Você está na página 1de 8

2010 1

Tecnologia Farmacêutica e
Indústria Farmacêutica

Prof. Abel Alves Rosa Jr


Farmacêutico Industrial
CRFMG 24020
Faculdades Santo Agostinho
1. O Farmacêutico

Os farmacêuticos são profissionais da saúde de tradição milenar, sucessores dos


boticários, experts no uso de fármacos e medicamentos e suas conseqüências ao
organismo humano ou animal. De uma maneira geral, podem trabalhar numa farmácia,
hospital, na indústria, em laboratórios de análises clínicas, cosméticos, agricultura,
prevenção de pragas, distribuição, transporte e desenvolvimento de medicamentos, entre
2
outras funções e lugares.

Peritos no desenvolvimento, produção, manipulação, seleção e dispensação de


medicamentos, este profissional, presta o trabalho de assistência farmacêutica, e pode
assumir responsabilidade técnica de laboratórios de análises clínicas, distribuidoras,
farmácias, etc. Podem também atuar na pesquisa e controle de qualidade de
hemocomponentes e hemoderivados. Na área alimentar responsabilizam-se
tecnicamente pela análise, interpretação e emissão de laudos. Com curso específico é
habilitado para fazer acupuntura. No Brasil, podem exercer cerca de 71 atividades
diferentes.

Na antiguidade o farmacêutico elaborava medicamentos a partir de princípios ativos


presentes na natureza. Nos tempos modernos, os fármacos em sua maioria, são de
origem sintética.

2. O Farmacêutico e a Indústria Farmacêutica

O farmacêutico industrial é um profissional que atua na indústria farmacêutica, sendo


atribuídas a ele funções que englobam desde a compra de matérias primas para a
produção de medicamentos até a etapa final de embalagem e expedição dos produtos
fabricados.

Dentre as áreas da cadeia de produção de medicamentos podemos citar também os


setores de controle de qualidade, supervisão de produção, desenvolvimento de
novos produtos, garantia da qualidade, assuntos regulatórios e farmacovigilância
(serviço de atendimento ao cliente) locais onde este profissional deve atuar. São
também atribuições o aperfeiçoamento dos processos fabris vigentes e o
desenvolvimento de novos fármacos.
O Conselho Federal de Farmácia é o órgão oficial do Brasil que fiscaliza esta atividade.
Além deste órgão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde
legislam sobre as atividades inerentes a esta profissão.

3. O que é a Tecnologia Farmacêutica:

3
A tecnologia farmacêutica pode ser definida pelo conjunto de estudos e métodos
científicos e de produção que visam o desenvolvimento de novos medicamentos, novas
formas farmacêuticas para os princípios ativos já existentes, bem como o
aprimoramento das formulações já existentes.

A tecnologia farmacêutica também visa desenvolver e melhorar os adjuvantes e


excipientes utilizados nessas formulações.

Ponto chave para as grandes indústrias farmacêuticas, a tecnologia farmacêutica é o


caminho de manutenção no mercado, uma vez que a expiração de patentes de
medicamentos no mercado obrigam as indústrias a sempre inovar, desenvolver novas
fórmulas.

Para isso, o caminho obrigatório é apostar na tecnologia farmacêutica, associada à


competências dos pesquisadores, visando obter um medicamento inovador e que atenda
as necessidades do mercado.

4. Por que o profissional farmacêutico deve dominar tal ciência?

Nos diversos ramos onde o profissional farmacêutico pode atuar como a assistência
farmacêutica, a dispensação farmacêutica, o desenvolvimento de fórmulas, novos
medicamentos, a produção de medicamentos, entre outros, o conceito principal que
envolve cada forma farmacêutica e cada medicamento deve ser bem entendido pelo
profissional, de maneira a proporcionar o bom entendimento do modo de ação de
cada medicamento, sendo capaz de compreender entender o modo de ação de cada
fórmula e de criar novas formulações.
5. Projeto e produção de comprimidos

Das diversas formas farmacêuticas, a forma farmacêutica COMPRIMIDO é muito


utilizada para veicular incontáveis medicamentos. Além de proporcionar facilidade
de administração e flexibilidade, esta forma farmacêutica tem maior estabilidade e,
portanto maior prazo de validade.
4
Para que possa ter o efeito esperado, o medicamento deve ser administrado nas quantidades
exatas e em perfeitas condições de uso, para tanto o farmacêutico é o profissional que
tem o conhecimento necessário para garantir que todos os comprimidos de um lote
sejam idênticos e atendam às especificações (dureza, tempo de desintegração, tamanho,
quantidade de excipientes, etc). Estes parâmetros são determinados durante a fase de
projeto do medicamento, antes deste ser produzido em escala industrial, e é nesta fase
que o farmacêutico testa sua formulação e garante sua segurança.

Destaca-se a utilização de equipamentos de precisão como a compressora rotativa de 8


punções, punções e matrizes (Figuras 1 e 2), um dos equipamentos necessários à
produção em pequena escala antes de levar à produção em larga escala (industrial).

Figura 1 - Mini- compressora rotativa de 8 punções


Figura 2 – Exemplos e punções e matrizes

5
6. Projeto e Produção de comprimidos especiais

Comprimidos com características especiais são necessários, por exemplo, para uma via
de administração diferenciada, perfis de dissolução especiais, proteção contra o
ataque do suco gástrico, entre outras. Para tanto formulações e equipamentos
específicos são necessários, assim como o conhecimento do profissional
farmacêutico.
Exemplos destes comprimidos são as drágeas e comprimidos revestidos, que irão
resistir à ação do suco gástrico e dissolver somente no duodeno, onde a absorção do
principio ativo será maximizada e sua integridade protegida.
São exemplos de comprimidos especiais:

Mastigáveis; Para uso externo;


Pastilhas; Hipodérmicos;
Sub-linguais; Compressão múltipla;
Implantáveis; Ação repetida;
Vaginais; Ação retardada e gastro-resistentes;
Efervescentes; Multiparticulados

Destaca-se o uso correto de drageadeiras rotativas (figura 3) que são utilizadas para
aplicar revestimentos a núcleos de drágeas e comprimidos.
Figura 3 – Drageadeira rotativa
6

7. Formulação de um comprimido
Materia-Prima Participação (%) Função Para 2.000
cpr (gr)
Dipirona sódica 66,66% Principio ativo 300, 000
Celulose 27,83% Diluente, aglutinante e 208, 70
Microcristalina desagregante
102
Estearato 1,5% Lubrificante 11,20
de magnésio
Dióxido 1% Diluente, absorvente, 7,40
de silício coloidal desintegrante e lubrificante
Amidloglicolato 3% Desintegrante 22,50
de sódio

7.1. Processo de produção – Granulação a úmido.

7.2. Mistura – Processo que irá proporcionar homogeneidade à formulação, garantindo


que todo comprimido tenha a mesma quantidade de principio ativo e excipiente.
7.3. Granulação – Para garantir homogeneidade em todo o lote de comprimidos é
preciso garantir a também uma homogeneidade da formulação durante o processo,
os grânulos irão garantir e entrada da formulação no equipamento de compressão
de maneira homogênea.
7.4. Secagem – Processo de secagem dos grânulos após granulação
7.5. Calibração – irá separar grânulos muito grandes de grânulos muito pequenos pois
eles podem “correr” de maneira diferente dos demais e desta maneira, variar em
PESO, o que irá levar à variação de qualidade dos comprimidos.
7.6. Compressão – Irá transformar grânulos secos e calibrados em comprimidos
através da compressão de dois PUNÇOES no equipamento chamado
COMPRESSORA.
8. Tecnologia de produção de cápsulas

Cápsulas gelatinosas podem ser duras ou moles e comportar princípios ativos


sólidos, semi-sólidos ou líquidos. São versáteis, pois existem em diferentes
tamanhos e evitam a necessidade de produção de comprimidos. São mais fáceis de
deglutir e são preferências quando as fórmulas incluem grandes volumes de pós, ou
são destinadas a pacientes infantis ou idosos. 7

9. Aerossóis

A forma farmacêutica AEROSSOL é produzida industrialmente para veicular


princípios ativos para a arvore brônquica e vias aéreas.. Podem ser utilizados
fármacos como mucolíticos, anti-inflamatórios, broncodilatadores, anti-infecciosos.
São vantagens desta via de administração (via aérea):

 Enorme superfície de dispersão a partir de um volume determinado


 Aplicação fácil e rápida
 Proteção do produto
 Rigor Posológico
 Menor irritação da pele e mucosas
 Secagem rápida pela evaporação do propelente
 Substitui via parenteral
10.Referências bibliográficas e para consulta

 Prista L. Nogueira – “Tecnologia Farmacêutica” – Vol. I – 7ª Edição


 http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL11488-5604,00.html –
“Farmacêutico pode trabalhar de drogaria à industrias”
 www.cff.org.br/
 www.crfmg.org.br 8

Você também pode gostar