Você está na página 1de 39

Técnicas de Proteção Pulpar para

Resinas Compostas
62
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

4.1 – Considerações Gerais

O uso ou não de uma base protetora depende dos seguintes fatores:


- tipo da lesão cariosa (agudizada ou crônica)
- diagnóstico das condições pulpodentinárias (tipo de substrato dentinário)
- idade do paciente e/ou do dente
- extensão, profundidade (espessura da dentina remanescente) e localização do
preparo no dente (consideradas a presença ou ausência e a espessura do esmalte nas faces
proximais, oclusal, vestibular, lingual e áreas de colo)
- capacidade vedadora do sistema restaurador adesivo a ser empregado
- concentração, ph e capacidade de dissociação iônica do ácido que será empregado
tanto em esmalte quanto em dentina.

A maioria dos sistemas restauradores adesivos que utilizam produtos de última


geração não requer para as lesões assintomáticas cavidades superficiais, rasas ou de média
profundidade a aplicação de forradores ou bases protetoras do tipo clássico, a não ser nas
cavidades profundas ou muito profundas sem esclerosamento dentinário. Se uma proteção
for necessária, como, por exemplo, numa cavidade profunda, cujo assoalho ficou
estabelecido em dentina com áreas de esclerose sobre a polpa, a preferência recai para os
cimentos ionoméricos, pela sua biocompatibilidade e potencial de adesão às estruturas
dentárias e as resinas compostas restauradoras (o que não deixa de ser uma proteção
adesiva). Por outro lado, se o assoalho cavitário ficar estabelecido apenas em dentina
primária, a opção recairá para uma proteção dupla, ou seja: primeiramente uma fina película
forradora de cimento de hidróxido de cálcio é aplicada de modo tal a circunscrever a porção
mais profunda ou próxima à polpa e, sobre esta e demais áreas dentinárias do assoalho
cavitário e parede gengival, uma fina camada de cimento ionomérico para formar uma
sobrebase ou base intermediária.
Em cavidades bastante profundas, com diagnóstico dentinopulpar favorável (teste de
sensibilidade normal e/ou com exposição pulpar acidental, são necessários também,
respectivamente, prévio forramento ou capeamento com hidróxido de cálcio sob o cimento
ionomérico, funcionando este como sobrebase ou base intermediária.
A associação de cimento de ionômero de vidro com as resinas compostas favorece a
qualidade de selamento da interface ao mesmo tempo que esse cimento protege a dentina
contra a ação da resina e o dente, de modo geral, contra a ocorrência de cárie secundária.

63
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

OPÇÕES PARA PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE


DAS CAVIDADES E DO MATERIAL RESTAURADOR RESINAS COMPOSTAS.

64
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

4.2 – Técnicas

4.2.1 - Cavidades superficiais, rasas ou de média profundidade

1ª Alternativa: Remoção total da “smear layer” e formação da camada híbrida

A – Limpeza cavitária

Para estas cavidades a limpeza é obtida pela aplicação do condicionamento ácido


total.

B – Ataque ácido do esmalte e dentina (técnica do condicionamento total)

Empregar sistemas condicionador/adesivo que executem o tratamento simultâneo


do esmalte e dentina. Esses sistemas têm inúmeras características comuns: especificamente,
todos possuem um ácido (fosfórico, nítrico, cítrico ou maléico) numa concentração
adequada para condicionar também a dentina, com a finalidade maior de remover a
hidroxiapatita seletivamente, criando uma condição propícia à formação da camada híbrida,
que possibilita o vedamento dos túbulos e uma união micromecânica entre a resina
composta e a dentina.
As mais recentes soluções condicionadoras foram desenvolvidas em sua maioria
para pré-tratamento de ambas superfícies, dentina e esmalte simultaneamente,
simplificando assim o procedimento clínico e reduzindo a sensibilidade técnico-operatória.
Suas concentrações e tempo de aplicação são especificamente determinadas para atacar
suficientemente o esmalte sem desmineralizar extensivamente à dentina. Para tanto, deve-
se empregar o condicionador de cada produto, executando a técnica do condicionamento
total e seguindo à risca as instruções do fabricante, para obter melhor desempenho.

C – Proteção pulpar e selamento da cavidade

Subseqüentemente ao condicionamento ácido e sobre uma superfície que deve ser


mantida úmida após a remoção do ácido com jatos de água, aplica-se um sistema
“primer”/adesivo hidrófilo de quarta ou quinta geração. Existem várias marcas comerciais
com as condições mencionadas e que visam o mesmo resultado final (formação da área
adesiva e protetora, denominada camada híbrida ou impregnada) como: SCOTCHBOND

65
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

MULTIPURPOSE PLUS, SINGLE BOND, OPTIBOND SOLO, ALL BOND II, ONE-STEP E PRIMER
BOND 2.0 e 2.1.
Por último, restaurar o dente, utilizando também, de preferência, resina composta da
mesma marca, seguindo aplicação e polimerização incrementais.
2ª Alternativa: Modificação e/ou Preservação Parcial da “Smear Layer” com
manutenção dos tampões dentinários “Smear Plugs”.

A – Limpeza cavitária

Considerando que a “smear layer” – camada agregada dentinária – é um substrato


que pode conter significativas quantidades de bactérias, dependendo das condições em que
se encontrava a cavidade (cárie agudizada, ampla) e da assepsia mantida durante o preparo,
é recomendável que se faça uma limpeza com soluções anti-sépticas, que preservam
parcialmente a “smear layer” e que sabidamente não irão interferir com a formação da
adesão ao substrato dentário. Algumas soluções disponíveis no mercado servem para esse
propósito, como CAV-CLEAN (solução de digluconato de clorexidina a 2%), CAVITY CLEANSER
TM (solução de digluconato de clorexidina a 2%, pH 6,0) e CONSEPSIS (solução de
digluconato de clorexidina a 2%).
Cabe aqui ressaltar que a limpeza cavitária com água oxigenada é contra-indicada
para qualquer situação onde um sistema adesivo resinoso será empregado. A oxigenação
dos tecidos dentários previamente à aplicação dos monômeros resinosos irá interferir com
sua polimerização.

B – Tratamento ácido do esmalte e dentina

Aplicar o sistema condicionador específico de cada produto, seguindo


sistematicamente as instruções do fabricante, quanto ao tempo de ação, modo de aplicação
e períodos de lavagem com jato de água/ar.
O ácido deve ser aplicado de preferência com seringa ou pincel e o condicionamento
ser estabelecido 1 a 2 mm além do término do preparo. Se o fabricante indicar, deve-se lavar
cuidadosamente pelo mesmo período de condicionamento, para remover o ácido e os
produtos de reação. A função dos condicionadores com baixa concentração ou associados ao
“primer” é tratar, modificar ou dissolver parcialmente a “smear layer” e a superfície
dentinária subjacente, permitindo ao “primer” ligar-se ao adesivo e promover um processo

66
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

de união micromecânica ao penetrar e combinar-se com a “smear layer”, dentina


peritubular e resina composta.
Segundo WATANABE & NAKABAYASHI 25, a vantagem deste sistema é reduzir o risco
de a área desmineralizada não ser infiltrada, o que acontece com os sistemas de quarta
geração, como demonstrado por SANO et al. 15, uma vez que o condicionador e o “primer”
estão na mesma solução e, portanto, desmineralização e infiltração ocorrem
simultaneamente.

C – Proteção pulpar e selamento da cavidade

Após o tratamento da superfície dentária, aplicar o sistema adesivo específico de cada


fabricante, monocomponente ou não. Normalmente deve-se seguir a risca as instruções
sobre o produto, no entanto “primer” deve ser sempre aplicado por pelo menos vinte
segundos, para haver o tempo suficiente para penetrar na dentina condicionada e úmida,
ocorrendo o tempo de descolamento da umidade que envolve os componentes da dentina
desmineralizada.
Praticamente todos os adesivos atuais possuem “primers” que contêm um
grupamento funcional hidrófilo, que os torna compatíveis com as características da dentina,
e um grupamento hidrofóbico, compatível com o agente adesivo. Este mecanismo de ação
supre a falta de interação dos adesivos hidrófobos com a estrutura de dentina superficial
úmida, porque o substrato dentinário após receber tratamento com agentes
condicionadores torna-se mais permeável e a umidade tende a aflorar. Além disso, os
condicionadores em forma de gel são hipertônicos com relação ao fluido dentinário, o que
força esta superficialização da umidade. Este sistema é mais complexo na utilização e exige
tempo de trabalho mais prolongado.
Após a polimerização do adesivo, seguindo à risca a orientação do fabricante,
executa-se a inserção da resina composta, sempre que possível da mesma procedência e
seguindo a técnica incremental.

67
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

Proteção pulpar para cavidade rasa de classe III e remoção da “smear layer”.
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998.

68
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

Proteção pulpar para cavidade de classe II de média profundidade, e remoção total da


“smear layer”.
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998.

69
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

4.2.2 – Cavidades Profundas (até aproximadamente 0,5 mm de dentina


remanescente)

A – Limpeza cavitária

Para esta profundidade, na presença ou não de esclerosamento dentinário, pode-se


realizar a limpeza com soluções que sejam comprovadamente bactericidas e não interfiram
no mecanismo de adesão, como soluções à base de hidróxido de cálcio ou clorexidina,
sempre lembrando que limpeza e desinfecção devem ser realizadas antes da proteção
pulpar e do condicionamento da cavidade recomendado pelo fabricante para receber o
sistema adesivo.

B – Proteção do Complexo Dentinopulpar

1ª condição: cavidades profundas sem esclerosamento dentinário: cimento de


hidróxido de cálcio + cimento ionomérico.
Para estas cavidades, a proteção pulpar de anteceder ao ataque ácido (a fim de
proteger da agressividade do ácido o remanescente dentinário e a polpa), ao acabamento da
cavidade e à execução dos biseis, para evitar a possível contaminação do ângulo
cavosuperficial. Não se devem empregar bases protetoras com eugenol ou resina copal na
composição, pois estes produtos interferem na polimerização das resinas compostas.
Cimento de Hidróxido de Cálcio – uma fina camada (0,2 a 0,5 mm) de um agente protetor à
base de hidróxido de cálcio deve ser aplicada como forrador cavitário nas paredes de fundo,
isto é, diretamente em dentina primária recém-cortada (onde não existe esclerosamento),
para funcionar como isolante térmico e estimulá-lo.
Cimento de Ionômero de Vidro – quando a parede de fundo axial ou pulpar, após a
remoção da dentina cariada, apresentar uma concavidade, deverá depois de forrada com
hidróxido de cálcio ser reconstruída ou aplanada com cimentos de ionômero de vidro
específicos para proteção. Para isto basta acrescentar uma camada intermediária de
cimento ionomérico auto ou fotoativado, que formará uma sobrebase de sustentação para a
restauração adesiva. Se for um cimento fotoativado, reconstruir em incrementos sucessivos
(a primeira camada deve ter sempre 0,5 mm ou menos) fotopolimerizados até atingir a
espessura necessária para aplanar a parede pulpar ou axial. Nas lesões profundas e extensas
em superfície após remoção da dentina cariada e estabelecimento dos contornos externo e
interno da cavidade pode haver necessidade de reconstruir também as paredes laterais que
ficaram socavadas com perda dentinária, à semelhança das de fundo (lesões com geometria

70
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

infundibiliforme). Desse modo, o agente protetor intermediário (ionômero de vidro), além


de embasar (s) parede (s) de fundo, deverá também reconstruir as paredes laterais e
restabelecer a geometria interna da cavidade.
Recomenda-se a utilização de uma base intermediária ou sobrebase de cimento
ionomérico sobre a camada de hidróxido de cálcio, para depois aplicar o sistema adesivo em
todas as paredes cavitárias, porque este cimento bloqueia melhor a microinfiltração do que
o sistema adesivo em áreas onde não existe esmalte cervical. Além de ser menos solúvel em
água e ácidos e mecanicamente mais resistente do que os cimentos de hidróxido de cálcio,
possui as características adesivas e libera flúor, daí sua recomendação como base
intermediária nas cavidades profundas e bastante profundas forradas com fina película de
hidróxido de cálcio auto-ativado e que serão restauradas com o sistema adesivo.
2ª condição: cavidade profunda com esclerosamento dentinário: cimentos de
ionômero de vidro convencionais e modificados. A preferência pelos cimentos ionoméricos
como forradores ou bases únicas, é devido sua biocompatibilidade, pelo potencial de adesão
à dentina e à resina composta e pela impermeabilidade aos ácidos condicionadores.

Quando o cimento ionomérico funcionar como forrador dentinário, os resino-


modificados fotoativados, como o VITREBOND, G.C. LINING CEMENT E VIVAGLASS,
dispensam o condicionamento ácido de sua superfície para aderir-se à resina composta ou,
da dentina com ácido poliacrílico, para aderir-se a ela. Todavia, se ocorrer o
condicionamento de sua superfície, adesão à resina restauradora não será prejudicada,
desde que se aplique também sobre o ionômero p “primer” e o respectivo adesivo. Por sua
vez, os ionômeros ativados quimicamente devem ser condicionados com ácido fosfórico ou
maléico por dez a quinze segundos, a fim de melhorar a união resina/ionômero.
Quando a base de cimento ionomérico for aplicada apenas na área mais profunda do
assoalho cavitário (paredes pulpar e/ou axial), cobrindo uma área mínima de dentina,
deixará uma superfície maior e mais espessa para promover a adesão através da formação
da camada híbrida com o sistema “primer”/adesivo dentinário somado à ligação
micromecânica ao esmalte.
Além dos cimentos ionoméricos resinosos, existe uma outra categoria de materiais
fotopolimerizáveis disponíveis há algum tempo, denominados compósitos modificados
(TIMELINE) e compósitos ionoméricos (CAVALITE), empregados também como forradores ou
bases protetoras. Todavia, a performance clínica impediu que seu uso se tornasse popular,
principalmente porque os pacientes acusavam sensibilidade pós-operatória, talvez devido
ao componente resinoso. As principais características destes compósitos modificados

71
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

e ionômeros resino-modificados são: alta resistência mecânica, liberação de flúor, baixa


solubilidade, não necessitam de espatulação e apresentam cor semelhante à dentina, sendo
útil, portanto, para restaurações estéticas.
Um outro compósito modificado com as mesmas características, porém
apresentando em sua composição o hidróxido de cálcio, é o ULTRA-BLEND, também indicado
para proteções indiretas (forrador e base protetora), inclusive para cavidades bastante
profundas.

C – Selamento da cavidade

Após o condicionamento total da cavidade protegida, o sistema adesivo é aplicado


seguindo as recomendações do fabricante e, em seguida, a resina composta é inserida de
maneira incremental.

72
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

Proteção pulpar cavidade de classe II profunda, com esclerose dentinária, realizada


com cimento de ionômero de vidro.
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998.

73
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

4.2.3 – Cavidades bastante profundas (com 0,5 mm ou menos de dentina


remanescente)

Nas cavidades bastante profundas deve-se considerar sempre a possibilidade de


microexposições da polpa, não detectáveis clinicamente, o que obriga a redobrar os
cuidados e atenções operatórias, especialmente o isolamento absoluto do campo operatório
com dique de borracha, de preferência antes da remoção da dentina cariada remanescente.
Clinicamente, uma cavidade bastante profunda é caracterizada por assoalho onde,
após a remoção de todo o tecido afetado, não existe esclerosamento e a dentina, sob
inspeção visual, apresenta tonalidade rósea, devido a sua fina camada e transparência, que
indica proximidade pulpar.
A espessura e a qualidade da dentina remanescente devem ser rigorosamente
levadas em consideração antes e durante qualquer procedimento restaurador adesivo,
principalmente quando se planeja uma conduta mais agressiva, como o condicionamento
ácido.

A – Limpeza Cavitária

Irrigação com solução de hidróxido de cálcio.

B – Proteção do Complexo Dentinopulpar

Também para estas cavidades a proteção pulpar deve anteceder ao


condicionamento, a fim de proteger da agressividade do ácido, a camada da dentina delgada
na extensão mais profunda do assoalho pulpar ou axial. Nada mais lógico e nada impede a
aplicação de uma fina película de um agente protetor biocompatível nas áreas mais
próximas da polpa, mantendo um cinturão de dentina ao redor do forramento e de esmalte,
na periferia da cavidade, o qual seria vedado pelo próprio sistema adesivo através da
interação de seus constituintes com a dentina superficial e esmalte, condicionados
adequadamente para isso.
Emprega-se então tanto para cavidades profundas quanto para as bastantes
profundas uma sobrebase de cimento ionomérico fotopolimerizável cobrindo a fina camada
de cimento dehidróxido de cálcio, para satisfazer os propósitos estéticos, biológicos e de
resistência e retenção adesivas.

C – Selamento da cavidade

Nos preparos de todas as classes com presença de esmalte na extensão da área


marginal não existe necessidade de ataque ácido em dentina porque o vedamento marginal

74
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

e parte da retenção e estabilidade da restauração serão conseguidos através de paredes


circundantes e pelo embricamento mecânico da resina adesiva com as microporosidades do
esmalte produzidas pelo ataque ácido. Nos preparos de classe V e II, especialmente nos
casos onde não existir camada de esmalte gengival, a película protetora de cimento de
hidróxido de cálcio deve cobrir uma área mínima de dentina, deixando uma área maior de
superfície livre para união do adesivo ou cimento ionomérico. Nestes casos o cimento
ionomérico agirá como adesivo dentinário (técnica do sanduíche), devendo o ataque ácido
englobar esmalte, cimento ionomérico e eventualmente dentina mais espessa não coberta
pela proteção.
Após a polimerização do adesivo, qualquer que seja o sistema adesivo empregado,
insere-se a resina composta e completa-se o procedimento restaurador.
Ocorrência de hipersensibilidade nas restaurações adesivas
Quando se depara com problemas de hipersensibilidade na dentina, deve-se
considerar além do condicionamento dentinário muitos outros fatores que podem ter
bastante influência nessa sintomatologia: a idade e o sexo do paciente, a idade do dente, a
quantidade de esclerose presente, a proximidade da polpa, a utilização ou não de base de
hidróxido de cálcio, a profundidade da lesão cariosa (se bastante para receber uma base) e a
dentina reparativa formada em relação aos túbulos dentinários envolvidos pela cárie que, se
cortada, representa um potencial para sensibilidade.
Se os sintomas ocorrerem logo após a restauração, pode-se imaginar que não existia
suficiente esclerose ou dentina reparadora para os túbulos dentinários periféricos
protegerem a polpa. Também quando as terminações nervosas dos tecidos pulpares
superficiais, especialmente da camada odontoblástica e pré-dentina, são injuriadas pelos
procedimentos restauradores, o processo de reparo requer uma grande reação dos
dendritos, o que pode contribuir temporariamente para aumentar a sensibilidade pós-
operatória. São necessários aproximadamente 21 dias para a completa regeneração das
terminações nervosas, remoção dos excessos de dendritos degenerados e o retorno a um
nível de normalidade da sensibilidade dentinária.
No caso de sintomas ocorridos muito recentemente para serem causados por um
colapso da união adesiva e significante microinfiltração é se desaparecerem depois de 7 a 12
semanas significa que foi formada suficiente dentina reparadora nas áreas críticas (abaixo
dos túbulos periféricos mais recentemente cortados) para bloquear os túbulos e eliminar a
sensibilidade. Entretanto, se os sintomas se desenvolverem após um longo período e
persistirem, então deve-se pensar em fatores como: destruição de união adesiva; contração
da resina de união entre a resina composta e a dentina durante a polimerização; falha

75
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

coesiva do agente forrador ou da base e exposição dos túbulos dentinários abertos;


deformação das cúspides (excessiva carga oclusal em classe II de resina composta,
especialmente se a margem cervical está em cemento/dentina) e flexão durante o ato da
mastigação; estímulos térmicos (principalmente frio), devido as fendas causadas pela
contração da resina e microinfiltração. As circunstâncias em torno do dente e do paciente
foram tais que a dentina reparativa provavelmente jamais se formaria.
Se a sensibilidade do dente se prolonga, a resina deve ser removida e realizado um
tratamento mais cuidadoso; os sintomas logo desaparecerão, significando que os túbulos
foram bem selados.
A técnica de aplicação dos condicionadores é muito importante: limpeza e
esfregadura (aplicação ativa) parecem ser contra-indicadas, o adequado é simplesmente
deixar a solução embeber a superfície dentinária.
Quando se utiliza o cimento de ionômero de vidro como agente forrador,
recomenda-se uma camada de cimento de hidróxido de cálcio nas áreas mais profundas,
portanto, mais próximas à polpa.
Deve ser efetuada uma avaliação pré-operatória da espessura da dentina
remanescente, esclerótica e reparativa presentes no dente envolvido, para tentar explicar.
Segundo STANLEY20, a possibilidade de alcançar total prevenção da microinfiltração
nunca haverá, por causa da natureza do problema e da estrutura única da dentina, mas
evidentemente se aceita uma certa quantidade de microinfiltração ( tem-se que conviver
com ela).

76
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

Proteção pulpar em cavidade bastante profunda. Fina camada de cimento de hidróxido de


cálcio forrando o assoalho cavitário. Base intermediária de cimento de ionômero de vidro
sobre o cimento de hidróxido de cálcio aplanando a parede pulpar.

77
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

4.2.4 – Cavidades com Exposição Pulpar

Irrigação da cavidade com soro fisiológico e depois com água de hidróxido de cálcio.
Enxuga-se a cavidade com bolinhas de algodão esterilizadas e analisa-se o tamanho
da perfuração. Se for muito pequena, o operador deverá ampliá-la ligeiramente com uma
ponta diamantada esférica nº1012 girando em baixa velocidade, a fim de facilitar a aplicação
e adequação do hidróxido de cálcio na exposição. Irriga-se outra vez e abundantemente a
cavidade com soro fisiológico e água de hidróxido de cálcio, a fim de eliminar qualquer
vestígio de impurezas sobre a exposição, tais como fragmentos de dentina, esmalte,
materiais restauradores, vedadores, saliva ou sangue.
O controle do sangramento, que deve ser vermelho-vivo, é realizado não só com
irrigações sucessivas de solução aquosa de hidróxido de cálcio, mas, se necessário, com
suave tamponamentofeito com bolinhas de algodão esterilizadas, umedecidas, colocadas e
pressionadas levemente sobre a exposição por dois a quatro minutos.
Um agente capeador não deve ser aplicado sobre uma polpa sangrenta porque
impedirá seu melhor contato e poderá desalojá-lo se ocorrer um escoamento abaixo dele,
dificultando o mecanismo de reparo pela formação de coágulo. Quanto melhor o contato do
agente capeador com o tecido pulpar exposto, melhor o grau de reparo.
Além do controle do sangramento, a literatura também sugere a desinfecção da área
exposta com produtos comerciais à base de clorexidina, fluoretos, cloreto de etil
benzalcônio, EDTA e outros, antes do capeamento. Considerando as propriedades da
solução de hidróxido de cálcio (bactericida, bacteriostática e hemostática), seu potencial
hidrogeniônico, sua ação benéfica e não irritante sobre o tecido pulpar e os resultados
satisfatórios com mais de trinta anos de uso, tanto para limpeza quanto para controle do
sangramento de polpas expostas, curetagens e pulpotomias é que também para estes casos
foi sugerida como primeira escolha, ao invés desses outros medicamentos, os quais não
foram testados cientificamente sob o ponto de vista biomicroscópico como controladores
do sangramento pulpar e/ou desinfetantes nessas situações.

A – Capeamento

1ª opção: Pasta ou Pó de Hidróxido de Cálcio

Depois de seca a cavidade com bolinhas de algodão hidrófilo esterilizadas, coloca-se


hidróxido de cálcio P.A. na consistência de pasta ou pó capeando a exposição. O hidróxido

78
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

de cálcio, de preferência na forma de pó, é levado sobre a exposição com o auxílio de um


porta-amálgama. O excesso de pó é removido com suaves jatos de ar indiretamente
dirigidos na cavidade, enquanto o remanescente umedecido pelo fluido pulpar, que funciona
como veículo natural, permanece tamponando a exposição pulpar.

2ª opção: Cimentos de hidróxido de Cálcio Auto ou Fotoativados

Existe uma dificuldade técnica durante a aplicação direta do cimento auto-ativado no


tecido exposto porque os fluidos pulpares aceleram o seu endurecimento e impedem uma
correta aplicação e contato íntimo com a polpa. Recomenda-se, além do completo controle
do sangramento, enxugar devidamente o local da exposição com bolinhas de algodão
esterilizadas e aplicá-lo em pequenas camadas, fazendo-o escoar a partir da dentina
circunjacente até cobrir a exposição. Isto não acontece com o cimento de hidróxido de cálcio
fotoativado, fornecido em pasta única, com boa consistência, o que permite adequá-lo
corretamente sobre a exposição sem sofrer a influência do fluido pulpar, possuindo assim
um tempo bem maior de trabalho, porque só reage, endurece ou polimeriza pelo efeito da
luz visível, sob o controle do profissional.

B- Selamento da Cavidade

1ª alternativa: Restauração ou Vedamento Provisórios da Cavidade

Na ausência de esmalte cervical, recomenda-se sempre que possível o selamento


provisório da cavidade com um cimento ionomérico restaurador, o qual é um excelente
material vedador que poderá impedir a microinfiltração até o momento da restauração
definitiva. A menos que seja prevista excessiva compressão do tecido pulpar exposto, não há
nenhuma contra-indicação da aplicação direta desses cimentos sobre o agente capeador
(hidróxido de cálcio em pó ou pasta), porque se apóiam na parede dentinária que contorna a
exposição, para funcionarem como sobrebase e agente vedador.
A preferência pelos cimentos ionoméricos restauradores, além das características
biológicas, adesivas e resistência mecânica superiores aos demais agentes vedadores, deve-
se à facilidade e rapidez de inserção e remoção, para constatar clinicamente o resultado ou
não da proteção direta (formação de ponte dentinária ou barreira calcificada vedando a
exposição), após período de espera vigilante de 45 a 60 dias.

79
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

2ª alternativa: Restauração definitiva com sistema adesivo

Quando o capeamento é feito com pó ou pasta de hidróxido de cálcio, existindo


esmalte cervical, o clínico poderá optar pela restauração definitiva da cavidade. A área
capeada deverá ser adequadamente protegida com uma base intermediária ou sobrebase,
para evitar que os esforços mastigatórios sejam transmitidos através da restauração de
resina composta e exerçam pressão sobre a polpa, como também para aperfeiçoar o
vedamento cavitário.
Atualmente os materiais mais adequados para esse procedimento são os cimentos de
hidróxido de cálcio auto ou fotoativados (PRISMA VLC, DYCAL E RENEW LIGHT), os de
ionômero de vidro tipo IV (VITREBOND e VIVAGLASS), os compósitos ionoméricos
(CAVALITE) e os compósitos modificados com hidroxiapatita (TIMELINE e COPALITE BRAND)
ou com hidróxido de cálcio (ULTRA-BLEND). São, portanto, os agentes intermediários de
preferência para agirem como sobrebase ou base intermediária nas restaurações adesivas
onde o capeamento pulpar foi feito com pasta ou pó de hidróxido de cálcio.
A preferência por cimentos de hidróxido de cálcio auto-ativados sobre a pasta
capeadora é pela compatibilidade com a polpa e o agente capeador, seu rápido
endurecimento e maior acessibilidade ao profissional do que os fotoativados.
Se o agente capeador empregado for o cimento de hidróxido de cálcio convencional
ou auto-ativado, aplica-se uma sobrebase de cimento ionomérico tipo IV (técnica do
sanduíche) para protegê-lo do ataque ácido, aplanar o assoalho cavitário (axial e/ou pulpar)
e aperfeiçoar o vedamento marginal.
Quando o capeamento pulpar é feito com os cimentos fotoativados é obtida uma
camada protetora mais simples, evitando as bases intermediárias ou sobrebase de outros
materiaiscomumente empregados para revestir a pasta ou pó de hidróxido de cálcio. Após
aplicação de uma camada capeadora (0,5 a 1 mm) de cimento de hidróxido de cálcio
fotoativado, revestindo ou tamponando a exposição, deve-se colocar uma outra camada (1 a
2 mm) para proteger e reconstruir o assoalho cavitário, regularizando ou aplanando a(s)
parede(s) de fundo da cavidade.
Por último, aplica-se o sistema adesivo (ataque ácido + “primer” + adesivo) e
restaura-se com resina composta. Mesmo restaurando de forma definitiva com resina, o
dente deve ser controlado clínica e radiograficamente por período de 45 a 60 dias, para
verificação do resultado do tratamento.

80
Técnicas de Proteção Pulpar para Resinas Compostas

Proteção pulpar direta com pó de hidróxido de cálcio. Aspecto da cavidade após


remoção de restauração insatisfatória. Exposição pulpar acidental durante o preparo
cavitário. Capeamento pulpar com pó de hidróxido de cálcio. Cimento de hidróxido de cálcio
acomodado sobre o assoalho cavitário. Vedamento temporário com sistema adesivo
resinoso.
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998.

81
Técnicas de Pulpotomia e
Curetagem Pulpar
82
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

5.1 – Definição

Além das proteções indiretas e diretas para o complexo dentinopulpar, podem-se


ainda considerar como tratamentos conservadores a pulpotomia e a curetagem pulpar.
Enquanto a curetagem pulpar significa apenas a excisão superficial de uma porção
exposta da polpa ( corno pulpar, por exemplo), a pulpotomia consiste no corte e remoção de
toda a polpa coronária, mantendo a radicular histofisiologicamente normal. Ambos os
tratamentos visam à formação ulterior de uma camada de dentina reparadora protegendo a
polpa remanescente, para que ela possa se manter com vitalidade e desempenhar
adequadamente sua função.

5.2 – Indicações dos tratamentos conservadores em função de tempo, tamanho e


tipo da exposição

Quando a exposição é acidental (durante a instrumentação ou por trauma), é


possível precisar de tempo, mas quando a exposição ocorre por lesão de cárie primária ou
secundária essa constatação fica prejudicada.
A pulpotomia pode e deve ser indicada também nas exposições provocadas por
lesões de cárie.
Nas exposições por traumatismo, com sinais clínicos de vitalidade pulpar
(sensibilidade térmica ao toque, sangramento vermelho vivo e consistência encorpada do
tecido), até depois de uma semana a resposta inflamatória que se instala é superficial e não
se estende além de 2 mm no interior do tecido pulpar.
Com base nessas observações, CORTES & BASTOS6 correlacionaram o período de
tempo em que o tecido pulpar fica exposto com as diferentes condutas clínicas para seu
tratamento. Assim, sugeriram os seguintes procedimentos:
- exposição pulpar até seis horas: capeamento direto;
- exposição pulpar até uma semana: curetagem pulpar;
- exposição pulpar ampla até uma semana: pulpotomia.

5.3 – Pulpotomia

A pulpotomia consiste na exérese da polpa coronária, parcial ou totalmente afetada


por diferentes causas, mantendo a polpa radicular histofisiologicamente normal e
idealmente

83
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

protegida por uma camada de dentina neoformada. Esta pode se apresentar com
calcificação atípica, sendo por isto chamada genericamente Ponte ou Barreira Calcificada.

5.3.1 – Diagnóstico Clínico e Indicação

A pulpotomia está contra-indicada para;


1 - dentes que desencadeiem dor espontânea contínua ou não, mitigada com o uso
de analgésicos comuns;
2 - dentes que apresentem ausência de sensibilidade aos estímulos térmicos ou dor
desencadeada ou exacerbada pelo calor e mitigada pelo frio, bem como aqueles cuja
destruição coronária não permita o isolamento absoluto do campo operatório;
3 - dentes que apresentem evidências radiográficas de calcificações pulpares
radiculares (nódulos), fraturas ao nível ósseo ou ainda envolvimento periapical;
4 - dentes com estrutura dentária remanescente insuficiente para receber um
preparo intra ou extracoronário que possa reter uma restauração e manter adequadamente
o tratamento conservador.

A pulpotomia apresenta certas vantagens sobre o tratamento endodôntico radical


que são as seguintes:
1 – não é necessário intervir nos canais radiculares, o que é vantajoso em casos de
dentes de pacientes jovens, com ápice radicular incompletamente formado, ou canais
atresiados e com curvatura, em pacientes adultos;
2 – ramificações apicais também denominadas de deltas apicais, que são difícies de
ser instrumentadas e mesmo obturadas; com a pulpotomia elas permanecem preenchidas
com o conteúdo natural de tecido pulpar vivo;

84
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

3 – a possibilidade de acidentes iatrogênicos é menor, tais como fraturas de


instrumentos no canal radicular ou trepanações radiculares;
4 – o tecido periapical mantém-se intacto e de livre da possibilidade de irritação por
medicamento ou traumas de instrumentação;
5 – dependendo da técnica adotada, a pulpotomia pode ser completada numa única
visita;
6 – se a pulpotomia fracassar algum tempo depois da operação, a terapia
endodôntica do canal radicular pode ser ainda executada. Naqueles casos onde os ápices
radiculares não estavam completamente formados, houve oportunidade de uma
desenvolvimento adicional, com a subseqüente complementação apical, facilitando agora a
terapia endodôntica, se necessária.

5.3.2 – Técnica

Existem diferentes técnicas de pulpotomias, em função principalmente de


características particulares do estado pulpar, dos instrumentos utilizados para o corte da
polpa coronária e especialmente do material de revestimento ou de proteção da polpa
radicular.

A – Imediata

É assim definida porque numa mesma sessão se realziam o corte e remoção da polpa
coronária, bem como a proteção do remanescente pulporradicular com pasta de hidróxido
de cálcio. Nesta técnica deve-se dar ênfase principalmente à seleção dos casos, bastante
criteriosa, e ao controle clínico e radidográfico pós-operatório, durante um mínimo de dois
anos.
Em 1970 GROSSMAN7 descreveu a seqüência técnica para pulpotomia bastante
difundida através de edições anteriores do seu livro, baseada na técnica original de
pulpotomia, preconizada por ZANDER30, em 1939.

Seqüência Operatória
1 – Antes da execução técnica da pulpotomia, deve-se proceder à propedêutica
clínica pré-operatória. Esta significa um conjunto de dados prévios, conseqüentes a exames
gerais e específicos, com a finalidade de estabelecer o diagnóstico das condições pulpares do

85
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

dente em questão para efeito de indicação ou não de tal procedimento. Esses exames são:
anamnésia, inspeção clínica e radiográfico.
Pela anamnese, em que o paciente fornece informações gerais sobre o dente, avalia-
se a presença da dor, caracterizando-a da seguinte forma:
a – dor espontânea intermitente, com períodos de acalmia longos;
b – dor espontânea intermitente, com períodos de acalmia curtos;
c – dor espontânea mitigada pelo uso de analgésicos comuns.

Em dentes que desencadeiam dor espontânea contínua ou não mitigada com


analgésicos comuns, não se indica pupotomia.

Inspeção clínica:
a – dor provocada pelo frio, através de um bastão de gelo, com declínio rápido ou
lento;
b – dor provocada pelo calor, através de bastão de guta-percha aquecido;
c – sensibilidade à percussão horizontal e/ou vertical, sem causa periodontal
aparente;
d – presença de cavidade aberta, com exposição pulpar pela cárie ou, então
exposição pulpar ampla ocorrida durante o preparo cavitário;
e – dente restaurado, porém com reincidência de cárie comprometendo a polpa.

A constatação de uma ou mais destas ocorrências obtidas pelo exame clínico,


combinadas com as da anamnese, indica com procedimento clínico a pulpotomia.

Radiográfico:
As radiografias periapicais, que servirão para comparações nos futuros controles pós-
operatórios e para avaliação inicial, quanto: a) à integridade do espaço periodontal apical; b)
a ápices radiculares completa ou incompletamente formados.
Nos dentes que apresentam sinais radiográficos de envolvimento de suas estruturas
de suporte, de calcificações pulpares radiculares ou de fraturas, a pulpotomia está contra-
indicada.
2 – Anestesiar o dente;
3 – Isolamento do campo operatório e anti-sepsia do campo operatório;
4 – Após a abertura inicial com ponta diamantada em alta velocidade, brocas
esféricas lisas e esterilizadas, em baixa rotação, ou então curetas bem afiadas, faz-se a

86
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

remoção do tecido cariado. Em seguida, irriga-se a cavidade com solução fisiológica, secando
com bolinhas de algodão esterilizadas.
5 – O acesso à câmara pulpar pode ser obtido com brocas esféricas lisas de tamanho
compatível com o da câmara pulpar, em velocidade convencional, fazendo-se a remoção de
todo o seu teto. Geralmente devem-se utilizar brocas de aço números 5 a 8.
6 – A remoção do tecido pulpar coronário pode ser realizada com uma colher de
dentina esterilizada, a qual se apóia no assoalho da câmara e corta a polpa por pressão
contra as paredes circundantes. Em dentes anteriores, se o tecido pulpar não pode ser
removido com a cureta, então pode-se utilizar uma broca esférica em velocidade
convencional, de tamanho adequado, com cuidado de não interferir na polpa radicular;
7 – Procede-se agora à irrigação da câmara pulpar com solução fisiológica, a fim de
remover fragmentos de dentina, sangue e restos de tecido pulpar.
O controle do sangramento, que deve ser vermelho vivo, é realizado não só com
irrigações sucessivas, mas, se necessário, com suave tamponamento feito com bolinhas de
algodão esterilizadas, colocadas e pressionadas levemente sobre o remanescente pulpar por
alguns minutos. Controlando o sangramento, deve-se analisar a consistência do tecido
pulpar remanescente, que deve ser firme e apresentar corpo e coloração avermelhada ou
rósea;
8 – Após o controle do sangramento, coloca-se sobre o remanescente pulpar uma ou
duas bolinhas de algodão esterilizadas embebidas com OTOSPORIN por dez minutos;
decorrido esse período, lava-se a cavidade com solução de hidróxido de cálcio.
9 – Em seguida, após a irrigação com soro fisiológico e água cal, aplica-se o hidróxido
de cálcio em pó, por meio de uma porta amálgama, ou então o hidróxido de cálcio em forma
de pasta, levado à câmara pulpar por intermédio de instrumento metálico adequado. Com o
auxílio de uma bolinha de algodão, com leve pressão, o hidróxido de cálcio é agora
assentado em íntimo contato com a polpa radicular remanescente e o excesso de hidróxido
de cálcio existente nas paredes circundantes deve ser removido com uma colher de dentina.
10 – O vedamento da cavidade é feito com cimento de óxido de zinco/eugenol de
presa rápida, cimento ionomérico restaurador ou mesmo com amálgama; neste último caso,
após a colocação prévia de uma base intermediária de cimento de hidróxido de cálcio e
aplicação de verniz cavitário é que se condensa o amálgama. A seguir, radiografa-se o dente.
11 – Após quarenta dias, na ausência de sintomas clínicos, são feitos os testes de
sensibilidade pulpar. Se o dente responder dentro dos limites normais, uma restauração
permanente pode ser executada. Se, por outro lado, o dente não responder ao teste térmico

87
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

e ao toque, a pulpotomia deve ser considerada como insucesso e a pulpectomia estará


indicada.
Controles radiográficos pós-operatórios, principalmente, e testes térmicos, quando
necessários deverão ser feitos durante dois ou três anos.

88
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

89
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

Ponta diamantada de haste longa girando em alta velocidade para promover


simultaneamente o acesso, remoção do teto da câmara pulpar e corte do tecido pulpar.
Sangramento vermelho vivo e intenso. Aspecto do remanescente pulporradicular, que se
apresenta com corpo e coloração avermelhada ou rósea. Bolinha de algodão embebida no
medicamento Maxitrol e mantida por 10 minutos. Hidróxido de cálcio ativado por luz visível
(PRISMA VLC DYCAL) aplicado sobre o remanescente pulporradicular. Fotopolimerização do
cimento. Inserção do cimento ionomérico restaurador (VITREMER) após aplicação do
“primer” condicionador. Aspecto da restauração vedadora depois de concluída. Radiografia
periapical logo após o tratamento. Radiografia/ controle depois de três meses da
pulpotomia.
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998.

90
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

B – Mediata

Esta técnica de pulpotomia difere da anterior, por ser realizada em duas


sessões: na primeira, após o corte e remoção da polpa coronária, coloca-se um curativo à
base de glicocorticosteróide e de FURACIN por 48 horas; na segunda, após a remoção deste
e irrigação da câmara pulpar, coloca-se o material de revestimento dos remanescentes
pulporradiculares, ou seja o hidróxido de cálcio.

Indicação:
1 – sangramento preferencialmente abundante e de coloração avermelhada, não
cianótica, já durante a remoção da polpa coronária;
2 – remanescente pulporradicular com consistência, possuindo corpo, ao exame
visual, e ao toque de sua superfície cruenta;
3 – polpa remanescente com coloração rósea ou avermelhada. Seqüência
Operatória
A – registro da propedêutica clínica pré-operatória, conforme descrito na técnica
simples ou imediata.
B – Anestesia do dente
C – remoção dos tecidos afetados. Em seguida, aplica-se o dique de borracha
isolando o dente a ser tratado, fazendo antisepsia do campo operatório; a seguir completa-
se a remoção da dentina cariada com os mesmos instrumentos empregados para sua
remoção superficial.
D – acesso à câmara pulpar – com broca esférica lisa, de números 4 e 8 (cuja
escolha depende do tamanho da cavidade/lesão e do dente que está sendo tratado), em
velocidade convencional, procede-se à remoção de todo o teto da câmara pulpar. Podem-se
empregar também pontas diamantadas girando em alta velocidade, com abundante
refrigeração. Em seguida, irriga-se várias vezes a cavidade com solução fisiológica, secando-a
com bolinhas de algodão esterilizadas.
E – corte e remoção da polpa coronária, para estas fases pode-se empregar uma
das três técnicas, todas elas apresentando vantagens e desvantagens:
1 – corte com colher de dentina bem afiada e nova, deve-se tomar cuidado para
não provocar um desgarramento da polpa radicular. A principal vantagem é o corte ser
pouco traumático que a cureta promove, além disso, não produz raspas de dentina que
poderiam ser empurradas contra a polpa radicular remanescente, trazendo conseqüências
danosas ao processo de reparo;

91
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

2 – corte com brocas esféricas lisas girando em baixa velocidade (deve possuir
diâmetro aproximadamente duas vezes maior que aquele das embocaduras dos condutos
radiculares);
3 – corte com pontas diamantadas esféricas girando em alta velocidade
(números 1.015L, 3.016L ou 3.018L, da Sorensen ou M.K.S).
Logo após o corte da polpa coronária, feito com qualquer uma das três táticas
sugeridas, a hemorragia deve ser observada e controlada através de irrigações sucessivas
com soro fisiológico e leve tamponamento com bolinhas de algodão esterilizadas.
Nesta fase não se recomenda irrigação com solução ou água de hidróxido de
cálcio, porquepode provocar necrose superficial da ferida cruenta e, como conseqüência,
inibir a ação da associação medicamentosa que será colocada. Com uma colher de dentina
bem afiada e esterilizada pode-se complementar a remoção de resíduos eventualmente
existentes na câmara pulpar, além da regularização da superfície exposta remanescente
pulpar.
F – inspeção da polpa remanescente. Para isto devem-se analisar: 1) as
características do sangramento e 2) a consistência do tecido pulpar radicular remanescente,
da seguinte maneira. Logo após a remoção da polpa coronária, ao nível das embocaduras
dos condutos radiculares, constata-se a ocorrência de hemorragia, que deve ser abundante
e o sangue se apresentar com tonalidade vermelho vivo, em todas as embocaduras,
condição esta considerada essencial para definir a indicação das pulpotomias. Se o sangue se
apresentar com coloração escura ou então não ocorrer sangramento, a pulpotomia estará
contra-indicada.
Quanto à consistência do tecido pulpar radicular remanescente, que é a segunda
inspeção a ser feita, deve-se, após a remoção da polpa coronária e controle da hemorragia,
examinar a superfície do remanescente pulpar. Este exame é feito por sensibilidade tátil,
tocando-se levemente a superfície exposta da polpa radicular com a mesma cureta usada na
complementação da exérese da porção coronária, a fim de detectar sua consistência, que
deve ser firme e apresentar corpo. Observa-se além disso a sua coloração avermelhada ou
rósea, que complementaria as evidências de higidez tecidual com perspectiva de prognóstico
favorável. Caso o remanescente pulpar se apresente com consistência pastosa, quase
liquefeita, passível de percepção visual ou através d ataque, que são sinais de
irreversibilidade ou necrose pulpar, a pulpotomia estará contra-indicada.
G – aplicação de OTOSPORIN ou MAXITROL. Para sua aplicação, embebe-se uma
bolinha de algodão na solução, assentando-se na câmara pulpar do dente. Como opção para
os dentes superiores e necessária para os inferiores, uma pequena camada de guta-percha,
previamente desinfectada em álcool 70% com 0,3% de iodo, lavada em álcool etílico, é

92
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

plastificada por aquecimento e assentada sobre o curativo. O vedamento da cavidade é feito


com cimento de ionômero de vidro restaurador ou de óxido de zinco/eugenol ou até com
sistema restaurador adesivo; contatos exagerados em M.I.F. com os dentes antagonistas
devem ser eliminados após o endurecimento do agente vedador. Em seguida, o paciente é
dispensado, recomendando-se o seu retorno após 48 horas.
H – inspeção complementar da polpa radicular remanescente – decorridas 48
horas – sem anestesiar o dente este é isolado com dique de borracha, procedendo-se à nova
anti-sepsia do campo operatório. Remove-se o vedamento cavitário com brocas esféricas até
alcançar a guta-percha. Em seguida, os resíduos de cimento são eliminados com leves jatos
de ar e com um instrumento ligeiramente aquecido remove-se a guta-percha em bloco e
depois o algodão com medicamento. Procede-se à irrigação da câmara pulpar com solução
fisiológica e/ou solução aquosa de hidróxido de cálcio a 0,2% e secagem com bolinhas de
algodão. Sob luz abundante, inspecionam-se os remanescentes pulpares e com a ponta
rômbica de um instrumento metálico ou então de um cone de guta-percha eles são tocados
delicadamente, prevenindo previamente o paciente da probabilidade de sentir uma ligeira
sensibilidade ao toque. Caso não apresentem nenhuma sensibilidade a pulpotomia estará
contra-indicada.
I – aplicação da pasta ou pó de hidróxido de cálcio ou, opcionalmente, de
hidróxido de cálcio auto ou fotoativado.
Após a remoção de eventuais excessos de pasta das paredes circundantes, a
cavidade é vedada preferencialmente com cimento de ionômero de vidro restaurador ou
com óxido de zinco/eugenol de presa rápida ou, então com amálgama; e, neste caso, após a
colocação de uma base intermediária (cimento de hidróxido de cálcio) e aplicação prévia de
duas camadas de verniz.
J – com finalidade de observar o correto assentamento do hidróxido de cálcio e
do vedamento perférico, radiografa-se o dente e recomenda-se ao paciente voltar após
quarenta a sessenta dias, para o primeiro controle pós-operatório, como será visto em
seguida, com a finalidade de examinar clínica e radiograficamente a ponte de dentina
neoformada, a vitalidade do tecido pulpar remanescente e a região periapical do dente, para
então restaurá-lo definitivamente.

5.3.3 – Critérios para Análise dos resultados de pulpotomias

1 – presença ou não de ponte de dentina vista radiograficamente;


2 – manutenção ou normalização da região periapical, vista também
radiograficamente;

93
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

3 – presença de ponte de dentina completa, detectada através de sondagem


clínica;
4 – ausência de qualquer sinal radiográfico de reabsorções dentinárias interna e
externa;
5 – sensibilidade pulpar ao tocar a ponte com instrumento endodôntico e/ou à
irrigação com água gelada (dor provocada com declínio rápido).
O insucesso do tratamento é evidenciado por uma ou mais das seguintes
condições:
1 – dor provocada com declínio lento;
2 – dor espontânea;
3 – sensibilidade à percussão vertical ou horizontal sem causa periodontal
aparente;
4 – aumento do espaço periodontal apical em relação à radiografia pré
operatória;
5 – aparecimento de reabsorções dentinárias internas ou externas ativas.

5.4 – Curetagem Pulpar

Trata-se de um procedimento clínico através do qual se remove apenas parte da


polpacoronária, para em seguida protegê-la com hidróxido de cálcio, com finalidade de
manter essa polpa com vitalidade, exercendo sua função biológica.
Segundo MELLO10, os percentuais de sucesso pós-operatório da curetagem
pulpar em dentes de cães são menores do que os das pulpotomias.
Todavia, existem autores, como VARELLA & PAIVA24, PAIVA & ALVARES14, que
afirmam que a curetagem pulpar oferece melhores resultados do que a pulpotomia.

5.4.1 – Indicações e Finalidades

Quando a polpa apresenta sinais clínicos de vitalidade, a curetagem pulpar está


indicada nos casos de pequena exposição por cárie, acidental por traumatismo ou durante o
preparo cavitário ou, ainda, quando deliberadamente se remove, nas cáries muito
profundas, a delgada camada de dentina dúbia remanescente. Esta última geralmente
ocorre em dentes de jovens com cárie de rápida evolução, onde se poderia tentar como
primeira opção um tratamento expectante, mantendo por 45 a 60 dias aquela dentina
descalcificada não necessariamente infectada, para que haja a sua remineralização e
também formação de dentina reparadora, e depois se poder atuar no dente com maior
margem de segurança para não expor a polpa. Entretanto, na tentativa de numa única
sessão.

94
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

95
Técnicas de Prilpotomia Curetagem Pulpar

Técnica de curetagem pulpar no primeiro molar superior, empregando pó de


hidróxido de cálcio como agente capeador, cuja cavidade foi vedada provisoriamente com
sistema adesivo. Exposição pulpar provocada por cárie secundária. Ponta diamantada
esférica ampliando o local da exposição.
Curetagem superficial da área exposta. Irrigação com soro fisiológico e água de
hidróxido de cálcio.
Porta-amálgama levando o pó de hidróxido de cálcio sobre a ferida pulpar. Pó de
hidróxido de cálcio
limitado ao local da exposição, formando uma pasta com o fluido pulpar.
Aplicação do adesivo no interior da cavidade, inclusive sobre a base intermediária (cimento
ionomérico). Ataque ácido na interface logo após o término da restauração, a fim de aplicar
um selante de superfície e aperfeiçoar o vedamento.
Adaptado José Mondelli – Proteção do Complexo Dentino Pulpar, 1998.

96
Referências Bibliográficas
97
Referências Bibliográficas

1- BRADFORD, E. W.; The dentin, a barrier to caries. Brit.Dent. J., v. 109, p.387-398, Nov.
1960.

2- BRÄNNSTRÖM, M. & NYBORG, H.: Comparison of pulpal effect of two liners. Acta odont.
Revy, v.34, p.335-342, 1973.

3- BASTOS. P. A. M.; PAGANI C. & GALANTE, M. A.: Amálgama: porque, onde e como. In:
ATUALZIAÇÃO na clínica odontológica: a prática na clínica geral. São Paulo: Artes Médicas,
1994. Cap.5, p.75-128.

4- BUONOCORE, M. G.: Simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials
to enamel sufaces. J. Dent. Res., v.34, p.849-853, Dec. 1995.

5- BUONOCORE, M. G.; WILERMAN, W. & BRANDEVOLD, F.: Report on a resin composition


capable of bonding to human dentin surfaces. J. Dent. Res., v.35, n.6, p.846-851, Dec. 1956.

6- CÔRTES, M.I.S. & BASTOS, J. V.: traumatismos dentários – diagnóstico e tratamento das
fraturas coronárias. In: ATUALIZAÇÃO na clínica odontológica: a prática da clínica geral. São
Paulo, Artes Médicas, 1994. Cap. 6, p.131-147.

7- GROSSMAN, L. I.: Endodontic practice. 7.ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1970. P.112-
126

8- HERMANN, B. W.: Calciumhydroxide als mittel zunbehandeln und füllen von


wurzelkanale. Whiiburg, 1920. Dissertation.

9- KUTTLER, Y.: Classification of dentin into primary, secondary, nad terciary. Oral Surg.,
v.12, p.996-1001, Aug., 1959.

10- MELLO, W.: Comportamento da polpa dental inflamada após pulpotomia ou curetagem
pulpar e proteção com hidróxido de cálcio e a influência de curativo com agente
antiflogístico. Bauru, 1979. 112p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de odontologia de
Bauru. Universidade de São Paulo.

11- MONDELLI, J. 1937 – Proteção do Complexo Dentino-Pulpar / São Paulo: Artes Médicas:
EAP-PCD, 1998. – (Série EAP-APCD); 1

12- NAKABAYASHI, N.: Resin reinforced dentine due to infiltration of monomers into the
dentine at the adhesive interface. J. Jap. Soc. Dent. Mat. Dev., v.1, p.78-81, 1982.

98
Referências Bibliográficas

13- NAKABAYASHI, N.; KOJIMA, K. & MASUHARA, E.: The promotion of adhesion by the infiltration of
monomers into tooth substrates. J. Biomed. Mater. Res., v.16, n.3, p.265-273, May 1982.

14- PAIVA, J. G. & ALVARES, S.: Endodontia. São Paulo: Atheneu, 1978. P.87-107.

15- SANO, H et al. The tensile bond strength vs surface area for dentin bonding. Jap. J. Cons. Dent.,
v.37, p.882-887, 1994

16- SILVESTRI JR., A. R.; COHEN, S. N. & WETZ., J. H.: Character and frequency of discomfort
immediately following restorative procedures. J. Amer. Dent. Ass., v.95, n.1, p.85-89, July 1977.

17- SHROFF, F. R.: Thoughts on the physiologic pathology of regressive and reparative changes in the
dentin and dental pulp. Oral Surg., v.5, p.51-58, Jan. 1952.

18- STANLEY, H. R.: The protective effect of reparative dentin and how it compares to man-mades
liners. J. Amer. Acad. Gold Foil oper., v.14, p.29-36, Apr. 1971.

19- STANLEY, H. R. et al. The detection and prevalence of reactive and physiologic sclerotic dentin,
reparative dentin and dead tracts beneath various types of dental lesions according to tooth surface
and age. J. Oral Path., v.12, n.4, p.257-289, Aug. 1983.

20- STANLEY, H. R.: Pulpal consideration of adhesive materials. Oper. Dent., v.17, p.151-164, 1992.
Suplplement 5.

21- TAINTOR, J. F. et al. Some structural aspects of carious lesion in human dentin. Bull. Tokyo Dent.
Coll., v.10, p.173-81, Nov. 1969.

22- TAY, W. M. & LYNCH, E.: Glass-ionomer cements. Part 1 – Development, setting reaction,
structure and types. J. Ir. Dent. Ass., v.35, n.2, p.53-57, June 1989.

23- TROWBRIDGE, H. O.: Pulp histology and physiology. In: COHEN, S. & BURNS, R. C. eds. Pathways
of the pulp. St.Louis: Mosby, 1984. p.323-378.

24- VARELLA, J. A. F. & PAIVA, J. G.: Manual de endodontia. 2.ed. São Paulo, Atheneu, 1969. P.107-
112.

25- WATANABE, L. & NAKABAYASHI, N.: Bonding durability of photocured phenyl-P in TEGDMA to
smear layer retaneid bovine dentine. Quintessence Int. v.24, n.5, p.335-342,
1993.

99
Referências Bibliográficas

26- WEINER, R. S.; WEINER, L. K. & KUGEL, G.: Teaching the use of bases and liners: a
survey of north-american dental schools. J. Amer. Dent. Ass., v.127, p.1640-1645, Nov.
1996.

27- ZACH, L.: Pulp liability and repair: effect of restorative procedures. Oral Surg., v.33,
p.111-121, Jan. 1972.

28- ZACH, L. & COHEN, G.: Thermogenesis in operative echniques. J. Prosth. Dent., v.12,
p.977-984, Sept./Oct. 1962.

29- ZACH, L. & COHEN, G.: Pulp response to externally applied heat. Oral Surg., v.19, p.515-
530, Apr. 1965.

30- ZANDER, H. A.: Reaction of the pulp to calcium hydroxide. J. Dent. Res., v.18, p.373-
379, Aug. 1939.

31- ZANDER, H. A.; GLENN, J. F., & NELSON, C. A.: Pulp protection in restorative dentistry. J.
Amer. Dent. Ass., v.41, p.563-573, Nov. 1950.

100

Você também pode gostar