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ATIVIDADE ESTRUTURADA AULA 14

Guilherme, 40 anos e Lorena, 35 anos, vivem em união estável desde outubro de 2000. Da
união nasceram dois filhos Gustavo, 8 anos e Luciana, 6 anos. A união não foi constituída
por meio de escritura pública e, tão-pouco, escrito particular. Antes do estabelecimento da
convivência Lorena possuía uma casa na Cidade de Florianópolis, imóvel que vendeu em
2005 e com o produto da venda adquiriu casa em Curitiba, na qual residia com a família.
Guilherme, após o estabelecimento da convivência, em dezembro de 2001, adquiriu um
carro com economias que vez decorrentes de salários recebidos durante aquele ano. Em
janeiro de 2011, Lorena falece em virtude de grave acidente. Guilherme lhe procura para
que providencie a partilha dos bens da companheira, mas lhe faz uma série de perguntas.
Elabore um parecer explicativo a Guilherme, respondendo às suas perguntas:
1- O que é união estável e qual sua diferença com o casamento?
2- Uma vez que a união nunca foi constituída em documento público ou particular, pode se
afirmar que há regime de bens aplicável ao casal? Explique sua resposta e aponte seus
efeitos.
3- Com a morte de Lorena, Guilherme terá algum direito sucessório sobre os bens por ela
deixados? Explique sua resposta.
4- O sistema de sucessão estabelecido pelo Código Civil de 2002 para a união estável é
adequado? Explique sua resposta apontando vantagens e desvantagens. Lembre-se, você está
elaborando um parecer, peça técnica, portanto, preocupe-se com a forma e com a
objetividade das explicações a serem dadas.

O artigo 1723 traz o conceito de união estável, é convivência entre duas pessoas com a
finalidade de construí uma família, para caracterização de união estável não é
necessário que os companheiros morem juntos, os mesmo podem residir em lugares
distintos.
Para que seja caracterizada a união estável devem preencher os requisitos do artigo
1.723 que são eles: Duas pessoas, configurada na convivência pública, que seja
continua e duradora e com a finalidade construí família. O namoro por não ter a
finalidade de construir uma família não pode ser caracterizado como união estável,
além de preencher esse requisito para a caracterização os companheiros assim como no
casamento devem obedecer aos deveres de lealdades, respeito e assistência, e de guarda
e educação dos filhos.

A união estável pode ser reconhecida por escritura publica onde as partes podem
estabelecer o regime a ser adotado na união, caso inexista escritura publica o regime a
ser adotado entre os companheiros é o de comunhão parcial de bens conforme
estabelece o artigo 1.725 do código civil, quando adotado o regime da comunhão
parcial de bens, existe duas modalidade de bens, os bens particulares e os bens comuns,
os particulares são aqueles havidos antes da união ou casamento e os comuns são
aquele havido na constância da união, estes os companheiros ou conjugues são terão
metade de todos os bens que são adquiridos na constância do casamento. Para
efeitos de sucessão nos bens particulares o companheiro será herdeiros juntos com os
herdeiros necessários ressalvando a ¼ parte quando os filhos forem dos mesmos
companheiros quando os filhos forem de outro relacionamento do De cujus essa
reserva de ¼ não existirá e o companheiros sobrevivente concorrerá em cotas iguais
com os filhos.
Um ponto bastante controvertido é sobre a constitucionalidade do artigo 1.790 onde o
companheiro participa da sucessão do falecido só nos bens adquiridos onerosamente na
constância da união e ainda sim tendo que concorre com outros herdeiros, mesmo
tenho direito a metade dos bens ainda assim terá que concorre com os demais
herdeiros. O legislador ao introduzir tal hipótese não observou os devidos parâmetros
de isonomia isto porque não quis dar a união estável o mesmo tratamento que o
casamento quando aplicado o regime de comunhão universal de bens. Já no que se
refere aos bens particulares o companheiro sobrevivente não terá direito a nada sobre
tais bens. Tal hipótese não se enquadra a sociedade do século XXI isto porque seria
desigual deixar a lei de proteger um companheiro que viveu por vários anos ao lado do
d De cujus e não ter direito aos bens particulares dos mesmo, sendo esses destinados as
pessoa que se quer o aceita como ser humano

A família possui relação direta com o modelo de sociedade, sendo necessário


afirmar que a mudança da segunda implica diretamente na primeira. Com o passar
dos anos novas modalidades de família foram introduzidas nas sociedades,
independente de os membros dela estarem ligados por vínculos sanguíneos,
jurídicos ou afetivos.

O casamento, que nos primórdios das civilizações constituía uma forma de união
física e espiritual, passou a ser apenas uma das muitas formas de se constituir
uma família. No Brasil, o casamento civil não é necessariamente vinculado ao
religioso. Nada impede, porém, que o religioso possa ter registrado em cartório
para ter efeitos civis, caso siga as disposições previstas no Código Civil.

Perante o Estado, o casamento civil tem como objetivo a constituição de família


com obrigações e direitos iguais para os cônjuges. O casamento civil determinará,
inclusive, a forma de sucessão em caso da morte de um deles, bem como o
divórcio caso o casamento chegue ao fim. As exigências para esse tipo de
casamento estão previstas no Código Civil, que regulamenta tanto a sua
constituição quanto a sua extinção.

Por outro lado, a união estável também tem como finalidade a intenção, de duas
pessoas, de formar família. Consiste em uma convivência pública, contínua e
duradoura de pessoas que não são legalmente casadas. A união estável pode ser
convertida em casamento, segundo autorização expressa pelo Código Civil, se os
companheiros assim desejarem.

Mesmo as duas instituições tendo como objetivo principal constituir família, há


diferenças entre elas. Para o casamento civil os nubentes devem escolher um dos
regimes de bens, sendo aplicado o da comunhão parcial de bens se não
especificarem nenhum. No caso da união estável, admite-se um contrato escrito
para regular as relações patrimoniais, aplicando-se também o da comunhão parcial
na falta de contrato.

Por outro lado, enquanto que no casamento civil um pode adotar o sobrenome do
outro, na união estável isso só é possível após decorrer o lapso temporal de 5
anos. Na dissolução da união estável os companheiros só terão direito aos bens
adquiridos na sua constância, diferente do casamento civil, que dependerá do
regime de bens escolhido. Ademais, na união estável o status civil da pessoa
continua sendo o de “solteira”, ao contrário do que ocorre com o casamento civil.

É fato que a nossa legislação já avançou bastante para tentar abranger e dar o
máximo de garantias possíveis às novas formas de famílias. Todavia, ainda são
consideráveis as diferenças entre união estável e o casamento, que precisam ser
reduzidas para que direitos não sejam violados.

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