Conjunto harmônico de principio e regras afeitos ao direito administrativo, que guardam entre si uma correlação lógica.

TODOS OS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ESTÃO, EXPLICITA OU IMPLICITAMENTE, DISPOSTOS NA


CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE OS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS.

PRINCÍPIOS BASILARES DO DIREITO ADMINISTRATIVO :

Supremacia do interesse público:


O interesse público se sobrepõe ao interesse privado.
Ex: Requisição administrativa, clausulas exorbitantes, poder de polícia, auto executoriedade do ato administrativo.

Do Pr. da Supremacia do Interesse Público nascem as prerrogativas do estado. (as vantagens que o mesmo tem sobre o
particular).

Indisponibilidade do interesse público:


A Adm. pública não pode abrir mão do interesse público.
* O Administrador exerce função pública, logo tem como objetivo a satisfação do interesse público.
* O Administrador não pode criar entraves, comprometer a futura administração.
Ex: Fraude a licitação e fraude ao concurso público significam transgressão à indisponibilidade do interesse público.
* Todavia, há casos em que o princípio da indisponibilidade do interesse público deve ser atenuado, mormente quando
se tem em vista que a solução adotada pela administração é a que melhor atenderá à ultimação deste interesse.
* Do Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público nascem as sujeições do estado. (ou seja, suas limitações).

PRINCÍPIOS MÍNIMOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

São os princípios dispostos no Caput do art. 37 da constituição federal. (LIMPE), Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade, Eficiência.

 L EGALIDADE :

A Legalidade está na base do estado de direito, que é o estado politicamente organizado que possui e obedece a suas
leis.

Enfoques do principio da legalidade:


1. Legalidade Ampla / Critério de não contradição à lei: (Art. 5, II). Direcionada ao particular, que pode fazer tudo
aquilo que a lei não proíbe. (Lei deve ser entendida no sentido amplo, abrangendo os princípios e regras
constitucionais).
2. Legalidade Estrita / Critério de subordinação à lei: (Art. 37, caput). Direcionada a administração pública, que
deve fazer somente aquilo que a lei permite.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE X PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL:


Princípio da Legalidade: Condiciona a ação do individuo ou da adm. pública a não existência de lei proibitiva ou a
existência de lei permissiva, respectivamente.
Princípio da Reserva legal: Eventualmente condiciona determinada matéria a somente ser regulada por determinado
tipo normativo. Ex: a vedação da utilização da Medida Provisória em matérias eleitorais, ou de nacionalidade.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:


De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio constituem exceção ao princípio da
legalidade na administração pública.

Formas de exceções:
1. A forma positiva é gerada por uma situação de excepcionalidade em que são geradas obrigações e direitos sem
lei. É o caso das medidas provisórias.
2. Já a forma negativa se dá no caso em que direitos garantidos por lei podem ser suspensos. Conforme a questão
aponta, são os casos de Estado de defesa e de sítio.

* Observe que tanto na forma positiva quanto na forma negativa há, em tese, uma violação do principio da legalidade,
seja pelo fato de se gerar direitos e obrigações sem lei, seja por não se aplicar a lei em determinados casos e em
determinados momentos.

 I MPESSOALIDADE :

Definição: O administrador não pode perseguir interesses pessoais. Não deve haver subjetividade no exercício da
função administrativa.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello: a impessoalidade traz a ideia de que a administração pública deve tratar a
todos sem discriminação, benéficas ou maléficas, nem favoritismo nem perseguição, sem qualquer tipo de simpatias,
animosidades pessoas, políticas ou ideológicas.

* Os atos administrativos são impessoais (Teoria da imputabilidade volitiva).

* Exemplos de impessoalidade expressos na constituição: Licitação, concurso público.

* decorre do princípio da isonomia e da supremacia do interesse público.

Princípio Da Impessoalidade X Princípio Da Finalidade:

Doutrina tradicional (Hely Lopes Meirelles): O principio da impessoalidade veio para substituir os princípios da finalidade
e imparcialidade, sendo que eles são sinônimos.

Doutrina Moderna: (Cai mais em concursos) São Princípios autônomos. O Princípio da impessoalidade significa ausência
de subjetividade, enquanto a finalidade é buscar o espírito, a vontade da lei.
Como somente é possível cumprir o espírito da lei, cumprindo a lei, o princípio da finalidade estaria ligado à legalidade,
e não a impessoalidade.

 M ORALIDADE :

Definição: Não tem um conceito pré-definido, sendo que Traduz a idéia de honestidade, obediência aos princípios
éticos, lealdade, boa fé.

Moralidade comum X Moralidade Administrativa:


A moral comum é o simples conceito de certo e errado, sendo menos rigorosa, enquanto a moralidade administrativa
consiste em, além de agir de forma correta, na boa administração dos recursos públicos.

Proibição de nepotismo no Brasil:


Origem: A emenda constitucional nº 45 criou o CNJ e o CNMP, para que façam o controle da atividade administrativa
dentro do Judiciário e o Ministério Público.
Como primeira providência, o CNJ e o CNMP proibiram o parentesco dentre servidores que exercessem cargos em
comissão e funções de confiança dentro desses órgãos.
A matéria foi levada ao STF através da ADC nº 12, onde o STF definiu que:
1. A proibição do parentesco decorre da aplicação da constituição, estando ligado aos princípios da
impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia.
2. A matéria é da competência do CNJ e do CNMP, pois a nomeação de pessoal constitui atividade administrativa
(e tais órgãos fiscalizam essa atividade).
3. A resolução é instrumento normativo apto para tal, uma vez que é o único instrumento que o CNJ possui,
Como a resolução do CNJ e do CNMP só obrigavam o Judiciário e o MP, sem tocar nos Poderes Legislativo e Executivo, o
STF editou a súmula vinculante nº 13, que, por ser vinculante, obriga todos os poderes.

Súmula Vinculante nº 13:


Relação de parentesco proibida: Cônjuge, companheiro, parente (de qualquer tipo) até o 3º grau, inclusive.
Cargos proibidos: Cargo em comissão ou função gratificada.

1ª Hipótese: Relação entre: Autoridade Nomeante - Nomeado


2ª Hipótese: Relação entre: Ocupante de cargo de direção chefia ou assessoramento – Nomeado (na mesma pessoa
jurídica, em todos os poderes).
3ª Hipótese: Nomeação mediante designações reciprocas. (Nepotismo Cruzado).

A proibição do parentesco não atinge concurso público.

***Obs: O STF disse que os agentes políticos estão fora da proibição da súmula vinculante!***
Nesse sentido: São agentes políticos o Presidente da República, os Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os
auxiliares imediatos dos Chefes do Executivo, isto é, Ministros e Secretários das diversas Pastas, bem como Senadores,
Deputados federais e estaduais e os Vereadores. Conceituou os ocupantes de cargo de natureza política como aqueles
que exercem múnus publico e, por sua vez, são investidos de função política.

*Cargo em comissão (antigo cargo de confiança):


1. É um cargo de livre nomeação e exoneração.
2. Serve para direção, chefia e assessoramento.
3. Pode ser ocupado por qualquer pessoa.
4. O ocupante do cargo é NOMEADO PARA ou EXONERADO DE.
5. Há um percentual mínimo de cargos em comissão que devem ser ocupados por servidores em carreira.

*Função de Gratificada (função de confiança):


1. Só pode ser exercida por quem já tem um cargo efetivo.
2. Serve para direção, chefia e assessoramento.
3. Exerce uma responsabilidade adicional.
4. Recebe, além de sua remuneração do cargo efetivo, uma gratificação por função de confiança.
5. O servidor é DESIGNADO PARA ou DISPENSADO DA função de confiança.
Ex: Chefe do setor.
O CESPE TEM CONSIDERADO QUE TODO ATO IMORAL É TAMBÉM ILEGAL, VISTO QUE OS ATOS CONSIDERADOS
IMORAIS DEVEM NECESSÁRIAMENTE ESTAREM POSITIVADOS, PARA TEREM FORÇA DE ANULAR ATO
ADMINISTRATIVO.

 P UBLICIDADE :

Definição: É o conhecimento público dos atos administrativos, dar ciência ao povo. Também é condição de eficácia dos
atos administrativos. Ou seja, somente começam a produzir efeitos a partir da sua publicidade.

Exceções ao princípio da publicidade:


1. Processo que corre em sigilo. Podem ser judiciais (vara da família), ou administrativo (processo investigativo
disciplinar de medicina Ex: suspeita de que o médico praticou ato faltoso. Durante o processo o sigilo resguarda
a carreira do profissional).
2. Casos em que compromete a vida privada, a intimidade, a honra e a imagem das pessoas.
3. Quando a informação colocar em risco a segurança da sociedade e do estado. (Cai muito em concurso).

Direito a Informação/Obtenção de Certidões X Direito a informação pessoal


* remédio constitucional cabível para buscar informações de órgãos públicos, do seu interesse, porém não sobre a sua
pessoa, o remédio cabível é o mandado de segurança, tutelando o direito líquido e certo as informações.
* remédio constitucional cabível para buscar informações pessoais é o habeas data.

Vedação à Promoção pessoal:


A publicidade dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo e de educação social, não podendo contar
nomes, imagens ou símbolos que representem promoção pessoal de servidores públicos. A promoção pessoal é caso de
improbidade administrativa.
*Será que pode com o próprio dinheiro:

Obs:
* Representa o início da contagem de prazos.
* Viabilização do controle/fiscalização dos atos administrativos.
* Publicação é uma das formas de publicidade, mas não a única. A publicidade pode ser feita com ciência pessoal,
realizando o procedimento de portas abertas, publicando em um jornal de grande circulação.
* O direito de petição e as certidões que registram a verdade dos fatos administrativos representam dois instrumentos
básicos do princípio da publicidade.

Caiu no CESPE: Na licitação, modalidade convite, não há publicidade. ERRADO


Na modalidade convite o que não existe é a publicação de edital, porém ela tem publicidade, na medida em que se
encaminham as cartas convites para os convidados, é realizado de portas abertas.

 E FICIÊNCIA :

Origem: Foi introduzido com a emenda constitucional nº 19/98 (Emenda da reforma administrativa). Esse princípio
sempre existiu implicitamente, porém com a emenda 19/98 passou a ser regra expressa na CF.

Medidas incluídas para concretizar o princípio da eficiência: (EC 19/98).


1. Modificação da regra da aquisição de estabilidade (art. 41 CF): Inclusão da avaliação especial de desempenho,
para a aprovação no estágio probatório. É uma avaliação da eficiência do servidor.
2. Modificação na regra de perda de estabilidade (art. 41 CF): Inclusão da avaliação periódica de desempenho. É
uma avaliação periódica da eficiência do servidor. Essa matéria depende de edição de lei para cada carreira,
sendo que na maioria das carreiras não tem regulamentação,
3. Racionalização da maquina administrativa (art. 169 CF): Estabeleceu um limite para o gasto com folha de
pagamento. Tal limite está previsto na LC 101, lei de responsabilidade fiscal, sendo 50% para a União e 60% para
os estados e municípios.
Caso o gasto estivesse acima do estabelecido, deve haver cortes no pessoal, seguindo a seguinte ordem:
a) Cargos em comissão e funções de confiança: No mínimo 20% (pode ser mais, a critério da adm.).
b) Servidores não estáveis: Exonerado o mínimo de 20% dos cargos em comissão e funções de confiança,
exoneram-se os servidores não estáveis, de acordo com a necessidade.
c) Servidores estáveis: Exonerado todos os não estáveis, passam para a exoneração dos estáveis.
*Os servidores estáveis são os únicos com direito a indenização.
*Quando esse artigo é utilizado, o cargo do servidor é extinto, não podendo ser criado cargo semelhante
durante 4 anos. (Assim veda-se a utilização desse instituto como vingança).

Obs:
* A demissão do servidor público é uma sempre uma punição, diferente da exoneração.
* A eficiência deve ser respeitada quanto aos meios e quanto aos resultados.
Ex: Não é eficiente gastar um montante enorme de dinheiro para obter um bom resultado (ineficiência de meio), nem
gastar uma ninharia e obter um resultado pífio (ineficiência quanto ao resultado).
* O principio da eficiência inaugura a administração gerencial (menos recursos X maior resultado, rapidez, precisão, foco
no “cliente”), em detrimento da administração burocrática (controle da atividade para evitar ilegalidades) e da
patrimonialista (o gestor age como se o patrimônio público lhe pertencesse).

 P RINCÍPIO DA ISONOMIA

Definição: Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades.
Qualquer fator de discriminação pela administração pública deve guardar estreita relação com a finalidade do ato.
Ex: Exclusão de cadeirantes de concurso de salva vidas, de cegos para cargo de fotógrafo criminal.

Discriminação em concurso público deve ser: (Segundo jurisprudência do STJ e STF).


1. Compatível com as atribuições do cargo.
2. Presente na lei da carreira.
3. Presente no edital do concurso.

 C ONTRADITÓRIO E A MPLA D EFESA

Definição:
Contraditório: Dar conhecimento do processo, bi lateralizar a relação processual.
Ampla Defesa: Oportunidade de defesa.

Exigência para a efetividade do princípio da ampla defesa:


Defesa Prévia: A defesa deve acontecer antes da condenação, sendo que as sanções e os procedimentos devem ser pré-
estabelecidos.
Garantia de informação: Acesso aos documentos do processo.
Direito de produção de provas: Além da produção da prova, a mesma deve ser avaliada pelo julgador, que deve levá-la
em conta.
Direito de recurso: O direito de recurso é inerente à ampla defesa.
 Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
* Defesa Técnica: No processo administrativo a presença de advogado é facultativa.
 Sumula vinculante 05, que revoga a súmula 323 do STF.

Obs:
Súmula Vinculante nº 3: Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

* Essa súmula veio para proteger o direito já adquirido pelo particular, quando ameaçado pela decisão do tribunal de
contas (anulação de concurso público ou contrato administrativo), concedendo contraditório e ampla defesa dentro do
processo administrativo do tribunal de contas.

* No caso de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, por ser um ato complexo, concedido pela
administração, mas que somente se aperfeiçoa com a apreciação da legalidade pelo tribunal de contas, não se aplica a
previsão de contraditório e ampla defesa dentro do tribunal de contas, uma vez que não há direito já adquirido para ser
prejudicado.

* O STF já decidiu reiteradamente que o Tribunal de Contas tem 5 anos para decidir sobre a legalidade, aplicando-se a
ausência de contraditório e ampla defesa, porém depois desse prazo, mesmo o tribunal de contas deve conceder
contraditório e ampla defesa.

ATENÇÃO: Essa súmula diz respeito ao contraditório dentro do tribunal de contas, não excluindo o processo judicial
eventualmente cabível.

Obs²:
* A administração precisa viabilizar cópias dos documentos, só não precisa de arcar com os custos dessas cópias.

* O Contraditório e a Ampla Defesa são princípios recentes para o direito administrativo, sendo que o processo
administrativo somente os observa a partir da constituição de 1988.

 R AZOABILIDADE E P ROPORCIONALIDADE

Definição: Agir com coerência, congruência, lógica. A palavra chave aqui é equilíbrio.
A razoabilidade e a proporcionalidade restringem a discricionariedade do administrador no caso concreto. (apesar de
uma medida ser legal, ela pode não se mostrar razoável/proporcional).

* São princípios implícitos na Constituição Federal, porém estão explícitos na norma infraconstitucional (Lei 9.784/99,
art. 2º).

* Equilíbrio entre benefícios e prejuízos.


A DMINISTRAÇÃO P ÚBLICA

Desconcentração Política: A Separação orgânica das funções estatais (tripartição dos poderes).
Descentralização Política (vertical): A criação de outros entes políticos (federação).

Desconcentração Administrativa: Repartição da função administrativa dentro de um mesmo ente.


Descentralização Administrativa (horizontal): A Criação de outros entes administrativos para desempenhar funções
dentro da administração.

Descentralização geográfica ou territorial: Criação de território, com personalidade jurídica de direito publico,
geralmente com capacidade administrativa genérica (auto-administração).

Descentralização por serviços, funcional ou técnica (legal): Se dá por meio da criação de uma pessoa jurídica pelo ente
político, para a qual este outorga, isto é, transfere a titularidade e a execução de certa atividade administrativa
específica.
Ex: Entidades da administração indireta.

Descentralização por colaboração: Ocorre com a delegação da execução de certa atividade administrativa (serviço
público) para pessoa particular para que a execute por sua conta e risco, mediante remuneração, por meio de contrato
ou ato administrativo.
Ex: Delegatários, concessionárias, permissionárias de serviço público.

Outorga: Ocorre na Descentralização. Cria-se uma pessoa jurídica é lhe transfere a titularidade e o exercício de
determinada atividade administrativa, de modo que se torne especialista nesse ramo.

Delegação: Ocorre na Desconcentração. transfere-se a outra pessoa a execução de determinado serviço público para
que o execute por sua conta e risco, mas visando atender ao interesse público.

A DMINISTRAÇÃO P ÚBLICA D IRETA

OS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Definição Legal: A unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta.

* Os órgãos não detêm personalidade jurídica.

* Em situações excepcionais, admite-se que o órgão, mesmo sem personalidade jurídica, possa ir ao judiciário em
defesa de suas prerrogativas institucionais.
* Podem existir órgãos tanto na administração direta quanto na indireta (as entidades da administração indireta
também podem se dividir em órgãos).
Ex: TCU na defesa de sua prerrogativa de fiscalizar as contas públicas.

* Alguns órgãos têm a capacidade ou “personalidade judiciária” para impetrarem mandado de segurança para a defesa
do exercício de suas competências e do gozo de suas prerrogativas.

RELAÇÃO ENTRE O ÓRGÃO E O SEUS AGENTES :

a) Teoria do mandato: O agente público seria um mandatário da pessoa jurídica, teria uma procuração para atuar em
nome da Adm.
Crítica: Quem passaria procuração para o primeiro agente? Não há resposta razoável para essa pergunta.
Não é aceita modernamente no âmbito da adm. Pública.

b) Teoria da Representação: O agente público seria o representante legal do estado.


Crítica: Coloca o Estado na posição de incapaz. Considere ainda que como incapaz, o Estado não poderia escolher seus
representantes.
Não é aceita modernamente no âmbito da adm. Pública.

c) Teoria do Órgão (Teoria da Imputação / Principio da imputação volitiva): Quando o agente público age em nome do
Estado, é como se o próprio estado estivesse agindo. Significa que o agente atua de acordo com as competências do
órgão, realizando a vontade do ente ou entidade que este integra.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Quanto à posição estatal:

1. Independentes: são órgãos cuja criação tem origem na própria Constituição e representam um dos Poderes
estatais, não estão sujeitos a qualquer subordinação hierárquica ou funcional por outro órgão, apenas à
Constituição e às Leis.
(Ex: Chefia do Executivo, Tribunais, Congresso Nacional).

2. Autônomos: são órgãos que gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica, localizados na cúpula da
Administração, abaixo e subordinados diretamente aos órgãos independentes, participando das decisões
governamentais no âmbito de suas competências.
(Ex: Ministérios, Secretarias de Estado).

3. Superiores: são os órgãos que detêm o poder de direção, comando e controle das atividades administrativas de
sua competência, porém estão sempre subordinados a controle hierarquia de uma autoridade superior, não
gozando, portanto, de autonomia.
(Ex: Departamentos, Gabinetes, Coordenadorias, Divisões).

4. Subalternos: são os órgãos que estão subordinados a outros órgãos de hierarquia maior, com função
eminentemente de execução das decisões tomadas administrativamente.
(Ex: Seção de pessoal, expediente, material, transporte, apoio técnico).

Quanto à estrutura:
1. Simples: são órgãos constituídos por um só centro de comando, sem subdivisões internas.

2. Compostos: são órgãos que possuem, em sua estrutura interna, outros órgãos que lhe estão subordinados
hierarquicamente.

Quanto à Atuação Funcional:

1. Singulares: são órgãos que atuam, exercem seu poder decisório, por meio de um único agente.
(Ex: Diretoria Geral)

2. Colegiados: são órgãos que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária de seus membros
(Ex: Comissões Disciplinares, Comissão de Licitação).

A DMINISTRAÇÃO P ÚBLICA I NDIRETA :


Decorre da descentralização administrativa, dando origem a Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista.

AUTARQUIAS:

Definição Legal: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.

Definição Doutrinária: autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de auto-
administração, ou seja, autonomia administrativa, orçamentária e técnica, e capital exclusivamente público, para o
desempenho de atividades típicas do Estado.

Tipos de Autarquia:

1. Autarquias Territoriais: São os territórios federais, que são autarquias territoriais de natureza política
integrantes da união.
2. Autarquia Institucionais: Entes administrativos criados por lei, com objetivo específico, sem qualquer espécie
de delegação política, pois recebem, por outorga, a titularidade de uma atividade típica do estado.

Tipos de regime:
1. Autarquia de regime comum: Gozam de autonomia administrativa e financeira, porém não detém maiores
prerrogativas, tais como poder normativo ou mandato fixo para seus dirigentes.
Ex: IBAMA, INSS, INCRA.

2. Autarquia de regime especial: Gozam de autonomia financeira, maior autonomia administrativa, poder
normativo técnico e, ainda, algumas gozam de mandato fixo para seus dirigentes: Geralmente cai falando sobre
agencias reguladoras.
Ex: Universidades, BACEN, Agencias Reguladoras (ANATEL, ANA, ANEEL, ANP, ANVISA).

Estruturas de Autarquias:
Autarquias Corporativas/Profissionais: Detém a prerrogativa de fiscalizar e controlar o exercício de certas
profissões. (conselhos profissionais).
Ex: CRECI, CRM, CREA, CRC, ou seja, conselhos profissionais.

Autarquias Fundacionais: Criadas em razão de um destacamento de patrimônio estatal, com o escopo de


atuarem desempenhando atividades ligadas ao desenvolvimento social, tal como saúde, educação ou em
proteção aos direitos e interesses de minorias.
Ex. Fundação Universidade de Brasília (FUB), Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Características:
1. A criação é sempre por lei;
2. Surge a partir da vigência da lei criadora (não precisa averbar seus atos institucionais para a existência);
3. Somente pode ser extinta por Lei (princípio da simetria/paralelismo das formas);
4. São dotadas de personalidade jurídica de direito público;
5. Gozam de autonomia administrativa, orçamentária e técnica;
6. São criadas para especialização dos fins ou atividades;
7. Sujeitam-se ao controle de tutela, que significa que não estão subordinadas ao ente que as criou, mas apenas
vinculada aos fins para os quais foi criada (supervisão ministerial).
8. Podem ser Federais, estaduais, distritais e municipais.

Obs:
* A OAB, apesar de ser um conselho profissional, não integra a adm. Pública segundo o STF, que considera que a mesma
presta serviço público de forma independente, não se sujeitando ao controle do Tribunal de Contas da União, nem tem
o dever de licitar e realizar concursos públicos.

AGÊNCIAS REGULADORAS :

É uma autarquia de regime especial, tendo maior independência, investidura especial (depende de nomeação pelo
Presidente e aprovação prévia do Senado Federal) e mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa jurídica.

São responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades


e bens transferidos ao setor privado.

Características do regime especial:

1. Poder normativo técnico: chamada deslegalização, ou seja, poder de editar normas técnicas complementares
das normas gerais;
2. Autonomia decisória: poder de decidir os conflitos administrativos que envolvem sua área de atuação;
3. Independência administrativa: seus dirigentes têm investidura por prazo certo;
4. Autonomia econômico-financeira: têm recursos próprios e dotação orçamentária específica.

Quanto ao Pessoal:
- O STF estabelece a necessidade de se observar o regime estatutário, por entender que o regime celetista não se
compatibiliza com as atividades das agências reguladoras.
- É autorizada a contratação de pessoal técnico de caráter temporário pelo prazo máximo de 36 meses.

Quanto a Licitação:
Devem observar as normas da Lei 8.666/93. Podem optar por modalidades de licitação como pregão e consulta.
 - Agências reguladoras constitucionais: ANATEL e ANP.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS:

São Autarquias ou fundações que por iniciativa da Adm. Direta (Presidente da República), recebem o status de
Agência Executiva, em razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de
custos.

Características:
1. Autarquias ou fundações qualificadas.
2. Contrato de gestão.
3. Maior autonomia administrativa e orçamentária.
4. Não há subordinação hierárquica.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Definição Legal: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de
direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

Portanto, Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador
para uma finalidade específica.

Características:
1. Lei específica autoriza a criação.
2. Lei complementar define sua área de atuação.
3. A criação se dá por meio de decreto executivo que aprova o Estatuto, o qual deverá ser registrado em cartório
de registro de pessoas jurídicas.

Obs.:

* As fundações públicas podem ter a natureza jurídica de direito público, caracterizando uma espécie de autarquia,
denominada autarquia fundacional ou fundação governamental.

* As fundações públicas, quando de regime jurídico de direito público, o que caracteriza seus bens como públicos,
regime estatutário, pagando suas dívidas por precatório.

* As fundações públicas, quando de regime jurídico de direito privado, o que caracteriza seus bens, são considerados
privados, seus agentes, em regra, se submetem ao regime jurídico celetista. Contudo, por ser entidade pública, continua
submetida a restrições oriundas do regime jurídico-administrativo, tal como obrigatoriedade de licitar, realizar concurso
público.

EMPRESAS PÚBLICAS
Tanto as empresas públicas como as sociedades de economia mista são denominadas estatais, porém o cespe gosta do
termo paraestatal, defendido por Hely Lopes Meireles.

Definição: Pessoa Jurídica de direito privado, composta por capital exclusivamente público, criada para a prestação de
serviços públicos ou exploração de atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial.

Ler art. 173 da CF:

Características:
1. Sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive obrigações civis, trabalhistas, comerciais e
tributárias;
2. O STF entende que algumas empresas públicas, que exercem serviços públicos com Estatuto jurídico
estabelecido por lei;
3. É considerada criada quando do registro de seus atos constitutivos no órgão competente (junta comercial).
4. Capital exclusivamente público;
5. Presta serviços públicos ou explora atividade econômica;
6. Somente explora atividade econômica quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo;
7. Prestadoras de Serviço Público - Responsabilidade Objetiva
8. Exploradoras de atividade econômica - Responsabilidade Subjetiva (regra)
9. Somente é extinta mediante lei;
10. Não é passível de falência ou submissão ao procedimento de recuperação judicial extrajudicial.
11. Em regra estão submetidas ao regime de licitação, salvo disposição ao contrário em seu estatuto.
12. Procedimento simplificado de licitação?
13. Não possuem privilégios tributários (Salvo, STF, prestadoras de serviços públicos exclusivos do estado
(monopólio), “ETC”).
14. Quanto ao Pessoal: Regidos pela CLT (empregados), mas considerados agentes públicos (servidores públicos latu
sensu): Concurso público, teto remuneratório, acumulação de cargos, remédios constitucionais, fins penais,
improbridade administrativa, entre outros.
15. É desnecessária a motivação para a a dispensa de funcionário (Salvo, TST, no caso de estatal que presta serviços
públicos, precisa de processo adm e motivação, pena de nulidade.
16. Não se pode subordinar à aprovação do legislativo a nomeação de dirigentes das Estatais (das agencias
reguladoras pode);
17. Fiscalizado pelo TCU;

SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

Definição: Pessoa jurídica de direito privado, criada para prestação de serviço público ou exploração de atividade
econômica, com capital misto e na forma de S/A.

Administração Pública Indireta:


Entidades Personalidade
Criação Especificidades
Administrativas Jurídica
Criadas diretamente Pessoa jurídica de Desempenha um serviço público
AUTARQUIAS
por lei específica direito público especializado
Autorizadas por lei Pessoa jurídica de Necessita de lei complementar que
FUNDAÇOES PÚBLICAS
específica direito privado especifique seu campo de atuação
SOCIEADADES DE Autorizadas por lei Pessoa jurídica de Necessita de registro de seus atos
ECONOMIA MISTA específica direito privado constitutivos na junta comercial
Autorizadas por lei Pessoa jurídica de Necessita de registro de seus atos
EMPRESAS PÚBLICAS
específica direito privado constitutivos na junta comercial
P ODERES A DMINISTRATIVOS :
Características: Irrenunciáveis e devem ser obrigatoriamente exercidos (poder-dever).

Classificação:
 Poder Discricionário/Vinculado;
 Poder regulamentar;
 Poder Hierárquico;
 Poder Disciplinar;
 Poder de Polícia;

PODERES DISCRICIONÁRIO OU VINCULADO :

A maior parte da doutrina não classifica como poder autônomo, e sim como características dos outros poderes.

Poder discricionário: Conveniência e oportunidade.


 Permite a analise judicial de legalidade do ato (razoabilidade / proporcionalidade / finalidade).
 Não permite a analise judicial do mérito administrativo (Conveniência / Oportunidade).

Discricionariedade X Conceitos Indeterminados:


Não há discricionariedade na definição de conceitos indeterminados, tais como bem comum, boa fé, decoro,
sendo possível o controle judicial da definição de tais atributos. A discricionariedade recai somente sob os
limites legalmente definidos para a atuação do administrador.

Poder Vinculado: A lei estabelece todos os critérios do ato, não havendo margem para discricionariedade.

PODER REGULAMENTAR / NORMATIVO :

Prerrogativa de criar atos normativos abstratos, visando dar aplicabilidade à lei. Geralmente por decretos,
regulamentos.

Tal poder não tem condão de criar direitos, somente de instrumentalizá-los.

* STF admite a figura do decreto autônomo, instrumento normativo primário, com força de lei. (organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos).

* Poder regulatório ou normativo técnico ou regulamentar delegado: Poder das agencias reguladores, CNJ, CADE, para,
conforme previsão legal, editar resoluções e portarias de natureza técnica no seu âmbito de atuação. Também não pode
ultrapassar os limites da lei.

* Cabe ao Congresso Nacional sustar os atos do poder executivo que exorbitem o exercício do poder regulamentar,
SOMENTE NAQUILO que EXCEDER A LEI.

* Poder normativo ou regulatório não enseja a aplicação de sanções ou penalidades, estas


são decorrências ou do poder disciplinar (quando há vínculo com a Administração) ou do poder de polícia, quando a
Administração ou o Estado atuará restringindo, limitando direitos e liberdades individuais.

* um regulamento não pode, mesmo que autorizado, disciplinar matérias reservadas à lei.
* não se pode delegar a edição de atos de competência normativa.

PODER HIERÁRQUICO:

SUBORDINAÇÃO. Proveniente da subordinação hierárquica dentro dos órgãos (comandar, ordenar, coordenar,
controlar, e corrigir os subordinados).

* Portarias e ordens de serviço e instruções de serviço, quando do exercício do poder de comando ou direção (atribuir
funções ou determinar ações), são utilização do poder hierárquico. Já as normas gerais regulamentando a atuação de
órgãos e suas funções (regimento interno de um tribunal) são exercício do poder regulamentar.

Subordinação X Vinculação: Os órgãos são subordinados, por estarem incluídos dentro de uma estrutura hierárquica,
enquanto os entes da administração indireta são vinculados, sob supervisão ministerial, que verifica se os mesmos estão
cumprindo a lei, porém não podem emanar ordens a esses entes.

* Delegação de funções é parte do poder hierárquico.


* O delegante somente responde pelos atos do delegado nos limites daquilo que foi delegado. Extrapolado tais limites,
somente o delegado responde.
* Relacionado ao principio da auto-tutela, pela possibilidade da autoridade superior rever os atos de seus subordinados.
* Aquele que detém o poder hierárquico nem sempre detém o poder disciplinar. (Delegado detém poder hierárquico,
mas poder disciplinar é da corregedoria).

PODER DISCIPLINAR:

Possibilidade da Administração Pública punir no âmbito interno seus agentes, bem como terceiros sujeitos a sua
disciplina (alunos em escola pública, detentos, contratados etc).

* Sem nenhum vinculo com a adm. Pública não há poder disciplinar e sim poder de polícia.
* Estão vinculados a adm pública: contrato de prestação de serviço, concessionário, permissionário.
* (STJ) - Para o STJ o poder disciplinar, chamado de poder disciplinado, não tem nenhuma parte discricionária, não
obstante a doutrina classificar a escolha da melhor pena como atividade discricionária.

PODER DE POLÍCIA:

Condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do
próprio Estado.

É realizado tanto por atos gerais e abstratos primários (lei, pelo legislativo), secundários (regulamentos pelo Executivo),
ou de atos e operações materiais (fiscalização, etc).

 Sentido amplo: Toda atividade estatal de condicionar ou restringir direitos individuais em prol do interesse
coletivo. Ex: atividade legislativa.
 Sentido estrito: Somente a atividade administrativa que impõe restrições à atividade, liberdade e à
propriedade, por meio de intervenções abstratas ou concretas da Adm. Pública. (Polícia Administrativa).

 Exercício da polícia administrativa PREVENTIVA: expedição de atos normativos gerais e abstratos delimitando a
atividade e o interesse dos particulares em razão do interesse público. EX: Necessidade de alvará para
restaurantes.
 Exercício da polícia administrativa REPRESSIVA: Fiscalização e punição de particulares. Ex: fiscalização de
restaurantes para averiguação de alvará de funcionamento.

*Obs: Tanto a polícia adm quanto a judiciária tem atribuições ostensivas e preventivas.

Atributos do poder de Polícia:


 Discricionariedade: A adm. tem a discricionariedade de definir quando cabe exercitar o seu poder de polícia.
*** A regra é a discricionariedade, porém ela não é absoluta:
Ex: Licença é ato de polícia vinculado (concessão de CNH), enquanto autorização (porte de armas) é
discricionário.
 Auto executoriedade: Não é necessária a autorização judicial para executar os atos de poder de polícia.
*** Nem todos os atos são auto executáveis: Ex: Multa.
 Coercibilidade: A administração pode impor obrigações ou condutas ao particulares, exigindo seu cumprimento,
sob pena de utilizar-se da força para tal.
EX: interdição de estabelecimento.

Titularidade do poder de polícia:


Cabe ao ente que detém o poder legislativo para regular a matéria.
Em caso de poder legislativo concorrente, há necessidade de sistema de gestão associada.
 Poder de polícia originário: Exercido diretamente pelo ente político competente (adm. direta).
 Poder de polícia delegado ou outorgado: Exercido pala adm. indireta. DELEGAÇÃO FEITA POR LEI!

Posição do STJ quanto a delegação do poder de polícia:


Pessoa jurídica de direito privado integrante da adm. indireta (empresa pública e Sociedade de Econ. Mist.)
pode ser delegatária de ATOS DO PODER DE POLÍCIA, quanto ao consentimento e a fiscalização (não quanto a
legislação e punição).

*** Obs: O STJ desmembrou o poder de polícia em: Legislação (regulamentos, portarias),
Consentimento (expedição de alvará ou licença), Fiscalização (fiscalização de trânsito, postura, obras,
sanitária) e Sanção (multa, interdição, demolições, suspensão e cassação de direitos).

* O PODER DE POLÍCIA NÃO PODE SER DELEGADO PARA PARTICULARES, por ser atividade exclusivamente estatal. É
possível que o particular exercite atos instrumentais do poder de polícia (instalação de radares, pardais, etc).

*Nem todo ato de poder de polícia é discricionário. Ex: Concessão de CNH.


* Tem como fundamento o principio da supremacia do interesse público sobre o particular.
* O prazo prescricional para exercício de ação punitiva da adm. pública federal, é de cinco anos, contados a partir do
ato. Não confundir com o prazo prescricional tributário e a punição funcional do agente (poder hierárquico).

* O atributo da autoexecutoriedade do poder de polícia autoriza o exercício desse poder quando necessária à prática de
medida urgente, sem a qual poderá ocorrer prejuízo maior aos bens de interesse público, mesmo sem expressa
autorização legal nem procedimento especial.

Segundo o STF a incidência de taxa de poder de polícia depende de:


Competência para fiscalizar a atividade e a existência de órgão ou aparato aptos a exercer a fiscalização.
NÃO É NECESSÁRIA A PRESENÇA DO AGENTE! (ex: multa por radares).

A BUSO DE PODER :
 Excesso de poder: Extrapola os limites legais.
 Desvio de poder (de finalidade): Descompasso com a finalidade legal.

 Abuso de poder Comissivo: Age fora dos limites legais ou em descompasso com a finalidade legal.
 Abuso de poder Omissivo: Deixa de agir quando a lei impõe o dever de ação.
I MPROBIDADE ADMINISTRATIVA :
* Faz parte da moralidade administrativa, que é composta por:
Ética, retidão / probidade / honestidade / honradez / lealdade / boa-fé.

Logo probidade é mais restrito que moralidade.

* Tem natureza cível, e não penal.

* O princípio da improbidade, previsto na CF, é norma de eficácia limitada, regulamentada pela lei 8.429/92.

SUJEITOS DA IMPROBIDADE :

 Passivos: Administração direta e indireta (regra), Entidade que receba benefícios estatais, empresa incorporada
ao patrimônio público, Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual.
 Ativos: Agente Público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade.

Classificação dos agentes públicos:

a) Agentes Políticos:
 Posição do STF: Agente político é todo aquele cujo qual o cargo advém da própria constituição (chefes do
executivo e seus auxiliares (ministros e secretários), membros do legislativo, judiciário (magistrados) e do
ministério público (procuradores, promotores e curadores públicos).
 Posição Doutrinária: Aqueles que exercem mandados eletivos.
* Toda vez que um agente político incorrer em hipótese concorrente de crime de responsabilidade (lei 1.079/50)
e de improbidade, deve responder apenas pelo crime de responsabilidade, para evitar o bis in idem.

b) Agentes Administrativos:
Aqueles que estão submetidos à hierarquia funcional, não eventual, excetuando os agentes políticos. Dividem-se
em:
 Servidores públicos: Todos aqueles que ocupam um cargo público.
 Empregados Públicos: Todos aqueles que ocupam um emprego público (regime celetista).
 Servidores ou funcionário temporários: Contratadas de forma temporária, para atender necessidade
temporária em razão de excepcional interesse público. (ler lei 8.745/93).

c) Agentes Delegados:
Particulares que, por força de contrato ou ato administrativo, executam atividade, obra ou serviço público por sua
conta e risco, sob supervisão do estado.
Ex: Concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiro (descentralização por colaboração).

d) Agentes Honoríficos: Particulares que exercem de forma provisória certa atividade ou função, podendo ser
remunerados ou não: (mesário, jurado, membros dos Conselhos Tutelares).

e) Agentes credenciados: Incumbidos de representar o estado em certa e específica atividade ou ato, mediante
remuneração. (procurar exemplos).
* PARTICULAR SEM VINCULO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TAMBÉM PODE SER SUJEITO ATIVO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA, desde que induza ou concorra com o agente público para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie de qualquer forma direta ou indireta.

* Militares não são “servidores públicos” desde a emenda 18/98.

* Funcionário Público para fins penais é igual ao gênero agentes públicos para o direito administrativo.

ESPÉCIES OU MODALIDADES DE IMPROBIDADE :

* Lembrar que o rol apresentado é meramente exemplificativo.

Essas Classificações são importantes:


A) Importam em enriquecimento ilícito.
B) Causam prejuízo ao erário
C) Atentam contra os princípios da Adm. Pública.

A) Importam em enriquecimento ilícito:


Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou
atividade.
Os verbos são:
Receber, perceber, aceitar, incorporar, adquirir, utilizar ou usar.
Sanções:
 Perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
 Ressarcimento integral do dano, quando houver;
 Perda da função pública;
 Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;
 Multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial;
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez
anos.

B) Causam prejuízo ao erário:


Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação dos bens ou haveres da entidades previstas no art. 1º da LIA.
Os verbos são:
 Permitir: utilização do patrimônio público, venda abaixo do preço, compra acima do preço, enriquecimento
ilícito por terceiro;
 Celebrar: Contrato de prestação de serviços públicos sem as devidas formalidades, ou de rateio de consócio
público sem prévia dotação orçamentária ou sem observar as formalidades.
 Dispor do patrimônio público: Doar (mesmo para entidades sem fins lucrativos), conceder benefício fiscal,
liberar verba, aceitar garantia insuficiente ou inidônea e ordenar despesas ilícitas.
 Atuação: Frustar a licitude de processo licitatório, facilitar a delapidação do patrimônio público, e agir
negligentemente na arrecadação de tributo ou conservação do patrimônio público.
Sanções:
 Ressarcimento integral do dano;
 Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se ocorrer esta circunstância;
 Perda da função pública;
 Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos;
 Multa civil de até duas vezes o valor do acréscimo patrimonial;
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
anos.

c) Atentam contra os princípios da Adm. Pública:


Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e legalidade às instituições.
Verbos:
Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
Frustrar a licitude de concurso público;
Negar publicidade aos atos oficiais;
Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida
política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
Sanções:
 Ressarcimento integral do dano, se houver,
 Perda da função pública;
 Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos;
 Multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;
 Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três
anos.

Obs: Não confundir:


 Frustrar concurso público - Improbidade administrativa contra os princípios da administração pública.
 Frustrar ou fraudar licitação - Improbidade administrativa com dano ou prejuízo ao erário.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO :

Qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa para que seja instaurada investigação para apurar ato de
improbidade.

Requisitos da Representação:
Escrita ou reduzida a termo/ Qualificação do representante / informações sobre o fato, autoria e provas.
*** Se faltar alguma formalidade na representação, a autoridade administrativa pode rejeita-la, o que não impede a
representação diretamente ao MP.

Aberto o procedimento administrativo, deve-se dar ciência ao Tribunal de Contas e ao MP, para que possam designar
representantes para acompanhar o procedimento.

O MP pode requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo de ofício.

Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao MP ou procuradoria do órgão para que
requeira judicialmente o sequestro dos bens que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio
público.
DO PROCESSO JUDICIAL

A autoridade judicial ou administrativa pode determinar o afastamento do agente, sem prejuízo da remuneração,
quando for necessário para a instrução processual.

* NÃO HÁ PRERROGATIVA DE FORO na ação de improbidade administrativa, uma vez que essa tem natureza civil, e a
prerrogativa de foro se dirige a esfera criminal.

Ação de improbidade pode ser proposta pelo MP ou pelo ente administrativo interessado.

Se o MP não for o autor, deve atuar necessariamente como custus legis, sob pena de nulidade.

Podem ser réu na ação de improbidade tanto a pessoa física quanto jurídica.

Caso o MP proponha a ação contra pessoa jurídica, é possível a inversão do polo (a pessoa jurídica abster-se de
contestar).

O Réu tem direito a defesa preliminar em quinze dias.

Depois de manifestado o réu, o juiz tem 30 dias para decidir, fundamentadamente, pelo recebimento ou não da petição
inicial (se a decisão for positiva cabe agravo de instrumento).

A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em jugado da sentença
condenatória.

A aplicação das sanções decorrentes da Lei de Improbidade não depende:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

PRESCRIÇÃO :

Cinco anos: Término do mandato, cargo em comissão ou de função de confiança.


Lei Específica: Faltas puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de cargo efetivo ou emprego.

DECLARAÇÃO DE BENS E VALORES:

Ao tomar posse o servidor tem que apresentar declaração dos seus bens e valores privados, para ser arquivado no setor
de pessoal do órgão/ente, sob pena de demissão a bem do serviço público, sem prejuízo das outras sanções cabíveis.
C ONTROLE DA A DMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO:

O conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão
da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder.

CLASSIFICAÇÕES:

Quanto à natureza:
 Controle Legislativo: Feito diretamente pelo poder legislativo ou tribunal de contas, no que diz respeito a
atividade administrativa.
 Controle judiciário: Verificação da legalidade dos atos praticados pela Adm. Pública.
 Controle Administrativo: A própria administração fiscaliza seus atos, conforme princípio da auto tutela,
anulando os ilegais, e revogando os inconvenientes e inoportunos.

Quanto ao momento de realização:


 Prévio: antes do ato ser praticado (nomeação de ministro para tribunal superior).
 Concomitante: acompanha o ato (acompanhamento da execução orçamentária).
 Posterior: após a pratica do ato (anulação, revogação, confirmação).

Quanto à extensão do controle:


 Interno: Realizado por órgão da própria adm pública, mesmo poder.
 Externo: Realizado por órgão de outro poder.
 Interno Exterior (controle finalístico, supervisão ministerial ou controle de vinculação ou tutela): Controle da
Adm. direta sob a Adm. Indireta. TEM CARÁTER EXTERNO!

Quanto à natureza do controle:


 Controle de Legalidade: Verificação quanto a identidade do ato com a lei.
 Controle de Mérito: Verificação de conveniência e oportunidade.
 Controle de Subordinação: No âmbito dos órgãos da adm. direta (recurso para uma hierarquia superior dentro
do mesmo órgão).
 Controle de Vinculação (controle finalístico, supervisão ministerial ou controle de vinculação ou tutela): Entre
a entidade da adm. indireta e a Adm direta (não há subordinação, só vinculação).

CONTROLE ADMINISTRATIVO :

A administração deve anular seus atos, quando eivados de ilegalidade, e pode revoga-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Controle de Vinculação (controle finalístico, supervisão ministerial ou controle de vinculação ou tutela): É realizado
estritamente no limites da lei, sob pena da violação da autonomia administrativa do entre controlado.

Exemplos de instrumentos de controle administrativo:


 Recurso hierárquico próprio: Dirigido a autoridade imediatamente superior àquela que proferiu a decisão,
versando sobre o mérito tanto quanto a legalidade.
* Lei 9.784/99 - Até o limite de 3 instâncias, salvo previsão legal específica / interposto perante a própria
autoridade recorrida, para dar chance de retratação.
 Recurso hierárquico impróprio: Referente ao controle interno exterior, ou finalístico, no qual se recorre da
decisão de uma autoridade da adm indireta à autoridade da adm. direta. Necessita de expressa previsão legal.

*** O recurso administrativo (latu sensu) em regra, não possui efeito suspensivo (salvo em hipóteses legal ou
circunstâncias de fatos que justifiquem). Porém quando o mesmo tem efeito suspensivo, opera-se de imediato,
duas consequências fundamentais: a primeira, o impedimento do curso do prazo de prescrição; a segunda, a
impossibilidade jurídica de impugnação judicial do ato.

 Pedido de reconsideração: Pedido para que a autoridade adm. modifique sua decisão, conforme novos
argumentos ou fatos expostos.
 Reclamação: ato pelo qual o administrado deduz pretensão perante a administração, visando obter o
reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão.
 Representação: Contra irregularidades na administração, resguardando o interesse geral.
 Revisão: Um novo processo administrativo, baseado em outros fatos ou circunstâncias.

Coisa julgada, Preclusão e prescrição administrativa:


Coisa julgada administrativa: Impossibilidade de se rever eventual decisão na esfera administrativa (é basicamente uma
preclusão adm.).

Prescrição administrativa:
Pretensão indenizatória contra a fazenda pública: 5 anos
Aplicação de punição decorrente do poder de polícia: 5 anos
Ação disciplinar contra servidor:
Demissão: 5 anos
Suspensão: 2 anos
Advertência: 180 dias

Decadência: Anular ato que gere efeito favorável para os destinatários: 5 anos (salvo má fé do adm.).

* É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

CONTROLE LEGISLATIVO:

É tipo de Controle Externo exercido, em regra, pelo Congresso Nacional e Tribunal de Contas.
*** Em cada poder haverá um controle interno que atuará de forma integrada ao controle externo.

Tipos:
Controle Político.
Controle Financeiro.

Controle Político:
Pode abranger legalidade e mérito.
Exemplos:
 Autorização dada ao Presidente para ausentar-se do país (art. 49, inc. III, CF/88)
 Convocação de Ministros ou autoridades públicas para prestar informações ou para prestá-
las por escrito (art. 50, caput e §2º, CF/88);
 Apuração de irregularidades pela Comissão Parlamentar de Inquérito (art. 58, §3º, CF/88);
 Competência do Congresso Nacional para sustar atos do Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites da delegação legislativa (art. 49, inc. V, CF/88);
 Apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão
(art. 49, inc. XII, CF/88)
Controle Financeiro:
Áreas: Contábil: Registros das receitas e despesas
Área Financeira: Pagamentos, recebimentos, depósitos e empenhos.
Área Orçamentária: acompanhamento do orçamento e à fiscalização dos registros nas rubricas adequadas.
Área Operacional: Fiscalização da execução das atividades administrativas (celeridade, eficiência, economicidade)
Área Patrimonial: Fiscalização dos bens públicos.

O tribunal de Contas da União:


Órgão do poder legislativo, com função constitucional de auxiliar o congresso nacional no controle financeiro externo da
Adm Publica;
Função jurisdicional de cunho administrativo;
Decisões gozam da eficácia de título executivo quando culmina débito ou aplica multa;
* Os municípios não podem criar Tribunais ou conselhos de contas municipais, salvos aqueles já existentes antes da
CF/88.
* Todavia os estados podem instituir órgãos estaduais chamados de Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios
(auxiliam as camaras municipais no seu controle externo). Tais tribunais prestam conta aos tribunais de conta estaduais,
strictu sensu.
* Súmula 347 STF: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e
dos atos do poder público.

Funções do Tribunal de Contas:


 Fiscalização financeira (apreciação de atos de admissão de pessoal e concessão de aposentadoria, reforma ou
pensão, inspeções e auditorias, fiscalização de repasses vinculados a convênios);
 Consulta (emissão de parecer prévio sobre as contas do Presidente da República);
 Informação (prestação de informações ao Congresso e suas Casas ou Comissões);
 Julgamento (exame técnico das contas dos administradores); sancionatórias (aplicação de sanções aos
responsáveis por contas irregulares, inclusive multa);
 Corretivas (fixação de prazo para providências necessárias ao cumprimento da lei e prerrogativa de sustar atos
administrativos, sendo que, no caso de contrato, deve-se comunicar ao Congresso para que o faça);
 Ouvidoria (recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades).

CONTROLE JURISDICIONAL :

O Controle Jurisdicional não adentra ao mérito administrativo (conveniência e oportunidade), porém abarca todos os
aspectos legais do ato (proporcionalidade, razoabilidade, competência, fundamentação adequada, desvio de finalidade,
etc...)

Conselho Nacional de Justiça: Controla tão somente a atuação (administrativa e financeira) dos membros do poder
judiciário.

Ações constitucionais para o controle jurisdicional da administração pública:


 Habeas Corpus;
 Habeas Data;
 Mandado de Segurança;
 Mandado de Injunção;
 Ação Popular;
 O direito de Petição;
 Direito de Certidão;
 Ação Civil Pública;
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

HABEAS CORPUS

Pode ser Preventivo ou Repressivo.


 Legitimidade Ativa (impetrante): Qualquer pessoa
o Pode ser impetrado em favor de terceiros.
 Legitimidade Passiva: autoridade coatora
o Em regra autoridade pública, mas pode ser particular (dono de hospital)

* Serve para remediar a violação ou coação à liberdade de locomoção (coação ilegal).


a) não houver justa causa;
b) alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei ou excesso de prazo na formação da culpa;
c) prisão ordenada por pessoa incompetente;
d) houver cessado o motivo que autorizou a coação;
e) não for admitida a prestação de fiança, nos casos que a lei admite;
f) processo manifestamente nulo;
g) extinta a punibilidade.

Competência Habeas Corpus:

STF:
 Paciente for do Primeiro Escalão: (Presidente, Vice, Membros do Congresso Nacional, Ministros do STF,
Procurador-Geral da República, Ministros de Estado, Comandantes das Forças Armadas, Membros dos Tribunais
Superiores, do Tribunal de Contas da União e chefes de missão diplomática de caráter permanente;
 Coator for Tribunal Superior
 Coator ou Paciente: Autoridade ou funcionário diretamente sujeito a jurisdição do STF.

STJ:
 Coator ou paciente do Segundo Escalão: Governadores, Desembargadores dos TJ ou TRF, Membros dos
Tribunais de Contas Estaduais e do DF, dos TRE’s, TRT’s, do TC municipais e membros do MP que oficiem
perante tribunais;
 Coator: Ministro de Estado, das Forças Armadas, ressalvada a competência da Justiça Eleitora;
 Coator: Tribunal sujeito à sua jurisdição;

Tribunal Regional Federal:


 Autoridade Coatora for Juiz Federal.
 Autoridade Coatora: Procurador da República.
 Decisões singulares ou colegiadas do Jecrim (federal).

Justiça federal:
 Matéria Criminal de sua competência.
 Constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos à outra jurisdição.

Justiça Trabalhista:
 Quando o ator questionado envolver matéria trabalhista.

Justiça Eleitoral:
 Quando o ator questionado envolver matéria eleitoral.

*Se a turma recursal do jecrim é autoridade coatora?


O STF, deixando de aplicar a súmula 690, que entendia que o STF era competente para julgar o habeas corpus, entende
que a competência é do TJ ou do TRF.
*Vedação de habeas corpus para sanções disciplinares militares: Somente quanto ao mérito... se a sanção for
formalmente ilegal, caberá habeas corpus.

Teoria Brasileira do Habeas Corpus (Ruy Barbosa): Defendendo mais que só a liberdade de locomoção.

H ABEAS D ATA:

Cabimento:
Para conhecimento de informações relativas ao impetrante
Para retificação de dados acerca do impetrante
Para apresentar justificação/complementação a dado verdadeiro sobre o impetrante.

Legitimado: Pessoa Física ou Jurídica, nacional ou estrangeiro, para informações referentes a sua pessoa.
Caráter personalíssimo.
Exceções: Falecimento do titular, impossibilidade por moléstia gravíssima.
Sujeito passivo: Detentor do banco de dados público (no caso de entidade particular, banco de dados de natureza
pública (que não é para o uso estrito da entidade a qual o banco de dados pertence)).

* É necessário a recusa administrativa para impetrar habeas data.


Se não houver recusa, caracteriza falta de interesse na ação.
A recusa pode ser presumida após 10 dias (conhecimento), ou 15 dias (retificação/ complementação.

O habeas data tem prioridade sob outros atos processuais, exceto habeas corpus e mandado de segurança.

FALTA FAZER AS AÇÕES CONSTITUCIONAIS E PAREI NA QUESTÃO 35 (REVER A QUESTÃO 34).


L ICITAÇÕES
1 - PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO :

Princípios gerais da administração: LIMPE

Princípios Específicos da Licitação: Promoção do desenvolvimento nacional sustentável, seleção da proposta mais
vantajosa, isonomia, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.

2 - OBRIGAÇÃO DE LICITAR:

3 - MODALIDADES DE LICITAÇÃO :

Concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão, pregão.

*Não pode combinar os tipos de licitação para criar um novo.

3.1 - Concorrência:

Modalidade mais dura de licitação, e também a que mais confere segurança ao processo.

Critério Valor:
Obras e serviços de engenharia > 1.500.000,00
Outros Bens e serviços > 650.000,00.

Critério Natureza do bem:


Compras e alienações de bens imóveis
Concessão de direito real de uso
Licitações internacionais
Contratos de empreitada integral
Concessões de serviços públicos
Contratação de concessões florestais.

Exceções:
Imóvel adquirido pelo poder público em procedimento judicial ou mediante dação em pagamento - pode optar por
leilão para alienar.
Licitação internacional: se tem cadastro internacional pode optar por tomada de preços; se não há fornecedor do bem
ou serviço no país, pode optar pelo convite.
Concessão de serviço público comum: pode leilão se o serviço estiver previsto no Programa Nacional de Desestatização.
Tomada de preço:
Modalidade onde os interessados, DEVIDAMENTE CADASTRADOS ou que ATENDEREM TODAS AS CONDIÇÕES PARA O
CADASTRAMENTO ATÉ O DIA ANTERIOR [A DATA DO RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS, observada a necessária
qualificação.

* Atentar para o fato de que as pessoas devem estar previamente cadastradas.


** Aqui a qualificação se dá no momento da inscrição no cadastro.

Somente critério de valor:


Obras e serviços de engenharia: 150.000,00 a 1.500.000,00.
Outros bens ou serviços: 80.000,00 e 650.000,00.

* Não pode promover o fracionamento do objeto para se enquadrar no preço.


** Exceção:
Quando se tratar de parcelas que possam ser executadas por empresas de especialidades diversas.
Quando se tratar de bens diviíveis, com vistas a ampliação da competitividade.

Convite:
A administração convida, no mínimo de 3, interessados para participar da licitação (cadastratos ou não), fixando o edital
em local aproriado, extendendo aos demais cadastrados a possibilidade de também participarem, com antecedência de
24 horas da apresentação das propostas.

* Os interessados não precisam estar previamente cadastrados.


** É presumida a habilitação, qualificação técnica, econômica e tals... só é verificado díbitos para com a seguridade
social e o FGTS.
*** Quanto a Publicidade, temos que a mesma consiste na afixação do instrumento convocatório em local apropriado.

Critério de Valor:
Obras e serviços de engenharia: Até 150.000,00.
Outros bens e serviços: 80.000,00.

* Caso existam na praça mais de três interessados, deve haver um rodízio quanto ao convite.
** Se não atingir 3 presentes dos 3 convocados, deve-se proceder nova convocação, até 3 aparecerem.

Concurso:
Modalidade de licitação para qualquer interessado, para escolha de trabalho técnico, científio ou artístico, mediante a
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa
oficial com antecedência mínima de 45 dias.

* a escolha se dá por meio de comissão especial, sem precisar de serem servidores públicos.
** não se aplicam os tipos de licitação (menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta) ao
concurso.

Leilão:
Serve para bens móveis inservíveis para a adm, produtos legalmente apreendidos ou penhorados, alienação de bens
imóveis oriundos de procedimentos judiciais ou dação de pagamento.

Tipo: Maior lance

Fiquei de saco cheio... completar depois.

Dispensa e inexigibilidade:
D ÚVIDAS PENDENTES :
1. Responsabilidade civil pela obra executada por contrato.
2. Responsabilidade civil da concessão e permissão
3. Pode o administrador fazer propaganda que o promova (vedado pelo §1 do art. 37) com o próprio dinheiro?

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