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Cartilha Gestão Do Transporte e Da Frota 03032017
Cartilha Gestão Do Transporte e Da Frota 03032017
TRANSPORTE E DA
FROTA
Gestão do Transporte e da Frota
ÍNDICE
Referências Bibliográficas......................................................................................................................................52
Apresentação
Logística: Gestão do Transporte e da Frota
Prezado Aluno,
Nele iremos tratar da administração da frota e do tráfego em empresas de transporte de cargas e de logística e
também abordaremos a gestão do transporte multimodal.
Þ Identificar e inter-relacionar as variáveis importantes para estabelecer os roteiros mais adequados para as
Þ Identificar os diversos tipos de documentos fiscais exigidos e relacioná-los com as várias modalidades de
transporte.
Para alcançarmos nossos objetivos, dividiremos este curso em cinco capítulos, conforme descrição a seguir:
Módulo 2 – Roteirização de veículos para coleta e entrega de mercadorias: softwares, mapas e instrumentos de
apoio.
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Gestão do Transporte e da Frota
Unidade de Aprendizagem 1
Métodos Práticos para
Dimensionamento e Operação
de Frotas
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Gestão do Transporte e da Frota
Pois é isso mesmo. É com os caminhões que a empresa e o autônomo obtêm sua renda, ampliam seu mercado e
oferecem serviços de transporte e logística aos seus clientes. Esse é um dos motivos para que se exija uma boa
administração da frota de veículos, para que se zele pelos mesmos e para que se dimensione a frota
adequadamente em termos de número, capacidade e tipo de veículo.
A primeira providência que devemos tomar para dimensionar a frota de veículos é estimar ou conhecer as
características da demanda. Nem sempre essa tarefa é simples!
Muitos fatores a influenciam. Primeiramente, devemos levar em conta que o futuro é incerto. Não sabemos
como o mercado comportar-se-á amanhã devido a uma série de elementos. Cabe aqui destacar alguns:
Þ as pessoas e organizações podem consumir menos produtos e serviços reprimindo a demanda por
transporte. Essa situação é típica das épocas em que as atividades econômicas (trocas entre indivíduos e
organizações) estão em queda. Pode também ocorrer o contrário: haver um superaquecimento da
economia, provocando aumento da demanda pelos serviços de transporte;
Þ há muitas empresas concorrendo no mesmo mercado. Em outras palavras, há pouca carga para muitas
Þ há outros tipos de transporte que podem substituir o caminhão para executar determinado serviço de
movimentação;
artefatos de unitização, por exemplo) e tornam os veículos inadequados para executar o serviço;
Þ a organização das cadeias logísticas evolui com o tempo. Por exemplo, a forma de distribuição direta das
fábricas aos clientes pode exigir determinado tipo de caminhão. Uma mudança de estratégia de
distribuição, passando a carga por depósitos centrais antes de entregá-la ao cliente final, pode exigir
caminhões com características bastante diferenciadas (tamanho e capacidade de carga do veículo, por
exemplo).
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Gestão do Transporte e da Frota
Para resumir, podemos dizer que há duas situações distintas com as quais as empresas se defrontam por ocasião
de um processo de dimensionamento da frota:
Evidentemente, a primeira situação é aquela que traz maiores problemas. Neste caso é necessário prever a
demanda. Aqui diremos simplificadamente que ela corresponde à quantidade, em peso ou em volume de
determinado bem, que devemos movimentar durante um período de tempo (pode ser um dia, uma semana, um
mês, um ano ou um outro período mais longo). Um exemplo de demanda poderia ser o seguinte: a empresa de
transporte assinou um contrato com uma montadora de automóveis e precisará movimentar, durante um ano,
200.000 contêineres de autopeças. Essa é a demanda que foi previamente prevista pela montadora em função de
sua expectativa de vendas de veículos.
Nós trabalharemos aqui apenas com a situação em que a demanda é conhecida. A partir dela traçaremos um
roteiro para realizar o dimensionamento de uma frota. Porém, vamos saber resumidamente o que fazer para
prever uma demanda desconhecida, sem entrar no detalhamento da operação.
O que se pode dizer é que estamos tratando de um processo bastante complexo. Já dissemos que a previsão da
demanda é complexa em função de uma série de fatores externos que a influenciam. São poucos os profissionais
que têm as competências e habilidades para dominar o processo por completo. Em geral, são profissionais com
sólida formação quantitativa, que possuem conhecimentos profundos em modelos matemáticos e estatísticos. Na
maior parte dos casos são economistas, engenheiros de tráfego e transporte, estatísticos, entre outras categorias
profissionais.
Ela é efetuada com o uso de modelos matemáticos. Mas antes de se determinar qual é o modelo a ser utilizado, é
conveniente realizar-se uma análise que contemple os seguintes passos (Valente, Passaglia e Novaes, 1997):
Þ estudo das características de todo o setor para o qual se efetuará o cálculo da demanda;
Þ identificação das informações que possibilitam decidir o que interessa ou não para planejar a demanda pelo
transporte de carga;
Þ estudo específico dos meios ou sistemas de transporte envolvidos, bem como de todas as variáveis que
possam afetar a procura por transportes.
Somente após tudo isso é que se pode determinar a equação matemática mais adequada para calcular a demanda
pelo serviço de transporte. Como dissemos anteriormente, é um estudo que ultrapassa os objetivos do nosso
curso e por isso não o aprofundaremos nem o trataremos mais em detalhes. No entanto, se você estiver
interessado em obter mais informações, sugerimos a consulta da seguinte referência bibliográfica:
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VALENTE, A., PASSAGLIA, E. e NOVAES, A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. São Paulo: Pioneira, 1997.
É conveniente antes de tudo categorizar a demanda por transporte em função das distâncias a serem percorridas
entre a origem e o destino das cargas. Esse fator determinará o tamanho e as características do veículo que será
utilizado. Há uma regra básica que diz o seguinte: o transporte de cargas em meio urbano, quando as distâncias
são pequenas e o trânsito é complexo, deve ser realizado usando caminhões de menor capacidade de carga. Já a
operação de transporte de cargas em maiores distâncias é mais racional se for realizada por caminhões maiores,
que tenham capacidade mais elevada de carregamento.
Þ Transporte de cargas de longo curso: em geral esse tipo de transporte é realizado na área rural, ligando
duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. É o caso de cidades situadas em Estados
diferentes, em regiões diferentes. Há nessa situação uma distância em quilômetros significativa entre o
ponto de origem e o ponto de destino da carga. Não há um limite estabelecido, mas supõe-se como
razoável as distâncias acima de 200 quilômetros.
Þ Transporte de cargas no meio urbano: são as entregas e coletas realizadas nos centros urbanos ou
aglomerações.
Se a empresa trabalhar nos dois tipos de mercado (urbano e rural), ela precisa dimensionar uma frota com
veículos de diferentes tamanhos e características para atender às necessidades de cada um deles. Caso opere
somente em um mercado, poderá ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade.
Há, porém, outros parâmetros que devem ser observados para o dimensionamento da frota como a definição das
características, das dimensões e do número de veículos, além do tipo de mercado que será atendido.
Um roteiro para o dimensionamento da frota de veículos é proposto a seguir (VALENTE, PASSAGLIA e NOVAES,
1997)
PASSO 1 determinar a demanda mensal de carga, especificando a unidade de carga (volume, peso etc).
PASSO 2 fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por dia.
verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego, as condições do pavimento, o
PASSO 3
tipo de pavimento etc.
PASSO 5 determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição e descanso dos motoristas, as
PASSO 6 pesquisar e analisar junto aos fabricantes as especificações técnicas de cada modelo de veículo disponível no
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PASSO 8 calcular o número de viagens / mês que cada veículo pode realizar.
PASSO 9 determinar a quantidade de carga (peso, volume) transportada por veículo durante o mês.
calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda mensal de carga pela quantidade de carga
PASSO 10
transportada por veículo durante o mês.
PASSO 11 ao número de veículos calculado é conveniente acrescentar alguns veículos adicionais para substituir os
Todos sabemos que a demanda por determinado bem ou serviço é variável, oscila ao longo do tempo,
principalmente, em função do desempenho da economia do país, que pode estar aquecida em determinado
momento e em queda de consumo em outro. Evidentemente, a demanda por serviços de transporte
acompanhará as oscilações da economia.
Assim, caso o transportador ou a empresa que tem frota própria dimensione o número e tipos de seus veículos
observando a maior demanda que ele terá durante um mês do ano, por exemplo, poderá ter uma parte de seus
veículos desocupada (capacidade ociosa) em determinado período do ano. Isso não é bom para a empresa,
porque aumenta seus custos.
Como deve então proceder à empresa no caso de demanda oscilante, variável ao longo do tempo, para
dimensionar sua frota racionalmente?
Pois bem, na prática as empresas usam alguns artifícios ou técnicas de gestão que lhes permitem ampliar ou
diminuir o número de veículos necessários para adequar a frota à demanda variável, sem que ocorram períodos
de ociosidade ou insuficiência de veículos para a empresa. Algumas dessas técnicas podem ser destacadas. São
elas:
Þ parcerias
Þ franquias
Þ terceirização
a) Parcerias
As parcerias ocorrem entre duas ou mais empresas que se unem para realizar determinado serviço de transporte.
As demandas por serviços das empresas participantes da parceria são juntadas, assim como as frotas de veículos.
Desta maneira, podem ser racionalizados os esforços e os recursos das empresas. Por exemplo: há casos em que
duas empresas movimentam produtos entre pontos de origem e destino das cargas que são coincidentes. A
demanda de cada empresa não completa a capacidade de carga do caminhão. Ao se unirem em parceria, as
cargas das duas empresas podem ser colocadas no mesmo caminhão, completando a sua capacidade. Desta
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forma, um caminhão de uma empresa pode atuar em um mercado e o caminhão da outra empresa em um
mercado diferente.
Na parceria procura-se otimizar o uso da frota, dando maior aproveitamento aos veículos e, em consequência,
reduzindo os custos com transporte (combustível, mão-de-obra, manutenção etc.). Com as frotas unidas, pode-se
até reduzir o número de veículos de cada empresa para realizar o mesmo serviço.
b) Terceirização
Você sabia que muitas das empresas de transporte de cargas fazem uso da terceirização de serviços?
A técnica de terceirização diz respeito ao uso de serviços de terceiros por uma empresa de transporte. Quando
uma empresa tem uma demanda elevada de serviços e não tem uma frota de veículos suficiente para atender a
todas as solicitações, ela pode contratar um transportador autônomo, por exemplo, para realizar parte do
transporte. Ela também pode locar veículos.
A terceirização evita que a empresa tenha que adquirir veículos novos quando a demanda é elevada e depois
vendê-los quando a demanda volta ao nível normal. Ela é muito utilizada nos mercados que apresentam maiores
oscilações da demanda.
O sistema de franquias é muito utilizado pelas empresas de transporte para expandir sua área de atuação no
mercado. Há transportadoras que possuem atuação em todo o território nacional. Em muitos Estados elas
possuem filiais que podem ser oferecidas a interessados em atuar com o nome da empresa, aproveitando a sua
experiência, conhecimentos e contatos acumulados no setor.
Assim, um agente de carga ou mesmo um outro transportador pode adquirir uma franquia da empresa e trabalhar
em mercados onde ela não tinha acesso ou não tinha condições de prestar um atendimento direto.
Esse tipo de relacionamento no mercado de transporte de cargas funciona de maneira análoga aos vários tipos de
franquias que conhecemos em outros setores: alimentação, ensino de línguas, distribuidoras de produtos etc...
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De uma maneira bastante simples, podemos dizer que a operação da frota consiste na gestão e planejamento das
operações de coleta e entrega de mercadorias. Logicamente, para efetuar essas duas tarefas precisamos passar
por outras, tais como: carga, descarga, roteirização e despacho de veículos, alocação e programação de
motoristas etc...
Para desenvolvermos esses dois conhecimentos, vamos supor que a nossa empresa seja uma transportadora de
cargas (ela poderia ser uma distribuidora de produtos que possui frota própria, entre outras alternativas
possíveis) que possui um depósito ou um terminal a partir do qual ela distribui os produtos a seus clientes
localizados em uma determinada área urbana. Veja o esquema representado a seguir:
¨ De que forma a transportadora atenderia aos clientes localizados na zona (região) de distribuição?
Há várias maneiras:
Þ Um veículo atende a um único cliente e volta ao depósito após a entrega. Isso é recomendável quando a
mercadoria solicitada pelo cliente preencha uma carga completa.
Þ Um veículo carrega a mercadoria de diversos clientes e após a visita para entrega do produto a todos os
clientes retorna ao depósito.
Þ Diversos veículos são utilizados para realizar a distribuição de mercadorias, com cada um dos caminhões
levando a carga de um determinado número de clientes. Todos os caminhões voltam ao depósito após
realizarem as operações de distribuição aos clientes.
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¨ Qual alternativa a empresa adotará para fazer a distribuição dos produtos aos clientes?
Em princípio não há uma resposta válida para todas as situações de distribuição ou coleta de mercadorias
encontradas na prática. Cada caso deve ser estudado para encontrarmos a melhor solução para o problema.
Uma das práticas utilizadas para o planejamento das visitas aos clientes para entrega ou coleta de mercadorias é a
roteirização.
Nos setores de transporte e logística a roteirização é entendida como um método de busca da melhor sequência
de visitas a um determinado número de clientes no interior de uma zona de coleta ou de distribuição. Entende-se
por sequência, a ordem estabelecida para as entregas ou coletas, como por exemplo, a sequência 1 – 2 – 3 - 4 – 5
– 6, para atender aos 6 clientes da figura anterior. Poderia, talvez, ser melhor utilizarmos a sequência 2 – 4 – 5 – 3
– 6 – 1, ou qualquer outra sequência, combinando os seis clientes. Poderíamos ainda estabelecer duas entregas,
dividindo três clientes para cada caminhão. O que se quer dizer é que o número de alternativas para se realizar a
roteirização é grande, pois podemos combinar os seis clientes da zona de distribuição de diferentes formas para
estabelecermos os roteiros de entrega de mercadorias.
Observe, porém, que a roteirização pode ser utilizada também para a prestação de outros serviços: imagine como
são programadas as visitas das companhias de energia elétrica para fazer a medição do consumo na casa das
pessoas e nas empresas; imagine também como são feitas às entregas de correspondências pelos correios; pense
ainda no serviço fornecido pelas companhias de água e nos serviços de televisão a cabo ou via satélite; pense
também na forma como é programada a coleta do lixo residencial. Todas essas atividades necessitam de um
planejamento de coletas, entregas ou simplesmente visitas, não é mesmo?
Para podermos realizar os serviços com os menores custos possíveis e para realizá-los com a qualidade exigida
pelos clientes ou usuários do serviço.
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Assim, o problema da programação da roteirização envolve a definição dos seguintes pontos, entre outros:
¨ Mas como devemos fazer para saber qual é o melhor ou quais são os melhores roteiros para uma
determinada empresa coletar ou distribuir produtos em uma região para diversos clientes?
Como já havíamos dito anteriormente, o número de possíveis alternativas para roteirizar as entregas ou coletas é
grande. Quanto maior for o número de clientes, mais complexa é a solução para o problema e, em geral, é
necessário o uso de métodos bastante sofisticados, operacionalizados no computador. Nós veremos no próximo
capítulo deste curso como funcionam alguns dos métodos operacionalizados na forma de softwares de
roteirização de veículos.
Podemos, entretanto, em uma primeira etapa definir algumas regras práticas para efetuar a roteirização em
situações mais simples, que não exigem o uso de softwares ou modelos matemáticos complexos. Vamos a elas?
Ballou (1993) descreve um conjunto de regras operacionais que auxiliam consideravelmente na determinação de
roteiros. Segundo esse autor, bons roteiros podem ser obtidos com a consideração das seguintes regras:
2. encontre o próximo ponto, tomando o ponto disponível que esteja mais perto do centro dos pontos no
grupo. Agregue esse ponto de parada ao grupo de pontos, caso a capacidade do veículo (peso ou volume)
não tenha sido excedida;
5. encontre o próximo ponto, que é a parada mais distante do depósito ainda disponível, e repita os passos 2
e 4;
Procure com esse procedimento gerar roteiros com o formato semelhante ao de “pétalas de margarida” ,
ilustrados pela figura a seguir:
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Na figura acima, vemos que os clientes já estão previamente separados por roteiros. Cada “pétala da margarida”
corresponde a um roteiro com diversos clientes. Neste caso, já estão resolvidos os problemas de capacidade do
caminhão e o tempo disponível para fazermos as visitas.
IMPORTANTE
Note que só podemos estabelecer um roteiro quando tivermos condições de realizá-lo na prática. Por isso,
é necessário antes de separarmos os clientes em cada roteiro sabermos se a carga que será entregue ou
coletada para o conjunto de clientes de cada roteiro está condizente com a capacidade em volume e em
peso dos veículos que temos disponíveis para realizar o serviço. Da mesma forma é preciso verificar se
todos os clientes do roteiro poderão ser atendidos dentro do intervalo de tempo que dispomos para
realizar as visitas.
Quando esses dois problemas estiverem resolvidos, então basta encontrar a melhor sequência de visitas
em cada roteiro, de modo a minimizar as distâncias
Þ distribuição de artigos de toalete (toalhas, roupa de cama etc.) para hotéis, restaurantes e hospitais;
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Uma situação bastante comum na distribuição e coleta de cargas ocorre quando não se conhecem exatamente os
pontos de parada. Esta situação é conhecida como DESPACHO DE VEÍCULOS. A diferença do despacho para a
roteirização é a seguinte:
Na ROTEIRIZAÇÃO os volumes de carga e as paradas são conhecidos antes de se fazer a programação de entregas
ou coletas. Na prática, as empresas de transporte ou as distribuidoras recebem os pedidos no dia anterior e fazem
a programação da roteirização para o dia seguinte. Isso ocorre no período noturno no dia anterior ao da entrega /
coleta ou mesmo na manhã do dia da realização dos serviços.
NO DESPACHO a demanda de um determinado cliente pode acontecer quando o veículo de transporte já percorre
sua rota. Isso acontece em diversos tipos de atividades, como por exemplo com táxis, com os veículos dos
Correios e com viaturas policiais. De acordo com Ballou (1993), a solução para esse tipo de problema passa pela
capacidade dos programadores da empresa de direcionar os veículos à medida que a demanda ocorre, de forma a
utilizá-los racionalmente. Na prática, uma maneira de fazer o despacho é direcionar o veículo localizado mais
próximo da parada em que ocorreu a demanda. Logicamente, é preciso verificar se o veículo tem a mercadoria
solicitada disponível, no caso da entrega, ou se possuí espaço suficiente para realizar a coleta dos produtos.
A situação de despacho de veículos tem um pouco mais de complexidade que a roteirização, pois as demandas
que ocorrem são imprevistas.
Um fabricante de produtos químicos industriais transporta suas mercadorias para os clientes e também recolhe os
suprimentos para suas fábricas. Os volumes de entrega são emitidos toda manhã. Entretanto, os veículos deixam
as plantas industriais nas segundas e não voltam até a sexta-feira. Com base nas necessidades de entregas e
recolhimentos da segunda os caminhões são despachados. Então, após a realização de uma entrega ou de uma
coleta, o motorista telefona para o despachante antes das 11 horas da manhã do dia seguinte, para receber
instruções da sua próxima parada. O despachante tenta dirigir o caminhão para a parada mais próxima, desde que
a mesma esteja dentro de um raio de 150 milhas do local onde o motorista realizou sua chamada. Este
procedimento é repetido ao longo da semana.
Você sabia que em alguns casos o processo de roteirização pode se limitar à definição da rota, ou seja, do
caminho a seguir para ir do ponto de entrega até o cliente? São normalmente os casos em que a entrega ou
coleta é feita com carga completa, em que o caminhão parte do fornecedor e vai até um único cliente.
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Em geral, tenta-se encontrar a rota com a menor extensão, caso as outras condições de infra-estrutura das vias
(relevo, qualidade do pavimento etc.) não sejam fatores limitantes.
O mapa a seguir mostra as possibilidades de ligação rodoviária entre duas cidades: Oiapoque e Chuí.
Podemos concluir que existem 5 possibilidades (racionais) de rotas entre os dois pontos. Determine as distâncias
em quilômetros para cada uma das possibilidades e diga qual é a extensão da rota de menor distância.
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Unidade de Aprendizagem 2
Softwares, Mapas e Instrumentos de
Apoio a Roteirização de Veículos
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Vimos no capítulo anterior um conjunto de regras práticas para auxiliar a definição de roteiros. Essas regras
simples são válidas quando o número de clientes com os quais trabalhamos não é muito numeroso, é fixo, ou seja,
eles são sempre os mesmos e sua localização exata na região de distribuição ou coleta é conhecida.
Quando o número de clientes é maior (não há um limite estabelecido), podemos dizer que acima de 20 já é um
número significativo, é necessário utilizar instrumentos informatizados ou até mesmo softwares específicos de
roteirização para solucionarmos o problema de forma racional. Os softwares são criados com base em modelos
matemáticos bastante complexos e visam à otimização do processo de entregas ou coletas, determinando a
seqüência de visitas aos clientes que permite minimizar as distâncias percorridas e, também, o tempo gasto para
realizar o serviço.
Eles têm a vantagem de permitir a programação da roteirização com um grande número de variáveis: clientes,
caminhões, roteiros, restrições operacionais diversas etc. Além disso, têm uma capacidade de processamento
bem maior do que a do cérebro humano e, então, realizam os cálculos e as simulações dos diversos roteiros
possíveis em tempo reduzido.
Há uma razoável variedade de softwares de roteirização comercializados no mercado para auxiliar as empresas na
tarefa de programação dos serviços de entrega e coleta de mercadorias. Quase que a totalidade deles é de origem
estrangeira. Novaes (2001) traz um panorama dos fornecedores de softwares de roteirização a partir de uma
pesquisa publicada na Internet por Partyka e Hall (2000).
Vamos reproduzir aqui a listagem com as características operacionais dos principais relacionados na pesquisa.
Assim, poderemos conhecer, mais detalhadamente, o que cada um dos produtos oferece como recurso para o
planejamento da roteirização.
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Distâncias
Nº de Monitoramento Faz programação
Nº de calculadas
Produtos Site na Internet visitas de veículos do carregamento
veículos sobre a rede
por dia real-time? dos veículos?
viária
Arc Logistics
www.esri.com ilimitado ilimitado Sim Não Sim
Route
Direct www.appianlogis-
16.384 522 Sim Não Sim
Route tics.com
RoutePro
www.caps.com ilimitado ilimitado Sim Sim Não
Dispatcher
RouteSmart
, Route
www.routesmart.com ilimitado ilimitado Sim Não Sim
Optimi-
zation
Routronic www.carrierlogis-
n.d. n.d. Sim Não Sim
2000 tics.com
Territory
www.roadnet.com ilimitado ilimitado Sim Sim Não
Planner
Observe que os softwares de roteirização têm características diferenciadas no que diz respeito ao número de
visitas e de veículos que podem ser programados por dia. Há, ainda, diferenças com relação ao monitoramento
em tempo real das entregas e à programação do carregamento dos veículos para cumprir o roteiro definido. A
grande maioria deles utiliza a rede viária para o cálculo das distâncias entre os vários clientes de uma região de
distribuição ou coleta.
É importante notar que, normalmente, eles são utilizados em conjunto com outros instrumentos tecnológicos de
comunicação e de localização. Até a algum tempo, o depósito da transportadora ou os escritórios da empresa só
se comunicavam com o motorista do caminhão por intermédio do rádio. Atualmente, existem tecnologias
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embarcadas que facilitam o contato com o motorista e permitem conhecer a exata localização do veículo e
realizar a reprogramação do roteiro de entregas e coletas em tempo real, caso seja necessário, quando o
caminhão já está realizando os serviços aos clientes. Quando o veículo já está no campo, podem ocorrer diversas
situações que exigem a comunicação entre o motorista e a empresa. Vamos a alguns exemplos:
Þ solicitação de um serviço de emergência (coleta ou entrega) por algum cliente localizado na rota do veículo;
Þ acidente de trânsito com o veículo ou falha mecânica ou de outra natureza que o levem a uma pane que
necessita de intervenção de um especialista para corrigi-la;
Para essas situações, faz-se necessário um sistema de comunicação eficiente entre o motorista e a empresa.
Dentre os instrumentos tecnológicos de comunicação atuais podem ser destacados: o GPS (sistemas de
posicionamento global por satélite), o GIS (sistemas de informação geográfica), a telefonia móvel, os sistemas de
rádio transmissão, os mapas digitalizados das regiões com as vias e a localização dos clientes etc., que
combinados com o software de roteirização, possibilitam melhorar sensivelmente o planejamento e a operação
de entregas ou coletas.
Vamos a uma breve apresentação do funcionamento e da aplicação dos principais instrumentos e tecnologias
citados?
O monitoramento de veículos por GPS consiste em localizar os mesmos em movimento, visando conhecer a sua
posição georeferenciada em tempo real. Esse monitoramento pode ser realizado com o auxilio do Sistema de
Posicionamento Global, conhecido pela sigla GPS (Global Positioning System).
O GPS é um sofisticado sistema eletrônico de navegação, desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA,
com base em uma rede de satélites que permite localização instantânea, em qualquer ponto da Terra, com uma
precisão quase perfeita.
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A posição do ponto é determinada à custa das distâncias que o separam dos satélites cujas posições no espaço
são conhecidas (trilateração). Essas distâncias são calculadas a partir da determinação do tempo que os sinais de
rádio emitidos pelo satélite demoram a atingir o receptor.
Para o monitoramento de veículo, utiliza-se o GPS para localizá-lo, por meio de uma unidade receptora acoplada a
esse veículo que processa as informações de posicionamento. Posteriormente, essas informações são
transmitidas para uma central de controle, via satélite ou outra forma de comunicação (celular, rádio etc.), que,
por sua vez, trata essas informações obtendo o deslocamento do veículo.
Assim, a instalação de uma antena de GPS (antena receptora), em um veículo, permite determinar com uma
precisão de poucos metros, a sua posição.
No Brasil esse sistema vem sendo utilizado, na maioria dos casos, no gerenciamento de cargas e/ou segurança de
veículos.
Conforme já dissemos anteriormente, a definição de rotas pode ser feita de várias maneiras: manualmente, por
meio de tabelas e de um mapa físico (em papel). Porém, com a evolução dos computadores e dos softwares,
desenvolveram-se ferramentas ou sistemas que juntam as tabelas, as informações geográficas da região em que a
empresa atua e o mapa da região, em meio digital. Esses sistemas chamados de GIS (sistema de informações
geográficas) integram: banco de dados, os mapas e as pessoas que com ele trabalham, conforme pode ser visto na
figura a seguir.
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Gestão do Transporte e da Frota
O nome da ferramenta ou sistema em português é Sistema de Informações Geográficas (SIG), mas ele é originário
da sigla inglesa GIS que é a tradução de Geographic Information Systems. O GIS Integra os mapas e as tabelas para
serem trabalhadas no computador e, assim, propicia a definição de rotas de caminhões, linhas de ônibus etc.
Existem no mercado várias versões comerciais de SIG ou GIS, sendo que os mais populares para a definição de
rotas são o TransCAD, o ArcGIS, o ArcView e o Intergraph.
Outros softwares de roteirização existentes no mercado não têm imbutidos no seu sistema um GIS, mas podem
ser acoplados a uma ferramenta desse tipo para facilitar a tarefa de planejamento de rotas.
Com o GIS consegue-se aumentar a produtividade e localizar pontos rapidamente graças às informações que são
relacionadas a ele, tais como: latitude, longitude, quantidade de habitantes de uma região, quantidade de
passageiros de uma linha de ônibus, quantidade de carga a ser transportada em determinada rota etc.
Para usar um GIS é necessário possuir um banco de dados georeferenciado, o que se consegue com o uso do GPS
ou com um mapa digital obtido através de programas do tipo AutoCAD, de fotos aéreas ou de imagens de
satélites. Esses bancos de dados são encontrados facilmente no mercado para venda.
Uma vez conseguido o banco de dados georeferenciado (em qualquer uma das formas citadas acima), pode-se
viajar pelo mapa localizando os pontos estratégicos para a finalidade desejada, servindo assim, para orientar a
tomada de decisões mais precisas para a empresa.
Adquiridos os dados e feita a acoplagem dos mesmos a um GIS, pode-se visualizar os mapas em vários tamanhos,
observar características de objetos (quantidades de clientes em um bairro, quantidades de mercadoria consumida
pelo cliente fulano de tal por mês etc.) e elaborar mapas temáticos como os que são apresentados em coleções
do tipo Atlas, nos quais se pode ver, a partir da variação de cores do mapa, a população de uma cidade, a
quantidade de pessoas que utilizam determinado terminal ou parada de transporte público, a concentração de
depósitos e clientes em determinada região, entre outras aplicações. A figura a seguir ilustra algumas
apresentações de mapas que podem ser obtidas com o uso do GIS.
Observe no mapa a seguir que são indicadas as localizações exatas de três clientes em uma área
urbana, além da localização do depósito de um distribuidor. Com o auxílio de softwares de roteirização
é perfeitamente possível determinar a sequência de entregas para esses clientes que permita
minimizar a distância e o tempo para realização do serviço.
Figura: Mapa indicativo da localização de pontos de entrega e coleta em uma zona urbana
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O mapa é uma representação gráfica no plano de municípios, estados ou regiões contendo os limites da área em
questão, sendo chamado, neste caso, de mapa político-administrativo. O mapa político-administrativo ainda pode
conter a representação das rodovias federais, estaduais e municipais, das hidrovias, ferrovias e portos da área
representada.
As rotas são caminhos a serem seguidos com base na orientação de mapas. No caso do mapa rodoviário, as rotas
são formadas por pontos localizados dentro da representação contida no mapa rodoviário, que vai facilitar na
localização das vias de acesso de um ponto ao outro.
Utilizando-se de um mapa de rodovias federais da região Centro-Oeste, por exemplo, pode-se observar a
existência de cores diferentes no mapa, que ajudam a identificar e separar a região Centro-Oeste de outras áreas.
Dentro do mapa, há um quadro situado na parte inferior esquerda do mesmo, chamado legenda, o qual está
presente em todos os mapas. A legenda ajuda na identificação de regiões, locais, rodovias, por meio do uso de
cores, símbolos e números. Na legenda da figura a seguir estão representados traços com cores e linhas
diferentes que têm a função de distinguir os diferentes tipos de rodovias existentes na região, isto é, cada traço
representa um tipo diferente de rodovia especificada na legenda.
Observando ainda as rodovias no mapa a seguir, nota-se que em cada rodovia existe um número que serve de
identificação, podendo este número ser associado ao “nome” da rodovia.
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Ao longo das rodovias, são apontadas as cidades e regiões a que dão acesso, servindo como pontos de referência
para chegar a um determinado destino, ou seja, para sair de um local de origem e chegar ao local de destino, sabe
-se que ao longo da rota escolhida deve-se passar por determinadas cidades atendidas por aquela rodovia.
Para facilitar a definição de rotas e distâncias, podem ser utilizados sites da Internet que oferecem mapas
digitalizados, utilizando Sistemas de Informação Geográfica (SIG). O SIG armazena a geometria e os atributos dos
dados que estão localizados na superfície terrestre e em uma projeção cartográfica. Exemplos de sites que podem
ser acessados para a obtenção de mapas e para a definição de rotas são:
Þ http://mapas.yahoo.com.br/caminho.asp;
Þ http://guia4rodas.abril.com.br/;
Þ http://www.guiageo.com/.
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Unidade de Aprendizagem 3
O Transporte de Mercadorias:
Características e Modalidades
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Gestão do Transporte e da Frota
MODOS FORMAS
5. Aéreo 5. Intermodal (é o transporte realizado por duas ou mais modalidades em uma mesma operação).
6. Multimodal (consiste na utilização de mais de uma modalidade de transporte, desde a origem até o
destino, regida por um único contrato de transporte).
Vamos conhecer agora as características de cada uma das modalidades de transporte de cargas?
Vários elementos contribuem para a escolha de determinada modalidade de transporte ou para a combinação de
várias modalidades, tanto no transporte nacional quanto no internacional. Os principais elementos são os
seguintes:
Þ Modos de transporte disponíveis.
Þ Tipo de produto.
Þ Tempo médio de entrega e o tempo em trânsito.
Þ Valor do frete.
Þ Informação sobre localização do produto (alguns transportadores fornecem informações sobre a localização
geográfica exata da carga).
Þ Vias de acesso ao local de destino (podem limitar fisicamente a escolha das modalidades de transporte).
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a) O Transporte Rodoviário
Principais características
Para viagens de curtas e médias distâncias, o modal rodoviário é o mais utilizado no comércio de mercadorias,
sendo peça fundamental para permitir que a multimodalidade e a intermodalidade possam ser realizadas. Apenas
o transporte rodoviário tem a capacidade de interligar os diversos modais, abrangendo todo o percurso da
mercadoria.
Porém, o transporte rodoviário, via de regra, apresenta preços de frete mais elevados do que os modos de
transporte ferroviário e aquaviário, sendo, portanto, recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis.
Não é recomendado, por exemplo, para produtos agrícolas a granel, que possuem baixo valor específico.
No Brasil, o modo de transporte mais empregado é o rodoviário; inclusive para a movimentação de mercadorias
para países limítrofes com o Brasil, como o Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia.
Þ Menor tempo de carregamento do veículo devido à sua capacidade, o que permite a rápida partida do
mesmo.
Þ Afeta o nível de serviço das estradas, principalmente nos períodos de safra quando provoca grandes
congestionamentos nas rodovias;
b) O Transporte Ferroviário
Principais características
O transporte ferroviário é efetuado por vagões, puxados por locomotivas, sobre trilhos e com trajetos
devidamente delineados, ou seja, não têm flexibilidade quanto a percursos e está preso a caminhos únicos, o que
pode provocar atrasos na entrega das mercadorias, em caso de obstrução da ferrovia.
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Gestão do Transporte e da Frota
A distância é apenas um dos fatores que influenciam o custo desta modalidade de transporte e, similarmente ao
que ocorre no transporte marítimo, a densidade de tráfego em determinada rota é fundamental para justificar a
construção de uma ferrovia. O ferroviário é um modal apropriado para transporte de mercadorias agrícolas a
granel, como açúcar, grãos etc., assim como para movimentar minérios, derivados de petróleo e produtos
siderúrgicos, pois apresentam grandes volumes e preços baixos, necessitando de um frete competitivo.
É adequado para viagens de curtas e médias distâncias, onde os demais modais não são tão convenientes, em
termos de tempo e custos, sendo que sua utilização não pode ser descartada em distâncias mais longas para
mercadorias de baixo custo, justamente em virtude das tarifas mais baixas que este modal oferece.
A variabilidade do tempo de viagem apresenta-se como um dos principais problemas do transporte ferroviário,
devido a vários fatores, tais como:
Þ congestionamento das vias em determinados horários (parcela apreciável da malha é composta por linha
singela);
Þ RFFSA – Rede Ferroviária Federal S.A., cuja malha encontra-se em todas as regiões geográficas do País
(embora não em todos os estados) exceto na região Norte, cujas linhas ligam o interior aos principais portos
e o Brasil ao Mercosul.
Þ FEPASA – Ferrovia Paulista S.A., que opera no estado de São Paulo e cujas linhas também seguem até o
porto de Santos.
Þ EFVM – Estrada de Ferro Vitória a Minas, vinculada à CVRD – Companhia Vale do Rio Doce, ligando os
estados de Minas Gerais e Espírito Santo aos portos do Espírito Santo.
Estão em construção outras ferrovias que permitirão, principalmente, aumentar a capacidade para escoamento
de grãos através dos portos.
O Brasil tem aproximadamente 30.000 km de ferrovias (contra 150.000 km de rodovias pavimentadas), o que é
muito pouco para um país com as nossas dimensões territoriais.
De modo geral, o transporte ferroviário é o mais utilizado no deslocamento de cargas nos países desenvolvidos.
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Gestão do Transporte e da Frota
Þ adequado para embarques grandes e homogêneos, notadamente de granéis, quando a diferença de frete,
em relação ao rodoviário supera os custos adicionais em estoques e armazenagem.
Þ necessidade de manter maior estoque nas extremidades, embora, devido à menor velocidade dessa
modalidade de transporte, os vagões podem ser utilizados temporariamente como armazém;
Þ baixa flexibilidade;
Þ percorre rota ou via fixa. O serviço é oferecido apenas entre os terminais ou despachantes localizados ao
longo de suas linhas;
Þ frequentemente a distância entre origem e destino é maior se comparada com o rodoviário, devido à
restrição quanto a graus de aclive e raios de curvas.
c) O Transporte Aquaviário
A modalidade de transporte aquaviário pode ser dividida em duas categorias: fluvial e marítima.
Principais características
Os principais portos brasileiros não são conectados com as hidrovias. O sistema de transporte fluvial utilizado em
conexão com o comércio exterior tem sua abrangência limitada pelo próprio sistema hidroviário interior, hoje em
dia, praticamente limitado à hidrovia Tietê-Paraná. A utilização dos rios exige, portanto, que o usuário esteja
localizado em suas margens ou utilize outra modalidade de transporte combinadamente até a hidrovia.
Essa modalidade pode transportar qualquer carga e com navios de todos os tipos e tamanhos, desde que a via
navegável os comporte.
O grande volume de mercadorias transportadas por este modal é de produtos agrícolas, fertilizantes, minérios,
derivados de petróleo e álcool. Na Bacia Amazônica, porém, o transporte de mercadoria manufaturada é bastante
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Gestão do Transporte e da Frota
difundido e, juntamente com madeiras da região, é feita na forma internacional, ligando diversos portos
brasileiros com o Peru e a Colômbia.
Þ Relevo: Enquanto os rios de planície são ótimos para a navegação, os de planalto costumam apresentar
cachoeiras. Entretanto, com a evolução da engenharia, esse entrave já é superável com a construção de
comportas (como eclusas).
Þ Clima: Nas áreas muito frias, os rios são utilizados para navegação somente na primavera e no verão; no
outono e inverno, devido ao congelamento, a navegação fica paralisada. Nas áreas com seca prolongada, a
navegação também é prejudicada por causa da grande variação do nível das águas. Nesse caso, a solução
para uma navegação permanente está na construção de represas ou barragens para regularizar o nível das
águas.
Tipos de embarcações
Neste modal, as embarcações utilizadas são as balsas, chatas, além de navios de todos os portes, pequenos,
médios e grandes.
As balsas são embarcações tracionadas por rebocadores, destinadas ao transporte de veículos e pessoas.
As chatas são embarcações largas com fundo plano e pouco fundas, destinadas ao transporte de granéis,
combustíveis, manufaturas etc.
Þ baixa velocidade;
Þ disponibilidade limitada;
Þ utilização geralmente associada à combinação com outra modalidade, o que requer instalações e
equipamentos para transbordo;
Þ capacidade de transporte variável ao longo do ano, em função do nível de água dos rios;
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Tendo em vista o desnível observado em alguns trechos dos rios, podem ser necessários investimentos elevados
para tornar as hidrovias navegáveis ao longo de percursos maiores.
O transporte marítimo é aquele realizado por navios em oceanos e mares. Pode ser utilizado para todos os tipos
de carga e para qualquer porto do globo terrestre, sendo o único meio de transporte que possibilita a remessa de
milhares de toneladas ou de metros cúbicos de qualquer produto de uma só vez.
No Brasil um problema sério que afeta o transporte marítimo é a ineficiência portuária, grande responsável pelos
congestionamentos e pela deterioração de muitos produtos, que acarreta enormes prejuízos. Os navios
permanecem cerca de 70% do tempo útil parados, seja por problemas portuários, seja por reparos técnicos.
¨ A principal vantagem do transporte marítimo é a sua competitividade para produtos com baixo custo por
Þ baixa velocidade;
d) O Transporte Aéreo
Principais características
É o transporte realizado por empresas de navegação aérea, através de aeronaves de vários tipos e tamanhos,
nacional e internacionalmente.
Pode ser utilizado praticamente para todas as cargas, embora com limitações em relação ao marítimo, quanto à
quantidade e especificação.
Através da navegação aérea, pode-se atingir qualquer ponto do planeta, sendo esta opção interessante para
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cargas de alto valor ou de alta perecibilidade, que necessitem chegar rapidamente ao seu destino.
O transporte aéreo internacional é baseado nas normas da IATA (International Air Transport Association) e em
acordos e convenções internacionais.
As reservas para transporte de cargas podem ser feitas para um espaço na aeronave, para o espaço total ou ainda
pelo afretamento de aviões cargueiros. As reservas são realizadas pelos expedidores diretamente com a
companhia aérea ou através de um agente de carga credenciado pela IATA.
Þ os aeroportos normalmente são localizados mais próximos de centros de produção, espalhados por
Þ os fretes internos para colocação das mercadorias nos aeroportos são menores, e o tempo mais curto, em
Þ custos elevados;
Þ pouco flexível (trabalha terminal a terminal e não ponto a ponto, como o modo rodoviário).
d) O Transporte Dutoviário
Principais características
O transporte dutoviário é aquele que utiliza a força da gravidade ou pressão mecânica, através de dutos, para o
transporte de granéis. É uma alternativa de transporte não poluente, não sujeita a congestionamentos e
relativamente barata.
A importância deste modal está relacionada principalmente com o transporte de produtos que são matéria-prima
ou fonte de energia para outros processos, como óleo cru, petróleo, gás natural etc. Produtos químicos e
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Gestão do Transporte e da Frota
petroquímicos, além da água e esgoto domésticos e industriais são outros produtos que se utilizam largamente
deste modal.
b) Minerodutos: aproveitam a força da gravidade para transportar minérios entre as regiões produtoras e as
siderúrgicas e ou portos. Os minérios são impulsionados por um forte jato de água.
c) Oleodutos: utilizam sistema de bombeamento para o transporte de petróleos brutos e derivados aos terminais
portuários ou centros de distribuição.
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Unidade de Aprendizagem 4
O Transporte Multimodal:
Definições e Documentos
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Gestão do Transporte e da Frota
A Lei n° 9.611, de 19/02/98, dispõe sobre o Transporte Multimodal de Cargas (TMC), e em seu artigo 2°, define o
TMC como sendo “aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte,
desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade de um Operador de Transporte Multimodal –
OTM”.
Além do transporte propriamente dito, esse tipo de operação inclui os serviços de coleta, unitização,
desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário.
A mesma lei, em seu artigo 5°, ainda define o Operador de Transporte Multimodal – OTM “como sendo pessoa
jurídica contratada como principal, para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino,
por meios próprios ou por intermédio de terceiros”.
O OTM não precisa ser necessariamente um transportador, mas assume perante o contratante a responsabilidade
pela execução do contrato de transporte multimodal, pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avarias
às cargas sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega, quando houver prazo
acordado.
A Lei n° 9.611 também determina a emissão do documento de transporte multimodal de cargas, o qual evidencia
o contrato e rege toda a operação. Nele, são mencionados os locais de recebimento e entrega da mercadoria, sob
responsabilidade total do OTM.
O exercício da atividade do OTM depende de prévia habilitação e registro na ANTT – Agência Nacional de
Transporte Terrestre. Caso o OTM deseje atuar em âmbito internacional, deverá também se licenciar na
Secretaria da Receita Federal. Essas habilitações são concedidas por um prazo de 10 anos.
O Decreto Lei n° 3.411, de 12/04/00, que regulamenta a Lei n° 9.611, define os requisitos necessários para a
obtenção das habilitações.
A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se realizam pela utilização de mais de um modal de
transporte. Isto quer dizer exatamente: “transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega no
destino final por modalidades diferentes”.
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Gestão do Transporte e da Frota
A intermodalidade foi definida pelo artigo 8° da Lei n° 6.288 de 11/12/75 como sendo “o transporte de cargas
onde são utilizados 2 ou mais modalidades em uma mesma operação utilizando vários documentos, sendo um
para cada modal utilizado”. Mas esta lei foi revogada pela Lei n° 9611, que dispõe sobre o transporte multimodal
e que caracteriza a intermodalidade “pela emissão individual de documento de transporte para cada modal, bem
como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores”. Aí está a grande diferença, pois na
multimodalidade, ao contrário, existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total
da carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Esse documento é emitido pelo OTM, que também
toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custódia.
No transporte de cargas realizado por meio da multimodalidade pode-se fazer a composição de diferentes cadeias
multimodais.
Existem dez combinações de cadeias multimodais interligando duas modalidades, conforme mostrado a seguir:
1. Ferroviário – Rodoviário.
2. Ferroviário – Hidroviário.
3. Ferroviário – Aéreo.
4. Rodoviário – Dutoviário.
5. Rodoviário – Aéreo.
6. Rodoviário – Hidroviário.
7. Rodoviário - Dutoviário.
8. Hidroviário – Aéreo
9. Hidroviário – Dutoviário.
Porém, utilizando mais de duas modalidades há a possibilidade de montagem de diversas combinações de cadeias
multimodais. Por exemplo:
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Gestão do Transporte e da Frota
Þ melhor utilização da infra-estrutura para as atividades de apoio, tais como armazenagem e manuseio;
a) Conhecimento de embarque
Geralmente, o conhecimento tem 3 vias: uma pertence ao transportador, outra ao embarcador e a última segue
com a carga. É, portanto, ao mesmo tempo:
Þ um recibo de mercadorias;
Þ um contrato de entrega;
Þ um documento de propriedade.
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Gestão do Transporte e da Frota
Na prestação de serviço para destinatário localizado na mesma unidade federada de início do serviço, o
Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC) será emitido, no mínimo, em 4 (quatro) vias, que
terão a seguinte destinação: a 1ª via será entregue ao tomador do serviço; a 2ª via ficará fixa ao bloco para
exibição ao fisco; a 3ª via terá o destino previsto na legislação da unidade federada de início do serviço; e a 4ª via
acompanhará o transporte até o destino, podendo servir de comprovante de entrega.
Na prestação de serviço para destinatário localizado em unidade federada diferente daquela em que houve o
início do serviço, o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC) será emitido com uma via
adicional (5ª via), que acompanhará o transporte para fins de controle do fisco do destino.
Quando o serviço for prestado para a Zona Franca de Manaus, área de benefício fiscal, havendo necessidade de
utilização de via adicional do Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas – CTMC, esta poderá ser
substituída por cópia reprográfica da 1ª via do documento.
Nas prestações internacionais poderão ser exigidas tantas vias do Conhecimento de Transporte Multimodal de
Cargas, quantas forem necessárias para o controle dos demais órgãos fiscalizadores.
Ainda poderá ser acrescentada via adicional, a partir da 4ª ou 5ª via, conforme o caso, a ser entregue ao tomador
do serviço no momento do embarque da mercadoria, a qual poderá ser substituída por cópia reprográfica da 4ª
via do documento.
A figura
a seguir
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Para o transporte rodoviário de cargas são exigidos documentos obrigatórios do veículo e também do motorista.
São eles:
Þ Certificado de Registro e Licenciamento Anual - CRVL, no original, ou cópia autenticada pela repartição de
trânsito que o expediu.
Þ Comprovante de pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores
de Vias Terrestres - DPVAT, no original, ou cópia autenticada.
Nota Fiscal de transporte da mercadoria – é o documento que comprova a existência de um ato comercial
(compra e venda de mercadorias ou prestação de serviços); tem a necessidade maior de atender às exigências do
Fisco quanto ao trânsito das mercadorias e das operações realizadas entre adquirentes e fornecedores.
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Gestão do Transporte e da Frota
Þ Ordem de Coleta de Carga – será utilizada pelo estabelecimento transportador que executar serviço de
coleta de cargas no endereço do remetente, e destina-se a acobertar a prestação de serviço, do endereço
do remetente até o do transportador, para emissão obrigatória do Conhecimento de Transporte Rodoviário
de Cargas, no qual será anotado o número da respectiva ordem de coleta.
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Þ Manifesto de Carga – é de uso obrigatório somente no transporte rodoviário de carga fracionada, sendo
utilizado pelos transportadores de cargas que executarem serviço de transporte intermunicipal e
interestadual (Ver figura a seguir).
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Gestão do Transporte e da Frota
Þ Certificado de capacitação do veículo e dos equipamentos compatíveis com a carga, original, expedido pelo
INMETRO ou entidade por ele credenciada.
Þ Documento fiscal do produto transportado, contendo n° ONU (número especificado pela Organização das
Nações Unidas), classe ou subclasse, nome apropriado para o embarque, e a quantidade total por produto
perigoso abrangido pela descrição.
Þ Ficha de emergência e envelope para transporte, no idioma do país de origem, trânsito e destino da carga,
contendo: (1) identificação do expedidor ou do fabricante do produto que forneceu as instruções, (2)
identificação do produto ou grupo de produtos a que as instruções se aplicam, (3) natureza dos riscos
apresentados pelos produtos, (4) medidas a serem adotadas em caso de emergência (medidas a adotar em
caso de contato com o produto, incêndio, ruptura de embalagens ou tanques, realização de transbordo e
telefones de emergência dos bombeiros, polícia e defesa civil).
Þ CNH – Carteira Nacional de Habilitação com observação de habilitação para produtos perigosos (curso
MOPP – Movimentação e Operações de Produtos Perigosos).
Þ Rótulo de risco, que consiste em um painel em formato de losango, onde estão estipulados o símbolo
gráfico e a cor que correspondem à classe do produto perigoso em questão.
Þ Painel de segurança, que consiste em um painel retangular de cor laranja contendo o nº ONU e o número
de risco do produto transportado.
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Unidade de Aprendizagem 5
Condução Econômica:
Princípios Básicos
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Gestão do Transporte e da Frota
As formas de direção econômica podem, se bem executadas, trazer grandes diferenciais na prestação de serviços
de uma empresa de transporte de cargas ou de logística. Por exemplo: a economia de combustível e a duração da
vida dos componentes do veículo dependem de certos princípios econômicos de condução. É importante que os
gestores da frota e os condutores conheçam esses princípios. Por isso, vamos estudá-los neste capítulo do curso.
A montadora Daimler-Chrysler elaborou um roteiro para instruir os motoristas a conduzir os veículos de carga de
forma econômica. Nós nos basearemos neste documento (Daimler-Chrysler, 2004) para identificar e descrever
quais são os princípios a serem seguidos para obter a condução econômica dos veículos de carga. Vamos a eles?
É quase um consenso entre os especialistas afirmar que, ao praticar a condução econômica, o motorista consegue
os seguintes benefícios para ele, para a empresa, para o veículo e para o meio ambiente:
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Gestão do Transporte e da Frota
¨ Vamos estudar um pouco mais em detalhes cada uma das regras citadas?
Guiar com previsão significa nada mais nada menos do que não frear nem acelerar desnecessariamente o veículo.
Há algumas situações do trânsito que exigem maior cuidado, maior antecipação na condução do veículo. Algumas
dessas situações podem ser enumeradas:
aclives e declives.
Há um princípio comprovado cientificamente e na prática que diz: o motor do veículo tem mais força e consome
menos combustível, quando trabalha em rotações (giros do motor) médias. É o que se chama de Faixa de Torque
do Motor, que é sinalizada no contagiros ou no tacômetro dos veículos, em geral, pela faixa verde. Veja um
exemplo na figura a seguir.
Deve-se ainda: utilizar a maior marcha possível e economizar rotações. O objetivo desta prática é de possibilitar o
trabalho do motor dentro do regime ideal pelo máximo tempo possível, economizando assim rotações do motor e
combustível.
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Gestão do Transporte e da Frota
Esta regra tem o objetivo de reduzir o número de mudanças de marchas durante a operação. A redução do
número de mudanças de marcha poupa os componentes do sistema de embreagem e também os componentes
da caixa de mudanças, tais como, anéis sincronizadores, garfos, luvas e corpos de engate.
Além do prolongamento da vida útil dos componentes mecânicos da transmissão, a redução do número de
mudanças de marchas permite o aumento da velocidade média e a redução no consumo de combustível.
A aceleração intermediária e a dupla debreagem na troca de marchas são procedimentos necessários somente
quando se opera um veículo equipado com caixas de mudanças do tipo “secas” (não sincronizadas).
A aplicação destes procedimentos em veículos equipados com caixas de mudanças sincronizadas causa gastos
desnecessários. Reduz-se praticamente pela metade a vida útil dos componentes da embreagem e da caixa de
câmbio e aumenta o consumo de combustível e o desgaste físico do motorista.
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Gestão do Transporte e da Frota
De maneira bem simples, pode-se defini-la como a resistência que todos os corpos materiais opõem à
modificação do seu estado de movimento.
Veja na figura a seguir uma representação da resistência ao rolamento de um veículo! As setas vermelhas indicam
a resistência formada ao deslocamento do veículo, que é exercida sobre os pneus (rolamento).
IMPORTANTE
Se compararmos as reações de um carro de passeio com as de um caminhão carregado, veremos que
existe uma diferença muito grande. Tanto a aceleração quanto a desaceleração de um veículo pesado
acontece de forma mais lenta devido às grandes massas envolvidas, ou seja, normalmente a inércia
exerce uma considerável influência sobre o deslocamento dos veículos.
Recomenda-se utilizar racionalmente os freios disponíveis no veículo (freio motor, retardador, freio de serviço),
pois este é um procedimento que influencia bastante na determinação da vida útil dos tambores, lonas, válvulas
de freio, suspensão e pneus. Também é um procedimento importante na medida em que possibilita maior
segurança à operação.
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Os fabricantes recomendam que não se deve trafegar, em hipótese alguma, com o veículo desengrenado (“no
ponto morto”), principalmente nos trechos em declive, por questões de segurança e também de consumo (não há
consumo de combustível quando o acelerador não é acionado).
Os pneus devem estar sempre calibrados. Só se deve realizar essa operação quando os pneus estiverem frios.
Há outras recomendações que podem ser dadas para realizar uma condução econômica e, assim, prolongar a
durabilidade do veículo, de seus componentes e obter economia na operação. São eles:
Þ a operação de amaciamento sem submeter o motor à potência máxima durante este período, tem
importância decisiva na durabilidade do veículo e de seus componentes;
A LEI DA BALANÇA estabelece os limites legais de peso por eixo ou conjunto de eixos para os veículos comerciais
brasileiros. A legislação brasileira estabelece limites máximos para valores do peso bruto por eixo de veículos de
carga.
Porém, devido à dificuldade na aferição das balanças que efetuam a pesagem dos veículos, permite-se uma
tolerância de até 5% de peso acima do valor máximo determinado por lei.
A figura a seguir traz um resumo dos pesos brutos máximos admitidos por eixo ou por conjunto de eixos pela
legislação brasileira.
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Figura: peso máximo por eixo ou conjunto de eixo permitidos pela Lei da Balança
Fonte: Manual Treinamento da Daimler-Chrysler
VOCÊ SABIA?
Existem programas computacionais que trabalham com a disposição e acomodação das cargas nos
veículos, procurando obter a máxima utilização do volume e do peso de carregamento permitido para os
veículos. Você poderá conhecer um deles acessando o site www.startrade.com.br. Aproveite e amplie
seus conhecimentos e habilidades!
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Gestão do Transporte e da Frota
Prezado Aluno,
Chegamos ao final deste curso. Vamos então relembrar as competências desenvolvidas no decorrer de
nosso estudo? São elas:
Þ Identificar e inter-relacionar as variáveis importantes para estabelecer os roteiros mais adequados para as
Þ Identificar os diversos tipos de documentos fiscais exigidos e relacioná-los com as várias modalidades de
transporte.
DAIMLER-CHRYSLER. Informações Técnicas para Operação de Veículos Mercedes Benz. Manual de Treinamento
Pós-Venda. Campinas, Brasil, 2004.
PARTYKA, J. G. e HALL, R. W. (2000) “On the Road to Service”, OR/MS Today, www.lionhrtpub.com, agosto 2000.
VALENTE, A., PASSAGLIA, E. e NOVAES, A. G. Gerenciamento de Transporte e Frotas. São Paulo: Pioneira, 1997.
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