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A SEQUÊNCIA E A ESPIRAL DE FIBONACCI,

A RAZÃO E A ESPIRAL ÁUREAS


E SUAS OCORRÊNCIAS NA NATUREZA
(ROTEIRO)

Uma aula do Projeto Embaixadores da Matemática


do Instituto de Matemática e Estatística da USP

Valdemar W. Setzer
Dept. de Ciência da Computação do IME
www.ime.usp.br/~vwsetzer
V.W.Setzer – roteiro da aula sobre Fibonacci e espirais 22/10/17 1
ONE-MINUTE PAPER:

NO FIM DA AULA, ESCREVER NUM PEDAÇO DE


PAPEL:

1. O QUE APRENDI DE MAIS IMPORTANTE?


2. QUAL A MAIOR DÚVIDA QUE FICOU?
3. COMENTÁRIOS

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1. Chamar alguns alunos para desenharem
uma espiral no quadro negro. Em geral vão
desenhar uma de Arquimedes (passo
constante)

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2. Desenhar no quadro negro a Espiral de
Fibonacci com sequência de quadrados, e
pedir para os alunos desenharem-na na
folha de papel almaço quadriculada, tudo a
mão livre. Chamar a atenção para o fato de
o ser humano ser capaz de verificar se o
desenho está razoável, bonito e portanto
próximo do correto geométrico (quadrados
– dizer para conterem os lados apenas
depois de desenharem, para verificar –,
arcos de círculo).

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Espiral de Fibonacci

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3. Colocar o tamanho dos lados dos
quadrados
4. Colocar os tamanhos numa sequência:
1 1 2 3 5 8 13 ... 610, bem em cima no
quadro negro, deixando espaço acima
para o seguinte.

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5. Numerar os elementos
1 2 3 4 5 6 7 ...
(Deixar espaço para as razões)
1 1 2 3 5 8 13 ...
6. Colocar n e Fn :
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16...
Fn1 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89 144 233 377 610 987...
Perguntar se todos entendem essa notação.
Pedir para indicarem o valor de f7, f13 etc.
7. Mostrar como se expressa a sequência:
F1 = 1
F2 = 1
Fn = fn-1 + fn-2
Mostrar por exemplo f16 = f15 + f14
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Essa é uma fórmula de recorrência e permite
calcular subsequentemente todos os
elementos da sequência. Essa sequência
tem um nome famoso.
8. Essa é a Sequência de Fibonacci. Contar a
história do Fibonacci, Leonardo Pisano
Bigollo, (1170-?1250), filho de Guiglielmo
Bonacci, “Filius Bonacci”, daí seu
conhecido nome. Outro nome: Leonardo
Pisano (de Pisa).

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Fibonacci, de autor desconhecido
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Arte medieval (ca. 1150)
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Guiglielmo era um rico mercador italiano; dirigia
um posto comercial em Bugia, um porto no Norte
da África. Fibonacci viajou muito, encontrando
mercadores e aprendendo seus sistemas de fazer
contas. Logo percebeu as vantagens do sistema
de numeração hindu-arábico. Escreveu então seu
livro Liber Abaci (“O Livro dos Cálculos”) de 1202,
quando introduziu os números hindo-arábicos e a
notação decimal na Europa, cuja principal
propriedade é ser posicional, isto é,

243 = 2x100 + 4x10 + 3x1

Motrar como isso simplifica, por exemplo, uma


soma. Basta somar cada algarismo na posição
correspondente e eventualmente “ir 1”.
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Mostrar a compliqueira que seria somar ou
subtrair dois números em algarismos
romanos, p. ex. (perguntar se alguém tem 19
anos)

2017 MMXV
- 19 - XIX
1998 MCMXCIX

Nesse livro, mostrou também os números


decimais e como se poderia usar esse sistema em
contabilidade, conversão de pesos e medidas,
cálculo de juros, câmbio de moedas e outras
aplicações. No livro, introduz sua sequência na
margem direita:
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Trecho do original do Liber Abaci
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Essa sequência já era conhecida por matemáticos
hindus desde o séc. VI. Fibonacci escreveu a
sequência até o 13º elemento, 233.

No livro, na página vista, ele descreveu e resolveu o


problema da multiplicação dos coelhos, com as
seguintes regras fictícias:
1. No início, nasce um casal de coelhos.
2. Os coelhos nascidos levam 1 mês para atingir a
maturação sexual e se acasalarem.
3. O tempo de gestação é de 1 mês.
4. Cada casal maduro produz um casal de novos
coelhos a cada mês.

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Nasce o 1º casal

Maduros, acasalam

1os acasalam, nasce 2º

Recém nascidos: cinza; férteis: rosa


Os coelhos cinzas tornam-se rosas na linha seguinte; se há m
coelhos rosas em uma linha, a seguinte é aumentada por m
coelhos cinzas; se há um total de n coelhos numa linha, na linha
seguinte haverá n coelhos rosas. Sequência de Fibonacci!
Quantos casais de coelhos haverá depois de um ano?
f12 !
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No lado direito da página do livro ele colocou
a sua sequência, como solução para o
problema dos coelhos (voltar para o slide)

Fibonacci tornou-se um visitante do


imperador Frederico II, que gostava de
matemática e ciência. Em 1240 a República de
Pisa deu a ele um salário, referindo-se a ele
como Leonardo Bigollo. Mostrar a estátua
dele no Campo Santo, em Pisa (feita em 1863,
nada a ver com ele...). O asteroide 6.765
recebeu o nome de Fibonacci.
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Estátua no Camposanto, em Pisa (1863)
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Camposanto, Pisa

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Piazza del Duomo ou Campo dei Miracoli

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9. A sequência de Fibonacci aparece em muitas
áreas da matemática, como no triângulo de
Pascal:

1, a+b, (a+b)2=a2+2ab+b2, (a+b)3=a3+3a2b+3ab2+b3

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10. Outra propriedade
Sejam 4 elementos consecutivos de uma sequência
de Fibonacci:
2x
Fn , Fn+1 , Fn+2 , Fn+3
x
Então
(Fn x Fn+3)2 + (2 x Fn+1 x Fn+2)2 = n2
onde n é um inteiro (natural)
Ex: 3, 5, 8, 13
(3 x 13)2 + (2 x 5 x 8)2 = 392 + 802 = 1521 + 6400 =
= 7921 = 892
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Prova:
a, b, a+b, a+2b

[a(a+2b)]2 + [2b(a+b)]2 = (a2 + 2ab + 2b2)2

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11. Mais uma propriedade (invariante)

Fn , Fn+1 , Fn+2 , Fn+3


Fn x Fn+3 – Fn+1 x Fn+2 = (–1)n+1

Ex: 8, 13, 21, 34


8 x 34 – 13 x 21 = 272 – 273 = – 1
34, 55, 89, 144
34 x 144 – 55 x 89 = 4896 – 4895 = 1
233, 377, 610, 987
233 x 987 – 377 x 610 = 229971 – 229970 = 1
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12. Outra propriedade
F2n = (Fn+1)2 – (Fn-1)2
n=5: F10 = 55, F6 = 8, F4 = 3
55 = 82 – 32 = 64 – 9
F16 = 987, F9 = 34, F7 = 13
987 = 342 – 132 = 1156 – 169
Agora vamos ver a aplicação mais
interessante da sequência de Fibonacci.

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12. Outra propriedade
Agora vamos ver a aplicação mais
interessante da sequência de Fibonacci.

O que acontece se dividirmos cada elemento


da sequência de Fibonacci pelo elemento
anterior?

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13. Pedir para os alunos calcularem as razões de cada 2
consecutivos:
2 1,666 1,625 1,619 1,61818 1,618035 1,618025
1 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89 144 233 377 610 987
1 1,5 1,6 1,615 1,6176 1,61797 1,61805 1,618032

14. Desenhar as duas curvas, a de baixo e a de cima em um


gráfico cartesiano, com uma reta no meio, mostrando que
elas convergem. Perguntar:
(1) Será que as curvas convergem para um só valor, e daí
para diante esse valor se repete? Nesse caso, há uma
segunda questão:
(2) qual é esse valor, que chamaremos de φ? Nesse caso,
isso se chamaria de “convergência para φ”. Escrever no
quadro negro Convergência. Já sabemos que φ ≈ 1,6180...

Marcar φ na reta do gráfico para onde as curvas


convergem.
Mostrar que as 2 curvas podem ser representadas numa
só.

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1,6180...

Convergência das curvas (exponenciais!)

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Desenhando os valores numa só curva, há uma
oscilação em torno do valor de convergência.
Esta é uma curva de Oscilação Amortecida (falar do
amortecedor do carro e se houvesse só mola):

1,6180...

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15. Pedir 2 números quaisquer, não muito grandes.
Podem ser negativos, com um diferente de zero.
Colocar os números dados como F1 e F2 .
Construir a sequência usando a regra de
Fibonacci (cada elemento é a soma dos dois
anteriores). Não é preciso colocar o número de
ordem n.
16. Pedir para calcularem as razões de cada dois
consecutivos, e ir colocando em cima e abaixo
da sequência. Cuidado para a razão de cima
decrescer e a de baixo crescer. Trocar os
primeiros (acima e abaixo) se necessário.
17. Mostrar que as curvas convergem
aparentemente para o mesmo número φ
(escrever FI no quadro negro).

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18. Portanto, essa convergência
aparentemente depende exclusivamente
da regra
Fn = Fn-1 + Fn-2 (“Regra de Fibonacci”)
e não dos números iniciais F1 e F2 , desde
que um deles seja diferente de 0.
O que acontece se os dois forem 0?

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19. Vamos supor que, para n bem grande, haja
convergência para um mesmo número. Vamos
usar apenas a RTegra de Fibonacci e supor que
os números sejam
a, b, a+b
Nesse caso,

b a+b b a b
––– = –––– = φ ou φ = ––– = ––– + –––
a b a b b
b 1 1
ou φ = ––– = ––– + 1 ou φ = 1 + –––
a b φ
––
a
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20. Usando limites (pular nas aulas).
Vamos supor que, para n bem grande, haja
convergência:

Fn Fn-1
–––– ≈ –––––
Fn-1 Fn-2

Isso se escreve, usando a abreviatura de


“limite” (escrever no quadro negro):

Fn Fn-1
lim ––– = lim ––– = φ
n→∞ Fn-1 n→∞ Fn-2
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21. Exemplo de limite:

1+n 1+∞ ∞
lim –––– = ––––– = ––– = 1
n→∞ n ∞ ∞

Mostrar como gráfico, convergindo para o


1, mas nunca chegando nele, isto é, o
limite de uma função pode não ser um dos
valores dela.

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Mas pela regra de Fibonacci,
Fn Fn-1 + Fn-2 Fn-2 1
––– = –––––––––– = 1 + –––– = 1+ –––––––
Fn-1 Fn-1 Fn-1 Fn-1
––––
Fn-2
Então
Fn 1 1 1
Φ = lim ––– = lim (1 + –––– ) = 1+ –––––––– = 1 + –––
n→∞ Fn-1 n→∞ Fn-1 Fn-1 φ
–––– lim ––––
Fn-2 n→∞ Fn-2

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22. Resta provar a convergência (as diferenças das
razões vão diminuindo)
Seja uma sequência
Fn , Fn+1 , Fn+2 , Fn+3
de números quaisquer, seguindo a regra de
Fibonacci, Fn+2 = Fn + Fn+1

Fn+1 Fn Fn + Fn-1 Fn-1 + Fn-2


–––– – –––– = –––––––– – –––––––––– =
Fn Fn-1 Fn Fn-1

Fn-1 Fn-2 Fn-1 Fn-2


= 1 + –––– – 1 – ––––– = ––––– – ––––– (#)
Fn Fn-1 Fn Fn-1
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Fazendo
Fn+1 Fn
φn = –––– e portanto φn-1 = –––– , de (#):
Fn Fn-1
1 1 φn-2 – φn-1
| φn – φn-1 | = | –––– – –––– | = | ––––––––– |
φn-1 φn-2 φn-1 φn-2
Supondo φn-1 , φn-2 > 1 (a sequência sempre cresce
em valor absoluto) então

| φn – φn-1 | < | φn-2 – φn-1 |


Isto é, a diferença entre razões consecutivas diminui
e portanto há convergência.
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23. De
1
φ = 1 + –––
φ
Tem-se

φ2 = φ + 1 ou φ2 – φ – 1 = 0
_____ __
1 ±√ 1 + 4 1 ±√ 5
φ = –––––––––– = –––––––
2 2

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24. Queremos a raiz positiva, pois se fn-1 e fn forem
negativos (para n grande sempre ou ambos são
positivos, ou ambos são negativos), a razão
também será positiva.
__
1 +√ 5
φ = ––––––
2

√ 5 = 2,2360667977896964091736687313...

é um número irracional (não pode ser expresso


como a fração de dois inteiros, m/n), nunca
acaba ou se repete. Portanto
φ = 1,618033988948482045868343606...
é irracional e jamais será atingido na
convergência das duas curvas.
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25. O φ não vem de Fibonacci. Parece ter
sido usado pela primeira vez por Mark
Barr, matemático americano, que usou o φ
em 1909 em homenagem ao escultor
grego Fídias (490-430 a.C.), o mais famoso
da antiga Grécia, que supervisionou a
construção do Partenon em Atenas e foi o
autor de estátuas famosas. Mais tarde
vamos ver por que Barr usou o φ como
homenagem ao Fídias.

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Partenon (432 a.C.)

Atena Partenos (447 a.C),


Restaurada no séc. II
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26. Quem provou que
Fn
–––––
Fn-1

quando o n vai crescendo aproxima-se de φ


foi o matemático escocês Robert Simon em
1753.

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27. Relações interessantes
De
1
φ = 1 + –––
φ
Tem-se

φ2 = φ + 1 = 2,6180...
e
1
––– = φ – 1 = 0,6180...
φ
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28. Notar que
1 1 1
φ = 1 + ––– = 1 + –––––––––– = ... = 1 + ––––––––––––––
φ 1 1
1 + ––––– 1 + ––––––––––
φ 1
1 + ––––––
1 + ...

Essa fração é chamada de Fração


Contínua. Supondo, por absurdo, que φ
seja um número racional m/n, com m e n
inteiros, obtém-se sucessivamente

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m
φ = ––––
n
1 n m+n
φ = 1 + –––– = 1 + –––– = ––––––
φ m m
n m + 2n
φ = 1 + ––––––– = –––––––
m+n m+n
2m + 3n
φ = ––––––––
m + 2n
3m + 5n
φ = –––––––––
2m + 3n
(Notar as sequências de Fibonacci.)
Isso nunca acaba, portanto φ é irracional. Portanto √ 5
é irracional!
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29. Como fórmula de recorrência:
1
φn+1 = 1 + ––––
φn

Se começarmos com φ1 = 1, temos a


sequência, calculando com 16 algarismos
significativos,
2; 1,5; 1,666...; 1,5999...; 1,625; 1,615;
1,619; 1,6176; 1,61818; 1,61797 ...
Isso mostra uma outra forma de calcular o φ

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30. Ainda outra forma de calcular. De

φ2 = φ + 1
_____________
tem-se _________ / _________
_____ / _____ / / _____
φ = √ 1 + φ = √ 1+√ 1 + φ = √ 1+ √ 1+√ 1+ ...

Usando como fórmula de recorrência


_____
φn+1 = √1 + φn

começando com φ1 = 1 tem-se a sequência


1; 1,4142; 1,5537; 1,5980; 1,6118; 1,6161;
1,6174; 1,6178; 1,6179; 1,6180; 1,61802;
1,618032; 1,618033; ...
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31. A sequência de Fibonacci para φ

1, φ, 1+φ, 1+2φ, 2+3φ, 3+5φ, 5+8φ, 8+13φ,


13+21φ, 21+34φ, ...
Cada parcela é uma sequência de Fibonacci,
uma defasada em relação à outra. Isso vale
para qualquer sequência em que cada termo é

a soma dos dois anteriores:
a, b, a+b, a+2b, 2a+3b, 3a+5b, 5a+8b, 8a+13b,
13a+21b, 21a+34b, ...
Isto é, a sequência de Fibonacci acaba
imperando independentemente dos números
iniciais!
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32. φ é chamado de Razão Áurea. Um segmento de
reta
<–––– a+b–––>
|-------|-------------|
a b
é dividido na “razão áurea” sse
b a+b
––– = –––––
a b
o que dá o φ
Notar que se a, b, a+b são 3 elementos de uma
sequência de Fibonacci, estarão apenas
aproximadamente na razão áurea. Mas Fibonacci
não introduziu a razão áurea.

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33. Quem primeiro mencionou a razão áurea foi
Euclides (325-265 a.C.), em seu Elementos (ca.
300 a.C.): “Uma linha reta é dita ter sido
seccionada na razão extrema e média quando a
linha toda está para o segmento maior assim
como o maior para o menor.”
34. Ela é chamada de Razão Áurea pois ocorre
aproximadamente no corpo humano em várias
proporções de partes deste.
Os pintores usaram essas proporções.
35. Um ser humano é considerado proporcional,
bonito, se preserva as proporções da razão
áurea.
Mostrar a foto do rosto da garota com as
proporções áureas. Mostrar o filme com as
proporções.
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Retângulos áureos no rosto

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Razões áureas no rosto

https://www.youtube.com/watch?v=kKWV-uU_SoI

(Acionar vídeo)

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36. Aparelhos que geram a proporção áurea.
Mostrar a foto de um deles verificando as
proporções do rosto de uma mulher, e foto
do aparelho de dentista (aplicação
prática!).

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Aparelho usado por pintores

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b • α α •

b' α •

Dois triângulos com dois lados proporcionais (a/a‘)


e um ângulo igual (α) são semelhantes (lados
proporcionais. Portanto a/a' = φ  b/b'= φ
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Aparelho de dentista para deduzir o tamanho de coroas na arcada toda
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Aparelho de dentista
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37. Vamos verificar se um de vocês é bonito.
Para isso vamos usar aparelhos que eu
construí.
Mostrar meus aparelhos (triângulos) de
verificar a razão áurea. Explicar por que
funcionam. Se os triângulos tiverem lados
a, b, c e a', b', c' construí-os de tal modo
que
a/a' = b/b' = 1,6; como os dois triângulos
têm um mesmo ângulo (oposto pelo
vértice do parafuso), então c/c' = 1,6
Medir com os aparelhos algumas
proporções no corpo, por exemplo base
do queixo até o nariz e até o lábio
superior; tamanho da perna toda e do pé
até o joelho; braço e antebraço.
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Meu aparelho para verificar a razão áurea

ɑ ( ● ) ɑ'

a/a' = b/b' = φ e ɑ = ɑ'  c/c' = φ

(por semelhança de triângulos)

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38. O primeiro a usar a expressão “secção
áurea” (goldener Schnitt) parece ter sido
Martin Ohm em 1835, e aparece na
Enciclopaedia Britannica na 9ª edição de
1875.

39. Há objeções às proporções áureas no


corpo humano, mas o fato é que não dá 1,2 ou
1,9, e sim sempre próximo de 1,6.

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Partindo-se de um segmento dividido na
razão áurea
a+b
b a+b
=
a b
a b
Adicionando-se o segmento todo, temos mais
uma razão áurea:
a+b a+b

a b a+2b

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Prova: se

b a+b
= = φ
a b

então

a+2b a+b b a a+b


= + = 1+ = = φ
a+b a+b a+b b b

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40. Retângulo áureo, com lados proporcionais
a 1 e Φ, a 8 e 5, ou a 13 e 8. Proporções
bonitas pois lembram as do corpo
humano?

1; 5; 8

Φ (1,618...); 8; 13

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5,35 cm

8,6 cm 8,6/5,35 = 1, 607


Cartão magnético
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41. Lembrar a sequência áurea
1 φ 1+φ 1+2φ 2+3φ 3+5φ ...
Notar a construção de retângulos áureos a partir de
um retângulo áureo adicionando-se quadrados:

2+3φ 1+φ
φ
φ 1+φ
1

2+3φ

1+2φ

1+2φ
3+5φ

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42. Por que os retângulos, adicionando-se
quadrados, são sempre áureos?
Os lados são
φ φ

1 φ 1+φ 1+2φ 2+3φ 3+5φ


φ φ φ

1+φ 1
= +1 =φ
φ φ
1+2φ 1+φ φ 1
= + =1+ = φ etc.
1+φ 1+φ 1+φ φ
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Ou, lembrando que

φ2 = 1+φ

Temos

(1+φ)φ = φ+φ2 = φ+1+φ = 1+2φ


(1+2φ)φ = φ+2φ2 = φ+2(1+φ) = 2+3φ
(2+3φ)φ = 2φ+3φ2 = 2φ+3(1+φ) = 3+5φ
(3+5φ)φ = 3φ+5φ2 = 3φ+5(1+φ) = 5+8φ

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Partenon, Atenas, com retângulos áureos, daí o φ de Fídias
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43. Pode-se começar a espiral com um retân-
gulo áureo; adicionando-se quadrados
sempre se conserva a razão áurea entre os
lados dos retângulos obtidos.

Mostrar a espiral como fizemos com a


primeira, de Fibonacci. A diferença para a
espiral áurea será o uso de arcos de
círculos em lugar de arcos de uma espiral
áurea, mas a diferença é pequena nos
primeiros quadrados.

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35. Verde: espiral com arcos de círlculos; vermelha: espiral áurea; amarelo: coincidentes.

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44. Se se quiser fazer uma caixa com
proporções bonitas, usar as proporções
áureas: um lado proporcional a 13, outro a
8 e o terceiro a 5; ou um lado com o
retângulo áureo, com lados proporcionais
a 13 e 8, e a outra face um quadrado.
45. Algumas figuras geométricas já contêm a
razão áurea. A proporção entre uma
diagonal de um pentágono regular e um
lado é φ. No pentagrama, o φ também
aparece em várias proporções.

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vermelho vermelho verde azul
––––––––– = ––––––––– = ––––––– = –––––––– = φ
amarelo verde azul magenta

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46. Como desenhar um segmento de reta
dividido na proporção áurea:

____ __
a2 = 12 + ½2 = 1 + ¼= 5/4 a = √ 5/4 a = ½√ 5
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47. Pedir aos alunos para desenharem uma
espiral logarítmica (mostrar que deveria
ser chamada de espiral exponencial), com
passo de razão 2 (1, 2, 4, 8, 16, 32) de 180º
em 180º.
Notar que a espiral de Fibonacci é
desenhada colocando-se cada elemento
da sequência a cada 90º.
Chamar a atenção para que, quanto mais
bonito o desenho, mais próximo se estará
da espiral perfeita.
Mostrar que a razão é a mesma para
qualquer raio do foco, em qualquer ângulo.
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48. As espirais logarítmicas têm propriedades
extraordinárias. Por exemplo, a tangente em
qualquer ponto faz sempre o mesmo ângulo
com o raio desse ponto até o foco da espiral.
Isso também ocorre nas circunferências, mas
com o ângulo de 90º; a circunferência é uma
espiral particular. Qual é a razão do passo
nesse caso? É 1.
Se fizermos uma espiral logarítmica mover-se
nos pontos correspondentes a uma outra
espiral igual (isto é, sem escorregar) o foco
traça novamente a mesma espiral.
Mas o mais interessante é que elas
conservam sempre as mesmas proporções,
por exemplo num setor da espiral.
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Crescimento proporcional (em P.G.) – fator 1,2

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49. Quem estudou as espirais logarítmicas foi Jakob
Bernoulli (1665-1705). Foi um grande
matemático, catedrático na universidade de
Basel. Com seu irmão Johann introduziu o
Cálculo das Variações.
Introduziu a Lei dos Grandes Números, que
levou ao cálculo de probabilidades. Descobriu o
número e (número de Euler, e ≈ 2.71828)
estudando os juros compostos.
Brigou com o irmão em uma disputa de quem
seria o melhor matemático. Johann ficou muito
bravo pelo fato de Jakob ter ganho a cátedra de
matemática da Universidade de Basel, e ele teve
que ir para a de Groningen, Holanda.
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Bernoulli chamou a espiral logarítmica de
Spira Mirabilis. Ele escreveu o seguinte:
“[A espiral logarítmica] pode ser usada como
um símbolo para o corpo humano, na força de
espírito e constância na adversidade, o qual
depois de todas suas mudanças, mesmo
depois da morte, é restaurado para seu ‘si
próprio’ (self), exato e perfeito.”
Ele quis que se colocasse em seu túmulo
uma espiral logarítmica e se escrevesse a
frase “Eadem mutata resurgo” (“Apesar de
mudada, ressurjo”). Isso foi feito, mas foi em
volta de uma espiral de Arquimedes (passo
constante).
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“EADEM MUTATA RESSURGO”
“Apesar de mudada, ressurjo”

Lápide do túmulo de Jacob Bernoulli (†1705), na catedral de Basel, Suíça


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50. Uma espiral logarítmica com passo de
razão φ é uma Espiral Áurea. As distâncias
do foco serão, calculando os resultados
com 10 algarismos e arredondando para 2
algarismos:

1, 1,6, 2,6, 4,2, 6,9, 11, 18, 29, 47, 76

Notar que acaba dando a regra de cada um


ser a soma dos dois anteriores, como não
poderia deixar de ser!
Se for para trás, dá 1, 0,6, 0,4, 0,2

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51. Um triângulo áureo:

A partir dele pode-se construir uma sequência


de triângulos áureos
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52. Uma sequência de triângulos áureos:

3+5φ
1+φ

1
φ

A partir dessa sequência pode-se construir uma espiral áurea,


ligando-se um vértice de cada base
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53. Ocorrência de espirais logarítmicas e
números de Fibonacci na natureza:
Caramujos, Girassol, Margarida, outras
plantas, furacão, galáxia.

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Caramujos do Rio Tapajós
(Notar as mesmas proporções)

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Caramujo de Montségur, na região dos Cátaros, sudeste da França
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Caramujo de Montségur, na região dos Cátaros, sudeste da França
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Nautilus pompilius
Notar a mesma forma das
câmaras (dimensões proporcionais)

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Margarida
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← 34 21 → (Margarida)

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← 55 34 → (Girassol)
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←8 13 →
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Brócoli Romanesco
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Brócoli Romanesco
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← 34 55 → Pinha de Araucária
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Furacão
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Galáxia
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54. Exercício. Prestar atenção nas plantas e
descobrir as espirais e números de
Fibonacci na natureza. Dessa maneira
desenvolve-se uma admiração, um
respeito, uma veneração pela natureza, a
única maneira de preservá-la e cultivá-la.

55. Qual a maior maravilha física na natureza?


O corpo humano!

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56. ATENÇÃO: Nem tudo na natureza segue
 a sequência de Fibonacci;
 a espiral de Fibonacci;
 a razão áurea;
 uma espiral logarítmica.

57. Mas podemos reconhecer em muitos


casos regularidades, tanto matemáticas
quando não matemáticas. Exs:

Costela de Adão Adelpha capucinus velia

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Se gostarem de matemática,
venham estudar no IME!

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PARA OS PROFESSORES
Por que essa aula foi tão interessante, quem sabe
entusiasmando os alunos? Ingredientes básicos para uma
aula interessante:
1. Ter algo estético (desenhar as espirais), que mexa com os
sentimentos. Para isso, na matemática é necessário usar a
geometria. A álgebra não tem estética, é morta.
Exemplo de como ensinar a equação de 2º grau: 1.
Começar com os alunos desenhando uma parábola como
lugar geométrico dos pontos equidistantes de um ponto e
de uma reta (usar uma régua, um esquadro se movendo
sobre a régua e um compasso). 2. Recordar as retas de
equações lineares, desenhando algumas. 3. Pedir para
desenharem a curva de y=x2. Depois a de y=–x2, y=x2–4.
y=x2+4. 5. Falar das raízes (y=0), generalizar para y=x2–6x+8
(desenhar, achá-las graficamente). 5. Será que há alguma
forma algébrica de se achar as raízes com exatidão?
Deduzir a fórmula de Baskhara, falando de completar os
quadrados em ax2+bx+c=0: deve-se procurar uma forma (x
+ d)2 = e; para isso é preciso chegar a x2+2dx+d2=e. Falar
sobre o Baskhara I e o II.
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2. A aula deve ter atividade dos alunos (no caso,
desenhar, calcular as razões). Muito importante:
dar uma aula sempre com ritmo de inspiração
(alunos absorvem algo) e expiração (alunos fazem
algo, põem para fora). Perguntar aos alunos com
frequência.
3. A aula deve conter algo da história da matéria,
inclusive biografias. Estas últimas contêm sempre
algo de realidade, algo que ocorreu. A história da
matemática segue o desenvolvimento do
pensamento matemático da humanidade.

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4. A aula deve relacionar o que é visto com a realidade,
eventualmente com a natureza. Exemplo: dar áreas de
figuras geométricas calculando quantas telhas é preciso
comprar para construir um telhado com aquelas telhas.
Contra-exemplos: movimento uniformemente acelerado de
uma partícula elementar (ninguém nunca viu uma); dado
um salto na Terra, calcular um salto na Lua, com gravidade
menor (nunca ninguém saltou lá).
5. Não dar aulas exclusivamente corretas. Avisar que se vai
cometer alguns erros e pedir para ver quem os descobre.
6. Dar aulas abordando vários tópicos da matemática, e não
um só.
7. Dar aulas com entusiasmo, admiração pela matéria. Isso se
transmite aos alunos.
8. Contar vivências próprias (caso da lápide do Bernoulli)
9. Usar projetor só para ilustrações. Desenvolvimento
matemático no quadro negro
10. Aprender o nome dos alunos. Dá contato pessoal.
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