Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS
PARA OBRAS DE INFRAESTRUTURA
– MÉTODOS E TÉCNICAS
Vários autores.
ISBN ....
......
CDD....
Referência bibliográfica:
ABGE NORMA 100/2023. Investigações geológico-geotécnicas para obras de in-
fraestrutura – Métodos e Técnicas. Vários autores. 1ª Edição. São Paulo: ABGE, 2023.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................4
1. FINALIDADE................................................................................................................................. 6
2. CONCEITO, TERMOS E DEFINIÇÕES .......................................................................... 7
3. ETAPAS...........................................................................................................................................21
3.1 Planejamento ...................................................................................................................23
3.2 Execução............................................................................................................................. 24
3.3 Apresentação dos dados..........................................................................................27
3.4 Análise e integração dos dados.......................................................................... 29
4. TIPOS DE INVESTIGAÇÕES...............................................................................................31
5. INVESTIGAÇÕES EM MATERIAIS ANTROPOGÊNICOS..................................32
6. PRINCIPAIS PARTICIPANTES......................................................................................... 34
7. REFERÊNCIAS...........................................................................................................................35
8. REFERÊNCIAS NORMATIVAS E DIRETIVAS......................................................... 36
ANEXOS
TABELA 1: INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS MAIS
FREQUENTES UTILIZADAS NO BRASIL.............................................................................39
FIGURAS 1 A 5..................................................................................................................................... 50
APRESENTAÇÃO
1 FINALIDADE
Obs.:
a) os solos podem ser testados na condição in natura, sendo os en-
saios realizados em amostras deformadas ou indeformadas; ou
compactados, neste caso os ensaios visam simular uma obra de
terra, como um aterro;
b) há ensaios, como o de compressão puntiforme e esclerométrico,
que podem ser realizados tanto no campo, como em laboratório.
Observações
1ª) Para as Fases de Projeto é comum a utilização de outras duas de-
nominações:
» Anteprojeto: denominação utilizada para estudos anteriores
ao Projeto Básico e que, normalmente, incluem o Inventário e
a Viabilidade em uma só fase.
» Plano Diretor: denominação correlata ao Inventário ou Con-
cepção, com variados níveis de detalhamento e de informa-
ções, às vezes podendo alcançar o nível de Viabilidade.
2ª) Os trabalhos de investigações geológico – geotécnicas e os ensaios
devem ser compatíveis com as necessidades do projeto de enge-
nharia de cada fase de projeto e ciclo de vida do empreendimen-
to. Além disso, as investigações e os ensaios devem atender, tanto
quanto possível, às várias etapas do licenciamento ambiental da
obra que, comumente, abrangem a licença prévia, de instalação e
de operação.
3º) O projeto geotécnico de fundações superficiais e profundas de
obras isoladas (edifícios residenciais e industriais, por exemplo)
3 ETAPAS
* Para o caso de sondagem à percussão há uma descrição mais detalhada dessas eta-
pas, disponível em www.padraoags.com.br. Consultar também a ABGE NORMA
103/2023 Sondagem à percussão.
3.1 Planejamento
O Planejamento, para um tipo de investigação, ou conjunto de diferentes
tipos de investigações, consiste, basicamente, na elaboração do Programa, das
suas Especificações e de Minutas de Contratos, que permitam deixar claro as
responsabilidades dos diversos atores envolvidos, em cada fase da obra, princi-
palmente o Empreendedor, Projetista, Executores e, se for o caso, Consultores.
O Programa deve conter, no mínimo, a identificação e justificativa das
atividades a serem realizadas, compatível a cada fase de projeto, (ou etapa
dentro da fase), traduzida em um cronograma físico – financeiro contendo as
principais datas, custos e produtos a serem obtidos. As Especificações devem
ser completas e conter, para cada tipo de Investigação (Tabela 1), todos os
dados necessários à sua execução.
O Executor deve estar capacitado nas atividades a realizar, plenamente
ciente de sua responsabilidade e das finalidades dos trabalhos e dispor de um
Contrato detalhado, com a parte técnica bem definida e cronograma e remu-
neração compatíveis com a campanha.
As falhas mais comuns do Planejamento correspondem à deficiência na
indicação dos tipos, quantidades e especificações das investigações que visam
atender às solicitações do projeto. Em Geologia de Engenharia costuma-se
enfatizar que não se faz investigação por fazer e sim para responder a uma
necessidade da engenharia.
3.2 Execução
A etapa de Execução refere-se aos trabalhos de obtenção dos dados,
normalmente realizados por empresas ou profissionais contratados pelo Em-
preendedor, ou pela Projetista, autorizada pelo Empreendedor.
Observação adicional:
Os softwares existentes, nacionais ou internacionais, podem incorporar
uma rotina de importação e exportação de dados geotécnicos no Padrão AGS,
já que o formato é aberto, em arquivo texto. Com a disponibilidade de dados
digitais, passa a ser possível a construção de bancos de dados nacionais ou re-
gionais, aos moldes daqueles existentes na Inglaterra (https://www.bgs.ac.uk/
products/onshore/sobi.html) e Nova Zelândia (https://www.nzgd.org.nz/),
onde os resultados das investigações são disponibilizados de forma gratuita
e podem ser utilizados no planejamento de obras futuras e, também, conso-
lidados em cartografia (mapeamento) geológico – geotécnica e geoambiental
de detalhe. Não resta dúvida que para isso acontecer no Brasil é preciso não
somente convencimento do setor privado, mas apoio do poder público.
Apesar dos prazos cada vez mais curtos, as falhas mais comuns nesta
etapa estão relacionadas à inexperiência e composição profissional da equipe,
que não consegue fazer a integração dos resultados de uma campanha ou de
duas ou mais campanhas de investigação, principalmente quando disponíveis
ensaios geofísicos e ensaios especiais de campo.
Um componente importante dessa falha tem sido o menosprezo pelo
aprimoramento tecnológico dos atores envolvidos traduzido, basicamente,
pela ausência de qualidade dos trabalhos de investigações e pela não utilização
de softwares especializados de gestão de dados, que permitem integrar as in-
formações das várias empresas prestadoras de serviços, com rapidez e eficácia.
4 TIPOS DE INVESTIGAÇÕES
5 INVESTIGAÇÕES EM MATERIAIS
ANTROPOGÊNICOS
6 PRINCIPAIS PARTICIPANTES
7 REFERÊNCIAS
Baynes, F.J.; Perry, S. 2022. Guidelines for the development and applications
of enginnering geological models on projects. International Association for
Engineering Geology and the Environment- IAEG. Comission 25. Publication
no 1, 129 pp. Dowloadable at https://www.iaeg.info/c25egmguidelines/
Cintra, J.C.A; Aoki, N. 2010. Fundações por estacas: projeto geotécnico. São
Paulo: Oficina de Textos.
Nogami, J.S.; Villibor, D.F. 1981. Uma nova classificação de solos para fina-
lidades rodoviárias. In: Simpósio brasileiro de solos tropicais. Anais, p.30-41.
Rio de Janeiro: ABMS.
Vilar, O.M. ; Ferreira, S.R. 2015. Solos colapsíveis e expansivos. Cap. 15. In:
Carvalho, J.C. et al.(Editores). Solos não saturados no contexto geotécnico.
São Paulo: ABMS.
DNIT. 2006. IPR 726: Diretrizes básicas para elaboração de estudos e pro-
jetos rodoviários – Escopos básicos/Instruções de serviços. Anexo B, IS-202:
Grupo AGS BR. 2018. Sondagens à percussão – Diretrizes AGS BR SP 01, AGS
BR SP 02, AGS BR SP 03 e AGS BR SP 04. Disponível em www.padraoags.
com.br, acesso em 15.02.2023.
Reed, J. ; Stacey, P. (Ed.) 2023. Guia para projetos de taludes de minas a céu
aberto (Guidelines for open pit slope design).Coords. da tradução: Gambetti,
D. L. G. e Pacheco I. B. Vários participantes. São Paulo: ABGE, 559 p.
ANEXO 1
Tabela 1 – Investigações geológico-geotécnicas mais frequentes utilizadas no Brasil.
Nota importante: utilizar as normas e procedimentos consagrados no meio profissional, para não incorrer no erro de creditar a imprevistos
geológicos aquilo que corresponde a condutas técnicas e profissionais inadequadas, imprudência ou negligência.
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 1: LEVANTAMENTOS
Pesquisar, avaliar e sistematizar informações existentes, de in- Indicação e descrição, tanto quanto possível,
teresse à obra. de fontes de materiais de construção, como
solo e agregados (areia, cascalho, rocha).
Elaborar mapa geológico preliminar, regional e local, com ên-
fase nas características litológicas e estruturais de interesse à Utilizar-se de ferramental atualizado de geo-
obra. processamento, do tipo GIS.
Elaborar mapas temáticos de interesse à obra, regionais e lo- Desejável conduzir os diversos tipos de investi-
cais, como uso e ocupação do solo, vetores de desenvolvimen- gações, descritas nessa Tabela, integradas aos
to econômico (impactos antrópicos), susceptibilidade à erosão estudos de impactos ambientais.
1.1 Pesquisa
e a inundações, sismicidade natural e induzida, áreas de pre-
bibliográfica/
servação ambiental, mananciais superficiais e subterrâneos,
Compilação de
áreas cársticas, presença indígena, identificação de passivos
informações
ambientais e de áreas contaminadas e outros.
existentes
Elaborar o primeiro modelo geológico geotécnico conceitual,
que oriente as próximas etapas de investigação e indique pre-
sença de feições geológicas de interesse e/ou áreas com restri-
ções a ocupação.
39 ABGE — AJUDANDO AS EMPRESAS A TRABALHAREM MELHOR
ABGE NORMA 100/2023
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 1: LEVANTAMENTOS
Com base em mapas preliminares feitos em etapa preceden- Utilizar-se do GIS, de bancos de dados, de soft-
te, realizar trabalhos de campo e de escritório (ênfase ao uso wares de modelagens, do CAD e de outros
de imagens de satélite e fotografias aéreas) para delimitar, em programas que permitam representações bi e
escalas de interesse à etapa de projeto, as litologias, as estru- tridimensionais.
turas geológicas (falhas, dobras, famílias de fraturas), o modelo
do perfil de intemperismo, as possíveis jazidas de materiais de Terrenos aluviais com presença de mangues e
construção e demais feições geológicas e geotécnicas de in- dunas, escarpas com tálus e matacões, terre-
teresse. nos cársticos e rochas frágeis ou facilmente al-
teráveis, áreas de restrição à ocupação (indíge-
Com base nos trabalhos anteriores, selecionar, detalhar e me- nas, conservação ambiental) requerem maior
lhor precisar mapas temáticos de interesse, produzidos em atenção.
etapa precedente.
A área abrangida pelos levantamentos de cam-
Revisar o modelo geológico geotécnico conceitual, visando po e mapeamentos deve ser compatível com
1.2 Mapeamentos identificar os condicionantes geológico-geotécnicos da futu- a necessidade do projeto. Em barragens, por
sistemáticos ra obra e melhor orientar as próximas etapas de investigação exemplo, deve abranger pelo menos toda área
(geofísica, sondagens, ensaios). inundável e seus entornos e, em maior detalhe,
o local da obra.
Em maciços escavados e expostos, como frentes de lavra e tú-
neis, os mapeamentos sistemáticos são feitos com a finalidade Uma técnica de mapeamento sistemático é a
de realizar a classificação geológico – geotécnica do maciço ro- tecnologia InSAR – Interferometria por Radar
choso, para orientar os projetos de estabilização. Em fundações de Abertura Sintética. Com base em imagens
de barragens, o mapeamento é exigido para liberar e compro- de satélite é possível interpretar e calcular, com
var a construção conforme especificado em projeto e para o alta precisão, deformação de terrenos naturais
registro das condições geológicas da fundação, em solo e em e antropogênicos, ao longo do tempo.
rocha (as built).
40 ABGE — AJUDANDO AS EMPRESAS A TRABALHAREM MELHOR
ABGE NORMA 100/2023
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 2: GEOFÍSICA APLICADA
Caracterizar, via contraste de parâmetros físicos, os diversos es- Conhecer as indicações e limitações da aplica-
tratos do terreno, como solo (material de escavação classe 1), ro- bilidade de cada método geofísico: sísmica (de
cha alterada ou friável (classe 2) e topo da rocha dura (classe 3). refração e reflexão), métodos elétricos e outros.
Correlacionar e extrapolar informações de sondagens mecâni- Selecionar o método geofísico adequado, para
cas (trado, percussão, mista e rotativa) e de ensaios especiais, sua execução lineares, malhas ou paredes de
tipo CPTu. furos de sondagens.
Identificar a profundidade do nível d’água e presença de ano- Os resultados, apresentados nos formatos na-
malias em maciços naturais e construídos. tivos (originais) e em seções georreferenciadas,
devem ser integrados às demais investigações,
Investigar zonas de saturação e avaliar parâmetros geotécnicos para compor o modelo geológico, evitando-se
de maciços naturais e construídos, neste caso com base em utilização individual da informação geofísica
correlação com os índices geofísicos obtidos. pelo projetista.
41 ABGE — AJUDANDO AS EMPRESAS A TRABALHAREM MELHOR
ABGE NORMA 100/2023
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 3: INVESTIGAÇÕES DIRETAS E SEMI DIRETAS
Identificar as camadas mais superficiais de solo e coletar amos- Explorar a possibilidade de correlacionar son-
tras deformadas para caracterização e ensaios visando, prin- dagem a trado com outras investigações, como
cipalmente, a sua utilização como material de construção de os mapeamentos sistemáticos, as sondagens a
aterros e detecção da contaminantes. percussão, ensaios tipo CPTu e outros.
3.2 Sondagem
Investigar a profundidade do nível d’água*, executar ensaio de Apresentar resultados em padrão digital.
a trado
infiltração de água (avaliação da permeabilidade) e aproveitar o
furo para instalar instrumentação geotécnica e geoambiental.
Identificar os estratos do solo (profundidade da sondagem Considerar as Diretrizes AGS – BR para sonda-
pode atingir o impenetrável por lavagem com trépano) e cole- gens a percussão, disponíveis no site www.pa-
tar amostras deformadas (e semideformadas) para caracteriza- draoags.com.br
ção e ensaios geotécnicos e geoambientais.
Apresentar resultados em padrão digital.
3.3 Sondagem a
Medir a resistência a penetração (SPT) e, eventualmente, ou-
percussão
tros parâmetros de resistência mecânica do solo in situ.
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 3: INVESTIGAÇÕES DIRETAS E SEMI DIRETAS
Caracterizar e classificar o maciço rochoso, através da coleta e O planejamento, execução, interpretação e
descrição de amostras (rocha intacta e descontinuidades), por apresentação das informações de campanhas
vezes com execução de imageamento das paredes do furo*. de sondagens rotativas devem se basear em
Investigar a profundidade e variação do nível d’água, executar procedimentos técnicos consagrados no meio
ensaio de perda d’água sob pressão (avaliação da condutivida- profissional.
de hidráulica/permeabilidade) e aproveitar o furo para ensaios
geofísicos e para instalar instrumentação geotécnica e geoam- Especial atenção deve ser dada ao número de
biental. sondagens e à profundidade a atingir, de ma-
neira a possibilitar elaborar, junto com demais
Coletar amostras para ensaios petrográficos e geotécnicos,
que permitam caracterização mineralógica, da alterabilidade investigações, o modelo geológico do maciço
e de resistência mecânica, da rocha intacta e das descontinui- rochoso de interesse à obra. No caso de bar-
dades. ragens, por exemplo, a profundidade da son-
dagem deve atingir, na vertical, pelo menos
Investigar as tensões residuais e deformabilidade do maciço alguns metros abaixo da cota prevista para a
rochoso, através de ensaios do tipo hidrofraturamento, dilato- fundação; em terrenos de geologia complexa
metria e outros.
e dependendo da natureza e do porte da obra,
3.4 Sondagem rotativa Principais informações a obter na sondagem rotativa: sugere-se sondagens mais profundas, inclusi-
ve para definição do perfil estratigráfico e pos-
-Litologia sível presença de descontinuidades, que pos-
-Recuperação por manobra sam afetar a estabilidade da obra.
-Graus de alteração, de coerência e de fraturamento
-Índice de qualidade da rocha (IQR) ou Rock quality designa-
tion (RQD) Em sondagem rotativa para obras geotécni-
-Condutividade hidráulica cas, civis e minerárias, é exigível mínimo de
-Profundidade e variação do nível d’água 95% de recuperação, o que obriga execução
-Condições das descontinuidades com técnicas e equipamentos adequados para
-Caracterização petrográfica, tecnológica e mecânica das coleta das amostras de rocha frágil e das des-
amostras obtidas (testemunhos)
- Ovalização, descamação e disqueamento das paredes do furo continuidades (contatos, falhas, fraturas, mate-
- Outros: contatos entre tipos de rochas, identificação de áreas rial de preenchimento), justamente as feições
frágeis em profundidade (avanço rápido da sonda, perda que possuem maior interesse.
d’água de circulação) etc.
Apresentar resultados em padrão digital.
(*) Imageamento das paredes do furo é uma técnica comple-
mentar, que permite identificar a presença de zonas frágeis e
descontinuidades importantes do maciço, não amostrados na
sondagem convencional, ou amostrados precariamente.
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 3: INVESTIGAÇÕES DIRETAS E SEMI DIRETAS
Investigação do maciço natural de solo e rocha, valendo-se dos Vide sondagem a percussão e rotativa.
procedimentos e técnicas da sondagem a percussão, no trecho
3.5 Sondagem mista em solo, e da sondagem rotativa, no trecho em rocha. Apresentar resultados em padrão digital.
- Dilatométrico DMT: determinação dos parâmetros do ensaio A abertura do furo segue os procedimentos
(módulo dilatométrico e índice de tensão horizontal) com os utilizados para execução da sondagem à per-
quais é possível recorrer a correlações para obtenção de esti- cussão (início com trado), ou a cravação de
mativa de propriedades de resistência e defomabilidade dos equipamentos especiais, de forma a permitir
solos, comumente aplicáveis a anteprojeto de fundações. acesso do equipamento e sensores aos diver-
sos horizontes do solo.
- Pressiométrico: Estimativa de resistência e deformabilidade
de solos através do pressiomêtro de Ménard (ou outro equipa- Apresentar resultados em padrão digital.
mento).
44 ABGE — AJUDANDO AS EMPRESAS A TRABALHAREM MELHOR
ABGE NORMA 100/2023
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 4: ENSAIOS EM ROCHA E AGREGADOS
Estimar, através de ensaios em corpos de prova provenientes Os ensaios são realizados em amostras de
de amostras de sondagens, parâmetros de resistência mecâni- sondagens, às vezes em amostras colhidas do
ca da rocha intacta e das paredes de fraturas, de fundamental campo.
importância aos estudos da capacidade de carga e estabilida-
de de fundações, escavabilidade (categorias 1, 2 e 3), projetos Descrever tátil visualmente cada amostra vi-
de escavação e dimensionamento de suportes de obras sub- sando a futura interpretação dos ensaios: lito-
terrâneas, projetos de taludes em rocha e de outras estruturas logia, presença de fissuras, de veios e de mine-
civis. Os ensaios mais utilizados são: rais deletérios, alteração/coerência, xistosida-
de, fissuras, textura mineral etc.
- Ensaio de compressão uniaxial: permite obter a resistência à
compressão uniaxial (tensão máxima de ruptura) e a deforma- Apresentar resultados em padrão digital.
4.1 Resistência
bilidade (módulo de Young e Coeficiente de Poisson).
mecânica da rocha
intacta e de paredes
- Ensaio de tração (ensaio brasileiro): permite obter a estima-
de fraturas
tiva da resistência à tração.
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 4: ENSAIOS EM ROCHA E AGREGADOS
Identificar os parâmetros tecnológicos de agregados naturais Os ensaios são realizados em amostras de son-
(areia, cascalho) e artificiais (entulhos, escórias, areias artificiais dagens ou em amostras colhidas no campo
etc.) e de rochas (enrocamento, pedras britadas e placas de re- (portos de areia e pedreiras, por exemplo).
vestimento) que permitam a sua aprovação – ou indicação de
restrições – ao uso na construção civil. Os resultados são apreciados (aprovação ou
Exemplos de usos: drenos, filtros, concreto, enrocamento, las- restrição de uso) segunda as Normas Brasi-
tro de ferrovia, agregado para pavimento, placas para pisos e leiras da ABNT, DNIT e internacionais, como
paredes, monumentos etc. ASTM.
4.2 Caracterização Os ensaios mais utilizados são: A restrição ao uso impõe a necessidade de
de agregados e de busca de material alternativo ou realização de
materiais rochosos - Apreciação petrográfica: visa identificar e quantificar os mi- pesquisas e de adequações no projeto.
para construção nerais constituintes inertes, friáveis, alteráveis, reativos e ex-
pansíveis presentes nas areias, cascalhos e rochas.
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 5: ENSAIOS EM SOLOS
Identificação e caracterização física e mecânica dos solos, com Os ensaios são feitos em amostras deformadas
determinação de parâmetros de compactação em laboratório, de solo, coletadas em poços, trincheiras e son-
visando especificar os procedimentos de campo para utiliza- dagens a trado e percussão. Os procedimentos
ção do solo como material de construção de aterros. de amostragem e dos ensaios são realizados
de acordo com as normas brasileiras da ABNT.
Os principais ensaios utilizados são:
- Índices físicos: umidade, massa específica, limites de Atter- A classificação de solos MCT – Miniatura, Com-
berg (limites de liquidez, de plasticidade e índice de plastici- pactado, Tropical, tem sido considerada mais
dade), granulometria (por peneiramento e por sedimentação); adequada para estimar a capacidade de su-
porte dos solos tropicais, que as classificações
- Classificação MCT: ensaio de compactação e perda de massa do tipo universal (SUCS, HRB), desenvolvidas e
por imersão, com finalidade de identificar o comportamento aplicadas em países de clima temperado e frio.
laterítico (ou não) e classificar os solos de climas tropicais para Mesmo assim, alguns pesquisadores defen-
finalidades rodoviárias; o ensaio pode ser feito de maneira ex- dem a elaboração de classificações específi-
5.1 Ensaios em pedita, tipo pastilha, não padronizado;
cas, em função da necessidade da obra.
amostras deformadas
- Ensaio de compactação: visa obter, através da construção
de solos de curva umidade x massa específica (com aplicação de dife- A umidade ótima é um dos parâmetros mais
rentes energias no ensaio), o teor de umidade ótima na qual se importantes da construção de aterros: corres-
obtém a máxima densidade da amostra de solo, parâmetros a ponde a umidade em que o aterro vai adquirir
serem aplicados na construção de aterros ou de bases de pavi- a maior densidade (massa específica aparente
mentos. (A denominação Ensaio Proctor, nome do engenheiro seca), portanto a maior resistência.
norte americano que o propôs, também é utilizada).
Apresentar resultados em padrão digital.
- Ensaio CBR (Californian Bearing Ratio) – Capacidade ou
Índice de Suporte Califórnia: através da comparação entre
a resistência a penetração de um cilindro padronizado numa
amostra de solo compactado e a resistência do mesmo cilin-
dro em uma amostra de brita padronizada, visa avaliar o poten-
cial de afundamentos plásticos (“borrachudos”) de subleito de
rodovias. Também permite obter um índice de expansão por
imersão da amostra;
47 ABGE — AJUDANDO AS EMPRESAS A TRABALHAREM MELHOR
ABGE NORMA 100/2023
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 5: ENSAIOS EM SOLOS
Estimar, através de ensaios em corpos de prova confecciona-
dos a partir de amostras indeformadas, parâmetros de resis-
tência mecânica (ao cisalhamento, principalmente), de defor-
mabilidade e de permeabilidade dos solos, de fundamental
importância aos estudos da capacidade de carga e de estabili-
dade de fundações e de taludes naturais e construídos.
TIPO DE
FINALIDADES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES
INVESTIGAÇÃO
GRUPO 5: ENSAIOS EM SOLOS
- Adensamento edométrico ou compressibilidade: a amos- Solos potencialmente expansíveis apresen-
tra, moldada em anel metálico, é submetida a cargas variáveis, tam-se não saturados, possuem presença de
anotando-se as deformações, permitindo elaborar curvas de argilominerais expansíveis, principalmente as
deformação x tempo e, com isso, obter a velocidade de drena- montmorilonitas e, às vezes, estrias de fricção.
gem e outros parâmetros, como índice de vazios, coeficientes São solos comumente derivados de basalto,
de recalque e de adensamento e pressão de pré-adensamento. diabásio, gabro, folhelho, margas e calcário.
Também ocorrem em solos de regiões semiári-
Ver Nota abaixo: “Identificação de solos expansíveis e colapsí- das. (Abrahão, 2018 e Vilar e Ferreira, 2015).
veis”
Solos colapsíveis são solos não saturados, com
NOTA: baixo teor de umidade, porosos, baixa densi-
5.2 Ensaios 1) Identificação de solos expansíveis. Segundo Vilar e Ferreira dade e com alto índice de vazios (inclusive os
em amostras ( 2015), há dois métodos de identificação: indiretos, de nature- mal compactados), que sofrem colapso em sua
indeformadas de za qualitativa (geologia, geomorfologia, pedologia), orientativa estrutura devido infiltração de água em quan-
solos (classificação geotécnica) e identificativos (difração e raio-X, tidade suficiente (Cintra e Aoki, 2010).
microscopia eletrônica e outros); e , diretos, do tipos quantitati-
vos (ensaios edométricos, principalmente) e avaliativos (ensaio Apresentar resultados em padrão digital.
de expansão de Lambe).
ANEXO 2
10.20 10.80 A2 C2 F3 P2 L I SV 55 89
12.45 17.90 A1 C1 F1 P2 L SH I 90 90
Figura 1 a,b,c – Modelo de tabela para registro dos resultados da execução de uma sondagem a percussão, preparada para a geração de
um arquivo AGS. a – referência e localização, b – perfuração, amostragem e ensaios SPT, c- descrição e classificação do perfil.
Per�l Class.
Nspt
Prof.
NA Amostra Descrição
Geotec. 0 10 20 30 40 50 P/ 1 2 3
Areia �na a m�dia, cinza
2 1 0 1/35
2.22 2
AL
3 1 0 1/20 1/20
4
Com 30% de cascalho 1 e 2 (cascalho quartizítico)
5 12 0 4/15 5/15 7/15
5.5 5
Solo de alteração de gnaisse. Silte argiloso, cinza
6 20 0 8/15 9/15 11/15
esbranquiçado
6
10
11 50 0 22/15 30/10
11
12 12 50 0 30/5
12.4
Fim de Sondagem a 12.40m
13
14
15
16
17
Figura 2 – Perfil (log) da sondagem a percussão construído a partir dos dados da Figura 1.
SONDAGEM MISTA
SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO DO SOLO COM SPT(NBR 6484-01) E SONDAGEM ROTATIVA COM TESTEMUNHOS
CLIENTE AGS BR SONDAGEM: SM-001
OBRA Per�l de Sondagem Mista - SM INÍCIO 14/09/2019 FIM 16/09/2020 FOLHA: 1/1
LOCAL COTA (m) 768.00 COORD. E 689977.55 N 7456897.45 DIR./INCL
ENSAIO DE PENETRAÇÃO
INTERV, HOMOG.
GRÁFICO SPT DESCONTINUIDADES
PROFUNDIDADE
TESTEMUNHOS
CLASSIFICAÇÃO
FRATURAMENTO
(Golpes/penet)
PROFUNDIDADE
GEOLÓGICA
AMOSTRA
PROF. (m)
PERFIL/
NA
ALTERAÇÃO
COERÊNCIA
RUGOSIDADE
PENETRAÇÃO
PREENCHIM.
INTERVALO 1
INTERVALO 2
INTERVALO 3
DESCRIÇÃO DO MATERIAL
INCLINAÇÃO
COM PESO
(m)
AVANÇO
30 cm finais NSPT
30 cm iniciais
10 20 30 40 20 40 60 80 20 40 60 80
3 2 1 0
1
26 15 15
3 1
1
1 1 Argila siltosa, com detritos vegetais (raízes), marrom.
2
26 20
1/20** 2
2 TC
1 2
3
30 17
2/17** 3
3 3.50
2 2 SE
4
27 20
2/20** 4
4
4,70
2 2 1
5
16 15 15
3 5
5 5.15
Argila siltosa, marrom.
2 2 5
6
15 15 15
7 6
LV
6
3 4 12
7
15 15 15
16 7
7
7.70 7,70
8 8
7.70- P2 SH I
9.20
92 69 A3 C3 F3 L
P3 SV V
9 9
9.20-
10.20
100 100 A1 C1 F1
10 10
10.2… 89 55 A2 C2 F3 L P2 I SV
11 11
10.80-
12.45
100 95 A1 C1 F2 L P2 SH I
12 12
13 13
14 14
15 12.45- 15
90 90 A1 C1 F1 L P2 SH I
Basalto, maciço, cinza escuro. MR 17.90 PR
16 16
17 17
18 18
19 19
20 20
17.90-
22.95
100 85 A2 C2 F2 L P2 I
21 21
22 22
23 22.95 22,95 23
24 24
25 25
26 26
27 27
OBS. LEGENDA:
TC - TRADO CAVADEIRA * Fração do 1 intervalo
TABELA DE NÍVEL DE ÁGUA
TH - TRADO HELICOIDAL SR - ROTATIVA Data e Hora
** Fração do 2 intervalo Prof. NA Obs
LV - CIRCULAÇÃO DE ÁGUA 14-09-2019 12:30 4.70
Fração do 2 + 3 intervalo InicialEstabilizado
GRAU DE ALTERAÇÃO GRAU DE COERÊNCIA GRAU DE FRATURAMENTO (Frat/m) 15-09-2019 00:00 12.75 PerdadeAgua
CLASSIFICAÇÃO GEOLÓGICA
A1 Sã C1 Muito Coerente F1 Muito pouco Fraturada (0-1) ENSAIO DE LAVAGEM 16-09-2019 16:35 17.50 EsgotamentoBaldinho
A2 Pouco Alterada C2 Coerente F2 Pouco Fraturada (2-5) Início Fim Dur (min) Av.(cm) 17-09-2019 17:45 5.15 FinalEStabilizado24h
A3 Medianamente Alterada C3 Medianamente Coerente F3 Medianamente Fraturada (5-10) 7,65 7,69 00:10 4.0
A4 Muito a Extremamente Alterada C4 Pouco Coerente a Incoerente F4 Muito Fraturada (8-20) SE SOLO ELUVIAL
MR MACIÇO ROCHOSO 7,70 7,70 00:10 0.0
F5 Extremamente Fraturada(>20)
7,69 7,70 00:10 1.0
RUGOSIDADE PREENCHIMENTO INCLINAÇÃO
S1 Áspera P1 Sem Preenchimento H Horizontal REVESTIMENTO
S2 Lisa P2 Paredes Oxidadas SH Sub Horizontal (0-20) Inicio Fim Tipo
S3 Estriada P3 Material Argiloso I Inclinada (20-70) 0.00 7.35 SP
S4 Sedosa P4 Material Granular SV Sub Ver�cal (70-90) 0.00 7.70 NW
V Ver�cal
DATA DO LOG TRABALHO N. DIÂMETRO DO FURO TIPO DE BARRILHETE PERCUSSÃO ROTATIVA
Obs. 17/09/2019 Øe 1⅜ " 2"
NW
HASTE
Figura 3 – Perfil (log) da sondagem mista construído a partir dos dados da Figura 1. Obs.:
perfis mais completos também podem ser apresentados dentro do padrão AGS