Mediocridade…

Um antigo dicionário define medíocre como mediano, ordinário, insignificante,

vulgar, sem mérito, aquele que está entre mau e insuficiente.

Quem entre nós não tem talento? Mesmo aqueles que nada têm, têm talento, até
os picaretas e ladrões possuem algum talento. Então por que os desperdiçamos
nos sujeitando tanto à mediocridade.

A mediocridade está nas pessoas que lutam para provar que são daquele jeito,
simplesmente porque não tiveram um histórico de vida igual aos outros. No
fundo, nem procuram um modo de ter uma vida diferente da que tem naquele
momento.

Sabe por que isso acontece? Porque a mudança pode requerer um esforço pessoal
e é muito mais fácil fazer os outros ter pena, do que respeito. Acredito que isso
ocorra devido ao medo de rejeição e a baixa auto-estima.

Existem pessoas que preferem seguir o caminho mais fácil. Optam pelo mais ou
menos, pelo suficiente que lhes favoreça. Enfim, ficam niveladas por baixo e
escolhem o caminho da mediocridade. Temos que aceitar que o bom vem antes
do ótimo, assim acabamos cada vez menos buscando o ótimo e com um tempo
aceitamos com naturalidade o regular.

Considero a mediocridade uma doença notoriamente perigosa, uma doença sem

dor e sem sintomas visíveis onde pessoas têm orgulho de ter pena de si mesmo e
quando são desafiadas a crescer um pouco, fazem de tudo para continuar ali,
aonde estava no começo da conversa. Até confundem isso com humildade.

Todos nós já passamos pela fase da mediocridade. Quando iniciamos algo novo
passamos pela fase de aprendizado que nos leva ao estagio da mediocridade e
somente depois quando nos esforçamos mais nos destacamos. Quando
continuarmos insistindo em aprender, finalmente chegamos a excelência.

Muitas das pessoas estacionam na fase da mediocridade, pois acham que sabem
o suficiente. Falta-lhes a energia para mudar as coisas ao seu redor, são
benevolentes com erros, nada aprendem com eles e com isso entram em um
processo de “ignorância” que vem atingindo todas as atividades humanas e
camadas sociais, etárias, raciais, profissionais e até espirituais.

Observe os sinais da mediocridade:

 Não formule ou emita a sua própria opinião apenas repita a dos outros ou fale
da sua maneira fútil de viver e enxergar a vida.
 Faça as pessoas riem ou esteja sempre de acordo elas. Isso pode ajudar a
desviar a atenção para suas fraquezas.
 Veja todo dia sites banais de cultura inútil e sexo reprimido, assim não vai
fazer feio quando o assunto surgir.
 Não faça nada diferente da sua rotina diária de atividades, pois correrá o risco
de descobrir novas formas de realizar as suas tarefas e isso pode ser um
desastre.
 Não ultrapasse os limites da sua realidade, passe os dias assistindo os mesmos
filmes idiotas, pois programas de televisão tipo documentário e realidades
podem afetar os seus neurônios.
 Não busque novos caminhos ou explore novas atividades, se mantenha em
terreno seguro e mapeado. Seja amigo dedicado da tua poltrona e não se
exponhas a vertigens de vastos horizontes.
 Evite pessoas criativas e inovadoras, elas causam caos na rotina normal do
pensamento, pois te obrigam a pensar de forma diferente e enxergar novas
possibilidades. Não abras nunca portas fechadas, abre tão somente portas
abertas.
 Esteja sempre na moda, tenha sempre o mesmo estilo de roupas, corte o seu
cabelo do mesmo jeito, freqüente sempre os mesmos lugares e acompanhe a
maioria das pessoas.
 Tome anti-depressivos, coma muito como se fosse o último dia, beba vodka e
vá dormir, talvez assim consiga esquecer que terminou mais um dia no mesmo
lugar.
 Se algo mudar ou alguém representar perigo para sua rotina, esqueça sua vida
fútil e mundana, apegue-se a religião e ceticismo, blasfeme contra o
contraditório a sua vontade e continue na mediocridade. Amanhã é um novo
dia e sua vida voltará ao normal. Conservarás sua saúde, sua tranqüilidade
dos nervos e continuará a passar por alguém de bem…
Não creio que alguém goste de ser assim. Acredito que talvez nem saiba que o é.
Talvez o que lhes falte seja o estimulo certo para sair da sua zona de conforto e se
libertar dessa rede de ignorância que lhe impede de enxergar as oportunidades
ao seu redor que necessitam de sacrifícios para serem conquistadas.

O mundo não sacrificou um só ídolo por um ideal e desde que o mais arrojado
idealista da história foi crucificado, morto e sepultado, nada de grande acontece
no mundo, sem que o mundo se revolte… Tudo que é belo e grande – acaba
fatalmente nos braços de uma cruz…

Porque esta é a gloriosa tragédia dos homens superiores.