Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Função Social Da Empresa - Felipe Alberto Verza Ferreira PDF
Função Social Da Empresa - Felipe Alberto Verza Ferreira PDF
Jus Navigandi
http://jus.com.br
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar a existência do princípio da função social
da empresa, fazendo sua conceituação e demonstrando sua importância para o desenvolvimento
de uma sociedade mais justa e igualitária, de acordo com os preceitos da Constituição Federal de
1988.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 2 of 37
Apesar de, desde seu descobrimento, haver no Brasil intenso comércio, não se pode falar,
até 1808, de um legítimo direito comercial nacional [01], uma vez que, como colônia de Portugal, o
país era obrigado a submeter-se às leis e ordenações da metrópole.
Como assevera J.X. Carvalho de Mendonça, antes da vinda de D. João VI para o Brasil,
as "leis e alvarás esparsos, quase todos dos séculos XVII e XVIII, proviam sobre os mercadores e
homens de negócio, seus privilégios e sua falência" [02].
Nas palavras da professora Vera Helena de Melo Franco, antes de 1808, "inexistia um
conjunto sistematizado e organizado de leis, particularmente brasileiro, dotado de princípios gerais
definidos" [03], vigoravam então as Ordenações Filipinas, e a chamada "Lei da Boa Razão", de 10
de agosto de 1769, que foi uma tentativa portuguesa de modernizar a legislação comercial. [04]
Segundo Fran Martins [06] e J.X. Carvalho de Mendonça [07], a concessão da carta régia de
28 de janeiro marca o início da independência do Brasil, e José da Silva Lisboa, o Visconde de
Cairu, é, conforme Waldirio Bulgarelli [08], considerado o fundador do direito comercial do Brasil, ao
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 3 of 37
Subseqüentes à Lei de Abertura dos Portos, de 28 de janeiro de 1808, surgem três outros
alvarás, de extrema importância para a economia nacional: O alvará de 1º de abril de 1808
permitindo o livre estabelecimento de fábricas e manufaturas; alvará de 23 de agosto de 1808,
criando no Rio de Janeiro a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação; alvará de
12 de outubro de 1808, criando no Rio de Janeiro o primeiro banco nacional, o Banco do Brasil. [09]
Entretanto, o tráfico mercantil tomava vulto, não havendo legislação que o garantisse, e a
aplicação da Lei da Boa Razão, mesmo com subsídio nos Códigos Francês, de 1807, e Espanhol,
de 1829, não mais era suficiente para satisfazer o comércio. [12]
Com o intuito de elaborar o projeto de Código Comercial brasileiro, foi nomeada pela
Regência, em 14 de maio de 1832, uma comissão de comerciantes, presidida por Limpo de
Abreu. No ano seguinte, 1833, Limpo de Abreu deixou a presidência da comissão, sendo
substituído por José Clemente Pereira. [13]
O projeto foi entregue à Câmara dos Deputados ainda no mês de agosto de 1834, porém,
somente após cerca de 18 anos de tramitação, nas duas Casas Legislativas, é que, em 25 de
julho de 1850, foi sancionado, através da Lei nº 556, que instituía o "Código Comercial do Império
Brasileiro" [15], publicada em 1º de julho do mesmo ano, para entrar em vigor seis meses após sua
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 4 of 37
publicação.
Na análise de Requião:
Esse diploma, até hoje elogiado pela precisa e técnica de sua elaboração, teve como
fontes próximas o Código francês de 1807, o espanhol de 1829 e o português de 1833. Foi
compilado, como registram os autores, em grande parte do Código português, mas J.X.
Carvalho de Mendonça acentua que "não era cópia servil de nenhum deles", mas foi "o
primeiro trabalho original que, com feição nova, apareceu na América". [16]
a)compra e venda ou troca de bem móvel ou semovente, para sua revenda, por
atacado ou a varejo, industrializado ou não, ou para alugar seu uso;
Para demonstrar a evolução do direito comercial brasileiro, faz-se mister breve explicação
sobre essa teoria e sua aplicação no direito nacional.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 5 of 37
Embora considerada a teoria dos atos de comércio, como objetiva, muitos problemas
surgiram ao tentarem os doutrinadores definir e conceituar os referidos atos.
Adota, assim, o Código, sistema acentuadamente subjetivo, pois, como comenta Jean
Escarra, não existe, no direito positivo, sistema objetivo ou subjetivo puros. Assenta o Código,
aparentemente, o seu sistema na definição de comerciante, contida no art. 4º: "Ninguém é
reputado comerciante para efeito de gozar da proteção que este Código liberaliza em favor do
comércio sem que se tenha matriculado em algum dos Tribunais do Comércio do Império e
faça da mercancia profissão habitual" [21]
Conclui Fran Martins que, para que passássemos a ter uma noção do que sejam atos de
comércio, no direito brasileiro, foi necessário o surgimento do Regulamento nº 737, discriminando
os atos considerados mercancia, definindo que: "atos de comércio serão os atos praticados pelos
comerciantes, no exercício de sua profissão, e como tais, ficam sempre sujeitos à lei comercial" [22]
Assim, após a definição pelo Regulamento nº 737 do que seriam considerados os atos de
comércio, no direito nacional, antes de classificarmos os referidos atos de comércio, faz-se
necessária a conceituação de comerciante, uma vez que dele depende a existência dos
chamados atos de mercancia, ou seja, de comércio, conforme se nota na definição supra, extraída
por Fran Martins do referido Regulamento.
Podemos, assim, classificar comerciante como a pessoa natural ou jurídica que, habitual
ou profissionalmente, em nome próprio, e com finalidade de lucro, pratica os chamados atos de
comércio [23].
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 6 of 37
Dos exposto acima, especialmente dos dizeres do professor Fran Martins, conclui-se que
os atos de comércio podem ser praticados por comerciantes ou por não-comerciantes, porém,
somente os comerciantes, devidamente registrados, é que estarão sujeitos ao direito comercial,
ficando os não-comerciantes sujeitos à doutrina civil.
No entanto, o ato de comércio em si, praticado por qualquer pessoa, comerciante ou não,
será sempre regido pela doutrina comercial.
O sistema do código de 1850, como resulta desta exposição, é subjetivo, pois assenta
na figura do comerciante, não evitando, porém, o tempero objetivo, enumeração legal dos atos
de comércio, para esclarecer o que seja mercancia, elemento radical na conceituação de
comerciante. [26]
Agora, para melhorar nosso entendimento, devemos analisar classificação dos atos de
comércio na legislação brasileira.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 7 of 37
reiterada que seja sua prática, não podem atribuir ao agente a qualidade de
comerciante. [27]
Adere também à teoria de Carvalho de Mendonça, o jurista Rubens Requião, porém com
a ressalva de que, os atos de comércio por conexão decorrem da teoria do acessório, uma vez
que o acessório segue o principal [31].
Fran Martins classifica os atos de comércio como subjetivos, ou atos de comércio por
natureza, os quais são praticados pelos comerciantes no exercício de sua profissão, e objetivos
que derivam da vontade da lei. Cita ainda os atos de comércio por conexão ou acessórios, atos
que em sua essência são civis, mas tornam-se comerciais ao facilitar ou intermediar o exercício
da profissão comercial. [32]
Adepto da mesma teoria encontramos o jurista Otávio Mendes, que a adotou após análise
minuciosa da teoria de Carvalho de Mendonça [33].
Surge, ainda, a possível existência dos atos de comércio mistos, entendidos por Bulgarelli
como o ato que seria: "se entre comerciantes, comercial; se entre um comerciante e um não-
comerciante, comercial para um e civil para outro" [34]
Tal teoria é pouco adotada pelos autores, sendo entre si defendida principalmente por
Silva Costa, nos idos de 1912, em sua obra Direito Comercial Marítimo, publicada pela Société
Générale d´Impression, em Paris [35].
Apesar de o termo empresa ter seu surgimento no Código Comercial francês de 1807, ao
referir-se ao contrato de empresa, ou fornecimento de serviços, dentro da matéria de competência
dos tribunais de Comércio, somente no Código Civil italiano de 1942, é que a empresa foi acolhida
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 8 of 37
Para se contrapor à teoria dos atos de comércio, que já não mais era suficiente para
garantir o comércio, surge no direito italiano a teoria da empresa, sendo consagrada com a
promulgação do Código Civil italiano, que unificou o direito privado, passando a disciplinar tanto a
matéria civil como a comercial, mudando o núcleo conceitual do direito comercial do "ato de
comércio" para a "empresa" [38].
Conforme ressalta o Professor Marlon Tomazette, em seu artigo "A teoria da empresa: o
novo Código Comercial" [39], apesar de o código italiano de 1942 ter adotado a teoria da empresa,
não formulou um conceito jurídico do que seja empresa, cabendo aos doutrinadores os esforços
nesse sentido.
1.3.1.A Empresa
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 9 of 37
A empresa, nas palavras de Ulhôa Coelho, supra citadas, pode ser concebida como a
atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços, equivalendo ao
perfil funcional da teoria dos perfis de Alberto Asquini.
Mais completamente José Edwaldo Tavares Borba define empresa "como sendo a
estrutura fundada na organização dos fatores de produção (natureza, capital e trabalho) para
criação ou circulação de bens e serviços". [45]
1.3.2.O Empresário
Assim, não se pode confundir o sócio da sociedade empresária com o empresário, sujeito
de direito, uma vez que o é a própria sociedade comercial.
Também não se deve confundir a empresa com a sociedade empresária, uma vez que a
primeira é a atividade, e a segunda o sujeito de direito que a exerce nos termos do artigo 966 do
Código Civil Brasileiro de 2002.
Sua definição encontra-se no artigo 1.142 do Código Civil brasileiro de 2002, que
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 10 of 37
Ressalta Ulhôa que uma sociedade empresária pode ser titular de mais de um
estabelecimento comercial, sendo aquele que ela considerar mais importante a sede e os outros
filiais [52].
Ainda nos lembra Marcondes, que o estabelecimento comercial pode ser objeto de
alienações, garantia, entre outras coisa [53].
Assim, temos claramente a distinção entre o empresário, o sujeito de direito que exerce a
atividade econômica, a empresa, atividade econômica organizada, e o estabelecimento comercial,
complexo de bens organizado para o exercício da atividade econômica.
Após explanarmos sobre a evolução do direito comercial brasileiro, partindo de seu início,
em 1808 até a promulgação do Código Comercial em 1850, e de conceituarmos a teoria dos atos
de comércio, adotada pelo Código de 1850, e a teoria da empresa, abarcada pelo direito
empresarial nos dias de hoje, faz-se necessário, face à interdisciplinaridade do presente estudo, e
à unificação do direito privado brasileiro explicar um pouco sobre a evolução do Direito Civil
nacional.
Estudaremos o Direito Civil sob o enfoque das características da sociedade refletida nos
diplomas legais.
Para tanto, iniciaremos com a análise do Código Civil revogado de 1916, suas principais
características e aspectos; em segundo momento analisaremos a Constituição Federal de 1988,
seus aspectos sociais e seus principais reflexos na doutrina civil vigente, e finalizaremos o
presente capítulo tratando das mudanças trazidas pelo atual Código Civil, seus principais
aspectos e princípios orientadores.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 11 of 37
O Código revogado possuía 1807 artigos, contendo uma Parte Geral, com preceitos,
categorias e princípios básicos, aplicáveis à Parte Especial e que produziam reflexos em todo
ordenamento jurídico, dividida em três livros, que tratavam da Teoria das Pessoas, no Livro I, da
Classificação dos Bens, no Livro II, e dos Atos e Fatos Jurídicos, no Livro III. A Parte Especial, por
sua vez, era dividida em quatro livros, que continham os seguintes títulos: Do Direito de Família,
Do Direito das Coisas, Do Direito das Obrigações e Do Direito das Sucessões.
Sobre o Código de 1916 escreveu em sua obra, Principais Inovações no Código Civil de
2002, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Carlos Roberto Gonçalves:
Elogiado pela clareza e precisão dos conceitos, bem como por sua brevidade e técnica
jurídica, o referido código refletia as concepções predominantes em fins do século XIX e no
início do século XX, hoje em grande parte ultrapassadas, baseadas que estavam no
individualismo então reinante, especialmente ao tratar do direito de propriedade e da liberdade
de contratar. [55]
O Código Civil revogado, a destarte de sua clareza e precisão jurídica, possuía um caráter
predominantemente patrimonial e individualista, prevalecendo, devido ao momento histórico de
sua elaboração, que refletiu a sociedade rural da época, o princípio "pacta sunt servanda",.
É claro que, como foi elaborado no início do século, não podia o legislador prever as
mudanças sociais e tecnológicas que viriam, como as duas grandes guerras, o fortalecimento das
empresas, a mudança no papel da mulher na sociedade, entre outros fatores. Nesse sentido
mesmo sentido já se pronunciaram em suas obras os juristas Sílvio de Salvo Venosa [56] e Silvio
Rodrigues [57].
Miguel Reale, organizador do projeto que culminou no Código Civil brasileiro, no artigo
Visão Geral do Projeto de Código Civil, publicado em seu website na internet, procurando traçar
uma visão geral do então projeto de Código Civil e sua elaboração, ao se reportar ao
aproveitamento das disposições constantes do Código de 1916 disse:
[...] é inegável que o código atual obedeceu, repito, como era natural, ao espírito de
sua época, quando o individual prevalecia sobre o social. É, por isso, próprio de uma cultura
fundamentalmente agrária, onde predominava a população rural e não a urbana. [58]
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 12 of 37
Finalmente, em 1969, foi nomeada pelo Ministro da Justiça Comissão formada pelos
Professores José Carlos Moreira Alves, responsável pela Parte Geral, Agostinho de Arruda Alvim,
pelo Direito das Obrigações, Sylvio Marcondes, Direito de Empresa, Ebert Vianna Chamoun,
Direito das Coisas, Clóvis do Couto e Silva, Direito de Família e Torquato Castro, pelo Direito das
Sucessões. A coordenação geral ficou a cargo do Professor Miguel Reale.
Após alguns anos de tramitação, a proposta foi aprovada, em 1984, pela Câmara dos
Deputados, e se transformou no Projeto de Lei 634/B. Porém, o andamento do projeto foi
paralisado, para a elaboração de uma nova Constituição Federal, promulgada em 1988.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 13 of 37
conviventes, Código de Defesa do Consumidor, Código das Águas, Código de Minas, Lei
de Locação, Estatuto da Criança e o Adolescente, Estatuto do Idoso, entre tantos outros
dispositivos legais.
Para uma visão melhor da relevância da Constituição Federativa de 1988 no Direito Civil
brasileiro, faz-se necessário um breve relato dos fatos históricos e políticos que a antecederam.
Iniciamos nosso levantamento com o Golpe Militar de 1964, que instaurou a Ditadura no
país, o qual foi precedido do AI-5, que dissolveu o Congresso Nacional, dando total poder aos
militares. Iniciou-se um período de total repressão a qualquer manifestação política, sendo
utilizadas também técnicas sangrentas para tal fim, como a tortura e a morte de pessoas
contrárias ao regime vigente.
Entretanto, as forças políticas e estudantis combatiam como podiam as cada vez mais
violentas atitudes militares, lutando pela normalização democrática e pela conquista do Estado
Democrático de Direito. Após anos de lutas, luzes surgiram em 1982, com as eleições para
governadores, e se intensificaram em 1984 com as manifestações em prol das eleições diretas,
contudo tais esperanças foram frustradas e nada aconteceu [62].
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 14 of 37
O primeiro ponto diz respeito ao Direito de Família e ao Direito das Pessoas, muitas das
mudanças sociais ocorridas no século, consignadas ou não nas leis especiais extravagantes,
foram recepcionadas pelo texto constitucional.
Como segundo ponto temos os contratos, que durante a vigência do Código Civil de 1916
eram considerados formais, rígidos, invioláveis, inclusive face ao Estado ou a sociedade, sendo
"lei entre as partes" e regidos pelo princípio "pacta sunt servanda".
Porém, com o advento da Constituição de 1988 deixam de ser admitidos os contratos que
não atendam a sua função social, devendo estar de acordo com os princípios gerais da atividade
econômica, contidos no artigo 170 e seguintes do referido diploma legal.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 15 of 37
conforme os ditames da justiça social" (art. 170 caput), podendo ser a justiça social
traduzida como a redução das desigualdades regionais e sociais, nos termos do artigo 3º e do
inciso VII do artigo 170, ambos da Constituição de 1988. [68]
Garante, a presente Constituição, em seus artigos 5º, caput e inciso XXII e 170, inciso II, o
direito à propriedade privada.
Entretanto, limita nos artigos 5º, inciso XXII e 170, inciso III, o exercício do direito de
propriedade, quer seja móvel ou imóvel, estipulando que deve a mesma atender a sua função
social.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 16 of 37
Devido ao longo tempo de tramitação, é considerado por alguns um Código que nasce já
antigo, tendo sido o Projeto Original atropelado pela Constituição Federal e pela Legislação
Especial, ocorrendo uma descodificação do Código Civil, tanto que foi apresentado pelo relator,
Ricardo Fiúza, com proposta de alteração de 160 artigos, ainda no período da vacatio legis
visando a aperfeiçoar o seu conteúdo. [69]
Porém, como já dito acima, a realidade da sociedade mudou, assim teve o novo Código
que abandonar a concepção individualista que norteava o Código antigo, e adotar o princípio
social do direito contemporâneo, já recepcionado pela constituição federal, ainda segundo Reale:
[...] A mudança do Brasil no presente século foi de tal ordem que o código não poderia
deixar de refletir essas alterações básicas, uma vez que o Código Civil não é senão a
constituição da sociedade civil. Como costumo dizer, e repito, o Código Civil é a constituição do
homem comum. [71]
Muitas são as mudanças trazidas pelo novo Código Civil, com relação ao Código de 1916,
porém falar sobre todas seria muito dispendioso e fugiria do escopo do presente trabalho, assim
vamos nos ater à conceituação dos princípios orientadores supra citados, e à criação do Livro II
da Parte Especial, o Direito da Empresa, que revogou a Parte Primeira do Código Comercial de
1850.
Dos três princípios orientadores do novo Código Civil certamente o mais marcante é o
Princípio da Socialidade. Consiste ele na prevalência dos valores coletivos sobre os individuais,
sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana [72].
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 17 of 37
Segundo Miguel Reale, o sentido social é uma das características mais marcantes do
novo Código, em contraste com o sentido individualista do código de 1916 de Clovis Bevilaqua,
reflete as grandes mudanças ocorridas no século, devido aos vários conflitos sociais e militares,
como as duas Grandes Guerras, reflete também a evolução da tecnologia, a emancipação da
mulher e a conseqüente reestruturação da família.
Procurou-se então a elaboração do Código atentando-se a esse novo princípio, que não
somente buscava adequar as normas a fim de dá-las um sentido social, mas também visava a
refletir as mudanças ocorridas na sociedade, tendo como finalidade, assim como consignado no
Preâmbulo da Constituição Federal, uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social, possuindo como valores supremos o livre exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
justiça.
Como citado acima, muitas das mudanças consignadas no novo Código foram
decorrentes da adaptação ao Princípio da Socialidade, ressaltamos no direito de família em razão
da igualdade entre o homem e a mulher, a mudança do antigo "pátrio poder", o qual era exercido
pelo pai de família, para o novo "poder familiar", exercido por ambos os cônjuges em razão da
família e dos filhos, ainda no direito de família.
Reale em seu artigo Visão Geral do Projeto de Código Civil, ainda cita, que em virtude do
princípio de socialidade, ocorre o surgimento de um novo conceito de posse, a posse-trabalho, ou
"pro labore", razão pela qual o prazo de usucapião de um imóvel é reduzido, conforme o caso, se
os possuidores nele houverem estabelecido a sua morada, ou realizado investimentos de
interesse social e econômico [74].
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 18 of 37
Decorrente de tal princípio surge uma nova figura ao direito, que é a possibilidade de
intervenção do juiz face ao "advento de situações imprevisíveis, que inesperadamente venham
alterar os dados do problema, tornando a posição de um dos contratantes excessivamente
onerosa" [78], como nos casos dos artigos 157 (da Lesão), e 478 a 480 (da Resolução Por
Onerosidade Excessiva), podendo ele balancear ou resolver o contrato em questão, valorando
todas as conseqüências da cláusula "rebus sic stantibus".
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 19 of 37
Como terceiro princípio temos o Princípio da Operabilidade, que pode ser traduzido por
uma simples frase: "O direito é feito para ser efetivado, para ser exercido, operado". Por essa
razão, na confecção do novo Código foi evitado o bizantino, o complicado, afastando-se as
perplexidades e complexidades [80].
Como exemplo claro desse posicionamento, temos a adoção pelo legislador do Código de
2002, de um critério seguro para distinguir prescrição de decadência, e pôr fim a uma longa
dúvida.
Agora, após a breve explanação sobre os Princípios Orientadores do novo Código Civil,
faz-se mister um estudo sobre a unificação do direito privado ocorrida com a criação do Livro II da
Parte Especial – Do Direito da Empresa, vindo o Código Civil de 2002, a revogar a Parte Primeira
do Código Comercial brasileiro de 1850, e sobre a aplicabilidade dos princípios da socialidade,
eticidade e operabilidade sobre o direito empresarial.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 20 of 37
No presente trabalho, não nos aprofundaremos sobre a unificação do direito privado, mas
sim sobre o histórico das tentativas de unificação no Brasil, e suas conseqüências.
Finalmente a teoria unificadora se consagrou, em 1969, ao ser adotada pelos juristas José
Carlos Moreira Alves, Agostinho de Arruda Alvim, Sylvio Marcondes, Ebert Vianna Chamoun,
Clóvis do Couto e Silva, Torquato Castro e Miguel Reale, durante a elaboração do Anteprojeto de
Código Civil, que, como previamente descrito, transformou-se no atual Código Civil Brasileiro.
Fora do Brasil, os primeiros países a unificarem o direito privado foram a Suíça com seu
Código único das Obrigações, promulgado em 1881 e reformado em 1936, e a Itália em 1942 que
resolveu dar o exemplo, abolindo o Código Comercial e consignando no Livro V de seu Código
Civil as regras concernentes ao direito empresarial. [86]
Fran Martins sustenta que no Código Civil italiano de 1942, os princípios que regem as
relações comerciais não se misturaram com os princípios do Direito Civil, a saber:
As normas do direito civil neste Código, são distintas das atinentes à matéria comercial,
havendo, assim, apenas a incorporação dos princípios do direito comercial no Código Civil,
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 21 of 37
mas não uma uniformização das regras dentro dessa lei. [...] Não houve, assim,
uniformidade de normas, mas simplesmente a compilação em uma só lei de matérias que,
apesar de terem muitos pontos em contato, continuam a reger-se por princípios autônomos. [87]
Entretanto, como corretamente colocado por Sergio André Rocha Gomes da Silva:
Sob a luz dos mandamentos de um ordenamento jurídico que preveja a separação das
atividades de mercancia das atividades de cunho civil, faz todo sentido que um mesmo
fenômeno seja observado de formas diversas. [...] No entanto, uma vez que tanto as atividades
cíveis como as comerciais encontrem-se em um mesmo plano, perde o sentido a dicotomia do
direito privado, pois que os destinatários das normas legais, cíveis e comerciais, serão os
mesmos então. [90]
É preciso, porém, corrigir, desde logo, um equívoco que consiste em dizer que
tentamos estabelecer a unidade do Direito Privado. Esse não foi o objetivo visado. O que na
realidade se fez foi consolidar e aperfeiçoar o que já estava sendo seguido no País, que era a
unidade do direito das obrigações. Como o Código Comercial de 1850 se tornara
completamente superado, não havia mais questões comerciais resolvidas à luz do Código de
Comércio, mas sim em função do Código Civil. Na prática jurisprudencial, essa unidade das
obrigações já era um fato consagrado, o que se refletiu na idéia rejeitada de um código só para
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 22 of 37
Em seguida ao Direito das Obrigações, passamos a contar com uma parte nova, que é
o Direito de Empresa. Este diz respeito a situações em que as pessoas se associam e se
organizam a fim de, em conjunto, dar eficácia e realidade ao que pactuam. O Direito de
Empresa não figura, como tal, em nenhuma codificação contemporânea, constituindo, pois,
uma inovação original. [91]
Dadas as concepções dos juristas Miguel Reale e Sergio André Rocha Gomes da Silva,
fica clara a aplicabilidade dos Princípios Orientadores do Código Civil ao Direito Empresarial, uma
vez ambas as matérias, tanto civis quanto empresariais são, regidas pelos princípios gerais do
Direito Privado, e conforme Sylvio Marcondes, já o eram nos Códigos Comercial de 1850 e Civil
de 1916.
4.Função Social
O substantivo função, do latim functio, é derivado, na referida língua, do verbo fungor, cujo
significado é de cumprir algo, ou desempenhar-se um dever ou uma tarefa. [92]
[...]1. Ação própria ou natural dum órgão, aparelho ou máquina. 2. Cargo, serviço,
ofício. 3. Prática ou exercício de cargo, serviço, ofício. 4. Utilidade, uso, serventia. 5. Posição,
papel. [...] 8. Jur. Cada uma das grandes divisões da atividade do Estado na consecução de
seus objetivos jurídicos. 9. Jur. O conjunto dos direitos, obrigações e atribuições duma pessoa
em sua atividade profissional específica.[...] [93]
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 23 of 37
Entretanto, como bem lembra Fabio Konder Comparato, não se deve entender esse
poder-dever "no sentido negativo, de respeito a certos limites estabelecidos em lei para o
exercício da atividade, mas na acepção positiva, de algo que deve ser feito" [94].
No mesmo sentido veio, em 2002, o novo Código Civil, que como exposto no item 2.3,
trouxe, expressamente o princípio da Função Social dos Contratos, e implicitamente o princípio da
Função Social da Propriedade.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 24 of 37
[96]
Celso Ribeiro Bastos, afirma que "a propriedade como direito fundamental não poderia
deixar de se compatibilizar com a sua destinação social; por conseguinte, tem necessidade de
harmonizar-se com os fins legítimos da sociedade" [97]
[...] se a propriedade privada e sua função social passaram a integrar o elenco dos
princípios de ordem econômica (art. 170, II e III, da CF), não se pode deixar de vincular essa
propriedade à finalidade perseguida por aqueles princípios, isto é, "assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social". [98]
No mesmo sentido Celso Ribeiro Bastos afirma que "não há um regime único da função
social porque também são diversos os domínios sob os quais se exerce a propriedade". [101]
Assim, parece-nos claro que sobre o poder de controle empresarial aplique-se o princípio
da função social da propriedade, nascendo assim o instituto da Função Social da Empresa.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 25 of 37
A função social da empresa (ou seja, a função social dos bens de produção) implica na
mudança de concepção do próprio direito de propriedade: o princípio da função social incide no
conteúdo do direito de propriedade, impondo-lhe novo conceito. Isso implica que as normas de
direito privado sobre a propriedade estão conformadas pela disciplina que a Constituição lhes
impõe. [104]
A função social da empresa reside não em ações humanitárias efetuadas pela empresa,
mas sim no pleno exercício da atividade empresarial, ou seja, na organização dos fatores de
produção (natureza, capital e trabalho) para criação ou circulação de bens e serviços.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 26 of 37
digna, conforme os ditames da justiça social", sem no entanto perder a noção de seus
interesses privados.
Nesse sentido, Marcos Paulo de Almeida Salles conclui que, "a empresa não pode ser
corolário de filantropia e nem de selvageria, mas apenas deve ser a contribuição privatista para o
desenvolvimento social, mediante a reunião dos fatores produtivos". [105]
Descumpre, assim, a função social da empresa aquele empresário que faz uso da prática
da concorrência desleal, que exerce sua atividade de modo gravoso ao meio ambiente, aquele
que não observa a segurança e a saúde de seus funcionários e clientes, aquele que sonega ou
deixa de recolher os impostos e direitos trabalhistas, aquele que pratica atos de ingerência, entre
outros tantos motivos.
Apesar da utilização de tal instituto não ser ainda muito comum, podemos citar como
aplicação prática a doutrina da despersonalização da pessoa jurídica, consagrada pelo novo
Código Civil, através da qual imputa-se ao sócio da sociedade empresária, a responsabilidade
pelos atos praticados em descumprimento à função social da empresa, na descrição de Ricardo
Fiúza:
[...] em outras palavras, não se pode com a cobrança - mesmo que de natureza fiscal -
impedir o processo de continuidade da empresa, cuja finalidade primordial é - sem dúvida - de
interesse público, dada a sua inegável função social. [107]
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 27 of 37
Ainda a título de exemplo, nos cabe citar os recentes casos de falência com continuação
do negócio, seja através das cooperativas de funcionários, ou seja através do arrendamento ou
alienação, pela massa falida, do estabelecimento comercial a terceiros, visando a evitar maiores
danos aos credores funcionários e à sociedade.
Conclusões
Deve o instituto da função social da empresa procurar zelar pelo pleno exercício da
atividade empresarial, descrita no capítulo acima e traduzida na geração de riquezas, manutenção
de empregos, pagamento de impostos, desenvolvimentos tecnológicos, movimentação do
mercado econômico, entre outros fatores, tendo o Estado papel decisivo e insubstituível na
aplicação normativa, elaboração de políticas públicas de fiscalização, proteção e incentivo ao
desenvolvimento, especialmente às e média e pequena empresas e às empresas em dificuldades
financeiras.
Com relação ao mundo jurídico, devem os juristas e os juízes utilizar-se dos princípios
operadores do direito para a efetivação da função social da empresa, procurando observá-la na
elaboração de novas Leis, e na solução de casos concretos, como por exemplo as falências com
continuação do negócio, nas quais afasta-se a sociedade empresária da administração e mantém-
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 28 of 37
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Jones F. e DELGADO, Mario L. Novo Código Civil confrontado com o Código
Civil de 1916. São Paulo: Editora Método, 2002. 782p.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. 27. ed. São Paulo: Saraiva,
2001.
BULGARELLI, Waldirio. Direito comercial. 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. 277p.
COELHO, Fábio U. Manual de direito comercial. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 478p.
COMPARATO, F. K. Estado, empresa e função social. Revista dos Tribunais, São Paulo:
Revista dos Tribunais, ano 85, n. 732, out. 1996. p. 33-46
FIÚZA, Ricardo. O novo Código Civil e o direito de empresa. Jus Navigandi, Teresina, a.
6, n. 54, fev. 2002. Disponível em: jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=2720>. Acesso em: 21
maio 2004.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 29 of 37
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Constitucionalização do Direito Civil. Jus Navigandi, Teresina, a.
3, n. 33, jul. 1999. Disponível em: jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=507>. Acesso em: 07
mai. 2004.
MARCONDES, Sylvio. Questões de direito mercantil. São Paulo: Saraiva, 1977. 300p.
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. Atualizado por Jorge Lobo. 28.ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2003. 396p.
REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
440p.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral. 29.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. v.1.
350p.
SILVA, José. A. Curso de direito constitucional positivo. 17.ed. São Paulo: Malheiros,
2000. 871p.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 30 of 37
VENOSA, Sílvio de S., org. Novo Código Civil: Texto comparado: código civil de 2002,
código civil de 1916. São Paulo: Atlas, 2003. 928p.
Notas
01 BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial, 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. p. 38.
02
MENDONÇA, José X. C. Tratado de Direito Comercial. Atualizado por Ricardo
Negrão. Campinas: Bookseller, 2000. v.1. p. 88.
04 Idem. Ibidem.
05
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003. p. 38.
06 Idem. Ibidem.
07
MENDONÇA, José X. C. Tratado de Direito Comercial. Atualizado por Ricardo
Negrão. Campinas: Bookseller, 2000. v.1. p. 86.
08 BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial, 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. p. 38.
09 BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial, 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. p. 36.
10 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1,
p. 16.
11 Idem. Ibidem.
12
MENDONÇA, José X. C. Tratado de Direito Comercial. Atualizado por Ricardo
Negrão. Campinas: Bookseller, 2000. v.1. p. 91.
13
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003. p. 39.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 31 of 37
14 BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial, 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. p. 39.
15 Idem. Ibidem.
16 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 17.
17 COELHO, Fábio U. Manual de direito comercial. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p.
5-6.
18
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 41.
19 COELHO, Fábio U. Manual de direito comercial. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p.
6.
20 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 13.
22
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 61.
23
SILVA, Sérgio A. R. G. Teoria da empresa - um retorno ao critério subjetivo. Revista
dos Tribunais, São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 90, n. 783, Jan. 2001. p. 22.
24 Idem. Ibidem.
25
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 65.
26 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 41.
27
MENDONÇA, José X. C. Tratado de Direito Comercial. Atualizado por Ricardo
Negrão. Campinas: Bookseller, 2000. v.1. p. 520-521.
28 BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial, 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. p. 68-71.
30 BORGES, João E., 1971. apud SILVA, Sérgio A. R. G. Teoria da empresa - um retorno
ao critério subjetivo. Revista dos Tribunais, São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 90, n. 783,
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 32 of 37
31 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 44-45.
32
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 62-63.
33
MENDONÇA, José X. C., 1938 apud REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial.
23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1. p. 45.
34 BULGARELLI, Waldirio. Direito Comercial, 13.ed. São Paulo: Atlas, 1998. p. 71.
36
MENDONÇA, José X. C. Tratado de Direito Comercial. Atualizado por Ricardo
Negrão. Campinas: Bookseller, 2000. v.1. p. 533-535.
37
BULGARELLI, Waldirio. Sociedades Comerciais: empresa e estabelecimento. 5.ed.
São Paulo: Atlas, 1993. p. 24-27
38 COELHO, Fábio U. Curso de direito comercial. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.1.
p. 16-18.
39
TOMAZETTE, Marlon. A teoria da empresa: o novo Direito "Comercial". Jus Navigandi,
Teresina, a. 6, n. 56, abr. 2002. Disponível em: jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=2899>.
Acesso em: 16 mar. 2003.
40 Idem. Ibidem.
42
BULGARELLI, Waldirio. Sociedades Comerciais: empresa e estabelecimento. 5.ed.
São Paulo: Atlas, 1993. p. 28.
43 COELHO, Fábio U. Curso de direito comercial. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.1.
p. 18.
44 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 50.
45 BORBA, José E. T., 1998 apud SILVA, Sérgio A. R. G. Teoria da empresa - um retorno
ao critério subjetivo. Revista dos Tribunais, São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 90, n. 783,
Jan. 2001. p. 26.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 33 of 37
47 COELHO, Fábio U. Curso de direito comercial. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.1.
p. 64.
50 COELHO, Fábio U. Curso de direito comercial. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.1.
p. 96.
51 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 244.
54 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral. 29.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. v.1. p.
11.
55
GONÇALVES, Carlos R. Principais inovações no código civil de 2002: breves
comentários. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 3.
56
VENOSA, Sílvio de S. [org.]. Novo Código Civil: Texto comparado: código civil de
2002, código civil de 1916. São Paulo: Atlas, 2003. p. 29-30.
57 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral. 29.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. v.1. p.
12.
58
REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
59
PAMPLONA FILHO, Rodolfo; GAGLIANO, Pablo S. Novo Curso de Direito Civil:
(abrangendo o Código de 1916 e o novo Código Civil). 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.1. p. 50.
60 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral. 29.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. v.1. p.
14-15.
61
PAMPLONA FILHO, Rodolfo; GAGLIANO, Pablo S. Novo Curso de Direito Civil:
(abrangendo o Código de 1916 e o novo Código Civil). 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.1. p. 54.
62
SILVA, José. A. Curso de direito constitucional positivo. 17.ed. São Paulo:
Malheiros, 2000. p. 90.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 34 of 37
70REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
71 Idem. Ibidem.
73REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
74REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
75REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
76REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 35 of 37
78 Idem. Ibidem.
79
ALVES, Jones F. e DELGADO, Mario L. Novo Código Civil confrontado com o
Código Civil de 1916. São Paulo: Editora Método, 2002. p. 46.
81REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
82REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
83MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 25.
85 Idem. Ibidem.
86MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 26.
87MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 28.ed. Atualizado por Jorge Lobo. Rio de
Janeiro: Forense, 2003.p. 26.
89 REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 23.ed. São Paulo: Saraiva, 1998. v.1.
p. 22-25.
90
SILVA, Sérgio A. R. G. Teoria da empresa - um retorno ao critério subjetivo. Revista
dos Tribunais, São Paulo: Revista dos Tribunais, ano 90, n. 783, Jan. 2001. p. 31.
91REALE, Miguel. Visão geral do projeto de Código Civil. Miguel Reale, São Paulo, nov.
2001. Disponível em:. Acesso em: 05 maio 2004.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 36 of 37
95 HARADA, Kiyoshi. Dicionário de direito público. São Paulo: Atlas, 1999. p. 109.
98 HARADA, Kiyoshi. Dicionário de direito público. São Paulo: Atlas, 1999. p. 110.
100
COMPARATO, F. K. Estado, empresa e função social. Revista dos Tribunais, São
Paulo: Revista dos Tribunais, ano 85, n. 732, out. 1996. p. 43-44.
101 BASTOS, Celso R. Dicionário de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 1994.
p. 75.
105
SALLES, Marcos P. A., apud PALERMO, Carlos E. C. A função social da empresa e o
novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 62, fev. 2003. Disponível em:
jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=3763>. Acesso em: 21 maio 2004.
106 FIÚZA, Ricardo. O novo Código Civil e o direito de empresa. Jus Navigandi, Teresina,
a. 6, n. 54, fev. 2002. Disponível em: jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=2720>. Acesso em:
21 maio 2004.
107
KARAM, Silvana M. Limites da penhora na execução fiscal. CENOFISCO, São Paulo,
maio 2004. Disponível em: . Acesso em: 21 maio 2004.
108
CALMON, Eliana. Apud. KARAM, Silvana M. Limites da penhora na execução fiscal.
CENOFISCO, São Paulo, maio 2004. Disponível em: . Acesso em: 21 maio 2004.
109 BASTOS, Celso R. Dicionário de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 1994.
p. 75.
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011
Função social da empresa - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Peças Page 37 of 37
Autor
Felipe Alberto Verza Ferreira
Bacharel em Ciências Jurídicas pela Universidade Metodista de Piracicaba e advogado militante
na Comarca de Sumaré/SP
http://jus.com.br/revista/texto/6967/funcao-social-da-empresa/print 2/11/2011