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Administração pública
Para concursos
ISBN: 978-85-387-3016-3
CDD 350.7
11 | Órgãos públicos
11 | Administração Direta
12 | Administração Indireta
16 | Entidades paraestatais
21
Modelos teóricos de Administração Pública
21 | Conceito de Administração Pública
21 | Modelo patrimonialista
22 | Modelo burocrático
25 | Modelo gerencial
Governança, governabilidade
e accountability: Qualidade 43
mário
na Administração Pública
43 | O Estado contemporâneo
44 | Governança pública no Estado contemporâneo
46 | Governabilidade
47 | Accountability
48 | Qualidade na Administração Pública
Convênios, contrato 89
de repasse e termo de cooperação
89 | Considerações iniciais acerca do convênio
93 | Contrato de repasse
94 | Vedações para a celebração de convênios
e contratos de repasse
94 | Cadastro prévio no Sistema de Gestão de Convênios
e Contratos de Repasse
95 | Termo de cooperação
99
Gestão de contratos
99 | Considerações iniciais
100 | Acompanhamento e fiscalização da execução contratual
100 | Gestor de contratos administrativos
104 | Livro de ocorrências
105 | Contratação de terceiro
105 | Preposto: um elo permanente entre
a administração e a contratada
Noções introdutórias
A Constituição da República trata, em seu Título III, da Organização do
Estado, precisamente, do artigo 18 ao 43. Inicia-se no artigo 37 seu Capítulo
VII que trata da Administração Pública.
9
Organização do Estado e da Administração Pública
A Administração Pública, por sua vez, pode ser conceituada sob dois as-
pectos: o funcional e o organizacional.
Desconcentração e descentralização
O Estado utiliza-se de algumas formas para exercer a função administrativa.
A descentralização administrativa significa a transferência de poderes de decisão em
matérias específicas a entes dotados de personalidade jurídica própria. Tais entes realizam,
10
Organização do Estado e da Administração Pública
Órgãos públicos
“Órgãos públicos ou órgãos administrativos são unidades de atuação, que
englobam um conjunto de pessoas e meios materiais ordenados para reali-
zar uma atribuição predeterminada” (MEDAUAR, 2010, p. 57).
Administração Direta
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 430) considera a Administração
Direta como o “conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos
quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das
atividades administrativas do Estado”.
11
Organização do Estado e da Administração Pública
Administração Indireta
De acordo com o artigo 4.º, inciso II, alíneas a, b, c e d do Decreto-Lei
200/67, estão compreendidas na Administração Indireta as autarquias, as em-
presas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas.
A Lei 11.107, de 6 de abril de 2005, preceitua em seu artigo 6.º, §1.º, que
“o consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a
Administração Indireta de todos os entes da Federação consorciados”.
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 435) entende que a Administra-
ção Indireta “é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à res-
pectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada”.
No entanto,
há linha doutrinária em favor da responsabilidade subsidiária da pessoa jurídica matriz
(União, Estado, Distrito Federal, Município) se o patrimônio de qualquer entidade da
respectiva Administração Indireta não for suficiente para a reparação, pois a pessoa
jurídica matriz foi a instituidora da entidade. (MEDAUAR, 2010, p. 74)
12
Organização do Estado e da Administração Pública
Autarquias
De acordo com o inciso I do artigo 5.º do Decreto-Lei 200/67, autarquia é
serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 445) conceitua autarquia como
a “pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta,
criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômi-
co, sejam próprias e típicas do Estado”.
Agências reguladoras
Maria Sylvia Di Pietro (2010, p. 467) entende que, em sentido amplo, no
direito brasileiro, agência reguladora seria “qualquer órgão da Administração
Direta ou entidade da Administração Indireta com função de regular a maté-
ria específica que lhe está afeta”.
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Organização do Estado e da Administração Pública
Acerca das autarquias “em regime especial”, José dos Santos Carvalho Filho
(2009, p. 454) identifica como suas prerrogativas “1.º) poder normativo técni-
co; 2.º) autonomia decisória; 3.º) independência administrativa; 4.º) autono-
mia econômico-financeira”.
Agências executivas
O artigo 51, Lei 9.649/98, estabelece que
o Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que
tenha cumprido os seguintes requisitos: I - ter um plano estratégico de reestruturação e
desenvolvimento institucional em andamento; II - ter celebrado contrato de gestão com o
respectivo Ministério supervisor.
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 468) entende, no entanto, que
“nada há de inovador em qualificar-se de agência executiva a entidade autár-
quica que se dedique a exercer atividade estatal descentralizada, e isso pela
singela razão de que esse sempre foi o normal objetivo das autarquias”.
Fundações públicas
De acordo com o inciso IV, do artigo 5.º do Decreto-Lei 200/67, fundação é
a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada
em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado
por recursos da União e de outras fontes.
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Organização do Estado e da Administração Pública
Sociedades de economia
mista e empresas públicas
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 470) aduz que
essas entidades são dotadas de personalidade jurídica de direito privado e delas se vale
o Estado para possibilitar a execução de alguma atividade de seu interesse com maior
flexibilidade, sem as travas do emperramento burocrático indissociáveis das pessoas de
direito público.
Maria Sylvia Di Pietro (2010, p. 446) aponta como traços comuns às em-
presas públicas e sociedades de economia mista:
Nos termos do artigo 5.º, inciso II, do Decreto-Lei 200/67, empresa pública
é “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com pa-
trimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a explora-
ção de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força
de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito”.
15
Organização do Estado e da Administração Pública
São empresas públicas, de acordo com José dos Santos Carvalho Filho
(2009, p. 471), as
pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado,
criadas por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para
que o governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações,
execute a prestação de serviços públicos.
Entidades paraestatais
Há divergência doutrinária quanto a quais são as entidades paraestatais e
ainda se tais entidades integram a Administração Indireta.
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Organização do Estado e da Administração Pública
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 439) entende que a expressão
paraestatal “deveria abranger toda pessoa jurídica que tivesse vínculo insti-
tucional com a pessoa federativa, de forma a receber desta os mecanismos
estatais de controle.” Enquadrar-se-iam, desse modo, como entidades para-
estatais as pessoas da Administração Pública Indireta e os serviços sociais
autônomos.
Dicas de estudo
MEDAUAR, Odete; OLIVEIRA, Gustavo Henrique Justino de. Consórcios Públi-
cos: comentários à Lei 11.107/2005. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
OLIVEIRA, Gustavo Henrique Justino de. Contrato de Gestão. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2008.
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Organização do Estado e da Administração Pública
Referências
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado.
17. ed. São Paulo: Método, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21. ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Sa-
raiva, 2006.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Revista dos Tri-
bunais, 2010.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2010.
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Organização do Estado e da Administração Pública
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Modelos teóricos de
Administração Pública
Modelo patrimonialista
O patrimonialismo é uma herança da época feudal, vigente nas socieda-
des pré-democráticas. De acordo com esse modelo, a Administração Pública
deve atender os interesses do governante, que faz uso do poder que emana do
povo em seu favor.
21
Modelos teóricos de Administração Pública
Jurisprudência:
STF. REx 579.951-RN - EMENTA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO
NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE
DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE.
III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput,
da Constituição Federal.
IV - Precedentes.
Modelo burocrático
Surgimento do modelo burocrático
A revolução industrial e o surgimento do Estado Liberal contribuíram
para uma nova ótica sobre o papel do Estado, dando espaço ao surgimento
do modelo burocrático, baseado na impessoalidade, no profissionalismo e na
racionalidade (OSBORNE; GAEBLER, 1995).
O modelo burocrático foi uma resposta aos abusos e demais vícios ex-
perimentados pela Administração Pública. Disseminava-se uma ideia de
desconfiança prévia dos administradores públicos por parte da sociedade,
como uma reação ao modelo patrimonialista.
22
Modelos teóricos de Administração Pública
impessoalidade;
formalismo;
Jurisprudência:
STF. ADI 2987 / SC - EMENTA: Servidor público: contratação temporária
excepcional (CF, art. 37, IX): inconstitucionalidade de sua aplicação para a admissão de
servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes.
Até mesmo hoje a palavra burocracia é usada de forma pejorativa para de-
signar “gargalos” e lentidão de procedimentos, caracterizados pelo extremo
formalismo, acabando por comprometer a eficiência da ação administrativa.
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Modelos teóricos de Administração Pública
Modelo gerencial
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Modelos teóricos de Administração Pública
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Modelos teóricos de Administração Pública
Jurisprudência:
27
Modelos teóricos de Administração Pública
Dicas de estudo
BRASIL. Decreto 7.203, de 4 de junho de 2010 (DOU de 07/06/2010). Dispõe sobre
a vedação do nepotismo no âmbito da Administração Pública Federal.
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, s.d. p.
229-282. (Editado por H. H. Gerth e C. W. Mills).
SITE: <www.bresserpereira.org.br/>.
Referências
ARAÚJO, Edmir Netto de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva,
2005.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 21 ed. São Paulo: Atlas,
2008.
LONGO, Francisco. La gestión pública como discurso de valores. In: LONGO, Fran-
cisco; YSA, Tamyko (Eds.). Los Escenarios de la Gestión Pública del Siglo XXI.
Barcelona: Bellaterra, 2008.
28
Modelos teóricos de Administração Pública
OLIVEIRA, Gustavo Justino. Contrato de Gestão. São Paulo: RT, 2008. 320 p.
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores. (Edita-
do por H. H. Gerth e C. W. Mills), 1982.
29
Experiências de reformas
administrativas no Brasil.
O processo de modernização
da Administração Pública.
Evolução dos modelos/
paradigmas de gestão:
a nova gestão pública
Experiências de reformas
administrativas no Brasil
Reforma do DASP
Após o golpe de Estado de 1937, instaurou-se o chamado Estado Novo,
um regime político centralizado de caráter autoritário fundado por Getúlio
Vargas, que perdurou até 1945.
Dessa forma, a ação com o fito de normatizar a gestão racional dos negó-
cios do Estado, “mediante a simplificação, padronização e aquisição racional
de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de
procedimentos” (BRASIL, 1995), era o primeiro grande passo em direção à
burocratização do serviço público.
Destaca-se ainda, no que diz respeito aos recursos humanos, que a refor-
ma proposta também se ajusta aos preceitos da burocracia, com as ideias de
profissionalização e impessoalidade, através de uma criteriosa contratação de
pessoal, com base em critérios de competência e qualificação.
32
Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
33
Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
Modalidade de
Setor de ação estatal
propriedade
“NÚCLEO ESTRATÉGICO. [...] governo, em sentido lato. É o setor que defi-
ne as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento [...] onde as
decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislati-
Estatal
vo e Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo, ao presiden-
te da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos,
responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.”
“ATIVIDADES EXCLUSIVAS. É o setor em que são prestados serviços que
só o Estado pode realizar [...] em que se exerce o poder [...] do Estado
[...] de regulamentar, fiscalizar, fomentar. [...] exemplos [...]: a cobran-
ça e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica,
Estatal
o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas
sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo
Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o
serviço de emissão de passaportes etc.”
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
Modalidade de
Setor de ação estatal
propriedade
“SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS. [...]setor onde o Estado atua simultanea-
mente com outras organizações públicas não estatais e privadas. As ins-
tituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este, entretanto,
está presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamen-
tais, como os da educação e da saúde, ou porque possuem ‘economias
Pública não estatal
externas’ relevantes, na medida que produzem ganhos que não podem
ser apropriados por esses serviços através do mercado. As economias
produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não
podendo ser transformadas em lucros. São exemplos deste setor: as uni-
versidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus.”
“PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO. [...] área de atua-
ção das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas volta-
Privada, em regra
das para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como,
por exemplo, as do setor de infraestrutura [...].”
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
O processo de modernização
da Administração Pública
Reforma Administrativa exprime uma das vertentes da Reforma do Estado,
representando um conjunto de medidas direcionadas a modificar as estru-
turas, organização, funcionamento, tarefas e instrumentos da Administração
Pública, com a finalidade de melhor capacitá-la para servir aos fins do Estado
e aos interesses da sociedade.
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
Dicas de estudo
BRASIL. Ministério da Administração e Reforma do Estado. Plano Diretor da Re-
forma Administrativa do Aparelho de Estado. Brasília: MARE, 1995. Apresenta-
ção, introdução e tópicos 3 a 9. Disponível em: <www.planalto.gov.br/publi_04/
colecao/plandi.htm>.
Referências
BENTO, Leonardo Valles. Governança e Governabilidade na Reforma do Estado:
entre eficiência e democratização. Barueri: Manole, 2003.
DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
830 p.
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
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Experiências de reformas administrativas no Brasil. O processo de modernização da Administração Pública.
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública
41
Governança, governabilidade
e accountability: Qualidade na
Administração Pública
O Estado contemporâneo
No início do século XXI, como uma consequência de diversos fatores,
como advento do neoliberalismo, avanço da globalização, desenvolvimento
tecnológico, entre outros, o papel do Estado sofreu uma redefinição.
Na doutrina são usados os mais diversos termos para fazer alusão a esses
novos papéis assumidos pelo Estado contemporâneo, muito bem sintetiza-
dos por Medauar (2003):
43
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
Governança pública no
Estado contemporâneo
Nesse contexto, emerge um conceito de grande valor para a Administra-
ção Pública contemporânea, o de governança pública.
44
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
transparência;
45
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
Governabilidade
Conceito
Governabilidade é um conceito ligado ao exercício do poder e de legitimi-
dade do Estado e de seu governo (MATIAS-PEREIRA, 2009).
Diferenciação entre
governabilidade e governança
Das definições de governabilidade e governança expostas, é possível de-
preender que a primeira diz respeito às condições sistêmicas para exercício
de poder e autoridade, enquanto a governança diz respeito à forma como é
exercido esse poder, ou seja, através de um modelo de interação entre níveis
de governo e destes com outros atores sociais.
46
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
Accountability
Nesse contexto em que passa a ter valor uma Administração Pública mais
transparente, calcada em valores éticos, merece destaque a introdução do
conceito de accountability.
Sano (2003) afirma não haver um termo na língua portuguesa que expri-
1
ma a verdadeira tradução da ideia de accountability, conceituada, pelo CLAD1, Centro Latinoamericano
de Administración para el
como um cumprimento, pelo servidor público, do dever de prestar contas a Desarrollo.
47
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
assim, dizer que “o resultado das urnas que indicará qual foi a percepção dos
eleitores quanto à atuação dos governantes” (SANO, 2003).
Qualidade total
A difusão da ideia de qualidade remonta à Revolução Industrial do século
XVIII, quando significava produzir com uniformidade, homogeneidade.
48
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
Dessa forma, a gestão da qualidade no âmbito público tem foco nos re-
sultados e no atendimento das demandas e necessidades dos cidadãos e das
comunidades, que são os beneficiários das políticas e dos serviços públicos.
O Brasil, por ser um país com democracia muito recente, enfrenta diversos
desafios para pôr em prática as ideias de governança pública e accountability.
49
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
Dicas de estudo
Livro Branco da Governança Europeia. Disponível em: <http://eur-lex.europa.eu/
LexUriServ/site/pt/com/2001/com2001_0428pt01.pdf>.
Referências
ALMEIDA, Francisco Alberto Severo de. A Governança Corporativa em Empresa
Pública e a Visão de suas Práticas pelos Stakeholders. Rio de Janeiro: ANPAD
(Anais), 2008.
OLIVEIRA, Gustavo Justino. Contrato de Gestão. São Paulo: RT, 2008. 320 p.
50
Governança, governabilidade e accountability: Qualidade na Administração Pública
51
Governo eletrônico e
transparência. Novas
tecnologias gerenciais e
organizacionais e sua aplicação
na Administração Pública
Governo eletrônico
A utilização das modernas tecnologias de informação e comunicação é
a base para o desenvolvimento de programas de governo eletrônico, a fim
de democratizar o acesso à informação e, como consequência disso, ampliar
discussões, bem como dinamizar a prestação de serviços públicos objetivan-
do eficiência e efetividade das funções governamentais.
universalização de serviços;
infraestrutura avançada.
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Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
VII - estabelecer diretrizes e orientações e manifestar-se, para fins de proposição e revisão dos
projetos de lei do Plano Plurianual, de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual,
sobre as propostas orçamentárias dos órgãos e das entidades da Administração Pública
Federal, relacionadas com a aplicação de recursos em investimento e custeio na área de
tecnologia da informação e comunicações.
Inclusão Digital;
Integração de Sistemas;
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Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
Infraestrutura de Rede;
Diretrizes
“As diretrizes gerais de implantação e operação do governo eletrônico
funcionam no âmbito dos Comitês Técnicos de Governo Eletrônico, servindo
de referência para estruturar as estratégias de intervenção, sendo adotadas
como orientações para todas as ações de governo eletrônico, gestão do co-
nhecimento e gestão da TI em toda a Administração Pública Federal”. 1 1
<www.governoeletro-
nico.gov.br/biblioteca/
arquivos/2-anos-de-
governo-eletronico-de-2-
A prioridade do governo eletrônico de-dezembro-de-2002>.
é a promoção da cidadania
“A política de governo eletrônico do governo brasileiro abandona a visão
que vinha sendo adotada, que apresentava o cidadão-usuário antes de mais
nada como ‘cliente’ dos serviços públicos, em uma perspectiva de provisão
de inspiração neoliberal. O deslocamento não é somente semântico. Signi-
fica que o governo eletrônico tem como referência os direitos coletivos e
uma visão de cidadania que não se restringe à somatória dos direitos dos
indivíduos. Assim, forçosamente incorpora a promoção da participação e do
controle social e a indissociabilidade entre a prestação de serviços e sua afir-
2
mação como direito dos indivíduos e da sociedade.”2 <www.governoeletro-
nico.gov.br/biblioteca/
arquivos/2-anos-de-
Essa visão, evidentemente, não abandona a preocupação em atender as governo-eletronico-de-2-
de-dezembro-de-2002>.
necessidades e demandas dos cidadãos individualmente, mas a vincula aos
princípios da universalidade, da igualdade perante a lei e da equidade na
oferta de serviços e informações.
55
Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
56
Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
Grande parte das iniciativas de governo eletrônico pode ser realizada atra-
vés do compartilhamento de recursos entre órgãos públicos. Esse comparti-
lhamento pode se dar tanto no desenvolvimento quanto na operação de so-
luções, inclusive através do compartilhamento de equipamentos e recursos
humanos. Deve merecer destaque especial o desenvolvimento compartilha-
do em ambiente colaborativo, envolvendo múltiplas organizações”6 . 6
<www.governoeletro-
nico.gov.br/biblioteca/
arquivos/2-anos-de-
governo-eletronico-de-2-
57
Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
Projetos
“Vários projetos e ações são desenvolvidos no âmbito do programa Go-
verno Eletrônico. Para mais informações sobre os referidos projetos, sugere-
-se o acesso ao Portal de Governo Eletrônico do Brasil (www.governoeletro-
nico.gov.br), bem como a leitura do documento publicado em 2002 referen-
te ao Balanço de Realizações e Desafios Futuros dos dois primeiros anos de
governo eletrônico no Brasil, elaborado pela Secretaria de Logística e Tecno-
logia da Informação do Ministério do Planejamento, com a colaboração dos
9
<www.governoeletro- membros do Comitê Executivo”9.
nico.gov.br/biblioteca/
arquivos/2-anos-de -
governo-eletronico-de-2-
Reengenharia
A reengenharia foi citada pela primeira vez pelo norte-americano Michael
Hammer, no ano de 1990, no artigo “Reengineering Work: don’t automate,
obliterate”.
Benchmarking
Benchmarking é um modelo de competição, baseado na comparação de
uma organização com outras, cujos desempenhos são superiores, a fim de
copiar e aprimorar seus procedimentos.
59
Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
Para esse autor, existem somente três estratégias coerentes e funcionais para
se obter sucesso, para que uma empresa possa ter um desempenho superior às
outras, dentro de um mesmo setor, as quais denomina estratégias genéricas:
Porter apresenta essas três estratégias como uma forma de lidar com as
forças competitivas, ressaltando que o administrador deverá focar somente
uma delas.
Downsizing
A técnica de downsizing consiste no combate ao excesso de burocracia, para
“enxugar” a organização e sua estrutura hierárquica.
Balanced Scorecard
Modelo criado no início da década de 1990 por Kaplan e Norton, para a re-
alização de medição de desempenho de formas mais amplas do que a simples
medição por indicadores financeiros e contábeis, como se fazia à época.
indicadores de performance;
Responsabilidade corporativa
O conceito de responsabilidade corporativa diz respeito à prática, pelas
empresas, de levarem em consideração os interesses da sociedade e do am-
biente em que se inserem, agindo de forma sustentável.
Adhocracia
Adhocracia é um modelo focado em simplificação de processos (em opo-
sição ao modelo burocrático, que dava ênfase ao seguimento de rotinas rígi-
das) com foco na solução de problemas e na obtenção de resultados.
Quinta disciplina
Trata-se de um livro escrito por Peter Senge, em que se abordam cinco
disciplinas para desenvolvimento da organização, com foco no administra-
dor e no trabalho em equipe:
domínio pessoal;
modelos mentais;
visão compartilhada;
61
Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
aprendizado em grupo;
raciocínio sistêmico.
Dica de estudo
Sobre reengenharia: <http://eden.dei.uc.pt/gestao/forum/temas/classicos/reen-
genharia.html>.
Referências
BRASIL. Comitê Executivo do Governo Eletrônico. Oficinas de Planejamento Estra-
tégico. Relatório Consolidado. Comitês Técnicos. Publicado em: maio 2004. Dis-
ponível em: <www.governoeletronico.gov.br/biblioteca/arquivos/diretrizes-de-
governo-eletronico>. Acesso em: 23 abril 2010.
62
Governo eletrônico e transparência. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública
CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N. Just in Time, MRP II e OPT. Um enfo-
que estratégico. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996. 186 p.
63
Gestão pública empreendedora
e ciclo do Governo Federal
65
Gestão pública empreendedora e ciclo do Governo Federal
§9.º [...]
66
Gestão pública empreendedora e ciclo do Governo Federal
criar condições para a avaliação e mensuração dos indicadores e dos efeitos destes sobre
a sociedade; e a partir da avaliação anual do PPA, compatibilizar a alocação de recursos orça-
mentários com a capacidade de execução e geração de resultados dos programas.
[...]
67
Gestão pública empreendedora e ciclo do Governo Federal
Nesse sentido, dispõe o artigo 2.º da Lei 4.320/64 que “a Lei do Orçamento
conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os
princípios de unidade, universalidade e anualidade” (grifo nosso).
Por fim, cumpre lembrar que os projetos de lei relativos ao plano plurianual,
às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum, e que tais projetos serão enviados pelo presidente da República.
68
Gestão pública empreendedora e ciclo do Governo Federal
Dicas de estudo
Lei 4.320, de 17 de março de 1964.
Referências
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Gestão.
Gestão Pública Empreendedora. Brasília: MP, SEGES, 2000. Disponível em: <http://
empreende.org.br/pdf/Estado/Gestão%20pública%20empreendedora.pdf>.
69
Controle da Administração Pública
Noções introdutórias
Segundo denominação dada por José dos Santos Carvalho Filho, tem-se
por controle da Administração Pública “o conjunto de mecanismos jurídicos e
administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e revisão
da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder” (CARVALHO
FILHO, 2009, p. 893).
71
Controle da Administração Pública
Tipos de controle
Controle concomitante
É todo aquele que “acompanha a atuação administrativa no momento
mesmo em que ela se verifica” (DI PIETRO, 2010, p. 730).
José dos Santos Carvalho Filho explica que esse controle tem aspectos pre-
ventivos e repressivos, conforme o andamento da atividade administrativa
(CARVALHO FILHO, 2009, p. 898).
72
Controle da Administração Pública
Cita-se, por exemplo, o artigo 5.º, LXXIII (ação popular), o artigo 74, §2.º
(legitimidade para denunciar perante o Tribunal de Contas), artigo 31, §3.º e,
por fim, o §3.º do artigo 37 que prevê:
Art 37. [...]
Por sua vez, o controle de mérito “é todo aquele que visa à comprovação da
eficiência, do resultado, da conveniência ou oportunidade do ato controlado”
(MEIRELLES, 2010, p. 701).
Controle administrativo
Controle administrativo “é o poder de fiscalização e correção que a Admi-
nistração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob
os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provo-
cação” (DI PIETRO, 2010, p. 730).
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, é aquele “exercido pelo Executivo
e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário para o fim de
confirmar, rever ou alterar condutas internas, tendo em vista aspectos de le-
galidade ou de conveniência para a administração” (CARVALHO FILHO, 2009,
p. 899).
SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
74
Controle da Administração Pública
Controle legislativo
Controle legislativo ou parlamentar, segundo Hely Lopes Meirelles, é o
exercido pelos órgãos legislativos (Congresso Nacional, Assembleias Legisla-
tivas e Câmaras de Vereadores) ou por comissões parlamentares sobre deter-
minados atos do Executivo na dupla linha da legalidade e da conveniência
pública, pelo quê caracteriza-se como um controle eminentemente político,
indiferente aos direitos individuais dos administrados, mas objetivando os
superiores interesses do Estado e da comunidade (MEIRELLES, 2010, p. 736).
75
Controle da Administração Pública
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
76
Controle da Administração Pública
§1.º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§2.º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar
as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§3.º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia
de título executivo.
Controle jurisdicional
Odete Medauar (2010, p. 406) explica que “a expressão controle jurisdicio-
nal da administração abrange a apreciação, efetuada pelo Poder Judiciário,
sobre atos, processos e contratos administrativos, atividades ou operações
materiais e mesmo a omissão ou inércia da administração.”
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
[...]
José dos Santos Carvalho Filho aponta como meios específicos de con-
trole judicial o mandado de segurança, a ação popular, o habeas corpus,
o habeas data, o mandado de injunção e a ação civil pública (CARVALHO
FILHO, 2009, p. 973).
Dicas de estudo
Lei 12.016, de 7 de agosto de 2009 – Disciplina o Mandado de Segurança.
Referências
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado.
17. ed. São Paulo: Método, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21. ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Revista dos Tri-
bunais, 2010.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2010.
78
Controle da Administração Pública
79
Probidade na Administração
Pública
Noções introdutórias
Considerado por José dos Santos Carvalho Filho como um dos mais im-
portantes deveres dos administradores públicos, o dever de probidade
obriga o administrador a pautar-se, em qualquer hipótese, pelos princípios
da honestidade e moralidade, quer em face dos administrados, quer em face
da própria administração (CARVALHO FILHO, 2009, p. 61).
Responsabilidade administrativa
Odete Medauar (2010, p. 313) explica que a responsabilidade administrati-
va expressa as consequências acarretadas ao servidor pelo descumprimento
dos deveres e inobservância das proibições, de caráter funcional, estabeleci-
das nos estatutos ou em outras leis.
Assevera Di Pietro (2010, p. 613) que tais infrações deverão ser apuradas
pela própria Administração Pública, “que deverá instaurar procedimento ade-
81
Probidade na Administração Pública
Responsabilidade criminal
Será responsabilizado criminalmente o agente que praticar conduta ina-
dequada que afetar, de modo imediato, a sociedade e tal conduta ser carac-
terizada pelo ordenamento como crime funcional (MEDAUAR, 2010, p. 311).
relação de causalidade;
82
Probidade na Administração Pública
Responsabilidade civil
José dos Santos Carvalho Filho (2009, p. 722) ensina que “a responsabi-
lidade civil é a imputação, ao servidor público, da obrigação de reparar o
dano que tenha causado à administração ou a terceiro, em decorrência de
conduta culposa ou dolosa, de caráter comissivo ou omissivo”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro assevera que para se configurar o ilícito civil,
exige-se:
Constituição Federal
Art. 37. [...]
83
Probidade na Administração Pública
§5.° A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
de ressarcimento.
I - na hipótese do artigo 9.°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
84
Probidade na Administração Pública
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil
de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão
do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Código de Conduta
da Alta Administração Federal
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N.º 37, DE 18/08/2000. APROVADO EM 21/08/2000.
[...]
Na realidade, grande parte das atuais questões éticas surge na zona cinzenta – cada vez
mais ampla – que separa o interesse público do interesse privado. Tais questões, em
geral, não configuram violação de norma legal mas, sim, desvio de conduta ética. Como
esses desvios não são passíveis de punição específica, a sociedade passa a ter a sensação
de impunidade, que alimenta o ceticismo a respeito da licitude do processo decisório
governamental. [...]
Art. 1.º Fica instituído o Código de Conduta da Alta Administração Federal, com as
seguintes finalidades:
I - tornar claras as regras éticas de conduta das autoridades da alta Administração Pública
Federal, para que a sociedade possa aferir a integridade e a lisura do processo decisório
governamental;
85
Probidade na Administração Pública
Atos de corrupção
86
Probidade na Administração Pública
Dicas de estudo
Sobre Improbidade Administrativa e Agente Político: STF. Rcl. 2138-6/DF. Tribunal
Pleno. Relator originário Min. Nelson Jobim. Relator para o acórdão Min. Gilmar
Mendes. Publicação 28/04/2008.
Referências
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado.
17. ed. São Paulo: Método, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21. ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Revista dos Tri-
bunais, 2010.
87
Convênios, contrato de repasse
e termo de cooperação
Jurisprudência:
89
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
Quadro normativo
Art. 71, inc. VI
Constituição Federal Art. 199, §1.º
Art. 241
Art. 10, §§ 1.º e 5.º
DL 200/67 Art. 156, §2.º
Art. 160
Lei 8.666/93 Art. 116
Decreto 6.170/2007
Altera o art. 19 do Decreto 6.170, de 25 de julho de 2007,
que dispõe sobre as normas relativas às transferências
Decreto 6.329/2007
de recursos da União mediante convênios e contratos
de repasse.
Altera o Decreto 6.170, de 25 de julho de 2007, que
dispõe sobre as normas relativas às transferências de
Decreto 6.428/2008
recursos da União mediante convênios e contratos de
repasse.
Acresce dispositivos ao Decreto 6.170, de 25 de julho de
2007, que dispõe sobre as normas relativas às transfe-
Decreto 6.497/2008
rências de recursos da União mediante convênios e con-
tratos de repasse.
Dá nova redação a dispositivos do Decreto 6.170, de 25
de julho de 2007, que dispõe sobre as normas relativas
Decreto 6.619/2008
às transferências de recursos da União mediante convê-
nios e contratos de repasse, e dá outras providências.
Instrução Normativa 01/97 STN.
90
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
José dos Santos Carvalho Filho entende ser desnecessária autorização le-
gislativa. O STF já se pronunciou no sentido de ser inconstitucional a exigên-
cia de autorização legislativa para a celebração de cada convênio (cf. RDA
140, 1980, p. 63-69).
Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende pela não exigência de licitação para
celebração de convênios, pois neles não há viabilidade de competição; “esta
[exigência de licitação] não pode existir quando se trata de mútua colabo-
ração, sob variadas formas, como repasse de verbas, uso de equipamentos,
recursos humanos, imóveis. Não se cogita de preço ou de remuneração que
admita competição” (DI PIETRO, 2010, p. 340).
Chamamento público
O chamamento público, realizado no Sistema de Gestão de Convênios e
Contratos de Repasse (SICONV), é o meio pelo qual o ente da Administração
Pública Federal torna conhecida sua intenção de celebrar convênio para a
execução de determinado objeto, possibilitando que os eventuais interessa-
dos apresentem suas propostas.
§1.º Deverá ser dada publicidade ao chamamento público, pelo prazo mínimo de quinze
dias, especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do
órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios.
92
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
Contrato de repasse
Nos termos do artigo 1.º, §1.º, inciso II do Decreto 6.170/2007, considera-se
contrato de repasse o “instrumento administrativo por meio do qual a transfe-
rência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou
agente financeiro público Federal, atuando como mandatário da União”.
93
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
“com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigen-
te agente político de Poder ou do Ministério Público, dirigente de órgão
ou entidade da Administração Pública de qualquer esfera governamen-
tal, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em li-
nha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau” (inc. II).
94
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
Termo de cooperação
Termo de cooperação é o “instrumento por meio do qual é ajustada a trans-
ferência de crédito de órgão ou entidade da Administração Pública Federal
direta, autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente para
outro órgão ou entidade Federal da mesma natureza” (Decreto 6.170/2007,
art. 1.º, §1.º, III; Portaria 127/2008, art. 1.º, §1.º, XVIII).
Dicas de estudo
Decreto Federal 6.170/2007.
Acessar: <www.convenios.gov.br/portal/>.
95
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
Referências
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21. ed.
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Revista dos Tri-
bunais, 2010.
96
Convênios, contrato de repasse e termo de cooperação
97
Gestão de contratos
Considerações iniciais
Embora se utilize a expressão gestão de contratos, a matéria em apreço
refere-se também à gestão de outros procedimentos que não só o contrato.
Deve-se gerir fases anteriores à celebração do contrato.
99
Gestão de contratos
Acompanhamento e fiscalização
da execução contratual
Dispõe o artigo 67 da Lei 8.666/93 que a execução do contrato deverá
ser acompanhada e fiscalizada por um representante da administração es-
pecialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo
e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
100
Gestão de contratos
Marçal Justen Filho (2009, p. 682) salienta que a fiscalização realizada pela
Administração Pública não pode ser utilizada para prejudicar o particular e
que “haverá desvio de poder se a administração exercer seu poder de fiscali-
zação para efeito diverso da mera verificação do cumprimento dos deveres
pelo particular”.
101
Gestão de contratos
II- abrir processo administrativo para anexar o projeto básico devidamente aprovado pela
autoridade competente, e encaminhá-lo à unidade de programação orçamentária a fim de
verificar se há recursos disponíveis;
III- acompanhar o processo licitatório em todas as suas fases, até a assinatura do contrato;
IV- abrir pasta para cada contrato, visando arquivar eventuais termos aditivos;
VI- elaborar projeto básico referente ao objeto do contrato sob sua responsabilidade, quando
necessária nova contratação;
VIII- verificar se a entrega de materiais, execução de obras ou a prestação de serviços será cumprida
integral ou parceladamente;
IX- anotar em formulário próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados;
XV- solicitar à unidade competente esclarecimentos de dúvidas relativas ao contrato sob sua
responsabilidade;
XXII- comunicar à unidade competente eventuais atrasos nos prazos de entrega e/ou execução
do objeto, bem como os pedidos de prorrogação, se for o caso;
XXIII- zelar pela fiel execução da obra, sobretudo no que concerne à qualidade dos materiais
utilizados e dos serviços prestados;
XXV- receber as etapas de obra mediante medições precisas e de acordo com as regras
contratuais;
103
Gestão de contratos
XXXII- encaminhar junto à fatura/nota fiscal, a nota fiscal de simples remessa ou o rol dos
materiais utilizados na obra pela contratada;
XXXV- realizar, juntamente com a contratada, as medições dos serviços nas datas estabelecidas,
antes de atestar as respectivas notas fiscais.
Livro de ocorrências
Prevê o §1.º do artigo 67 da Lei 8.666/93 que o representante da admi-
nistração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com
a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização
das faltas ou defeitos observados.
104
Gestão de contratos
Contratação de terceiro
Conforme prevê o já mencionado artigo 67 da Lei de Licitações e Con-
tratos Administrativos, o representante da Administração poderá contratar
terceiros para auxiliá-lo.
Tal previsão visa evitar tumultos e confusões, tendo em vista que “a incer-
teza ou a multiplicidade de representantes acarretaria contradição de infor-
mações ou decisões, necessidade de repetição de atos, incerteza acerca de
comunicações etc.” (JUSTEN FILHO, 2008, p. 749).
105
Gestão de contratos
Dica de estudo
Sobre a fiscalização da execução de contrato, ler Acórdão 112/2007 do Tribunal de
Contas da União, de relatoria do Sr. Ministro Ubiratan Aguiar.
Referências
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Adminis-
trativos. 12. ed. São Paulo: Dialética, 2008.
106
Gestão de contratos
107
Noções sobre comunicação
na Administração Pública
109
Noções sobre comunicação na Administração Pública
A impessoalidade
A presença da impessoalidade na comunicação da Administração Públi-
ca, decorre, principalmente, de três razões, quais sejam:
a. da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exem-
plo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome
do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro-
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da adminis-
tração guardem entre si certa uniformidade;
Do mesmo modo, o referido manual traz uma ressalva para nos alertar de
que “não existe propriamente um ‘padrão oficial de linguagem’; o que há é o
uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais” (BRASIL, 2002).
110
Noções sobre comunicação na Administração Pública
Formalidade e padronização
As comunicações oficiais devem observar, também, certas regras de
forma, ou seja, devem ser formais, o que significa que “além das já mencio-
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento”, a qual pressupõe, por
sua vez, necessária uniformidade nas comunicações (BRASIL, 2002).
Concisão e clareza
Conforme já observado a Redação Oficial deverá ser concisa e clara.
Comunicações oficiais
111
Noções sobre comunicação na Administração Pública
Alguns meios de comunicação são oficiais, cada qual com suas peculiari-
dades, mas com determinados aspectos comuns aos demais.
Pronomes de tratamento
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é ‘Vossa Excelência está atarefado’,
‘Vossa Senhoria deve estar satisfeito’; se for mulher, ‘Vossa Excelência está atarefada’, ‘Vossa
Senhoria deve estar satisfeita’.” (BRASIL, 2002)
112
Noções sobre comunicação na Administração Pública
a) do Poder Executivo:
- Presidente da República;
- Vice-Presidente da República;
- Ministros de Estado1; 1
Nos termos do Decreto
4.118, de 7 de fevereiro
- Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe- de 2002, art. 28, parágra-
deral; fo único, são Ministros de
Estado, além dos titulares
- Oficiais-Generais das Forças Armadas; dos Ministérios: o Chefe
da Casa Civil da Presidên-
- Embaixadores; cia da República, o Chefe
- Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de do Gabinete de Segurança
Institucional, o Chefe da
cargos de natureza especial; Secretaria-Geral da Presi-
dência da República, o
- Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Advogado-Geral da União
113
Noções sobre comunicação na Administração Pública
Identificação do signatário
Salvo a comunicação assinada pelo presidente da República, “todas as
demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade
que as expede, abaixo do local de sua assinatura” (BRASIL, 2002), conforme
exemplo dado pelo Manual da Presidência:
114
Noções sobre comunicação na Administração Pública
O padrão ofício
O padrão ofício se trata de uma única diagramação para uniformizar a
edição de três expedientes, quais sejam, o ofício, o aviso e o memorando.
Senhora Ministra,
115
Noções sobre comunicação na Administração Pública
endereço postal;
local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à di-reita;
116
Noções sobre comunicação na Administração Pública
texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expe-
diente deve conter a seguinte estrutura:
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam
organizados em itens ou títulos e subtítulos.
[...]
fecho; [...]
Forma de diagramação
Seguindo, ainda, o contido no Manual de Redação da Presidência2, o docu- 2
Tal diagramação se aplica
também à exposição de mo-
mento do padrão ofício deve obedecer a seguinte forma de apresentação: tivos e à mensagem.
deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11
nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes
Symbol e Wingdings;
o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5cm de distância da margem esquerda;
117
Noções sobre comunicação na Administração Pública
deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada pa-
rágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em
branco;
não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiús-
culas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que
afete a elegância e a sobriedade do documento;
a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colo-
rida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;
deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos
de texto;
dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto pre-
servado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do conteúdo.
Ex.: ‘Of. 123 - relatório produtividade ano 2002’. (BRASIL, 2002)
Exposição de motivos
Geralmente dirigida ao presidente da República por um ministro de
Estado, a exposição de motivos é o expediente dirigido ao presidente da
República ou ao vice-presidente para informá-lo de determinado assunto,
propor alguma medida ou, ainda, submeter a sua consideração projeto de
ato normativo (BRASIL, 2002).
Forma e estrutura
“Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão
ofício” (BRASIL, 2002).
118
Noções sobre comunicação na Administração Pública
na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve
ser editado para solucionar o problema.
ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que
pode ter a adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões
que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder
Executivo.
Mensagem
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura
de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de
deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de
tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. (BRASIL, 2002)
119
Noções sobre comunicação na Administração Pública
indicação de autoridades;
comunicação de veto.
Forma e estrutura
De acordo com o Manual de Redação da Presidência as mensagens de-
verão conter:
a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da
margem esquerda; [...]
A mensagem, como os demais atos assinados pelo presidente da República, não traz
identificação de seu signatário. (BRASIL, 2002)
Telegrama
Utiliza-se a expressão telegrama para “toda comunicação oficial expedida
por meio de telegrafia, telex, etc.” (BRASIL, 2002).
120
Noções sobre comunicação na Administração Pública
Fax
Outra forma de comunicação relativamente ultrapassada, o
fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) [...] é utilizado para a transmissão de
mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento
há premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
(BRASIL, 2002)
Correio eletrônico
Em razão de sua generalizada utilização na atualidade, tal modalidade de
comunicação dispensa comentários para sua identificação.
121
Noções sobre comunicação na Administração Pública
Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio ele-
trônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita como docu-
mento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identida-
de do remetente, na forma estabelecida em lei (BRASIL, 2002).
Dicas de estudo
Sobre certificação digital, visitar o site do Instituto Nacional de Tecnologia da In-
formação: <www.iti.gov.br/twiki/bin/view/Main/WebHome>.
Referências
BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação da Presidência da
República / Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior. 2. ed. rev. e atual.
Brasília: Presidência da República, 2002.
122
Noções sobre comunicação na Administração Pública
123
Fundação Biblioteca Nacional
Série
ISBN 978-85-387-3016-3 Série
9 788538 730163